29 outubro 2017

No divertido "Thor: Ragnarok" ação, piadas e um simpático Hulk falante

Nova produção da Marvel Studio é uma das melhores com um dos integrantes dos Vingadores (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele está mais lindo, poderoso e acima de tudo, engraçado. Com longos cabelos loiros ou usando um corte rente à cabeça, o "deus do Trovão" está de volta em seu terceiro filme - "Thor: Ragnarok", muito melhor que seu antecessor e um dos melhores dos personagens da Marvel. A novidade em relação é o tom divertido e descompromissado dado pelo diretor Taika Waititi. As piadas e comentários engraçados partem de vários personagens, principalmente de Thor (Chris Hemsworth), às vezes em excesso, mas nada que comprometa o enredo.

E para "Thor: Ragnarok" ficar ainda melhor, o poderoso filho de Odin se une a um velho amigo de batalhas, o grandalhão Hulk (novamente interpretado pelo ótimo Mark Ruffalo), que vem com uma ótima novidade: além dos grunhidos conhecidos de seus filmes, o gigante verde prova que sabe falar e até fazer piadas. Claro, continua esmagando e batendo muito, principalmente em Thor, alvo de maioria de suas zoações. Hulk também se mostra quase infantil em algumas situações, com direito a ficar emburrado quando alguém chama sua atenção.

Destaque também para o mentiroso e trapaceiro Loki, papel de Tom Hiddleston, melhor do que nunca. Sempre aprontando e esbanjando charme e ironia, ele completa o trio cômico da produção. E os três estão muito bem e dão uma cara diferente aos super-heróis. A história também explora a relação de desconfiança e "puxadas de tapete" entre os dois irmãos. Loki não perde a característica de personagem de duas caras mas vai precisar se unir a Thor para salvar Asgard. Também o belo filho de Odin terá de deixar a arrogância e descer do pedestal para "apanhar que nem gente grande" e amadurecer, para alegria do irmão adotivo.

Cate Blanchett esbanja sensualidade e poder como a vilã Hela, deusa da Morte, com mudanças de aparências e entradas triunfais, até mesmo nas lutas contra Thor, Loki e os guerreiros de Asgard. Ao mesmo tempo, ela expõe o lado negro de Odin, que usou da violência e crueldade para dominar os reinos e se tornar o grande rei.

Além dos dois vingadores, o grande elenco de "Thor: Ragnarok" conta com nomes famosos e de peso que entregam ótimas interpretações: Idris Elba, volta como Heimdall, o guardião do portal; Jeff Goldblum é o Grão-Mestre, dominador do planeta Sakar; Anthony Hopkins, como Odin; Tessa Thompson, se destaca como a guerreira Valkyrie, e Karl Urban, como o guerreiro asgardiano Skurge.

Doutor Estranho, de Benedict Cumberbatch, faz uma aparição rápida que funciona como uma conexão entre os heróis da Marvel para a esperada estreia de "Vingadores - Guerra Infinita", prevista para 24 de abril de 2018. Stan Lee dá o seu melhor recado aterrorizando Thor e até mesmo o diretor Taika Waititi brincou bem de ator interpretando Korg, o simpático gladiador de pedra.

Preso do outro lado do universo, Thor fica sabendo que o fim de Asgard está próximo e precisa voltar para salvar seu mundo do apocalipse (Ragnarok). Mas terá de enfrentar o pior de seus inimigos, Hela, a Deusa da Morte, que quer dominar o planeta, nem que para isso precise destruir todo o povo. No entanto, Thor é jogado num planeta distante e terá de enfrentar o Grão-Mestre e o maior e mais temível de seus gladiadores. O deus do Trovão vai precisar descobrir novos poderes e contar com a ajuda de velhos e novos amigos, como Hulk, Haimdall e Valkyrie, e do irmão nada confiável Loki para vencer a batalha contra Hela e salvar seu povo.

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Apesar de bem divertido, o que pode parecer estranho para alguns seguidores dos heróis Marvel, não foge do estilo. Tem muita ação, porrada, explosões, batalhas campais, raios de sobra - o Deus dos Trovões gasta bem suas energias -, uma vilã convincente e cruel que luta demais e não tem dó de matar quem se opõe às suas ordens, e um Hulk que continua bruto e destruidor, mas muito mais simpático graças aos excelentes recursos de computação gráfica.

Os efeitos visuais estão ótimos, muita cor, especialmente em Sakar e Asgard, e nas batalhas campais e na arena dos gladiadores. O espectador deve ficar atento às cenas pós-créditos: a primeira é importante e vem logo no início deles - tem a ver com o próximo filme dos Vingadores. A segunda é uma piada boba, dispensável, não compensa ficar no cinema até o final da ficha técnica. "Thor: Ragnarok" vale a pena conferir, diversão garantida.



Ficha técnica:
Direção: Taika Waititi
Produção: Marvel Studios / Walt Disney Studios
Distribuição: Disney / Buena Vista
Duração: 2h11
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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23 outubro 2017

"Tempestade: Planeta em Fúria" é um "puxadinho" de filmes-catástrofe

Produção com cenas absurdas de desastres climáticos e Gerard Butler como mocinho conquista liderança em estreia nas bilheterias brasileiras (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Muitas foram as formas encontradas pelos produtores e diretores para destruir a Terra e o espectador ainda verá outras centenas no cinema, pois a criatividade ainda é grande. Mas este não é o caso de "Tempestade: Planeta em Fúria" ("Geostorm"), primeiro longa dirigido, roteirizado e produzido por Dean Devlin, responsável pela produção de “Independence Day: O Ressurgimento” (2016). Devlin usa e abusa nos efeitos visuais nas cenas de desastres climáticos, o que era esperado para o gênero. 

Mas quando se trata de enredo, este é bem fraco. Nada de novo, pelo contrário, pega um pouquinho de outros antigos sucessos, como "2012" (2009) e "O Dia Depois de Amanhã" (2004) e amplia na destruição sem passar nenhuma mensagem clara. Se o objetivo era só mostrar o estrago que a natureza pode fazer, o diretor foi até além: mostra o Rio de Janeiro assolado por uma onda gelada, o Afeganistão vira uma calota polar, derruba um avião no centro de uma cidade, inicia inúmeros furacões na Ásia. Tudo em enormes proporções.


E esse exagero climático, apresentado no trailer de divulgação, funcionou bem com o público e já no primeiro final de semana de estreia levou o filme à liderança nos cinemas brasileiros. "Tempestade: Planeta em Fúria" foi assistido por quase 290 mil pessoas, com arrecadação de mais de R$ 5,3 milhões em bilheteria. Atingiu seu propósito, mas não quer dizer que seja uma ótima produção. Poderia ter um enredo melhor elaborado. 

Há ainda tem um ponto duvidoso: a escolha de Gerard Butler como protagonista: há momentos em que ele parece incorporar o personagem Milo Boyd, de "Caçador de Recompensas" (2010), e em outros, o agente da CIA Mike Banning, de "Invasão à Casa Branca" (2013) e "Invasão a Londres" (2016). Não combina muito, mas atrai público.

Andy Garcia (o vesguinho mais charmoso de Hollywood) é o presidente dos Estados Unidos, assessorado por Ed Harris, que sempre deixa a dúvida se está na pele de mocinho ou vilão. O elenco conta ainda com Jim Sturgess, Abbie Cornish, Alexandra Maria Lara, Eugenio Derbez e Daniel Wu.


Na história, um acordo entre líderes mundiais cria uma rede complexa de satélites que controla o clima no planeta, após uma série de desastres naturais. Porém, o sistema começa a apresentar falhas, atacando diversas cidades pelo mundo (incluindo o Rio de Janeiro), o que faz os pesquisadores iniciarem uma corrida contra o tempo, antes que o defeito provoque uma devastação total, que eles chamam de Geostorm. 


Para resolver o problema é convocado o criador do programa, o cientista Jake Lawson (Gerard Butler), um cara sarcástico, separado da mulher, que tenta viver bem com a filha adolescente, mas não se dá bem com o irmão Max (Jim Sturgess), funcionário do alto escalão do governo. No espaço, Jake vai ter como aliada a astronauta alemã Ute Fassbinder (Alexandra Lara) que comanda a Estação Internacional, que controla toda a rede.

Na Terra, Max vai precisar provar que os ataques são propositais e só poderá contar com o apoio do amigo e cientista Cheng Long (Daniel Wu) e da namorada e agente do serviço secreto Sarah Wilson (Abbie Cornish) para convencer o presidente Andrew Palma (Andy Garcia) e o secretário de Estado Leonard Dekkom (Ed Harris) sobre o perigo.

Entre explosões, carros voando, aviões e pássaros congelados caindo do céu, calotas polares derretendo, tsunamis gigantescos inundando e destruindo cidades inteiras, "Tempestade: Planeta em Fúria" é para quem gosta muito do gênero filme-catástrofe. Não espere uma boa história, apenas muitas cenas de desastres ambientais, do início ao fim, em proporções tão exageradas que algumas chegam a ser engraçadas.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Dean Devlin
Produção: Skydance
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 1h49
Gêneros: Ação / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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