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14 janeiro 2023

Estreia de "Chef Jack - O Cozinheiro Aventureiro" é o tempero mineiro na animação

Desenho com dublagem de Danton Mello se destaca pela qualidade e o formato 2D (Fotos: Immagini Animation Studios)


Eduardo Jr.


O diretor mineiro Guilherme Fiúza Zenha estreia nesta quinta-feira (19) "Chef Jack - O Cozinheiro Aventureiro", o primeiro longa de animação 100% feito em Minas. A produção se destaca não só por isso, mas também pela qualidade e por ser feito em 2D. Uma ousadia em um momento em que muitas produções apelam - até quando desnecessário - para o formato 3D. 


Na história, Jack é um cozinheiro que se mete em diversas aventuras para conseguir os ingredientes mais raros do mundo e completar suas receitas únicas. 

Dono de um ego bem grande, vê sua reputação ser abalada. E encontra a possibilidade de resgatar o prestígio participando da maior competição de gastronomia do mundo: a Convergência de Sabores. 

Embora domine a culinária, a disputa vai exigir de Jack habilidades de relacionamento - e aí as coisas se complicam. Ele terá que aprender a trabalhar em equipe com o novato pouco confiante, o sonhador Leonard.


O filme é uma produção da mineira Immagini Animation Studios Brasil e Cineart Filmes. A codistribuição fica a cargo da Sony Pictures e da Cineart. A dublagem do protagonista ficou a cargo do experiente Danton Mello (nascido em Passos, interior de Minas). 

O ator já emprestou sua voz a Leonardo DiCaprio em filmes como “Titanic” (1997) e produções como “Os Goonies” (1985) e a franquia “Indiana Jones” (1981 a 2008). Além das animações "Pets - A Vida Secreta dos Bichos" (2016) e "Pets 2" (2019). 


O diretor Guilherme Fiúza (conhecido por trabalhos como “O Menino no Espelho”, baseado na obra do escritor Fernando Sabino) faz sua estreia na animação. E empresta de Sabino um elemento importante para essa história: a amizade. 

Em conversa com a equipe do Cinema no Escurinho, o diretor disse que um traço forte dos mineiros é valorizar as relações com os amigos: “a gente cultua muito a amizade, que está no Clube da Esquina, está na obra de Fernando Sabino, e tem também a cozinha, que é onde a gente se reúne, se sente melhor, é acolhido”. 


Já Danton revelou detalhes técnicos da produção, ao dizer que este trabalho foi diferente de outros realizados. “Às vezes o filme já vem pronto, e aqui não. Eu pude entrar no estúdio e criar, porque não tava colorido, não tinha som… e aí desenharam a boca do Jack em cima da minha voz”, conta. Confira a entrevista abaixo, feita na pré-estreia em BH.


O desenho também se diferencia pela grande quantidade de personagens femininas e de pele parda ou preta. Entre os poucos de pele branca estão a apresentadora do reality de culinária e o vilão, que tenta unir a vitória no jogo a uma vingança particular. 

Além de parecer antenado à crescente abordagem da pauta racial, o filme parece surfar também a onda de programas de gastronomia das TV’s a cabo e aberta. 


"Chef Jack” consegue dialogar com o público jovem por meio de referências a memes e à construção de um gestual que reforça o que a dublagem diz. Nas palavras do diretor, “não é um filme pra você trazer seu filho pra assistir, é pra você vir assistir junto com seu filho, com a família toda”. 

De fato, a obra cumpre esse papel. Mas vale a pena deixar o alerta para os adultos, que podem estranhar cenas mais longas e cenários com desenhos de baixa complexidade. 


No geral, vale destacar o bom trabalho realizado pela equipe enxuta. Nos créditos é fácil ver que o espírito de colaboração (ou o orçamento) fez com que alguns integrantes tivessem até três funções na produção. 

Destaque para o roteiro, criado pelo Arthur Costa, com pós-roteiro e pós-produção de Carlos Daniel Costa, ambos da UFMG, onde nasceu o projeto, desenvolvido ao longo de três anos.

Como o cenário do audiovisual mineiro está distante do que é feito em Hollywood, fica ainda mais evidente o quanto estamos evoluindo e o bom resultado de “Chef Jack”, que diverte, emociona e faz crianças vibrarem.  


Ficha técnica:
Direção: Guilherme Fiúza Zenha
Produção: Immagini Animation Studios e coprodução Pixel Produções e Ciclus Produções
Distribuição: Sony Pictures e Cineart Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h20
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: animação, aventura, culinária

01 setembro 2022

"Predestinado" - A história real do médium Zé Arigó que salvou milhares de vidas

Danton Mello entrega ótima interpretação, especialmente nas cenas de cirurgias espirituais
(Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)



Maristela Bretas


Foram dois anos de espera. Mas finalmente, nesta quinta-feira, estreia nos cinemas brasileiros "Predestinado - Arigó e o Espírito do Dr. Fritz", filme que conta a história real de um dos maiores médiuns da história - José Pedro de Freitas, mais conhecido como "Zé Arigó". 

No papel principal temos Danton Mello em excelente interpretação, conseguindo transmitir a doçura do homem comum e o rigor do espírito do Dr. Fritz (James Faulkner) que ele incorporava durante as milhares de cirurgias espirituais que realizou em Congonhas do Campo (MG), sua terra natal, usando apenas um canivete enferrujado. 


A roteirista Jaqueline Vargas usou como base o livro “Arigó e o Espírito do Dr. Fritz”, escrito pelo jornalista e escritor inglês John G. Fuller, para ajudar a construir o roteiro do filme. A obra literária foi reeditada pela Editora Pensamento e seu novo lançamento acompanha a estreia do filme nos cinemas. 

Veja o vídeo com a narração de atores, diretores e produtores sobre o que representou participar dessa emocionante produção.


Arigó sempre foi um homem simples, humilde e de grande coração. Brigou durante boa parte de sua vida com as vozes que escutava em sua cabeça, julgando, assim como as pessoas que o conheciam, que estava ficando louco. 

Somente mais velho conseguiu entender seus dons mediúnicos e a voz que ouvia do espírito do Dr. Fritz, médico alemão falecido durante a Primeira Guerra Mundial. A partir daí, o médium aceita seu compromisso com a espiritualidade e a missão de salvar vidas sem receber nada em troca.


Pacientes vinham de todas as partes em busca da cura de seus males, nem sempre possível. Ambientado entre os anos 1950 e 1970, o filme mostra o médium sendo combatido e criticado pela igreja, entidades médicas e autoridades. Seu maior inimigo foi Padre Anselmo, pároco da igreja local, papel brilhantemente interpretado por Marcos Caruso.

O filme mostra que, durante sua jornada, Arigó foi orientado pelo também mineiro, Chico Xavier (papel de João Signorelli), sobre os caminhos espinhosos que enfrentaria por seu trabalho de cura espiritual. 


Apesar da perseguição, Arigó sempre contou com o apoio da esposa Arlete Freitas (que era sua prima em quarto grau), com quem teve seis filhos. Coube a Juliana Paes interpretar muito bem a personagem - uma mulher forte, que questionou sua fé, mas cujo amor pelo marido foi maior até mesmo nos piores momentos. 

Ele chegou a ser preso duas vezes. Segundo relatos da época, a primeira  detenção foi sob acusação de curandeirismo. Ele recebeu indulto do então presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976) e saiu livre. Tempos depois, JK, não mais presidente, visitou Arigó para agradecer pela cura de sua filha Márcia, que sofria de leucemia. Isso ocorreu 15 dias antes da morte do médium.


"Predestinado" tem ainda em seu elenco  Alexandre Borges (senador Lúcio Bittencourt), Marco Ricca (juiz Barros), Cássio Gabus Mendes (Cícero, diretor da cadeia), Carlos Meceni (Orlandinho), entre outros. O filme foi gravado na histórica cidade mineira de Congonhas, onde ficava o Centro Espírita Jesus Nazareno, local em que o médium realizou a maioria das curas espirituais. 

Muitas das imagens são reproduções fiéis de fotos da época, dando maior autenticidade ao roteiro, que foi aprovado pelos filhos de Arigó e Arlete. A fotografia também é um destaque, em especial nas cenas do médium ainda menino sufocado pelo medo de estar cometendo pecado por suas visões, e as do encontro com Chico Xavier à beira de um rio.


Uma bela e emocionante produção, que respeita o espiritismo e desmente muitas das inverdades contadas sobre o médium à época, por preconceito, medo ou desconhecimento sobre a cura espiritual. Fiel a Deus, Zé Arigó tornou-se esperança de cura para mais de quatro milhões de pessoas que vinham em constantes caravanas. 

Ele chegou a atender mil pessoas por dia e mostrou que era possível fazer o bem sem exigir nada em troca. Recusou entrar para a política e aceitar benesses da indústria farmacêutica, diferente de outros líderes religiosos. "Predestinado - Arigó e o Espírito do Dr. Fritz" é um filme que vale a pena ser conferido.


Ficha técnica:
Direção: Gustavo Fernandez
Roteiro: Jaqueline Vargas
Produção: Moonshot Pictures / Fj Produções / The Calling Production / Paramount Pictures / Camisa Listrada BH
Distribuição: Imagem Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h49
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: drama

25 junho 2019

"Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" dá vontade de levar todos os bichinhos pra casa

O cãozinho Max e seus amigos voltam a viver novas aventuras enquanto seus donos não estão em casa (Fotos: Universal Studios/Divulgação)

Maristela Bretas

Pensa numa animação ótima. E se a continuação for ainda melhor? Pois foi o que aconteceu com "Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" ("The Secret Life of Pets 2"), que estreia dia 27 de junho nos cinemas. Engraçado, emocionante, cheio de aventuras - na cidade e no campo - e situações do cotidiano que vão fazer mamães e papais de pequeninos e donos de filhotes se identificarem e darem boas gargalhadas e até chorarem. Afinal, filhote é tudo igual, humano ou animal, só muda o endereço.


Mas será Max (dublado em português por Danton Mello) quem vai novamente puxar o fio da história e abrir espaço para surgirem outros heróis caninos e felinos (e até "coelhinhos"). Da vida rotineira na cidade, a aventura desta vez também vai para o campo para ensinar boas lições ao cãozinho estressado do primeiro filme que nunca saiu da cidade grande. Ele viaja para a fazenda junto com sua família, agora maior, já que Katie (voz de Sylvia Salustti), a dona dele e do desajeitado Duke (voz de Tiago Abravanel) se casa e tem um filho - Liam.


Para quem tem filho pequeno e animais em casa, "Pets 2" aborda com muito humor e sensibilidade a relação entre bicho e gente. O animal se torna um guarda-costas da criança, evitando que ela se machuque ou se afaste dele (como muitos pais). Ao mesmo tempo, começa a ficar estressado e a criar temores, especialmente do abandono, precisando procurar um veterinário especialista em comportamento animal. Max apresenta, na verdade, os medos de muitos pais e mães com os filhos pequenos (e pela vida toda). Assim como a hora de deixar o pequenino ganhar asas e ir para a escolinha.


Enquanto Max aprende numa fazenda a se tornar "um cara" mais confiante e menos possessivo com Liam, em Nova York seus amigos terão de se virar para salvar um filhote de tigre branco maltratado pelo dono de um circo itinerante. Nesta parte da história entra a abordagem dos maus-tratos e da questão de circos que ainda exploram animais, o empoderamento das fêmeas animais (como nos filmes de ação com as mulheres dominando as cenas). As estrelas desta parte da história serão as cadelinhas Gigi (voz de Angélica Borges), da raça Lulu da Pomerânia, a shitzu Daisy (dublagem de Dani Calabresa) e a gata Chloe (Mônica Rossi).


Não falta um super-herói e ele é Bola de Neve, o coelhinho branco fofinho, mas marrento e que se acha um super-herói. O personagem é dublado em português por Luis Miranda e na versão original novamente por Kevin Hart. Vários outros personagens animais do primeiro filme estão presentes na aventura para ajudarem na operação de salvamento do tigre - o salsichinha Buddy, o pug Mel, o hamster Norman (dublado pelo diretor Chris Renaud) e até Pops, o cão ranzinza de coração mole.



A sequência de "Pets - A Vida Secreta dos Bichos" anda alguns anos, com Katie casada e alguns de seus vizinhos, donos dos pets do primeiro filme com filhos eu seguindo suas vidas. E quando saem de casa, Max e seus amigos agora dividem as atenções com os novos integrantes da família. E cada um deles vai passar por diferentes experiências e aprender a ver a vida de outra forma com seus pequenos novos donos.


Chris Renaud, que dirigiu o primeiro filme (que faturou mundialmente mais de US$ 875 milhões) e também "Meu Malvado Favorito 1 e 2" (2010 e 2013) acertou em todos os pontos nesta continuação- uma animação gostosa de assistir, bem humorada, tratando de temas que divertem e emocionam, com personagens que são simpáticos ao público em geral. A classificação é livre, mas a diversão é garantida para todas as idades. Uma ótima opção para um programa em família e para aqueles que amam seus bichinhos de estimação.


Ficha técnica:
Direção: Chris Renaud
Produção: Illumination Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h27
Gêneros: Animação / Comédia / Família
País: EUA
Classificação: 6 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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29 maio 2018

"Antes que eu me esqueça" - É preciso falar de demência senil

José de Abreu e Danton Mello são pai e filho que tentam se acertar nesta comédia dramática (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Filmes sobre velhos estão em alta. Depois da contundência de "Ella e John" e do romantismo de "Acertando o Passo" - só para ficar nos mais recentes - está em cartaz o brasileiro "Antes que eu me esqueça", primeira longa de ficção de Tiago Arakilian, que há mais de 30 anos trabalha com produção de cinema. Desta vez, a história utiliza - e até privilegia - o humor para falar de relações familiares, desencontros e, principalmente, de solidão.

O grande trunfo do filme, o que fisga o espectador do início ao fim, é a atuação brilhante de José de Abreu interpretando um irascível e arrogante juiz aposentado de 80 anos às voltas com os primeiros sintomas de uma demência senil. A expressão corporal e facial do ator impressiona, emociona e surpreende, principalmente quando seu personagem, Polidoro, decide, àquela altura da vida, se tornar sócio de uma boate de strip-tease de Copacabana. Os demais personagens e intérpretes giram em torno dele.

É quando uma das filhas de Polidoro, Bia (Letícia Isnard) tenta interditar o pai na Justiça que o filme parece discutir e abordar o outro tema da história: a relação pai e filho. Como Paulo (Danton Mello) o outro filho do velho, anda afastado, o juiz determina que os dois refaçam os laços antes de conceder a interdição. Pianista frustrado, pessimista e derrotado, o jovem se vê obrigado a encontros periódicos com o pai, sempre sob a supervisão da rígida promotora Maria Pio (Mariana Lima).


Estão ainda no elenco Guta Stresser, exagerando no estereótipo como a garçonete bailarina da boate; Augusto Madeira como o amigo pianista de Paulo; Eucir de Souza como o enfadado genro Alceu, e até um inesperado Dedé Santana, vivendo um dos amigos do juiz.

Como quase toda comédia dramática, "Antes que eu me esqueça" exagera um pouco nos clichês e obviedades. Há também situações que parecem carregar propositalmente no humor, talvez por se tratar da terceira idade e de demência senil - o que se revela um equívoco. Velhos, boate, strip-tease, bailarinas - tudo parece uma associação feita para o riso.


Mas o que fica, ao final, é a sensação de que é preciso sim falar da velhice e de todos os desconfortos, esquisitices e problemas que ela traz, não apenas aos velhos, mas principalmente às suas famílias. Num dos momentos mais desconcertantes do filme, Polidoro decreta: "O pior da velhice é a gente lembrar que está esquecendo". Felizmente, a delicadeza e a emoção vencem. 
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos



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