27 fevereiro 2017

Após erro histórico, "Moonlight" desbanca "La La Land" e leva Oscar de Melhor Filme

"Moonlight: Sob a Luz do Luar" conquistou três estatuetas das oito indicações  (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


O mico cinematográfico do ano no Oscar ficou para a entrega do prêmio de Melhor Filme. Faye Dunaway e Warren Beatty fizeram o anúncio e entregaram a estatueta, encerrando a solenidade. Já no palco comemorando o prêmio e tendo encerrado seu discurso de vitória, Jordan Horowitz, um dos produtores de "La La Land: Cantando Estações", percebeu o erro e chamou a equipe de "Moonlight: Sob a Luz do Luar" para receber o prêmio. Deu Miss Universo no Oscar!


Final da entrega do Oscar 2017 (Foto AFP)
O clima ficou ruim, com a direção e produção dos dois filmes dividindo o espaço e tentando entender o que havia ocorrido. Até que o envelope certo foi mostrado, confirmando "Moonlight" como o vencedor. 

"La La Land: Cantando Estações" foi a estrela da noite, como já era esperado da 89ª edição do Oscar. Das 14 indicações, o filme dirigido por Damien Chazelle levou seis estatuetas, seguido por "Moonlight: Sob a Luz do Luar", com três, “Manchester à Beira-mar” e "Até o Último Homem", ambos com dois prêmios.


"La La Land" conta a história da aspirante a atriz Mia (Emma Stone) e do músico de jazz Sebastian (Ryan Gosling), que lutam por oportunidades em Los Angeles e acabam se apaixonando, num belo romance musical. 

Justin Timberlake entrou cantando no Teatro Dolby, em Los Angeles, com um grupo de bailarinos e fez vários convidados dançarem. Passando depois a bola para o apresentador oficial Jimmy Kimmel, que comandou o Emmy de 2012 e de 2016. 


Ele falou um pouco da política dos EUA, brincou com alguns dos indicados e homenageou Meryl Streep, que foi aplaudida de pé pelos presentes. Ela quebrou seu próprio recorde de categorias de atuação. Ela concorreu pela 20ª vez (com o filme "Florence"), mas não conquistou seu quarto Oscar.

A cerimônia, que começou na noite de domingo e terminou na madrugada desta segunda-feira teve como primeiro prêmio anunciado o de Melhor Ator Coadjuvante, que saiu para Mahershala Ali, por "Moonlight: Sob a Luz do Luar". Durante os anúncios, as três atrizes de "Estrelas Além do Tempo" - Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe - falaram do filme e apresentaram a única das especialistas ainda viva, a matemática Katherine Johnson, que foi interpretada por Henson. 

Shirley MacLaine foi também homenageada e entrou no palco com Charlize Theron para anunciarem o escolhido ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Venceu o iraniano "O Apartamento". O diretor Asghar Farhadi não compareceu mas enviou uma representante que leu seu discurso com duras críticas à política anti-imigrante de Donald Trump. Muitos atores e convidados usaram um laço azul a favor dos direitos humanos.

Um grupo de turistas foi levado à cerimônia e passeou entre os convidados, tirou fotos com indicados e alguns ganhadores de Oscar da noite. Um casal teve inclusive seu casamento oficializado por Denzel Washington. A solenidade contou, como em anos anteriores, com uma homenagem aos diretores, atores, produtores, roteiristas e pessoas que trabalham no cinema e que morreram neste ano. O diretor brasileiro Hector Babenco foi um dos citados.

Veja abaixo os ganhadores ao Oscar 2017:


Melhor Filme
"Moonlight: Sob a Luz do Luar"

Melhor Diretor
Damien Chazelle ("La La Land: Cantando Estações")

Melhor Ator
Casey Affleck (“Manchester à Beira-mar”)


Melhor Atriz
Emma Stone ("La La Land: Cantando Estações")

Melhor Ator Coadjuvante
Mahershala Ali ("Moonlight: Sob a Luz do Luar")


Melhor Atriz Coadjuvante
Viola Davis ("Um Limite Entre Nós")

Melhor Roteiro Original
Kenneth Lonergan ("Manchester à Beira-mar")

Melhor Roteiro Adaptado
Barry Jenkins ("Moonlight: Sob a Luz do Luar") 

Melhor fotografia
Linus Sandgren ("La La Land: Cantando Estações")


Melhor animação
"Zootopia - Essa Cidade é o Bicho"

Melhor filme em língua estrangeira
"O apartamento" – Irã

Melhor documentário
"O.J. Made in America"


Melhor edição
John Gilbert ("Até o Último Homem")

Melhor Design de Produção
"La La Land: Cantando Estações"

Melhor Cabelo a Maquiagem
Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson ("Esquadrão Suicida")


Melhor Figurino
Colleen Atwood ("Animais Fantásticos e Onde Habitam")

Melhores Efeitos Visuais
Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones e Dan Lemmon ("Mogli: O Menino Lobo")


Melhor Canção Original
"City of stars" ("La La Land: Cantando Estações"); música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul

Melhor Trilha Sonora
Justin Hurwitz ("La La Land: Cantando Estações")

Melhor Mixagem de Som
Kevin O'Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace ("Até o Último Homem")


Melhor Edição de Som
Sylvain Bellemare ("A Chegada")

Melhor Curta-Metragem
"Sing"

Melhor Curta-Metragem de Animação
"Piper"

Melhor Documentário em Curta-Metragem
"The White Helmets" ("Os Capacetes Brancos")





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23 fevereiro 2017

“A Grande Muralha” empolga pelas batalhas épicas e grandiosidade

O visionário diretor Zhang Yimou mistura fantasia, belíssimos efeitos visuais e toques de encanto do roteiro (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Wallace Graciano


Ainda que não seja irrestritamente chinês, “A Grande Muralha” ("The Great Wall") causou frisson ao ser responsável pelo maior orçamento da história do cinema daquele país, com quase US$ 150 milhões gastados. E os mais de 100 minutos de filme conseguem justificar bem o investimento. Mérito do diretor Zhang Yimou, que conseguiu dar uma nova cara à história de uma das sete maravilhas da humanidade ao misturar fantasia, belíssimos efeitos visuais e toques de encanto ao roteiro.

A história, em si, já traz um bom atrativo. No lugar de simplesmente contar os escritos milenares da edificação, que foi construída para evitar a passagem de invasores humanos à China, “A Grande Muralha” traz um novo universo em que monstros tentam a cada 60 anos atacar a civilização oriental.


À procura de um místico pó preto, que prometia revolucionar as estratégias de guerra, Willian (Matt Damon, que despensa apresentações) e Tovar (Pedro Pascal, o Javier Peña de “Narcos”) acabam descobrindo a barreira e seus segredos. Assim, são forçados a ficar confinados no local pelos “Guerreiros sem Nome”.


Após uma série de ataques da horda de monstros, a recém-nomeada comandante Lin Mei (Jing Tian, de “Em Nome da Lei”) opta por contar com as habilidades de guerra dos seus prisioneiros, conseguindo conter momentaneamente a investida das criaturas.


Porém, é em meio a esse contexto que “A Grande Muralha” mostra sua força. Ainda que explore demasiadamente alguns estereótipos, a película apresenta ao expectador uma história dinâmica, cercada por efeitos visuais bem produzidos e percepção de estratégias militares aliadas às coreografias ao longo do combate, o que traz um toque de realidade à fantasia.

Outro ponto relevante do longa são os figurinos do exército, bem detalhados e intensos. A precisa mistura de cores de cada ala responsável por uma ação no combate consegue, ao mesmo tempo, apresentar as diferenças do batalhão e chamar a atenção para o duelo.

Está certo que já era de se esperar algo do tipo, uma vez que Zhang Yimou já havia encantado a todos com “O Clã das Adagas Voadoras”, que se destaca pelas belíssimas coreografias ao longo da história. Porém, o diretor conseguiu andar uma casa no tabuleiro ao fazê-lo em uma produção que tentará atingir um público mais acostumado com blockbusters. A certeza é que tem muitos predicados para tal.



Ficha técnica
Direção: Zhang Yimou
Produção: Atlas Entertainment / Legendary Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h44
Gêneros: Aventura / Histórico / Fantasia
País: EUA / China
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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22 fevereiro 2017

Verbinski falha em sua volta ao terror com o pouco empático "A Cura"

Com uma narrativa longa e personagens pouco convincentes, produção não consegue dar um epicentro à história (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)


Wallace Graciano


Quando se lembra que Gore Verbinski conseguiu fazer com que “O Chamado” ("The Ring") fosse tão assustador quanto o original japonês, “Ringu”, logo se imagina que “A Cura” ("A Cure For Wellness") marcaria o retorno triunfante do diretor norte-americano ao terror após 15 anos de hiato. Ledo engano. Nem mesmo a bagagem de outrora consegue salvá-lo nas mais de duas horas de tortura que o espectador terá de passar.

E não, não é nenhum exagero. Com uma narrativa longa, que não consegue dar um epicentro a história que mistura geneticismo, mercado financeiro e terror, “A Cura” faz com que Lockhart (vivido por Dane De Haan, o Harry Osbourn de “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”) seja um protagonista sem empatia. Não obstante, o Dr.Volmer, antagonista interpretado por Jason Isaacs (Lúcio Malfoy, de “Harry Potter”), sequer consegue ser convincente como tal, o que é uma característica do gênero.

A trama tem um início promissor. Logo de cara, Lockhart é apresentado como um promissor operador de mercado financeiro. Com um iminente escândalo batendo à porta, o protagonista é enviado para resgatar o CEO de sua empresa nos Alpes Suíços, que foi para lá em busca da “cura” para sua tensão cotidiana.

Ao chegar ao "spa de cura" e não conseguir persuadir o megaempresário de deixar a hidroterapia, Lockhart tenta deixar o local, mas sofre um grave acidente. Em virtude dos ferimentos, resolve entrar na terapia com uma água especial, uma vez que lhe são apresentados dados que colocariam sua saúde em xeque.

Nesse momento, a trama começa a se desenvolver como esperado. Com recursos técnicos convincentes, Verbinski desenvolve um cenário claustrofóbico, que é o ponto forte do longa. Porém, a narrativa arrastada e cheia e buracos não segue a mesma toada, deixando o filme maçante, com a sensação de que poderia ter um roteiro melhor trabalhado.

Em síntese, “A Cura” é um filme que trará boas memórias aos espectadores amantes do gênero pelas dezenas de referências ao longo das mais de duas horas (zzzz...). Porém, o mesmo ficará com a sensação de que nem as ligações foram suficientes para dar à produção o peso necessário para se tornar um cult futuramente.



Ficha técnica:
Direção: Gore Verbinski
Produção: 20th Century Fox / Regency / Blindwink
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h27
Gêneros: Suspense / Terror
Países: EUA / Alemanha
Classificação: 16 anos
Nota: 1,5 (0 a 5)

Tags: #acura, #acureforwellness, #GoreVerbinski, #DaneDeHaanm, #suspense, #terror, #20thCenturyFox, #FoxFilmdoBrasil, #CinemanoEscurinho

21 fevereiro 2017

"A Lei da Noite", um filme de gângster com ação mas longo a ponto de dar sono

Ben Affleck e Chris Messina são parceiros inseparáveis de crime (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ben Affleck repete o olhar sem vida de todos os seus papéis e continua não se contentando em apenas atuar, quer o poder total. Em "A Lei da Noite" ("Live By Night") ele escreveu o roteiro, baseado no premiado romance “Os Filhos da Noite” de Dennis Lehane, é um dos produtores, juntamente com Leonardo Di Caprio e ainda dirige o filme.

Talvez se não abraçasse tanto o mundo poderia conseguir fazer filmes de menor duração mas mais focados, sem dispersar tanto do tema principal. "A Lei da Noite" tinha tudo para ser uma grande produção, mas a direção funcionou como uma das metralhadoras dos gângsteres, atirando para todos os lados, sem se aprofundar muito - fala de guerra de gângsters, 

Ku Klus Klan, racismo, contrabando de bebida, prostituição, preconceito, mas tudo jogado na mesma panela, deixando o espectador perdido em algumas situações. E apesar de ser um filme de ação, ele chega a dar sono em algumas partes. E quando você acha que acabou, vem uma reviravolta com direito a mensagem no final do tipo "conselho de pai sempre deve ser ouvido".

Affleck se sai bem no papel do fora da lei Joe Coughlin, mas o elenco ainda se sai muito melhor em várias cenas. Brendan Gleeson é o comissãrio de polícia de Boston e pai de Joe; Siena Miller é Emma Gould, amante do chefão da máfia irlandesa; Chris Messina é Dion Bartolo, parceiro de crime; Zoe Saldana interpreta a cubana Graciela Suarez; Elle Fanning é Loretta Figgis, filha do chefe de polícia de Tampa, Irving Figgis, papel de Chris Cooper.

Affleck deveria ter explorado mais a luta entre as quadrilhas, na década de 1920 nos Estados Unidos. Mas "A Lei da Noite" oferece uma bela fotografia, boas locações principalmente nos pântanos de Tampa, na Flórida. Também o figurino e a reconstituição de época ficaram ótimos.

Na história, Joe Coughlin (Aflleck) é um soldado que retorna da Primeira Guerra Mundial que, apesar de ser um cara de bom coração e filho do comissário de polícia de Boston, resolve se tornar um fora da lei. Ele e seu amigo Dion se tornam conhecidos e atraem a atenção dos chefes das quadrilhas mafiosas. Mas ele se recusa a trabalhar para eles.

Mas Joe não é de todo ruim; na verdade, ele não é mau o suficiente para a vida que escolheu. e se envolve com os parceiros e mulheres erradas. Acaba preso, perde a mulher da sua vida e só quer vingança quando sai da cadeia. Para isso terá de mudar de Boston para a Flórida e trabalhar para aqueles a quem sempre evitou, controlando o contrabando de rum durante a Lei Seca.

O gângster recém-chegado ainda terá de enfrentar os chefões locais e a polícia corrupta que faz vista grossa para as transações ilegais das quadrilhas. Joe também irá conhecer outras mulheres que mudarão sua vida e vai pagar um preço muito alto por isso.

"A Lei da Noite" é um filme violento, claro, de acordo com a época em que é ambientado. Uma boa distração, mas está longe do drama "Argo" uma das melhores produções dirigidas e protagonizadas por Ben Affleck e ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2013.



Ficha técnica:
Direção: Ben Affleck
Produção: Warner Bros. Pictures /Appian Way / Pearl Street Films
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Policial
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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18 fevereiro 2017

"Aliados" traz Marion Cotillard excelente e um Brad Pitt esquecível

Max e Marianne são espiões que se apaixonam durante a ocupação de Casablanca pelos nazistas (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se a intenção ao criar um suposto romance entre os atores Brad Pitt e Marion Cotillard era estimular a bilheteria de "Aliados" ("Allied") e ganhar as manchetes pelo mundo, os produtores podem ter acertado. No entanto, antes mesmo de sua estreia, a separação do casal "Brangelina" ganhou mais destaque e ele virou "o filme da discórdia", chamando mais ainda a atenção do público curioso em ver a "atuação" dos protagonistas.

Marion Cotillard não decepciona, está excelente e é a estrela do filme, mostrando muita competência, graça e elegância na interpretação da espiã Marianne Beausejour. Com olhar marcante e envolvente que faria qualquer homem se apaixonar, a atriz dá um banho em seu apático parceiro.

Brad Pitt, que faz o papel de Max Vatan, está mais lindo do que nunca, mas sem fôlego e carisma para acompanhar a aliada de espionagem. Passa a impressão de que as cenas de romance não são com ele. Muito diferente de seu papel ao lado da ex-mulher, Angelina Jolie, em "Sr. e Sra. Smith" (2005) - quando se encontravam saia faísca (o que aconteceu também no processo de divórcio).

Mesmo com um romance morno, "Aliados" tem uma bela fotografia, uma boa ambientação de época e um figurino invejável, principalmente nos vestidos de Cotillard. Isso garantiu inclusive a indicação ao Oscar 2017 de Melhor Figurino. O filme é ambientado em Marrocos, ocupado pelos nazistas, e Londres durante a Segunda Guerra Mundial.

Coincidência ou não, a produção lembra alguns pontos do clássico "Casablanca", mas sem o mesmo charme e competência de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. O diretor Robert Zemeckis (de "Forrest Gump" e "Náufrago") tinha tudo para fazer um grande romance de guerra: acelera na construção dos protagonistas, mas ao longo do filme vai mudando seus perfis. No caso de Cotillard foi para pior ela sai de uma combativa espiã para uma dona de casa apática. Ao contrário do personagem de Brad Pitt que passa a se destacar.

"Aliados" é a história de uma missão da espionagem para eliminar um embaixador nazista em Casablanca, no Marrocos. Os espiões Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beausejour (Marion Cotillard) precisam trabalhar juntos e acabam se apaixonando. Se casam e retornam a Londres. Porém os chefes de Max desconfiam que sua mulher seja uma espiã alemã. Ele decide então investigar o passado de Marianne, na tentativa de provar a inocência da mulher. A partir daí o filme ganha mais agilidade até um final bem interessante.

A produção é boa, prende até o final, mas poderia ter explorado melhor o conflito. Faltou "química" ao casal principal, principalmente da parte de Brad Pitt. Não vá esperando um filme de guerra ou com cenas tórridas de paixão. No máximo um "amasso" no banco do carro. Mas ainda assim vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção e produção: Robert Zemeckis
Produção: GK Films e Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h05
Gêneros: Suspense / Romance / Guerra
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags:#aliados, #BradPitt, #MarionCotillard, #RobertZemeckis, #Casablanca, #Marrocos, #SegundaGuerraMundial, #romance, #guerra, #paramountPictures, #CinemanoEscurinho

16 fevereiro 2017

Sequência de "John Wick" é tão violenta e eletrizante quanto no primeiro filme

Keanu Reeves está de volta no papel do assassino vingativo que é caçado por seus inimigos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


No primeiro filme, John Wick tentou se aposentar. Mas seus inimigos não deram sossego e o resultado foi uma matança geral. Não poderia ser diferente em "John Wick: Um Novo Dia Para Matar" ("John Wick: Chapter Two"), o matador cinco estrelas que deixa um rastro de sangue e corpos por onde passa, mesmo quando não quer mais este serviço.

Novamente Keanu Reeves está muito bem como o protagonista, assumindo um aspecto ameaçador quando mata, mas ao mesmo um cara tranquilo, que tem um cachorro e trata suas vítimas sob encomenda com respeito. A ética da profissão continua sendo respeitada por ele e seus inimigos de assassinatos por encomenda. Mas John Wick está cansado desta vida. e cada vez que tenta deixá-la, tem sempre alguém apontando uma arma para ele cada esquina.

Violento, com muito sangue, explosões, tiros, facadas, pescoços quebrados e vários outros tipos de mortes, "John Wick: Um Novo Dia Para Matar" é uma boa sequência que não deixa cair o estilo de seu antecessor. Apesar da nova aposentadoria, o agente ainda busca vingança contra aqueles que não querem deixá-lo em paz. E avisa: "Quem vier, em vou matar".

Wick é um homem temido, mas respeitado pelos inimigos. Tem uma longa lista de mortes em sua ficha, atua nas sombras (alguns o chamam de Fantasma). Afastado dos "negócios", ele é obrigado a pagar uma dívida antiga com o gângster Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio), integrante da sociedade secreta para a qual trabalha.

O retorno ao trabalho vai colocá-lo contra um antigo "companheiro" de profissão, Cassian (Common). Wick não gosta de ser apunhalado pelas costas e agora quer vingança contra aqueles que o traíram. Para isso vai procurar ajuda no submundo do becos de Nova York, comandado por Rei (Laurence Fishburne). Para os fãs, é a oportunidade de vê-lo atuando novamente com Keenu Reeves depois da trilogia "Matrix". E como sempre, a dupla proporciona boas cenas, com direito a pombos e apenas um arma.

O poder da organização para qual Wick trabalha é cada vez maior, envolvendo todas as máfias espalhadas pelo mundo. O hotel em Roma (e seu dono) também são os mesmo e ainda recebe os assassinos como hóspedes de luxo. A regra é de que estes devem sempre respeitar o lugar e nunca matar ou criar tumulto dentro dele. Neste mundo secreto por trás do mundo normal, cada rosto pelas ruas e praças pode representar um assassino à espera de ser contratado para um serviço.

"John Wick: Um Novo Dia Para Matar" é uma ótima sequência, não fica em nada a dever ao primeiro, que foi lançado sem muito estardalhaço, como esse, e acabou se tornando um sucesso. E ainda deixa aberta a possibilidade de uma nova continuação. Ideal para quem quer muita ação e um Keanu Reeves de volta a papéis que ele domina.


Ficha técnica:
Direção e Produção executiva: Chad Stahelski
Produção: Summit Entertainment / Lionsgate Movies/ Thunder Road
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h03
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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14 fevereiro 2017

"Cinquenta Tons Mais Escuros" é uma aula fraca de sexo e submissão

Christian Grey e Anastasia voltam em performances mornas, diferentes do livro, que podem agradar apenas aos fãs da franquia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se o primeiro filme - "Cinquenta Tons de Cinza" -, apesar da bilheteria milionária, foi muito ruim, o segundo da série "Cinquenta Tons Mais Escuros" ("Fifty Shades Of Grey 2: Fifty Shades Darker") conseguiu ser "um pouquinho melhor", mas nada que valha a pena. Só salva a beleza de Dakota Johnson e o tanquinho de Jamie Dornan. Porque o resto é difícil demais de assistir. Pelo menos no primeiro havia insinuações de cenas mais picantes graças ao estilo sadomasoquista do personagem Christian Grey.

Já nesta produção, até as cenas que deveriam ter tons mais "escuros" como afirma o título, não passa de um papai e mamãe pela metade. Fraco, sem clímax, com um ator bonitinho mas ruim de serviço. E Dakota, que teve uma interpretação mais convincente como Anastasia Steele no primeiro filme, parece que está cumprindo contrato, sem pique e sem graça.

De drama não tem nada, a categoria erótico ficou a desejar e o romance é bem água com açúcar, com direito a flores e declarações de amor. Pode deixar muita "donzela" cheia de esperança de encontrar um Christian Grey pela vida, mas vamos ser sinceras: na base da chicotada, submissão e sendo tratada como objeto de posse de um bilionário todo poderoso cheio de neuras?

Pior foi ver Kim Basinger, a grande estrela de "9/2 Semanas de Amor" (aquele sim foi um clássico em erotismo) acabada, num papel ridículo. A impressão que passa é que ela foi usada para fazer com que as pessoas associassem a atriz a seu personagem do passado, o que seria um tiro no pé. Não tem mais nada que lembre, nem mesmo a sensualidade.

O diretor James Foley não consegue salvar o que já nasceu perdido. A história é fraca, com o personagem de Dornan que trata mulheres com desprezo e as torna submissa, tentando mudar seu "jeitinho de ser" para recuperar Anastasia, que o abandonou no primeiro filme. Ele tenta ser o bom moço, mas deixou um rastro de submissas tão doidas quanto ele por seu caminho.

Anastasia, que seguiu sua carreira, continua a ser procurada pelo galã e para que o aceite de volta exige mudanças em seu comportamento. Ela passa a ditar as regras e a ser a dominadora nos jogos sexuais. Ao mesmo tempo, consegue que Grey passe a se abrir para outras pessoas e para um relacionamento. Nada muito diferente de um romance no estilo "Sabrina". O sexo voraz que o livro insinua passou loooooooonge.

O pior é saber que ainda haverá um terceiro filme para completar a franquia. O certo disso tudo: a bilheteria será novamente milionária, como foi a venda dos livros. E as versões cinematográficas continuarão censuradas e muito mais fracas que novelas da 9.

Um ponto positivo é a música tema "I Don't Wanna Live Forever", interpretada por ZAYN e Taylor Swift e outras composições que compõem a trilha sonora, como "Hellium", de Sia, e "One Woman Man", de John Legend. Recomendo o filme apenas para fãs da obra literária e que queiram ver a continuação. Mesmo assim, podem ficar decepcionados com as cenas eróticas, novamente suavizadas.



Ficha técnica:
Direção: James Foley
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h58
Gêneros: Drama / Romance / Erótico
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

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12 fevereiro 2017

"Lego Batman: O Filme", o mais divertido e inteligente de todos os tempos

Animação com o Homem-Morcego é uma aventura com heróis e vilões para agradar crianças e adultos (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Nem Ben Affleck, Christian Bale ou menos ainda Val Kilmer. Homem-Morcego mesmo é o de "Lego Batman: O Filme" ("The Lego Batman Movie"), com a voz original de Will Arnet e a dublagem em português de Duda Ribeiro. Se estiver procurando diversão, daquela de dar boas gargalhadas, então não pode deixar de assistir a essa animação do herói mais sombrio da DC Comics feita com os famosos bloquinhos.


A criançada vai delirar com todos os super-heróis e vilões em ação, mas os diálogos são para adultos. E para quem tem mais de 50 anos, o filme ainda traz boas lembranças de séries passadas. Coringa (voz de Marcio Simões) é um malvado, quase favorito, que tem trauma por ser desprezado por Batman e nunca ter sido reconhecido por ele como seu maior arqui-inimigo. Os diálogos são dignos de uma sessão de terapia com muito riso.


Por sua vez, o morcegão, que apareceu a primeira vez em "Uma Aventura Lego" (2014), também é um cara cheio de problemas de relacionamento, adora ser tratado como herói de Gotham City, não pode ver um flash piscando, mas vive isolado em sua batcaverna ou na mansão Wayne, com seus brinquedinhos e veículos tecnológicos, tendo apenas a companhia do mordomo Alfred, além dos fantasmas de seu passado.



Até que um dia um jovem órfão (não estou dando spoiler, tudo mundo sabe da história de Robin) aparece na vida de Batman e vai fazer o egocêntrico e mal-humorado super-herói reavaliar seu comportamento. Até mesmo com a paixão de sua vida, Bárbara Gordon, que depois irá se tornar Batgirl (a voz original é de Rosario Dawson, com dublagem em português de Guilene Conte).


Quando o comissário Gordon, pai de Bárbara, se aposenta, ela assume em seu lugar com a proposta de tornar a polícia mais eficiente e independente do Homem-Morcego, o que o não o deixa nada satisfeito. Enquanto isso, Coringa tem um mega-plano que irá envolver todos os inimigos do herói, incluindo Arlequina, Duas Caras, Senhor Frio, Charada e Pinguim. Na turma dos super-heróis estão o Super-Homem, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha e até o Flash.


Nessas idas e vindas, "Lego Batman: O Filme" envolve o espectador numa divertida aventura, com muitas explosões de bloquinhos, veículos irados, uma boa trilha sonora e um elenco caro fazendo as dublagens originais, como Mariah Carey (prefeita de Gotham), Zach Galifianakis (Coringa), Michael Cera (Robin), Ralph Fiennes (Alfred), Channing Tatum (Super-Homem) e Jonah Hill (Lanterna Verde).


O filme é uma sátira desde o começo, com o herói zoando a abertura de filmes tradicionais e segue essa linha em todo o enredo. Este Batman não é para ser levado a sério, é para ser curtido como uma animação com diálogos inteligentes, com ótimos efeitos visuais aplicados em blocos de Lego, Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: Chris McKay
Produção: Warner Animations / DC Comics / Lego
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h45
Gêneros: Animação / Aventura / Família
Países: EUA / Dinamarca
Classificação: Livre
Nota: 4,5 (0 a 5)

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10 fevereiro 2017

A brilhante interpretação de Natalie Portman é o que se salva em "Jackie"

Produção é mais uma manjada história para satisfazer os eternos voyeurs da família Kennedy (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Pode ser que as pessoas que admiram muito Jacqueline Kennedy gostem do filme "Jackie", que está em cartaz em cinemas por todo o Brasil e disputa o Oscar 2017 em três categorias - Melhor Atriz, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora. A reconstituição de época é perfeita, os figurinos são primorosos e a protagonista é a atriz Natalie Portman que, com inquestionável competência, oferece ao público uma primeira-dama irrepreensivelmente elegante, mesmo diante da dor. Os eternos voyeurs da icônica família Kennedy vão gostar.

Diferentemente do que se espera, "Jackie" não é dirigido por um norte-americano. Quem assina a direção do longa é o jovem chileno Pablo Larrain, que já criou pérolas como "No", sobre histórico plebiscito contra a ditadura no Chile, e o recente "Neruda", sobre a perseguição e fuga do poeta ganhador do Nobel. Houve quem encontrasse, no distanciamento do diretor, o ponto positivo para criar uma história diferente de outras tantas já contadas sobre a viúva de John Kennedy.

Como está se usando nestes tempos, "Jackie" não narra a vida toda de Jacqueline Kennedy. Larrain optou por um recorte na vida da primeira-dama dos EUA, contando exatamente os dias imediatamente após o assassinado do presidente em Dallas, em 1963, durante um desfile do casal em carro aberto. Mas, para que o espectador menos informado tenha mais algum conhecimento da história e da personalidade do personagem, o diretor optou por outro recurso que também anda em moda: os flashbacks.

Assim, revezam-se na tela cenas dos preparativos dos funerais do presidente, o assassinato propriamente dito, as lembranças de Jacqueline, uma histórica apresentação da Casa Branca que ela fez à TV norte-americana, sua conversa com um padre (John Hurt), a amizade com Bobby Kennedy (Peter Sarsgaard) e uma entrevista que ela deu ao repórter Theodore White (interpretado por Billy Crudup).

Não dá pra negar que esse revezamento proporciona certo ritmo ao filme. Mas não há nada de novo em "Jackie". A mulher - e depois viúva - de John F. Kennedy sempre soube o que queria, detestava comunistas, sabia como se portar em frente às câmeras, importava-se com a opinião pública e, mesmo diante da dor, não deixou de ser o que a América e o mundo esperavam dela. Classificação: 14 anos



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