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14 setembro 2023

“A Noite das Bruxas” traz o sobrenatural para o universo do detetive Hercule Poirot

Filme com clima fantasmagórico refresca obra de Agatha Christie com algumas liberdades artísticas (Fotos: 20th Century Studios)


Eduardo Jr.


As adaptações de livros para as telonas ganharam mais um capítulo. A obra da vez leva a assinatura de uma velha conhecida de muitos leitores - e cinéfilos: Agatha Christie. Estreia nesta quinta-feira nos cinemas, “A Noite das Bruxas” (“A Haunting in Venice”), distribuído pela 20th Century Studios. 

O filme é dirigido e protagonizado por Kenneth Branagh ("Assassinato no Expresso do Oriente", 2017), e se veste de certas liberdades sobre as páginas da escritora britânica.    


Como não poderia deixar de ser, o longa traz a tradicional pergunta “quem matou?”. Mas esta é uma das poucas características mantidas em relação ao livro “Hallowe’en Party”, lançado em 1969. 

Autorizados por James Prichard, bisneto de Agatha Christie e produtor executivo do longa, Branagh e o roteirista Michael Green deixaram de lado a história original, em que uma garota conhecida por revelar assassinatos é encontrada morta em uma bacia com maçãs durante uma festa de Halloween. 


Em “A Noite das Bruxas”, a direção optou por apresentar essa morte como uma queda do alto de um casarão amaldiçoado. O evento pode ter sido motivado por fantasmas ou por alguém do mundo dos vivos. Outra mudança foi a de levar para a Itália a história que originalmente se passa na Inglaterra. 

Na trama, o detetive Hercule Poirot está aposentado e vive em Veneza, se esquivando dos pedidos dos moradores para solucionar casos complexos. Até que ele é convidado pela amiga e escritora Ariadne Oliver, personagem de Tina Fey (da série do Star+ "Only Murders in the Building", 2022) para uma sessão espírita.


A sessão será conduzida pela famosa médium Joyce Reynolds, vivida por Michelle Yeoh ("Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", 2022). E o que era uma missão para desmascarar uma médium, se transforma em uma investigação de assassinato com pitadas de thriller fantasmagórico.  

São apenas pitadas porque, embora o título “A Noite das Bruxas” evoque algum terror, o filme apresenta poucas cenas de susto. E o ceticismo do detetive também colabora para desafiar a possibilidade de o sobrenatural interferir no mundo dos vivos. Até que as crenças dele começam a ser desafiadas, mexendo com a cabeça do espectador.  


O longa inicia com uma determinada atmosfera e depois vai se transformando. Isso porque as cenas iniciais são mais solares e o protagonista é apresentado como figura metódica (quase cômica, eu diria) com suas manias e atração por doces. 

A música clássica também traz um clima de suspense, que dura pouco, por causa da encenação infantil preparada para a festa das bruxas. Mas não se engane, embora seja um teatrinho pra crianças, esta é só uma deixa do que está por vir. 


Apesar dessas percepções, este é o longa que melhor apresenta o clima das obras de Agatha Christie e o detetive Hercule Poirot na trilogia feita por Branagh. Explico: esta é a terceira vez que o ator e diretor irlandês adapta uma obra da escritora britânica. 

Além de “Assassinato no Expresso Oriente”, ele também adaptou e dirigiu “Morte no Nilo” em 2022, ambos no catálogo da Star+. Agora, a escolha de filmar em um casarão sombrio durante uma tempestade, com câmeras posicionadas de forma a reforçar que ali as coisas estão fora do normal, tira o público do estado de relaxamento. 


Soma-se a isso o jogo de investigação, a dúvida sobre a ocorrência ou não de eventos sobrenaturais, o questionamento da própria sanidade mental e o incômodo de suspeitar de todas as personagens - eu disse TODAS, sem exceção. 

Pode não ser a melhor adaptação de Agatha Christie, mas a diversão é garantida - e o final guarda surpresas. 


Ficha técnica:
Direção: Kenneth Branagh
Produção: Scott Free Productions, 20th Century Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h43
Classificação: 12 anos
País: Estados Unidos
Gêneros: suspense, policial, drama

11 dezembro 2017

Kenneth Branagh entrega um "Assassinato no Expresso do Oriente" fiel à obra de Agatha Christie

Elenco de peso, fotografia e figurino foram os pontos principais desta versão cinematográfica adaptada do romance homônimo (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Agatha Christie é e sempre será uma referência na literatura como romancista policial. E não menos o personagem mais famoso de seus livros, o detetive Hercule Poirot, que ganha ótima interpretação de Kenneth Branagh na nova versão adaptada para o cinema de "Assassinato no Expresso do Oriente" ("Murder on the Orient Express"), também dirigida por ele. O filme consegue captar bem o universo da famosa escritora, com seus personagens, inclusive os mais jovens, entregando boas atuações em papéis recheados de sutilezas e mistério. 

Digno da obra da autora britânica lançada em 1934. Além de Branagh, destaque para Michelle Pfeiffer, Josh Gad, Williem Dafoe, Penélope Cruz, Judi Dench e Daisy Ridley ("Star Wars Episódios VII e VIII"). Johnny Depp deixa seu lado Jack Sparrow, da franquia "Piratas do Caribe", e compõe um personagem marcante e essencial no enredo.

Além das boas interpretações, "Assassinato no Expresso do Oriente" apresenta uma bela fotografia, principalmente por usar locações em regiões cobertas pela neve. Além do próprio trem onde acontece quase toda a ação. O Expresso do Oriente, que começou a circular em 1883, ligando Paris a Istambul, durante décadas foi sinônimo de luxo e glamour, destinado aos mais abastados. Fotografia e figurino, numa excelente reprodução de época, também chamam a atenção na produção.


O ritmo fica lento em algumas partes do filme por causa da forma detalhista como o famoso detetive belga conduz a investigação, que induz a todo o momento um novo suspeito. Tudo começa quando Hercule Poirot embarca de última hora no trem Expresso do Oriente, partindo de Istambul, a convite do amigo Bouc (Tom Bateman), que coordena a viagem. A bordo, ele conhece os demais passageiros, entre eles o gângster Edward Ratchett (Johnny Depp), que deseja contratá-lo para ser seu segurança particular.

Durante a madrugada, um dos passageiros é morto em seu aposento no vagão, sem que ninguém percebesse qualquer anormalidade. Em seguida, um deslizamento de neve cobre os trilhos, impedindo a continuação da viagem. Isso que dará tempo para que Poirot use suas habilidades para investigar os suspeitos, todos um com um passado nebuloso, e desvendar o crime cometido.

Bem apresentado, fiel ao livro na maior parte dos detalhes, mas com toques bem interessantes do diretor com a trama sendo mostrada por diversos ângulos, dentro e fora dos vagões. Uma boa sacada de Branagh na cena em que Poirot reúne os 13 suspeitos na entrada de um túnel, que remete para um famoso quadro de Leonardo Da Vinci. Difícil não reconhecer. "Assassinato no Expresso do Oriente" é um filme que vale a pena ver, principalmente por quem conhece a obra de Agatha Christie. Não vai se decepcionar.



Ficha técnica:
Direção: Kenneth Branagh
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil / Scott Free Productions
Duração: 1h49
Gêneros: Suspense / Romance Policial
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #AssassinatonoExpressodoOriente, #AgathaChristie,
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