10 agosto 2017

Longo e sem enredo, "Transformers - O Último Cavaleiro" deveria ter ficado no trailer estendido

Como nos outros filmes da franquia, efeitos visuais são ponto alto do filme (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Michael Bay exagerou na duração, errou no roteiro (ou na falta dele) mas acertou pelo menos nos efeitos visuais de "Transformers - O Último Cavaleiro" ("Transformers: The Last Knight"), que são gigantescos, bem ao estilo do diretor. Mark Wahlberg está fraco, a história não se sustenta, cheia de furos, confusa, com mudanças bruscas e constantes de cenas que chegam a dar tonteira. 

Parece que o diretor quis aproveitar todo o potencial do sistema IMAX de uma vez, por sinal, o ponto alto do filme, e jogou tudo numa panela, Virou um grande mexidão, misturando Rei Arthur, os Cavaleiros da Távola Redonda, mago Merlin e Transformers dragões. O resultado não foi o esperado após a sessão do trailer estendido apresentada em abril deste ano, muito mais interessante que o filme completo.

O resultado não foi dos melhores, personagens dos filmes anteriores, como John Turturro e Josh Duhamel, voltam a participar mas sem expressão e até os robôs, que sempre foram o centro das histórias, ficaram perdidos. Bumblebee monta e desmonta como se fosse um brinquedo da Lego. Optimus Prime muda do bonzinho para o vilão sem que ninguém entenda direito o que foi que aconteceu - se está hipnotizado, se mexeram na caixa de marchas dele ou se é só o efeito do espaço em seu motor. A vilã é bem fraquinha, deveria deixar essa parte para Megatron, que também perdeu seu poder de fogo e convencimento.

Uma jovem de 15 anos, Izabella (Isabela Moner) entra na vida de rebelde de Cade Yeager (Mark Wahlberg), que a trata como filha. Novamente solteiro, está com o coração livre parra a entrada de uma nova não tão mocinha, a pesquisadora Vivian Wembley (Laura Haddock). Difícil foi ver Anthony Hopkins num papel muito aquém de sua capacidade de interpretação, como o herdeiro de um segredo milenar de família envolvendo os primeiros Transformers a chegarem à Terra.

Só para tentar entender: os humanos estão em guerra com os Transformers, que vivem se escondendo das forças militares sob a proteção de Cade Yeager. Eles moram em um ferro-velho desde que Optimus Prime deixou a Terra em busca de seu planeta-natal Cybertron, que foi destruído. Num dos confrontos com humanos, Cade adota Izabella, uma adolescente de 15 anos que luta para proteger um pequeno robô defeituoso.

Na Terra, Megatron volta a ser uma ameaça e prepara um novo retorno com seu grupo de Decepticons, prometendo acabar com humanos e Transformers. Enquanto isso, Optimus Prime descobre que foi responsável por destruir Cybertron e precisa retornar à Terra para recuperar um artefato que pode trazer o planeta de volta à vida.

Achou confuso? Pois fica ainda mais quando você tenta acompanhar a história e as cenas são trocadas freneticamente. Conselho: não sente nas cadeiras da frente no cinema, é enjoo na certa se a versão for 3D. Aí você fala, mas não tem nada de bom em "Transformers - O Último Guerreiro"? Claro que tem. Michael Bay se supera nos efeitos visuais, as lutas são bacanas, Os robôs estão mais bonitos, principalmente Optimus, mas nem isso salva o filme. Acho que vale para quem, como eu, quiser fechar o ciclo da franquia Transformers. Porque depois desta produção, o diretor precisa pensar melhor se deve apostar alto novamente em um novo filme.



Ficha técnica:
Direção: Michael Bay
Produção: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h29
Gêneros: Ação / Ficção Científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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03 agosto 2017

"Planeta dos Macacos - A Guerra" aposta em primatas, grandes efeitos e fortes emoções

Último filme da trilogia peca apenas na batalha final que deixa muito a desejar (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Entrei no cinema para uma sessão 3D com a expectativa de assistir o maior conflito entre humanos e macacos desde o filme anterior da saga. Por quase duas horas aguardei a tal batalha que aconteceria a qualquer momento e qual não foi minha surpresa quando pouco antes do final ela finalmente eclodiu. Bem fraca, ao contrário do que propunha o título de "Planeta dos Macacos - A Guerra" ("Planet of the Apes - The War"). No filme anterior, "Planeta dos Macacos - O Confronto" (2014), os combates foram bem mais fortes, frequentes e consistentes.


Mas a guerra é só um detalhe. O que importa é que o terceiro filme da franquia "Planeta dos Macacos" ficou excelente ao explorar as emoções de ambos os lados da disputa e colocar os macacos como o centro da história, preocupados com a preservação de sua espécie, defendendo suas famílias e princípios. Sentimentos como ódio, raiva, perda, vingança, preconceito, amor e orgulho se misturam e tomam conta dos personagens humanos e símios. O diretor Matt Reeves e o roteirista Mark Bombarck souberam usar bem isso, além de o filme apresentar uma fotografia e locações maravilhosas, que enchem os olhos.


O ator britânico Andy Serkis, que esteve no Brasil esta semana fazendo a divulgação de "Planeta dos Macacos - A Guerra" e enlouqueceu os fãs por onde passou, está novamente impecável como Cesar, o líder dos macacos, e reina único e absoluto. É de impressionar a evolução nos efeitos da tecnologia de captura de movimentos. Cesar está quase humano, com um olhar penetrante que transmite claramente os sentimentos que está vivendo a cada momento. Grande atuação de Serkis, que vem melhorando sua atuação desde 2011 quando a franquia foi relançada com "A Origem", seguido por "O Confronto" três anos depois.  Digno de ganhar um Oscar.


Os demais primatas, principalmente Maurice (interpretado pela atriz Karin Konoval), Lake (Sara Canning), Macaco Mau (Steve Zahn), Rocket (Terry Notary) e Luca (Michael Adamthwaite) completam a grande atuação deste filme proporcionada pelos símios. Os sentimentos afloram a todo instante, em demonstrações de fúria, de amor e respeito. Afinal "Apes together strongs" (Macacos unidos fortes) é o lema deles. Macaco Mau, responsável pelos momentos engraçados do filme, parece uma mistura de Dobby (personagem da franquia "Harry Potter") com Gollum (da saga "Senhor dos Anéis") que por sinal foi interpretado por Serkis.


Os humanos tiveram pouco destaque desta vez. Woody Harrelson faz o papel do coronel MC Cullough, um militar meio psicopata, sem piedade, que vê os macacos apenas como inimigos que transmitem o vírus que dizimou a maior parte da população humana. Cheio de paranoias, ele escolhe Cesar como seu principal alvo a ser eliminado. Algumas tomadas feitas de cima mostram a formação do exército do coronel semelhante a uma tropa nazista idolatrando seu líder. Perde em poder no entanto para Cesar, que tem menos armas mas conta com a união e a confiança de seu grupo.


Chama atenção a atuação da linda adolescente Amiah Miller, que ficou conhecida por sua participação no terror "Quando as Luzes se Apagam" (2016). Ela é a doce Nova, que não consegue falar e acaba sendo adotada pelo bando de Cesar. A jovem passa uma imagem convincente de menina abandonada que assimilou bem sua nova família.


"Planeta dos Macacos - A Guerra" dá sequência ao conflito entre humanos e símios, após a extinção de boa parte da população por um vírus transmitido pelos animais. Escondidos na floresta, eles são constantemente caçados e precisam sempre buscar novos esconderijos. Cesar é o líder respeitado e admirado por todos, tem sua família e tenta viver em paz, mas os humanos não vão permitir isso, principalmente o coronel. 



Uma tragédia faz Cesar abandonar o grupo e inverter os papéis, elegendo o chefe do exército humano seu objetivo de vingança e colocando a própria vida em perigo. Os amigos mais fiéis, como Maurice, Rocket e Luca, vão tentar evitar que ele vá até o fim em seu propósito. Durante a jornada, o grupo ganhará aliados importantes - Nova e Macaco Mau - que vão mudar a vida de todos.



A trilogia "Planeta dos Macacos" é bem concluída neste último filme ao reunir com precisão belas imagens, boa trilha sonora, ótimas interpretações e tecnologia sofisticada empregada de maneira correta, completando o ótimo roteiro. Os efeitos visuais não aparecem mais que a história, como acontece com muitos blockbusters de ação. Merece ser visto pela ação e pela abordagem que apresenta.



Ficha técnica:
Direção: Matt Reeves
Produção: 20th Century Fox / Chernin Entertainment (CE)
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h20 
Gêneros: Ficção científica / Ação 
País: EUA  
Classificação: 14 anos 
Nota: 4,7 (0 a 5)

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