05 setembro 2014

"The Rock" passa no teste e garante boa diversão com "Hércules"

Com Dwayne Johnson no papel principal, "Hércules" destaca a vida do semideus como mercenário (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação


Maristela Bretas

O diretor Brett Ratner fez a escolha acertada para o papel do semideus "Hércules". Dwayne Johnson encarnou bem o personagem do filho de Zeus, inclusive com uma farta cabeleira e a impressão de que está o dobro de seu tamanho em músculos.




Por sinal, "The Rock" vem melhorando a cada produção, já tendo mostrado que dá conta do recado em comédias como "O Fada do Dente" e filmes de ação, como "G.I. Joe - Retaliação", "Sem Dor, Sem Ganho" e "Velozes e Furiosos 6". E desta vez não seria diferente. 

Ele explora ao máximo o visual de seu físico mais que fortalecido e, de quebra, abusa no figurino com direito a uma cabeça de leão usada como capacete, fazendo a linha "Eu sou foda".

E foi com toda essa "força", que ele encarnou o personagem, numa história que quebra alguns mitos sobre o poderoso Hércules, capaz de vencer monstros e exércitos sozinho. Sofrendo durante anos por ter perdido a família, o filho de Zeus se une a quatro mercenários que estão sempre em busca de trabalhos que paguem bem. 


Do grupo faz parte também, Lolau (Reece Ritchie) sobrinho de Hércules e o contador oficial das façanhas do tio. E esta fama se espalha pelos reinos da Grécia Antiga, levando o Rei Cotys (John Hurt), da Trácia, a contratar o grupo para treinar seu exército. O que Hércules e seus amigos não esperavam era mudança nos rumos desta batalha, que poderia colocar em risco a vida de todos.

Os efeitos especiais nas cenas das batalhas campais e nas lutas de Hércules contra os monstros nos 12 trabalhos designados pela deusa Hera ficaram ótimos. Chega a lembrar "300" em alguns momentos. 

Não espere um filme com pouco sangue e sem violência. É ação do início ao fim. Além de Johnson, destaque no elenco de mercenários para Rufus Sewel (como o ladrão Autolycus), Ian McShane (o vidente Amphiaraus) e Aksel Hennie (o mudo insano Tydeus, que luta com dois machados). 

O filme é uma boa pedida para este final de semana no cinema. Vale a pena ser conferido.

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Ficha técnica:
Direção: Brett Ratner
Produção: Metro Goldwyn Mayer (MGM) / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h38
Gênero: Épico/Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Hércules; Dwayne Johnson; Paramount Pictures; Metro Goldwyn Mayer; ação; épico; Cinema no Escurinho

03 setembro 2014

Entre a razão e a ilusão

Stanley Crawford é um mágico renomado que tenta desmascarar a vidente Sophie (Fotos: Imagens Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Não fossem os discursos sarcásticos e ricos do personagem Stanley Crawford (Colin Firth), o espectador menos avisado poderia pensar estar diante de mais uma comédia romântica e leve. Só que o diretor de "Magia ao Luar" chama-se Woody Allen e, convenhamos, ele já deu mostras suficientes de que não é um qualquer. 




E são exatamente os diálogos - às vezes até repetitivos - que levam o espectador a esperar o final do filme, intrigado com o embate entre Stanley e Sophie, vivida pela bela Emma Stone. Filosófico como sempre, o polêmico diretor promove debate instigante e inteligente entre fé e realidade.


Stanley Crawford é um mágico renomado que, conhecedor de truques e enganações, tem, entre suas tarefas, a de desmistificar falsos profetas e médiuns mundo afora. Nem é preciso dizer que ele chega a ser pedante de tão racional e descrente. 

Convidado por um amigo a desmascarar a vidente Sophie, americana que, com seus poderes, está conquistando a confiança de uma rica família, ele parte para o Sul da França.

Os embates entre a lógica e a fé, a religião e a ciência, em discursos onde não faltam Nietzche e Freud, não deixam o público esquecer que trata-se de Woody Allen. Tudo, claro, sem perder o charme. 

Passado nos anos 1920, o filme esbanja grandes interpretações de jazz e de músicas que lembram enfumaçados cabarés franceses. Além do figurino, belíssimo, as paisagens da Riviera Francesa ajudam a temperar o encontro/desencontro entre os personagens principais.

Há quem diga que "Magia ao Luar" foi feito no auge do escândalo das denúncias de abuso sexual contra Woody Allen. Todos se lembram quando a filha de sua ex-mulher, Mia Farrow, foi para os jornais contar histórias escabrosas do cineasta. Há quem diga que, a esta altura da vida, Allen está em busca de equilíbrio, quem sabe uma harmonia entre razão e ilusão.

Tags: Magia ao Luar; Woody Allen; Colin Firth; Emma Stone; drama, romance; Imagens Filmes; Cinema no Escurinho