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17 abril 2024

"Guerra Civil" é uma homenagem ao fotojornalismo com fortes referências ao perigo do extremismo

Wagner Moura interpreta um jornalista que percorre os EUA com outros jornalistas mostrando o conflito que divide o país
(Fotos: A24/Divulgação)


Maristela Bretas


Uma superprodução que merece entrar numa disputa ao Oscar 2025 por roteiro, direção, interpretação e, em especial, fotografia, mesmo mostrando, sem filtro, as atrocidades de uma batalha fictícia. Este é "Guerra Civil", longa que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas e já é sucesso de bilheteria nas salas dos EUA.

O filme faz referências bem claras ao ataque ocorrido no país, em 2021, com a invasão ao Capitólio. Ao mesmo tempo em que mostra como a desinformação e o extremismo de direita podem levar um país ao caos quando disputam ou tentam retornar ao poder. Lembra a situação semelhante ocorrida no Brasil em janeiro de 2023.


No elenco temos como protagonistas o brasileiro Wagner Moura (Joel), Kirsten Dunst (Lee) e Cailee Spaeny (Jessie), jornalistas que percorrem os Estados Unidos durante o intenso conflito que envolve toda a nação. O país se vê dividido entre o governo oficial, com sede em Washington, e grupos separatistas de importantes estados, como Califórnia, Texas e Flórida.

A violência toma conta das ruas, a população é massacrada e a imprensa perseguida. O presidente fascista, interpretado por Nick Offerman, se tranca na Casa Branca, protegido por soldados, e ilude seus seguidores com informações de que ele tem o controle da situação e a vitória é certa, "em nome da pátria, de Deus e dos americanos de bem".


Este é o cenário que o trio, acompanhado pelo experiente correspondente de guerra, Sammy (Stephen McKinley Henderson), vai enfrentar ao atravessar as zonas de conflito de uma ponta a outra dos EUA. 

Ao mesmo tempo, vai se deparar também com comunidades totalmente alienadas ao que está ocorrendo. O elenco bem afinado conta ainda com boas interpretações de Jesse Plemons (marido na vida real de Dunst), Nelson Lee (Tony), Sonoya Mizuno (Anya), entre outros.


O diretor e roteirista Alex Garland mostra Américas completamente opostas, mas violentas e cruéis em ambos os lados do conflito. A violência marca o longa do início ao fim, como esperado de uma produção do gênero, com muitas mortes e torturas. 

Mas ele soube explorar com excelência essas imagens por meio do fotojornalismo. "Guerra Civil" dá um show neste quesito, especialmente nas fotos em preto e branco, que expõem de maneira mais real a dor, a crueldade, o espanto, a morte, a perda e o desalento.

Cabe às fotojornalistas Lee e Jessie capturarem a essência do conflito e suas intérpretes, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny, entregam um ótimo trabalho. Wagner Moura não fica para trás, no papel do jornalista que tenta manter o foco da cobertura dos fatos, mas se abalando quando ele e seu grupo de tornam alvo e sofrem as consequências do conflito. Os efeitos visuais também são muito bons, em especial os dos ataques dos envolvidos da disputa.


O roteiro de "Guerra Civil" é uma homenagem ao jornalismo e aos jornalistas que fazem coberturas de conflitos, correndo os mesmos riscos dos combatentes. O próprio Alex Garland defendeu em entrevista ao jornal "The Guardian" que "jornalistas não são um luxo, são uma necessidade. É importante que a imprensa seja livre, respeitada e confiável".

O filme, apesar de ser uma ficção de guerra, se aproxima muito da vida real. E qualquer país, onde o extremismo e a desinformação predominem, está sujeito a passar por esta situação. "Guerra Civil" é um longa que vale a pena conferir, de preferência em uma sala Imax, para aproveitar melhor a experiência cinematográfica da produção.


Ficha técnica
Direção e roteiro: Alex Garland
Produção: A24
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h50
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: guerra, drama, ficção

11 abril 2024

"Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" é uma boa e nostálgica sequência do longa de 2021

Elencos dos dois primeiros filmes e da produção de 2021 estão juntos novamente, lutando contra um perigoso vilão que quer congelar o planeta (Fotos: CTMG)


Maristela Bretas


Atenção fãs da franquia, estreia nesta quinta-feira nos cinemas o longa "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" ("Ghostbusters: Frozen Empire"), uma sequência de "Ghostbusters: Mais Além" (2021) que pode agradar. 

Ele explora novamente a nostalgia, trazendo referências em cenas e diálogos ao início da franquia, além da união dos novos caça-fantasmas com os originais, como aconteceu há três anos. 

Gil Kenan, roteirista do filme anterior, assume a direção no lugar de Jason Reitman – que continua no roteiro ao lado de Kenan. A dupla faz uma homenagem ao pai de Jason, Ivan Reitman, que dirigiu os dois primeiros filmes - "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Os Caça-Fantasmas 2" (1989). 


O roteiro dessas duas produções foi escrito por Dan Aykroyd e o ator/diretor/roteirista Harold Ramis (falecido em 2014), que também interpretou o professor Egon Spengler e foi homenageado em 2021. 

Em "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo", Callie (Carrie Coon), e seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace) agora vivem com o professor Gary Grooberson (Paul Rudd) e se tornaram Caça-Fantasmas. 

Eles assumem a responsabilidade que um dia foi do pai de Callie, o professor Spengler, e seus amigos. A família retorna para o antigo quartel de bombeiros em Nova York, onde funcionava a sede do grupo original. 


A descoberta de um artefato antigo liberta uma entidade maligna que ameaça congelar todo o planeta. Para enfrentar o novo vilão, "Ghostbusters - Apocalipse do Gelo" traz novamente os caça-fantasmas que iniciaram a franquia.

Peter Venkman (Bill Murray), Ray Stantz (Dan Aykroyd) e o agora empresário e financiador dos Caça-Fantasmas, Winston Zeddemore (Ernie Hudson), se juntam aos novos caçadores. 

Eles ainda vão poder contar com a participação da antiga secretária do grupo, Janine Melnitz (Annie Potts) e do prefeito Walter Peck (papel de William Atherton). 


A produção tem várias referências aos filmes originais, a começar pela participação de Geleia, o fantasma verde gosmento. Mas a repaginada de CGI que deram nele não ficou tão simpática e engraçada quanto o primeiro. 

Também estão de volta as perversas e divertidas miniaturas do Homem de Marshmallow Stay Puft, que aproveitam para mostrar que ainda podem aprontar bastante.

Os diálogos da "velha turma" são pura nostalgia. Quem assistiu aos filmes de 1984 e 1989 vai entender as menções que eles fazem às situações engraçadas e de perigo que viveram no passado. A impressão que dá é de que, mais um pouco, entravam em cena Sigourney Weaver e Rick Moranis.


De "Ghostbusters: Mais Além" estão de volta também Logan Kim, como Podcast, e Celeste O´Connor, como Lucky Domingo. O elenco ganha o ótimo reforço de Kumail Nanjiani, que faz o papel do comerciante picareta de objetos antigos, Nadeem Razmaadi, e será peça importante na trama.

Ao contrário do filme anterior, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" é mais descontraído e retoma o estilo de comédia, graças especialmente à turma antiga, que ganha uma participação maior. 

O destaque da vez fica para a personagem Phoebe, que precisa resolver sua relação com o padrasto e ainda provar que é capaz, com seus 15 anos, de ser uma caça-fantasmas e vencer as forças do mal.


Um ponto negativo é a cena da batalha, que poderia ter sido melhor explorada, especialmente por reunir os dois grupos e colocá-los frente a frente com Garraka e seu exército de fantasmas. 

Durou pouco tempo, poderia ser uma batalha grandiosa, mas pecou em efeitos especiais, atrapalhando a participação do vilão do gelo, que tinha tudo para ser o novo Gozer da franquia.

Mesmo assim, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" vale a pena assistir nos cinemas e curtir, mais uma vez essa turma junta enfrentando os piores e também os mais divertidos fantasmas. E o diretor já deixou a brecha para um terceiro filme. Alerta: tem cena curta pós-crédito. 


Ficha técnica:
Direção: Gil Kenan
Roteiro: Gil Kenan e Jason Reitman
Produção e distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, fantasia, comédia

09 abril 2024

"Evidências do Amor" é um filme para fãs de Sandy e Fábio Porchat

Dupla tem boa química, mas comédia longa e morna não traz nada de novo e fica bem cansativa da metade
em diante (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Curtiu Sandy e Júnior na adolescência? Acompanha Fábio Porchat no Porta dos Fundos ou em seus programas? Não consegue ficar livre de uma música chiclete, mesmo sendo uma de suas preferidas? Então, "Evidências do Amor", que estreia nesta quinta-feira (11 de abril) é um filme que poderá lhe agradar. 

Dirigido por Pedro Antônio Paes, a comédia traz o casal pouco provável como artistas num romance que começa num piscar de olhos e acaba sem explicações. 


Para delírio dos fãs, o roteiro coloca Sandy e Porchat se beijando de uma maneira bem convincente do início ao fim do filme, ao som de "Evidências", que apesar de ser uma música linda, gruda na cabeça a ponto de irritar, de tanto que toca e nos mais variados formatos.

O filme é inspirado na música, composta por José Augusto e Paulo Sérgio Valle e lançada pela dupla Chitãozinho & Xororó. A história acompanha o casal, Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy), que se apaixonam após cantarem "Evidências" juntos em um karaokê. 


Em meio a muitos altos e baixos, eles acabam terminando o namoro, mas todas as vezes que escuta a música, Marco sofre um apagão e retorna a momentos em que discutia com sua ex. Agora ele só quer colocar um fim neste tormento.

A dupla mostra uma boa química, mas não apresenta nada além do que os artistas já fazem em suas carreiras. Sandy é a cantora com uma voz linda e o mesmo rosto bonito de quando era adolescente, que volta a atuar depois de 10 anos e deverá arrastar uma infinidade de seguidores para os cinemas.


Já o humorista exagera nas caras e bocas em cenas cômicas e até mesmo nas dramáticas. Exceto quando o personagem lembra do pai - este é um momento emocionante e ele segurou bem. Mas Porchat passa o filme sendo Porchat. 

Os personagens são superficiais, assim como o roteiro cheio de clichês, com piadas sem graça. A cena de nudez do humorista durante uma festa careta de família até arranca algumas risadas do público. 

Ponto positivo para Evelyn Castro (a amiga Júlia) que, com seu jeito espalhafatoso, consegue segurar os momentos engraçados e poderia ter sido mais bem aproveitada.


A trilha sonora, além da música-tema também é recheada de sucessos sertanejos conhecidos do público, especialmente os cantados pela dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, que também faz uma pequena participação no longa, claro.

Não espere muito de "Evidências do Amor". É uma comédia de sessão da tarde longa e morna, com efeitos especiais que, de tão repetitivos e forçados, chegam a ficar chatos. Mas o que mais marca o filme é a maldição de sair do cinema sem conseguir tirar a música-tema da cabeça. Uma produção para fãs, com certeza.


Ficha técnica:
Direção: Pedro Antônio Paes
Produção: Framboesa Filmes e Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h46
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gêneros: comédia, romance

06 abril 2024

"A Saudade que Fica" é amor transcendental e o poder transformador da arte e do cinema

Drama japonês dirigido por Michihito Fujii emociona e nos faz questionar os limites entre a vida e a morte (Fotos: Netflix)


Silvana Monteiro


Procura um filme que, com certeza, vai te fazer chorar? Então vale a pena conferir "A Saudade que Fica" ("The Parades"). Dirigido por Michihito Fujii e exibido na Netflix, o longa japonês aborda temas como amor transcendental, separação terrena, luto, perdão e cura dos traumas materiais e espirituais, com sensibilidade e profundidade.

A narrativa nos faz questionar os limites entre a vida e o que ocorre após morrermos. Como seria se pudéssemos continuar algumas atividades após a morte? E se fosse possível proteger os entes queridos, pedir perdão ou perceber aspectos que não foram vistos em nossa personalidade?


Após uma calamidade devastadora, Minako (Masami Nagasawa) procura pelo filho desaparecido, até descobrir que está morta. Ela embarca em uma jornada emocional em busca de seu filho, Ryo. Sua inquietação é marcada por sua incapacidade de interagir com os vivos, o que intensifica sua dor.

Minako é resgatada e levada a um bucólico "parque de diversões” de um vilarejo remoto, onde encontra outros espíritos “vivenciando” situações que os mantêm ligados a esta dimensão. A conexão entre eles resulta em uma colaboração mútua e ajuda emocional. Será que Minako vai encontrar Ryo? Ele está vivo? Onde ele está? Como vai ser esse encontro?


Aos poucos, de uma forma surpreendente, o enredo vai revelando acontecimentos paralelos à peregrinação noturna dessas almas. É interessante como não se formam vilões e nem heróis. O drama humaniza as ações e reações, o que o torna especial. 

As tramas intricadas e os planos mirabolantes do cineasta Michael (interpretado por Lily Franky), as observações e escritos do jovem Akira (Kentaro Sakaguchi), a contemplação familiar de Kaori (Shinobu Terajima), o passado conturbado de Shori (Ryūsei Yokohama) e as angústias da jovem Nana (Nana Mori) são apresentados com uma sensibilidade tão envolvente que até os eventos mais intensos são suavizados para o espectador.


O ponto alto reside nas narrativas entrelaçadas, que se desdobram como histórias dentro da história. Através de uma sessão de cinema e da produção de um filme, as narrativas desses espíritos são revividas, reinterpretadas e libertas. Um plot twist arrebatador diferencia o filme das abordagens convencionais sobre temas espíritas.

A fotografia é espetacular com destaque para as cenas que mostram o mar e o ambiente confortavelmente iluminado e bucólico onde se encontram os espíritos.


Apesar das mais de duas horas de filme, as referências entre nossas vidas e a construção e finalização de uma obra cinematográfica deixam tudo mais leve e saboroso. 

"A Saudade que Fica" é um testemunho do poder do cinema em explorar temas profundos e complexos, oferecendo uma perspectiva única sobre a vida, a morte e o que pode existir além. Sente-se confortavelmente e prepare os lenços.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Michihito Fujii
Produção: Babel Label
Exibição: Netflix
Duração: 2h12
Classificação: 14 anos
País: Japão
Gêneros: drama, família

03 abril 2024

"Licença para Enlouquecer": nem uma pandemia atrapalha essa amizade

Trio descobre que é possível viver intensamente, adaptando a vida às novas regras (Fotos: Bruno Carvalho)


Filipe Matheus
Comentando Sucessos


Um filme interessante e perspicaz na abordagem de temas como a importância das mulheres, relacionamentos e a pandemia que parou o mundo a partir de março de 2020. Este é "Licença para Enlouquecer", longa que chega aos cinemas nesta quinta-feira (4), trazendo uma narrativa que soa com intensidade no espectador. 

O diretor Hsu Chien é conhecido por seus trabalhos em filmes como "Um Dia Cinco Estrelas" (2023), "Desapega!" (2023) e "Quem Vai Ficar com Mário" (2021).


Na trama, Sara (Mônica Carvalho), Lia (Danielle Winits) e Leia (Michelle Muniz) precisam se adaptar a um novo estilo de vida com a chegada da Covid-19, com reuniões por Zoom, encontros virtuais e distanciamento social da quarentena. 

Além das exigências do condomínio, o síndico Carlos (Nelson Freitas) tem uma relação conturbada com as meninas. Com o tempo, ele acaba se envolvendo nas loucuras do trio, embarcando para uma grande aventura na praia de Maragogi, em Alagoas.


Destaque para a interpretação de Michelle Muniz, cuja personagem evidencia a força da mulher e aborda a importância do amor próprio nos dias atuais, demonstrando que os rótulos impostos pela sociedade e os relacionamentos tóxicos não determinam o valor e a relevância da mulher em nossa sociedade.

Além das três protagonistas e Nelson Freitas, o elenco é formado por atores conhecidos de novelas e do cinema, como Luiza Tomé, André Mattos, Henri Castelli, Jennifer Setti, Thaíssa Carvalho, Brendha Haddad e Bruno Moreira.


Um ponto negativo é a viagem das amigas em tempos de pandemia, algo que não seria possível na realidade. Isso confunde o enredo do filme, que, apesar de destacar a história das amigas, carece de uma narrativa mais desenvolvida. Esta comédia brasileira poderia ganhar mais força e autenticidade ao abordar esses importantes temas de forma aprofundada.

No longa, a cultura local também é explorada, com destaque para a música, danças e a deslumbrante paisagem do litoral de Alagoas que desperta o desejo de conhecer e vivenciar essa experiência.


A dinâmica entre os personagens também funciona bem. Cada um possui sua própria história para contar, refletindo a realidade de muitas pessoas que buscam autoaceitação, realização profissional, relacionamentos sólidos com familiares e amigos. E, acima de tudo, entendem a importância de viver a vida com intensidade, pois ela é única.

Para quem quer uma produção divertida, "Licença para Enlouquecer" é imperdível ao mostrar a importância da amizade e como é possível adaptar a vida às novas regras e hábitos quando necessário.


Ficha técnica
Direção: Hsu Chien
Roteiro: Mônica Carvalho, Michele Muniz e Marcelo Corrêa
Produção: Yva Filmes
Distribuição: Pipa Pictures e codistribuição da Imagem Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
País: Brasil
Gêneros: comédia nacional

02 abril 2024

"Dias Perfeitos": uma celebração longa, lenta e bela dos pequenos prazeres

Com belíssima interpretação, Kōji Yakusho faz o papel de um homem de hábitos simples, que encontra beleza nas pequenas coisas (Fotos: O2 Filmes)


Silvana Monteiro


"Dias Perfeitos" é mais do que um filme, é uma experiência de imersão na ritualística e meticulosa rotina de Hirayama interpretado por Kōji Yakusho, um zelador de banheiros públicos em Tóquio. E é esta obra que o espectador pode conferir no Una Cine Belas Artes, no Centro Cultural Unimed-BH Minas e, a partir do dia 12 de abril, no canal de streaming Mubi. 

Dirigido por Wim Wenders, o filme se destaca por sua abordagem poética e contemplativa, combinando elementos visuais e narrativos de forma única.  

O longa, com mais de duas horas, fez sua estreia em maio de 2023 no Festival de Cinema de Cannes, onde conquistou o prêmio de Melhor Ator e foi agraciado com o prêmio do Júri Ecumênico, reconhecendo suas "qualidades artísticas e humanas". 

Em novembro do mesmo ano, o filme também recebeu o prêmio Asia Pacific Screen de Melhor Filme e concorreu também ao Oscar de Melhor Filme Internacional pelo Japão.


Embora seja uma obra ficcional, "Dias Perfeitos" se assemelha a um documentário em sua abordagem narrativa e fotográfica. Hirayama é um homem de hábitos simples, que encontra beleza nas pequenas coisas, como a música que ecoa nas fitas cassetes de seu carro, os livros que lê, as mudas de plantas enclausuradas em seu pequenino lar e as árvores que fotografa com sua câmera analógica. 

A obra fascina ao destacar a evolução tecnológica dos banheiros, contrastando com a estagnação pessoal do protagonista, que permanece imerso no período analógico, enquanto se entrega ao consumo de junk food. 


A trama torna-se perfil e diário ao acompanhar Hirayama, magistralmente, em sua rotina aparentemente ordinária. No entanto, sua tranquilidade é abalada por uma série de encontros surpreendentes que revelam gradualmente seu misterioso passado. 

A escolha de Yakusho para o papel principal foi acertada, sua atuação que transmite com maestria a complexidade interior do personagem, tornando-o cativante e intrigante. O elenco de apoio também merece destaque, especialmente Tokio Emoto como Takashi, que desempenha um papel crucial na transformação do protagonista.


A produção do filme é digna de nota, especialmente por sua origem inusitada. Wenders foi convidado a Tóquio para observar o Tokyo Toilet Project, um projeto de redesign de banheiros públicos. 

Essa experiência inspirou o conceito do filme, que se baseia na ideia da singularidade e da beleza escondida nas coisas simples da vida, colocados em prática, em boa parte da obra, com poucos diálogos. 

A trilha sonora de "Dias Perfeitos" apresenta uma seleção musical marcante, feita a partir da experiência do protagonista, normalmente em seu trajeto entre a casa e o trabalho. Nas faixas estão artistas renomados como The Kinks, The Rolling Stones, Van Morrison, Patti Smith e Lou Reed.


A fotografia de "Dias Perfeitos" é um dos pontos altos da obra, capturando a atmosfera única de Tóquio e destacando a beleza da cidade de uma forma pouco convencional. Em meio a jardins e arranha-céus, entre choros de bebês e a loucura dos adultos, entre o mínimo e o máximo, cada cena é meticulosamente composta, refletindo a precisão e a atenção aos detalhes que caracterizam a vida de Hirayama. 

Nesse contexto, o filme cativa o espectador ao retratar uma rotina que poderia ser totalmente surtada, mas que por meio de eventos sutis e cheios de vida, desperta reflexões profundas. No entanto, o ritmo do filme pode ser um desafio para algumas pessoas. 

Wenders opta por uma abordagem contemplativa, deixando espaço para que as cenas e os diálogos se desenvolvam lentamente. Para aqueles que apreciam um ritmo mais acelerado, isso pode parecer cansativo. 


Mas para quem se permite mergulhar na atmosfera do filme, é uma experiência gratificante. Talvez, seja exatamente a falta de mudanças que faz o público se manter atento, na ânsia de ver algo que fuja da rotina. 

Em suma, "Dias Perfeitos" é um filme que não foi feito para entreter tão facilmente, mas que recompensa a paciência e a atenção do espectador em busca de reflexões. 

É uma obra que celebra a beleza dos pequenos prazeres, sobretudo para quem não tem como fugir da Carteira de Trabalho. Nos lembra que, por trás da rotina aparentemente monótona, sempre há surpresas e histórias fascinantes esperando para serem descobertas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Wim Wenders
Produção: O2 Filmes
Distribuição: O2 Play e Mubi
Exibição: Una Cine Belas Artes - salas 1 (14 horas) e 2 (17 horas); Centro Cultural Unimed-BH Minas - salas 1 (16 horas) e 2 (10h40). A partir do dia 12 de abril no canal de streaming Mubi
Duração: 2h03
Classificação: 12 anos
País: Japão
Gênero: drama

01 abril 2024

"Sem Memória Não Há Futuro" - Embaúba Play seleciona filmes sobre a Ditadura Militar e seus desdobramentos

Projeto inclui produções que estão disponíveis gratuitamente ou podem ser alugados no site da produtora (Fotos: Embaúba Play)


Da Redação
Com texto de Carla Maia - curadora da Embaúba Play


Há 60 anos, militares tomaram o poder com um golpe apoiado por boa parte da classe média e da elite econômica brasileira. Para mostrar um pouco da Ditadura Militar e seus desdobramentos, a Embaúba Play preparou uma seleção de filmes que tratam, cada um a seu modo, deste que foi o mais cruel e vergonhoso período da história brasileira.

Entre 1964 e 1985, milhares de cidadãos contrários ao regime totalitário foram censurados, perseguidos, torturados e exterminados. É um equívoco considerar que essa história pertence ao passado – o militarismo brasileiro segue forte, atuante e impune. 

A instituição da violência e a certeza da impunidade são legados ditatoriais que ainda hoje deixam vítimas e ameaçam nossa frágil democracia.

“Retratos de identificação”, de Anita Leandro

Algumas obras testemunham o passado, inscrevem nomes de vítimas e algozes na memória coletiva, expõem os efeitos nefastos da imposição da força bruta. 

Outras examinam o presente, reconhecendo nele as fagulhas da tragédia e as centelhas da esperança, para que seja possível, enfim, seguir em frente, entre a constatação do perigo e a necessidade da luta.

Lista de filmes que estão disponíveis gratuitamente ou podem ser alugados na Embaúba Play pelo site https://embaubaplay.com/

- “Retratos de identificação”, de Anita Leandro
- “Os dias com ele”, de Maria Clara Escobar
- “Procura-se Irenice”, de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça
- “Pastor Cláudio”, de Beth Formaggini
- “Estranho animal”, de Arthur B. Senra
- “A guerra dos gibis”, Thiago B. Mendonça e Rafael Terpins

“Tatuagem”, de Hilton Lacerda

- “Tatuagem”, de Hilton Lacerda
- "Num país estrangeiro”, Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes
- “O golpe em 50 cortes ou a corte em 50 golpes”, de Lucas Campolina
- “Vento frio”, de Taciano Valério
- “Bloqueio”, de Victória Álvares e Quentin Delaroche
- “Quem tem medo?”, de Dellani Lima, Henrique Zanoni e Ricardo Alves Jr.
- "Vigília", de Rafael Urban
- “Entre nós talvez estejam multidões”, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
- “Sementes: mulheres pretas no poder”, de Éthel Oliveira e Júlia Mariano


31 março 2024

"Godzilla Minus One" vai muito além dos excelentes efeitos visuais

Produção japonesa surpreende o público com sua abordagem original e inovadora (Fotos: Toho Co.)


Maristela Bretas


Com um orçamento de cerca de US$ 15 milhões e uma equipe reduzida, "Godzilla Minus One" é uma das estreias mais esperadas das plataformas virtuais, com a Prime Vídeo podendo sair na frente. Depois de se tornar o primeiro filme de língua não inglesa a abocanhar a estatueta do Oscar 2024 por Melhores Efeitos Visuais, a produtora japonesa Toho agora parte para o streaming. 

O filme, que faturou até o momento mais de US$ 110 milhões, vai em busca do público que não conseguiu assistir nos cinemas e também aqueles que querem rever a produção. E até mesmo comparar com versões norte-americanas, como a que está no cinema - "Godzilla e Kong: Um Novo Império" -, ou mesmo com "Godzilla", de 2014.


A história de "Godzilla: Minus One", do diretor e roteirista Takashi Yamazaki, se passa no Japão pós-Segunda Guerra Mundial, um país devastado e em busca de reconstrução. É nesse contexto que surge o temível kaiju, chamado de Godzilla, um monstro gigante que representa a fúria da natureza e os horrores da guerra. 

O protagonista, Kōichi Shikishima (interpretado por Ryunosuke Kamiki), é um piloto kamikaze que carrega a culpa por ser um sobrevivente do conflito. 

Em busca de redenção para defender pessoas queridas e vingar a morte de seus companheiros, ele parte em uma missão que vai enfrentar o titã. Essa jornada é repleta de emoções e reflexões sobre o passado e o futuro do Japão.


"Godzilla Minus One" é um filme que surpreende o público com sua abordagem original e inovadora. Ele não se limita a ser um filme de monstros. 

Ao invés de focar na destruição das cidades, típica do gênero, o longa aborda temas relevantes como o trauma da guerra, a culpa, a redenção e a busca por um futuro melhor. Essa profundidade o torna mais interessante e instigante.

Mesmo com um orçamento baixo se comparado a outras produções, o longa apresenta efeitos especiais impressionantes empregados pelo estúdio Shirogumi. 


Produzido por uma equipe de apenas 35 funcionários, com 610 quadros, em oito meses de duração, o filme foi criado com detalhes realistas e movimentos mais naturais, tornando as cenas de ação eletrizantes e memoráveis. Confira o trabalho desta equipe clicando aqui.

O longa conta ainda com atuações bem convincentes. Como a de Ryunosuke Kamiki, que transmite de forma impecável a angústia e a determinação de Kōichi. O restante do elenco também entrega boas interpretações e contribui para a qualidade superior do filme.

Sucesso inesperado

O baixo orçamento para uma produção com ótimos efeitos especiais e a boa bilheteria mundial estão gerando polêmica no mercado cinematográfico, especialmente após o Oscar. 


Isso demonstra a qualidade do trabalho realizado pela equipe de produção e a força da história do filme, que superou grandes produções ao conquistar o Oscar, feito que não ocorreu com outros longas do gênero. Como por exemplo, os recentes "Godzilla II: Rei dos Monstros" (2019) e "Godzilla vs Kong" (2021), que custaram US$ 165 milhões e US$ 170 milhões, respectivamente. 

Independente da polêmica, "Godzilla Minus One" tem uma história emocionante, efeitos especiais marcantes, atuações sólidas e temas relevantes. 

O longa é um prato cheio para quem busca uma experiência cinematográfica diferenciada, oferecendo uma nova perspectiva sobre um gênero clássico. Recomendo para os fãs de filmes de monstros, dramas históricos e crítica social.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e supervisor de efeitos visuais: Takashi Yamazaki
Produção: Toho Co.
Distribuição: Sato Company
Exibição: ainda sem data de estreia no Prime Vídeo
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: Japão
Gêneros: aventura, ação, ficção científica

30 março 2024

"The Chosen: Os Escolhidos" - 4ª temporada eleva o nível em qualidade e narrativa

Os dois primeiros episódios da série religiosa estão em primeira exibição somente nos cinemas
(Fotos: Divulgação)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Provando ser um sucesso, de crítica e público, é visível como a série norte-americana "The Chosen: Os Escolhidos" ("The Chosen") tem ganhado mais popularidade e está no catálogo da Netflix com suas três temporadas. 

Este sucesso, inspirado nos Evangelhos dos discípulos de Jesus, chegou também aos cinemas com os dois primeiros episódios da quarta temporada disponíveis nas salas do Cinemark Pátio Savassi e Cinépolis Estação BH.

A série é notável por ser financiada por meio de crowdfunding e por ter um modelo de distribuição incomum, sendo lançada diretamente em aplicativos móveis e plataformas de streaming. 


"The Chosen" ganhou uma base de fãs significativa, com muitos elogiando sua representação única e emocional da vida de Jesus Cristo. Alcançou milhões de visualizações em todo o mundo e recebeu opiniões positivas de espectadores e críticos. 

Antes do início da 4ª temporada recebemos um aviso de seu criador da série, Dallas Jenkins, que nos situa que o nível de zelo, maestria, cenários e principalmente história, está em um nível maior de qualidade. 

Se na 3ª temporada Jesus chamava todos que estavam cansados e sobrecarregados, nessa é ele quem está cansado e toma decisões importantes frente aos seus discípulos.


Somos contextualizados com João Batista, que batizou Jesus, anunciando a chegada de Cristo, com costumes estranhos de alimentação de mel silvestre e gafanhotos. Como a narrativa faz isso de forma poética, destaque para a montagem que muito me lembra “This Is Us”, destacando momentos desde o seu nascimento até a sua morte.

Outro destaque da temporada é a tensão entre Jesus e o Império Romano que começa a questionar seus feitos e milagres. Não é bem visto pelos nobres que o chamado Filho de Deus venha e ande entre os pobres. Os romanos esperavam uma figura divina de pompa e força e não um cara simples e humilde. 


Sem dúvida, o destaque vai para Jonathan Roumie que interpreta Jesus de Nazaré em uma figura 'gente como a gente', um homem simples de família humilde, filho de carpinteiro. Ele transmite paz, mas que também consegue arrancar risos no público em sua relação com os discípulos.

Judas Iscariotes, interpretado por Luke Dimyan, também é outro que chama atenção. Se na temporada anterior, ele era um discípulo que admirava Jesus, agora começa a questionar seus feitos, sua presença na Terra e seu propósito. São os primeiros sinais de que irá trair o Mestre.


Deixa a desejar talvez a falta de mais tensão e ritmo para prender os espectadores no cinema. As cenas e os conteúdos são muito belos, porém se houvesse mais ação durante os acontecimentos, a temporada teria mais fôlego. Vale lembrar que ainda estamos no íncio, as coisas podem mudar e ficar mais agitadas.

“The Chosen” começa bem nesta nova temporada e por estar chegando nas redes de cinema e sendo melhor distribuído, mais pessoas terão acesso à produção sobre a vida de Jesus. 

Sem dúvida é indicado para quem nunca se aprofundou na história do Filho de Deus e também para quem a conhece. É, sem dúvida, um material feito com zelo e muito carinho, de um projeto religioso que começou pequeno e cresceu bastante.


Ficha técnica:
Criador, diretor e roteirista: Dallas Jenkins
Produção: Angel Studio
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: salas do Cinemark Patio Savassi (21h30), Cinépolis Estação BH (21h45). As temporadas 1, 2 e 3 estão disponíveis legendadas e gratuitas no site https://watch.thechosen.tv/, no aplicativo "The Chosen", encontrado na Apple Store e Play Store, e também na Netflix.
Duração: 2h21 (os dois primeiros episódios da 4ª Temporada)
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: drama épico, série, histórico

29 março 2024

"Nada Será Como Antes" reforça a magia dos encontros musicais e a genialidade de Milton Nascimento

O envolvente documentário sobre a música do Clube da Esquina é dirigido por Ana Rieper (Fotos: Juvenal Pereira)


Silvana Monteiro


Uma parceria inusitada, um encontro fortuito, inúmeras conexões, explosão criativa e transformação coletiva. Tudo isto em torno de letras, notas e arranjos musicais. Foi assim que nasceu o lendário Clube da Esquina, imortalizado nos álbuns homônimos que marcaram a música brasileira para sempre e virou ícone mundial. 

Agora a história desta turma está imortalizada também no cinema com a estreia nessa quinta-feira de "Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina", envolvente documentário dirigido por Ana Rieper. 

Ele nos transporta para a fascinante história dos artistas responsáveis pelos aclamados álbuns "Clube da Esquina 1 e 2" e suas relações artísticas, culturais e sociais. Considerados por críticos como verdadeiras obras-primas, esses álbuns marcaram época e continuam a encantar gerações até os dias de hoje.


Após ter sido selecionado para o Festival do Rio e a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o filme chega às telonas de 20 cidades do Brasil, incluindo Belo Horizonte. As exibições fazem parte do projeto Sessão Vitrine Petrobras, que apoia o audiovisual brasileiro, levando um longa por mês aos cinemas.

Sob a direção habilidosa de Rieper, somos conduzidos pelo processo criativo dos músicos que compuseram o coração pulsante do Clube da Esquina, entre eles Milton Nascimento, o Bituca, Lô Borges, um jovem talentoso de apenas 16 anos na época, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva e Wagner Tiso. 


O documentário nos permite mergulhar na musicalidade desses artistas excepcionais, desvendando as influências e referências que moldaram suas canções imortais.

Milton Nascimento, figura central e líder indiscutível, emerge como um ímã de musicalidade, capaz de reunir talentos e criar uma sinergia única. O documentário revela seu papel fundamental na formação e consolidação do Clube da Esquina, bem como sua capacidade de unir diferentes vozes em uma única melodia. 

Por meio de depoimentos inéditos e imagens testemunhamos a força e a sensibilidade desse ícone da música brasileira. Uma das características mais notáveis presentes nessa obra é o equilíbrio alcançado pelo Clube da Esquina ao respeitar as diversas essências musicais de seus integrantes. 

O filme retrata com maestria como a magia do grupo estava na harmonia entre suas individualidades e na capacidade de absorver influências diversas, desde os Beatles até a riqueza do afro-brasileiro. 


Essa miscelânea de sons e estilos resultou em uma sonoridade única e inovadora, que cativou não apenas o público brasileiro, mas também conquistou reconhecimento internacional.

Além de explorar o universo musical, o documentário nos leva por uma viagem visual, com uma fotografia sofisticada, pelos rostos, personalidades, paisagens e lugares que inspiraram as composições. 

Das esquinas de Belo Horizonte, berço do movimento, às esquinas do mundo, somos conduzidos por cenários que se entrelaçam com a poesia e a história das canções, de seus compositores, intérpretes e colaboradores. 

Capa do disco "Clube da Esquina" (Reprodução)

Essa imersão nos permite compreender a profundidade das influências externas e como elas se entrelaçaram com as experiências pessoais dos artistas.

"Nada Será Como Antes" é uma obra indispensável para os amantes da música e para aqueles que desejam compreender a riqueza cultural do Brasil. Com uma abordagem sensível e cuidadosa, Ana Rieper nos presenteia com um mergulho profundo na alma do Clube da Esquina, revelando os segredos por trás de suas composições intemporais. 

A obra reforça de forma contundente a mensagem deixada pelo legado do grupo: a música é uma linguagem universal que transcende fronteiras e transforma tudo ao seu redor. Após a experiência com "A Música do Clube da Esquina", fica claro que nada mais permaneceu como antes.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Ana Rieper
Produção: Vitrine Filmes e coprodução Canal Brasil
Distribuição: Sessão Vitrine Petrobras e Lira Filmes
Exibição: nas salas Cineart Cidade, Una Belas Artes e Centro Cultural Unimed-BH Minas
Duração: 1h19
Classificação: 10 anos
País: Brasil
Gênero: documentário