16 julho 2018

"Ilha dos Cachorros", animação sobre amizade e lealdade que encanta

História de jovem e seu cão é dividida em capítulos, como num livro, que narração e dublagens de atores famosos (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Feito em stop motion, "Ilha dos Cachorros" ("Isle of Dogs") é uma animação de arte, roteirizada, dirigida e produzida por Wes Anderson, também responsável por "O Grande Hotel Budapeste" (2014). A história, apesar de simples, explora essencialmente o lado emocional - a relação de um garoto órfão de 12 anos que tenta encontrar o melhor amigo, seu cão. Narrado como uma obra literária, o filme é dividido em capítulos, com os animais falando em inglês e os seres humanos em japonês.


O cachorro, como outros milhares de sua espécie, é abandonado numa ilha que serve de depósito de lixo da cidade de Megasaki, administrada pelo corrupto prefeito Kobayashi, pai adotivo de Atari, dono do animal. O jovem, inconformado com a separação, rouba um pequeno jato e vai procurá-lo. Na ilha, Atari (voz do ator mirim nipo-britânico Koyu Rankin) descobre uma realidade totalmente diferente da que foi apresentada aos demais donos de cães quando o prefeito resolveu bani-los de sua cidade, alegando que transmitiam para os humanos uma doença incurável.


Animais maltratados, sujos, famintos, disputando restos de comida, alguns já descrentes de seus donos, outros ainda esperançosos de que um dia serão resgatados e voltarão para suas rotinas caseiras. A chegada de Atari, único ser humano na Ilha dos Cachorros depois de um longo tempo, desencadeia uma série de reações e emoções em seus habitantes. Mas é em Chief (dublado por Bryan Cranston), líder de uma das matilhas, que acontece a maior mudança. Arredio, descrente e se sentindo traído pelos amigos que passam a ajudar Atari a encontrar seu cão Spots (Liev Schreiber), Chief aos poucos começa a redescobrir sentimentos há muito esquecidos.


E são nos momentos entre ele e Atari durante as buscas, que a emoção e a união se sobressaem. Já os diálogos e cenas divertidas ficam por conta da turma de amigos caninos - Boss, Rex, Duke e King, dublados por Bill Murray, Edward Norton, Jeff Goldblum e Bob Balaban, respectivamente. O elenco de dubladores ainda conta com a participação de outros famosos de Hollywood - Frances McDormand, Greta Gerwig, Scarlett Johansson, F. Murray Abraham, Harvey Keitel, Tilda Swinton e até mesmo Yoko Ono, emprestando a voz à assistente de um cientista japonês.


"Ilha dos Cachorros" é uma animação com um traço bem diferente das produções de outros estúdios. Os desenhos são feitos à mão, o que dá encanto e beleza especial à produção. O filme também é faz duras críticas aos maus-tratos a animais e à corrupção por trás das medidas adotadas pelo prefeito que, como muitos políticos, também legisla em causa própria. Contestador e com uma bela mensagem, "Ilha dos Cachorros" é uma bela história de amizade e lealdade.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Wes Anderson
Produção: American Empirical Pictures / Indian Paintbrush
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h42
Gêneros: Animação / Aventura
Países: Alemanha / EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #IlhadosCachorros, #IsleOfDogs, #Animacao, #Aventura, #20thCenturyFox, #FoxFilmdoBrasil, #CinemanoEscurinho

12 julho 2018

"Arranha-Céu: Coragem Sem Limite" - para o impossível chame Dwayne Johnson

Incêndio no prédio mais alto do mundo é pano de fundo para mais um blockbuster de muita ação (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Até o próprio Dwayne Johnson, que novamente incorpora os papéis de ator principal e produtor executivo, concorda que seu novo blockbuster "Arranha-Céu: Coragem Sem Limite" ("Skyscraper"), que estreia hoje nos cinemas, é uma mistura de dois sucessos do passado - "Inferno na Torre" (1974), com Steve McQueen e Paul Newman, e "Duro de Matar" (1988), que consagrou Bruce Willis. Com um acessório a mais - a força descomunal do protagonista, que não mede esforços (nem efeitos especiais) para ser o herói querido e aplaudido por todos.

Seja pulando de um edifício gigantesco para outro, a quase um quilômetro de altura do chão, enfrentando rajadas de metralhadora, segurando uma ponte de ferro que ameaça cair ou ficando pendurado na janela do arranha-céu, a estrela do filme é Dwayne "The Rock" Johnson. E seu personagem faz tudo isso com uma perna mecânica. Ele é "o cara"!

O ator, que nos últimos tempos também é o produtor executivo de seus longas, tem investido pesado nos estilos filme-catástrofe e arrasa-quarteirão, recheados de muita ação, tiro, porrada, bomba, como "Terremoto - A Falha de San Andreas" (2015) e "Rampage:Destruição Total" (2018).

Em "Arranha-Céu", ele é novamente o cara grandalhão certinho, regido por bons princípios, pai e marido amoroso, amigo fiel, que tenta levar uma vida correta, mas acaba sendo jogado numa situação que coloca sua vida e a de sua família em perigo. Ele é contratado para avaliar a segurança do edifício mais alto do mundo, o "Pérola", em Hong Kong, obra de um bilionário excêntrico com complexo de Deus.

O especialista em segurança, veterano de guerra americano e ex-líder da operação de resgate do FBI, Will Sawyer (Dwayne Johnson) vê sua vida virar de cabeça para baixo quando o descomunal prédio pega fogo e ele é acusado de ser o responsável. Para piorar, sua esposa e dois filhos estão presos no edifício, juntamente com o empresário que o construiu. Will terá de enfrentar o fogo, a altura e os terroristas responsáveis pelo incêndio para salvar sua família e provar sua inocência.

As cenas contínuas de ação fazem o público esquecer-se da história comum do filme. Mal dá tempo para respirar entre um salto, um elevador caindo ou alguém sendo atirado pela janela. E Dwayne Johnson sabe como cativar o público que curte seus filmes (prova disso são as milionárias bilheterias).

Mas se o protagonista tem carisma e cara de paizão, não se pode dizer o mesmo do vilão Kores Botha (interpretado por Roland Moller), que recebeu um papel bem fraco e clichê, sem nada de novo. Talvez para valorizar o dono da bola. 


Destaque para Neve Campbell como Sarah Sawyer, mulher de Will, que não se contenta em ser apenas aquela que deixa o marido resolver tudo. Ela põe a mão na massa, é boa de briga e troca uns bons tapas com os bandidos.

"Arranha-Céu: Coragem Sem Limite" é um filme para quem gosta do ator e do gênero. Não adianta sair do cinema xingando e dizendo que é exagerado do início ao fim. Ele é exatamente isso e cumpre muito bem o que propõe: entregar aos fãs uma produção muito movimentada, com excelentes efeitos especiais e cenas impossíveis que desafiam as leis da física. Vale conferir.



Ficha técnica:
Direção: Rawson Marshall Thurber
Produção: Legendary Pictures / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h43
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #ArranhaCéuCoragemSemLimite, #Skyscraper, #DwayneJohnson, #NeveCampbell, acao, LegendaryPictures, #UniversalPictures, #espaçoz, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho