13 dezembro 2018

"Aquaman" tem excelentes efeitos especiais e dá uma nova vida aos heróis da DC

Filme conta a história do integrante da "Liga da Justiça" vindo do mar, interpretado por Jason Momoa (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


"Aquaman" tem furos, sim o que era esperado. Mas o resultado final da nova produção da DC Comics surpreende e agrada como diversão. Acima de tudo, pelos efeitos gráficos, que ficaram tecnicamente excelentes, principalmente nas cenas de diálogos entre os habitantes no fundo do mar. O filme ficou muito bom, mas ainda atrás de "Mulher Maravilha". Também são destaques a trilha sonora e as locações bem escolhidas (como a região da Sicília, na Itália), além da ótima direção e coordenação de roteiro de James Wan, que tem no seu currículo os ótimos filmes de terror "A Freira" (2018) e "Invocação do Mal 1 e 2" (2013 e 2016) e o sucesso "Velozes e Furiosos 7" (2015). 

Jason Momoa (como Aquaman/Arthur Curry) é uma atração à parte, com um corpo esculpido e tatuado para atrair em cheio o público feminino, principalmente por passar a maior parte do filme sem camisa. Cada vez que aparece, o ator musculoso enche a tela e desperta suspiros. Se pode ser chamado de ator, o tempo dirá, mas pelo menos entregou um herói mais simpático (e atraente) do que seus amigos da "Liga da Justiça" (2017) - Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill).

"Aquaman" apresenta diálogos simples, que não exigem muito de seus intérpretes. Mas Momoa tem boa presença, é divertido em alguns momentos (chega a lembrar de Thor em "Ragnarok") e faz o estilo brutamontes que resolve tudo na porrada, mas tem o bom coração e é "menino de família". E de quebra, atrai a mocinha dos cabelos vermelhos vinda do mar, que briga muito, tem super poderes e opinião própria. A mocinha no caso é a bela Amber Heard, que interpreta Mera, a princesa de um dos reinos de Atlântida que, como Aquaman, teve sua primeira aparição em produção da DC Comics/Warner Bros. Pictures em "Liga da Justiça". 

O destaque fica para Patrick Wilson, que deixa pelas mãos de James Wan a pele do bom Ed Warren, da franquia "Invocação do Mal" e "A Freira" para ser um dos vilões da história - o Rei Orm que quer se tornar Mestre dos Oceanos. Ele está bem no papel, mas ainda tem cara de cachorro que caiu da mudança. Mas nas lutas contra Aquaman, mantém o mesmo padrão do super-herói.


Confira a galeria de fotos do filme no Flickr



Nicole Kidman (que interpreta a rainha Atlanna, mãe do Aquaman), apesar de ser nome de peso, aparece pouco. E a maquiagem foi cruel com ela quando é mostrada mais jovem. Pecou feio, melhor teria sido usar computação gráfica no rosto do que fazer o trabalho ruim de rejuvenescimento que fizeram. A maquiagem errou na atriz mas acertou nos atores. Já Temuera Morrison (que faz o pai do Aquaman) ficou bem quando jovem e envelhecido da maneira correta.

O mesmo com Willem Dafoe, que tem boa interpretação de Vulko, conselheiro da rainha. O elenco conta ainda com Dolph Lundgren, também melhorado pela maquiagem para viver o Rei Nereus. E Yahya Abdul-Mateen II, como o pirata David Kane, que se transforma no Arraia Negra, inimigo do Aquaman.

O filme conta a origem de Arthur Curry, como se tornou o super-herói e sua atuação nada discreta como super-herói apesar de viver numa pequena vila costeira. Mas ao ser convocado por Mera para defender e unir terra e mar, ele terá de assumir sua função de herdeiro do trono de Atlântida. E enfrentar seu maior rival, o meio irmão Rei Orm, que quer se tornar o Mestre dos oceanos e dominar os mares a terra, destruindo os humanos que estão acabando com a natureza.

Esta parte da poluição dos mares e rios, o aquecimento global e a destruição da fauna e flora marinha é abordada bem levemente, sem aprofundar. Nas entrelinhas há também uma crítica ao estilo de vida de Atlântida, que usa de regras e controle como o mundo terrestre, além de usar animais para a guerra. A produção também aproveitou ideias de seu concorrente, com a ponte com o portal ligando os reinos aquáticos, bem semelhante a de Asgard, dos filmes de Thor.

"Aquaman" é um bom filme, bem humorado, com muita ação (dentro e fora d'água), que tem na computação gráfica seu forte, apesar do roteiro confuso em algumas partes. Mas cumpre seu papel de contar a história do herói e rei dos Sete Mares, ilustrada pelas cores das milhares de espécies exóticas do fundo do mar e as belas paisagens terrestres. As 2h24 de duração passam rápido. Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: James Wan
Produção: DC Entertainment / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h24
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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11 dezembro 2018

Apesar do ótimo elenco e história, "As Viúvas" é longo e com pouca ação

Suspense reúne Viola Davis comandando um grupo de mulheres desesperadas num grande assalto (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Atores de primeira que entregam ótimas interpretações bem distribuídas ao longo da história, e a trilha sonora com a marca de Hans Zimmer, fazem de "As Viúvas" ("Widows") uma das boas opções em cartaz no cinema. Viola Davis ("Um Limite Entre Nós" - 2017), ótima como sempre, contracena com Liam Neeson ("O Passageiro" - 2018), e Colin Farrell ("O Estranho que Nós Amamos" - 2017). O filme peca, no entanto, na duração. Muito longo e com pouca ação, o roteiro esticou demais em alguns detalhes, deixando algumas cenas bem arrastadas.

Mas quando a ação acontece, elas são muito boas, principalmente pela atuação dos atores, sem desmerecer os efeitos especiais. Outro ponto positivo é a abordagem paralela da questão social, explorada por candidatos em campanha: o famoso esquema de tirar o máximo de proveito gastando o mínimo e explorando as necessidades das comunidades carentes. O diretor deixa bem claro que isso vale para os dois lados da disputa - para quem nasceu no bairro e quer unir o poder do tráfico de drogas ao do cargo político quanto para aqueles que sempre se alimentaram da política por gerações.

"As Viúvas" é dirigido pelo britânico Steve McQueen II (também um dos roteiristas e produtores), o mesmo de "12 Anos de Escravidão" (2014). Traz ainda um elenco de nomes famosos como Daniel Kaluuya ("Corra!" - 2017), Robert Duvall ("O Juiz" - 2014), Michelle Rodriguez (da franquia "Velozes e Furiosos"), Elizabeth Debicki ("Guardiões da Galáxia- Vol. II" - 2017) e Brian Tyree Henry ("Hotel Artemis" - 2018).

A partir de um assalto frustrado, quando Harry Rawlins (Liam Neeson) e sua gangue são mortos pela polícia e o dinheiro que roubaram destruído pelas chamas, as viúvas se tornam o alvo dos traficantes que perderam tudo. A viúva de Harry, Verônica (Viola Davis), passa a ser cobrada para que a quantia roubada pelo marido seja devolvida. 


Pressionada, ela encontra um caderno de anotações de Harry que prevê em detalhes aquele que seria seu próximo golpe. Verônica então decide realizar o roubo, tendo a ajuda das demais viúvas dos mortos no assalto frustrado - Linda (Michelle Rodriguez) e Alice (Elizabeth Debicki), além de Belle (Cynthia Erivo).

Elas se vêm envolvidas numa disputa política envolvendo Jack Mulligan (Colin Farrell) e o pai dele, Tom (Robert Duvall) contra Jamal (Brian Tyree Henry), chefe do tráfico na comunidade e forte candidato a acabar com a hegemonia na região família Mulligan. Para o "trabalho sujo", Jamal conta com Jatemme (Daniel Kaluuya), um homem violento, cruel, que sente prazer em matar. "As Viúvas" vale a pena assistir, em especial pelo elenco, mas o roteiro unindo suspense e drama errou ao deixar a ação em segundo plano.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Steve McQueen (II)
Produção: 20th Century Fox / New Regency Pictures / See-Saw Films
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Suspense / Drama
Países: EUA / Reino Unido
Classificação: 16 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

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