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17 março 2023

Reforço no elenco não salva “Shazam! Fúria dos Deuses” da infantilidade

Zachary Levi retoma o papel do super-herói com poderes de deuses (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Como alguém pode achar que um jovem de 18 anos pode ter um comportamento tão infantil e bobo como adulto nos dias de hoje? Pois o roteirista de “Shazam! Fúria dos Deuses”, segundo filme da franquia do herói da DC Comics, acha que é possível.

Se no primeiro filme – “Shazam!” (2019), o ator Zachary Levi já interpretava um meninão grande, nesse ele não evoluiu nada, ao contrário dos irmãos adotivos que dividem a fama e o fracasso de super-heróis com ele.

A produção adotou o estilo de grandes batalhas com destruição de cidades que a Marvel já fez em vários filmes da franquia "Vingadores", como “A Era de Ultron” (2015), por exemplo.


Temos também carros explodindo e voando sobre as pessoas, personagens atravessando prédios e apanhando muito dos vilões e monstros atacando os habitantes da cidade.

No filme, as três filhas de Atlas, deus do Olimpo, vêm à Terra para recuperar o cajado com o poder tirado do pai pelos magos. Elas terão de enfrentar Shazam e seu grupo de amigos adolescentes e super-heróis como ele, que vão tentar evitar a destruição da raça humana pelas vilãs.

Apesar de esforçados, os jovens são bem trapalhões e não são bem vistos pela população da Filadélfia.


Vilãs são o destaque
E são elas que se destacam na produção. Estão muito melhores que o mocinho, tanto na atuação, quanto nos trajes bem produzidos de deusas guerreiras do Olimpo.

Curiosidade: as atrizes Lucy Liu, Hellen Mirren e Rachel Zegler foram escaneadas para que os trajes fossem confeccionados. A equipe de figurinistas também utilizou a impressão 3D para dar definição e textura adicionais aos corpetes e saias.


Lucy Liu está ótima como Kalypso, a filha do meio que controla mentes. É a mais cruel e quer o extermínio dos humanos.

Helen Mirren é Héspera, a mais velha e com poderes dos raios busca justiça em nome do pai, sem destruição. Como sempre, a atriz (do excelente "A 100 Passos de um Sonho" - 2014) tem presença marcante cada vez que aparece.


O mesmo não se pode dizer da terceira deusa, Anthea, papel de Rachel Zegler, que não passa de uma adolescente de 6.000 anos. 

O comportamento da personagem é semelhante ao dos irmãos adotivos de Billy Batson (papel de Asher Angel), o Shazam jovem que é mais maduro que sua versão adulta de super-herói.


Elenco secundário
No elenco, novamente Jack Dylan Graze se destaca em "Shazam! Fúria dos Deuses” como Freddy Freeman, o irmão de Billy que necessita de uma muleta para andar. 

Mesmo abordando superficialmente  a deficiência, a dependência do equipamento terá importância no crescimento do personagem.

A pequena Darla (papel de Faithe Herman) continua a parte fofa do grupo de super-heróis e conquista pela simpatia. Os demais irmãos entregam o esperado como coadjuvantes.


As interpretações de alguns dos atores adolescentes ainda são melhores que suas versões adultas, que lembram muito os "Power Rangers."

Outro que ganhou mais espaço na franquia foi Djimon Hounsou, o mago que deu os poderes dos deuses a Billy Batson para que se tornasse Shazam. Terá papel importante na luta para salvação dos habitantes da Terra.


Família em primeiro lugar
Além das batalhas, com bons efeitos visuais e muita ação, o longa dirigido por David. F. Sandberg (que dirigiu também o primeiro filme) aposta na questão da família, tanto do lado dos mocinhos quanto das vilãs.

“Família em primeiro lugar” é a frase que o super-herói do raio no peito (descendente bonzinho de “Adão Negro” - 2022) usa, numa alusão a Dominic Toretto, da franquia “Velozes e Furiosos”, reforçada nos filmes "7" (2015) e "8" (2017).


De um lado temos os super-heróis adolescentes tentando provar que cresceram e querem ganhar o mundo, assumindo responsabilidades, inclusive com os pais adotivos

Do outro, três irmãs guerreiras de idades diferentes disputando o poder que era do pai Atlas e a melhor forma (correta ou não) de recuperarem o legado dele como um dos deuses.

As piadinhas infantis sem graça e associações a filmes da Marvel predominam no filme, o que o deixa ainda mais infantil. Shazam não convence nem quando tenta bancar um herói digno dos poder que lhe foi dado.


Mesmo com quase 18 anos, ainda faz brincadeiras de uma criança de 6 anos. Já deveria estar mais maduro, especialmente pelo histórico de vida que tem. Mas Shazam continua sendo o meninão bobo e perdido do primeiro filme.

Para quem busca uma diversão cinematográfica despretensiosa, sem novidades (especialmente para quem viu o primeiro longa), com muitos efeitos visuais, mas roteiro fraco, “Shazam! Fúria dos Deuses” pode ser uma opção para levar os filhos de até 12 anos.

Fica a dica: o filme tem duas cenas pré e pós-créditos. Nada relevante, mas a primeira indica que pode vir por aí uma terceira produção.


Acessibilidade
O blog Cinema no Escurinho vai inserir em suas críticas, sempre que o distribuidor do filme disponibilizar, o trailer com acessibilidade. Clique neste link para conferir.

Ficha Técnica
Direção:
 David. F. Sandberg
Produção: New Line Cinema / The Safran Company
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h11
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: fantasia, aventura, ação

04 abril 2019

"Shazam!" - Um super-herói meninão que garante boas risadas e ótimos efeitos visuais

Jack Dylan Grazer e Zachary Levi entregam boas interpretações e são a diversão nesta nova produção com personagem da DC Comics (Fotos: Steven Wilke/Warner Bros. Entertainment)

Maristela Bretas


Humor, ação e muitos efeitos são os ingredientes bem dosados de "Shazam!", nova aposta com um super-herói da DC Comics que estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas. A fórmula funciona muito bem e deverá garantir mais uma ótima bilheteria à Warner, como outros dois sucessos da mesma família - "Mulher Maravilha" (2017) e "Aquaman" (2018) -, mostrando que estão acertando o rumo na disputa com a Marvel. Os fãs agradecem e vão esquecendo, aos poucos, produções que deixaram a desejar, como "Esquadrão Suicida" (2016).


A escolha do ótimo cômico ator Zachary Levi ("Thor: Ragnarok" - 2017) para interpretar o super-herói que usa collant vermelho com um raio amarelo no peito (não confunda com Flash, da mesma DC Comics que tem fantasia quase igual) foi muito acertada. Ele entrega um personagem engraçado, trapalhão, forte e sem noção de seus poderes, usando às vezes em brincadeiras e para ganhar uns trocados. Afinal, Shazam é apenas um jovem de 15 anos no corpo de um homem de 30. O adolescente Billy Batson é vivido pelo ator Asher Angel, que se transforma num adulto quando usa a palavra mágica - "Shazam!".



Além dos problemas da idade, Billy sofre por ter se perdido da mãe aos 6 anos e estar sempre passando por lares de crianças abandonadas. Até cair na casa do casal Victor e Rosa Vasquez e conhecer aquele que vai se tornar seu maior amigo e aliado, Freddy Freeman, interpretado pelo ótimo Jack Dylan Grazer (de "Querido Menino" - 2019 e "It: A Coisa" - 2017). Ele é um garoto com deficiência que só quer ser notado e ter um amigo super-herói, como Batman ou Superman, por exemplo. As cenas de Freddy e Shazam são as mais engraçadas do filme, afinal, como todo adolescente que quer ser adulto, eles aproveitam para experimentar tudo o que a maioridade permite fazer, como beber cerveja, por exemplo. 



Mark Strong ("Kingsman: O Círculo Dourado" - 2017) foi outro acerto para o papel do cientista Dr. Thaddeus Sivana (ou Silvana), o arqui-inimigo dos quadrinhos que quer roubar os poderes do herói. Menos conhecido do público em geral que seus irmãos de HQs, Batman e Superman, mas bem mais simpático, Shazam é bem apresentado no filme, assim como o Dr. Sivana, e como seus mundos se encontraram. 



Ambos são fortes, mas a diferença de idade e maturidade conta muito na hora das batalhas. Dr. Sivana é um adulto traumatizado e cruel enquanto Shazam é um garoto bom mas solitário em corpo de homem, que brinca de super poderes e segue tudo o que o amigo Freddy manda, muitas vezes sem medir as consequências do que está fazendo. 


Os efeitos visuais são outro destaque de "Shazam!". Muitos raios, de ambos os lados, monstros assustadores, batalhas no ar e em terra, destruição de prédios, magos com poderes e boas perseguições. Os assuntos sérios também são abordados, como o bullying à deficiência de Freddy, a busca de Billy por sua mãe natural e a relação em um lar onde todos precisam se unir para ser uma boa família. Os atores que formam este grupo também fazem um bom trabalho, com destaque para Faithe Herman, que interpreta a muito fofa Darla, a mais jovem dos "irmãos". 


"Shazam!" ganha o público principalmente pelo jeitão infantil do super-herói com peito estufado que vibra como uma criança cada vez que descobre um novo poder. O filme também faz inúmeras referências a outros personagens da DC, tanto nos brinquedos de Freddy quanto nos diálogos e especialmente no final e na ficha técnica, o que torna a produção ainda melhor, mais leve e divertida, com humor inteligente, sem cair no pastelão. Vale muito a pena conferir. 

FIQUE ATENTO: Este filme também tem duas cenas pós-créditos, a primeira mais importante.



Ficha técnica:
Direção: David F. Sandberg 
Produção: New Line Cinema / DC Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h12
Gêneros: Ação / Fantasia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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