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20 julho 2019

"Turma da Mônica: Laços", uma ótima produção nacional para matar a saudade dos gibis

Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão vão enfrentar vilões para tentar recuperar o cãozinho Floquinho (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Não é por menos que o filme “Turma da Mônica – Laços” atingiu a marca de mais de um milhão e meio de espectadores desde o seu lançamento em 27 de junho. A produção nacional dirigida por Daniel Rezende e baseada na obra homônima lançada em 2013 pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi é uma volta à infância com nostalgia e emoção. Os atores mirins - Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) são carismáticos e autênticos representantes dos personagens criados por Maurício de Sousa. 

Maurício de Sousa em BH (Foto: Maristela Bretas)
O cartunista, que esteve em Belo Horizonte para o lançamento do filme juntamente com o diretor, afirmou que se sente feliz em espalhar alegria e satisfação e que pretende continuar fazendo isso enquanto puder. "Esse é o primeiro filme da série, devem vir mais, tá todo mundo gostando. Depois vou fazer coisas novas por aí", afirmou.


Para ele, ver os personagens de seus quadrinhos em carne e osso foi uma realização. "Foi um sonho realizado. Eu sonhava há um tempo mas tinha receio de não conseguir atores crianças que pudessem fazer isso. O Daniel Rezende conseguiu, depois de ouvir milhares de crianças, escolher os atores certos, que viraram uma segunda Turma da Mônica, ao vivo. Não é por aqui que vamos parar, já que encontramos a fórmula, vamos continuar", disse Maurício de Sousa.


Além dos atores mirins, a aventura trouxe outra agradável e divertida surpresa: a presença de Rodrigo Santoro interpretando o Louco. O ator, que confessou em entrevista que era seu personagem predileto, incorporou os trejeitos e filosofias descompassadas (mas muito reais), entregando um Louco idêntico ao das histórias dos gibis. Um dos bons momentos do filme. 


Impossível não falar de um famoso coelhinho azul, razão de todos os planos "infalíveis" de Cebolinha para tomar o poder de Mônica e se "tolna o lei da lua". Sansão está no filme, claro, em todas as cenas e tem uma importante participação na trama. Companheiro inseparável da "baixinha dentuça" (ela que não me ouça). Sansão também é o amigo especial de outras crianças. Alice Maia, de 4 anos, que o diga. Para onde vai, especialmente na estreia do filme no cinema, ela sempre está abraçada ao amigo peludo de olhos grandes. E ai de quem tentar dar nó nas orelhas de seu coelhinho. Ela vira Mônica!. Papai Joubert que o diga?


"Turma da Mônica - Laços" é um espetáculo de imagens, locações e fotografia. A escolha dos locais onde acontece a aventura do quarteto fantástico infantil é um dos pontos altos do filme, assim como o horário de gravação, aproveitando a melhor luz do dia em meio a uma mata densa e pontos turísticos de Poços de Caldas. A cidade mineira foi a escolhida para abrigar o "bairro do Limoeiro". As gravações aconteceram em junho do ano passado em diversos pontos turísticos, como a Praça Pedro Sanches, o Parque José Affonso Junqueira e o Parque da Serra de São Domingos. Mais uma atração para os mineiros.

Na história, a turminha sai em busca de Floquinho, o cãozinho esverdeado de Cebolinha, que desapareceu. Para tentar encontrá-lo, o jovem do cabelinho espetado vai criar mais um de seus "planos infalíveis" e precisará contar com a ajuda dos fiéis amigos Mônica, Magali e Cascão. Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e viver uma emocionante aventura para levar o cão de volta para casa e desvendar um mistério. Imperdível, uma grande produção nacional para fazer voltar a ser criança.


Ficha técnica:
Direção: Daniel Rezende
Produção: Biônica Filmes / Quintal Digital / Globo Filmes / Maurício de Sousa Produções 
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h36
Gêneros: Aventura / Família
País: Brasil
Classificação: 6 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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20 abril 2019

Comovente, "O Tradutor" revela o poder transformador da compaixão

Rodrigo Santoro interpreta Malin, um professor universitário cubano que vai trabalhar em um hospital para crianças vindas de Chernobyl (Fotos: Gabriel G. Bianchini)

Mirtes Helena Scalioni


Tudo pode mudar a qualquer momento. A rotina, a vida, as certezas, tudo pode se transformar de uma hora para a outra quando alguém se envolve em um acontecimento marcante e é tocado de alguma forma por ele. Essa parece ser a verdade escancarada no filme "O Tradutor", que conta a história de Malin, um sisudo professor universitário cubano de Literatura Russa que vê sua vida tranquila e equilibrada virar de cabeça para baixo quando é convocado pelo governo a trabalhar na ala infantil de um hospital em Havana. Lá, estão em tratamento dezenas de crianças vítimas do desastre nuclear de Chernobyl, algumas com leucemia. 


Antes, é preciso salientar que o filme é dirigido pelos irmãos Rodrigo e Sebastián Barriuso, filhos do professor Malin original, o verdadeiro tradutor. Eles são, portanto, praticamente testemunhas do fato, se não presenciais, no mínimo como portadores das histórias que cresceram escutando, ou mesmo como vítimas da transformação do próprio pai. Isso confere legitimidade a "O Tradutor", que emociona sem pieguices e exageros. O excelente desempenho de Rodrigo Santoro no papel principal também ajuda. Falando russo e espanhol com certa fluidez e naturalidade, exibindo uma expressão corporal primeiro altiva, depois deprimida, decadente, o ator brasileiro convence e merece aplausos. 


Além de Santoro, cuja transformação o público acompanha a olhos vistos, fazem parte do elenco Yoandra Suárez como Isona, a mulher do professor; Estelinda Nuñes como a Dra. Rivas; Genadijs Dolganous como Vladimir, o pai de uma das crianças; e, destacando-se, Maricel Álvarez como a enfermeira Gladys, que faz um jogo bonito de se ver com o brasileiro. As cenas em que os dois atuam, num bate-bola convincente entre dois atores experientes, são eficientes, além de comover. Merecem atenção também as atuações das crianças, verdadeiras e envolventes.


Detalhe que chama atenção no longa: como é passado em 1989, Havana é apresentada ao público em dois períodos diferentes. Antes da queda do muro de Berlim, é notório o progresso e a fartura de Cuba. Supermercados sortidos e casas confortáveis se chocam, após a queda, com a escassez de combustíveis, as dificuldades, a falta de tudo. O mesmo acontece com o professor Malin, que primeiro detesta a missão que lhe é imposta, mas vai aos poucos sendo tomado pela empatia ao presenciar o sofrimento das crianças e suas famílias. Enfim, "O Tradutor" é um filme melancólico, pois fala de transformação pela dor. Mas mesmo assim - talvez por isso - imperdível.  Sessões no Belas 1, às 14h e 18h40.
Duração: 1h47
Classificação: 12 anos
Distribuição: Galeria Distribuidora


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