30 janeiro 2020

"Jumanji: Próxima Fase" tem ação e emoção que valem uma sessão da tarde

Elenco do primeiro filme está de volta e mais aventuras e novos personagens (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Trazendo de volta o elenco do primeiro filme, "Jumanji - Próxima Fase" ("Jumanji - The Next Level") tem muita ação no retorno ao jogo de videogame, trabalha mais a emoção e é mais um do mesmo. Para quem não viu "Jumanji: Bem Vindo à Selva", de 2017, recomendo assistir para entender melhor como tudo começou e a troca de corpos dos personagens - essa é a parte mais engraçada de ambos os filmes. Além de Dwayne Johnson (Dr. Smolder Bravestone), Kevin Hart (Mouse Finbar), Karen Gillan (Ruby), Nick Jonas (Jefferson), Jack Black (Dr. Shelly Oberon), Alex Wolff (Spencer), Morgan Turner (Martha), Ser' Darius Blain (Fridge) e Madison Iseman (Bethany), o novo elenco conta com dois ícones do cinema - Danny DeVito (Eddie) e Danny Glover (Milo), além da indicada ao Oscar, Awkwafina, no papel de Ming.


Novamente sob a direção de Jake Kasdan, o filme avança vários anos e apresenta nossos heróis na rotina da vida real, enfrentando frustrações e sucessos, cada um num ponto diferente do país. Spencer está insatisfeito com seu trabalho e o namoro à distância com Martha. Quando os quatro amigos resolvem se encontrar na cidade onde nasceram, Spencer decide jogar Jumanji novamente sem contar a ninguém. Nem mesmo ao avô Eddie e ao amigo dele, Milo. Preocupados com o sumiço do amigo, Martha, Fridge e Bethany descobrem que ele entrou de novo no jogo e vão atrás dele. Só não contavam que o game estava "bugado" e mudaria a fase e os personagens.


Como era esperado, "Jumanji: Próxima Fase" tem muita ação, caras e bocas, mas o diretor focou mais na relação das pessoas - namoros abalados, amizade entre neto e avô, sentimentos de solidão e incapacidades provocados pela velhice, amizades antigas que precisam ser recuperadas, decisões de carreiras - tudo junto e misturado. Dwayne Johnson ainda ocupa o papel principal (claro, ele também é o produtor), mas os demais personagens ganharam importância e vão ajudar Spencer em toda a nova fase do jogo e na vida real.


Karen Gillan ganha mais espaço na trama, assim como Jack Black e Kevin Hart, que proporcionam os momentos mais divertidos, especialmente quando estão com Awkwafina. Pena que as cenas dedicadas à parte cômica são menores que os do primeiro filme. "Jumanji: Próxima Fase" também tem ótimos efeitos visuais e gráficos - a fuga dos macacos na floresta e a do bando de avestruzes no deserto são os melhores. O grupo de aventureiros precisa vencer todos estes obstáculos para conseguir sair do jogo e voltar à realidade.


Destaque também para a ótima trilha sonora, também de Henry Jackman, responsável também pela do primeiro filme e de sucessos como "Capitão América - Soldado Invernal" (2014), "Kingsman: Serviço Secreto" (2015) e "Crime Sem Saída" (2019). Boa produção, sem grandes pretensões ou novidades, exceto no elenco, "Jumanji: Próxima Fase" repete o estilo adotado por Dwayne Johnson para seus filmes de muita ação e aventura. Vale como uma boa sessão da tarde.


Ficha técnica:
Direção: Jake Kasdan
Produção: Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h04
Gêneros: Aventura / Comédia / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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26 janeiro 2020

"1917" surpreende com jogo de sombra e luz, efeitos especiais e narrativa humanizada

George MacKay entrega ótima atuação para mostrar uma das muitas histórias da Primeira Guerra Mundial (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


De tirar o fôlego. Essa talvez seja a melhor definição para o filme "1917", do diretor Sam Mendes ("007 Contra Spectre" - 2015, "007 - Operação Skyfall" - 2012 e "Beleza Americana" - 1999), em cartaz no cinema e com 11 indicações ao Oscar 2020, inclusive de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Fotografia. A produção, ambientada na Primeira Guerra Mundial, já faturou outras premiações, este ano, entre elas a de Melhor Filme Dramático e Melhor Diretor no Globo de Ouro. Poderia ser somente mais um filme de guerra, como o excelente "Dunkirk" (2017) ou "Midway - Batalha em Alto Mar" (2019), mas "1917" é surpreendente na parte técnica. 


A começar pela forma mágica como o diretor de fotografia Roger Deakins ("Blade Runner 2049" - 2017) mescla luzes de bombas e fogos e sombras em meio a escombros de uma cidade destruída. Ou na cena do cabo Schofield (George MacKay, de "Capitão Fantástico" - 2016) correndo na frente das trincheiras no sentido contrário aos outros soldados. Estas imagens, aliadas a uma bela trilha sonora, sob o comando de Thomas Newman, e ótimos efeitos especiais e maquiagem, resultam nas mais belas e bem feitas cenas de guerra dos últimos tempos, sem que fosse necessário mostrar a matança do conflito. 


A fotografia é um dos pontos altos do filme, empregando tons pastéis e alaranjados que deixam a ambientação mais real e desumana. A guerra serve apenas de pano de fundo para um roteiro feito a partir de uma das muitas histórias contadas de geração em geração - esta, no caso, foi contada ao diretor por seu avô, que combateu no conflito mundial. Seria apenas mais uma se não fossem os recursos técnicos usados por Sam Mendes e sua equipe.


O mais surpreendente foi filmar em uma sequência única em primeira pessoa. Claro que houve cortes de cenas, mas são tão sutis e disfarçados entre travellings e trucagens que o público não percebe e acompanha os jovens soldados em toda a jornada. A câmera segue cada passo dos personagens, com derivações para detalhes importantes na narrativa, como mapas e armas, retornando a eles, sem que nada se perca. É tenso e de tirar o fôlego de quem está assistindo.


Sam Mendes também tornou a narração mais humana, focando no drama dos personagens principais de personalidades diferentes, que vão sendo reavaliadas ao longo da trajetória. Na história, Schofield e Blake (Dean-Charles Chapman) são jovens cabos britânicos durante a Primeira Guerra Mundial. Eles recebem como missão atravessar o território inimigo, lutando contra o tempo, para entregar uma mensagem cancelando o ataque do esquadrão e evitando que caia em uma armadilha que irá matar 1600 companheiros. Blake ainda tem a preocupação de salvar o irmão, comandante de uma das tropas deste batalhão.


Para explicar melhor toda a produção e o conflito, a Universal Pictures produziu vídeos especiais com o professor e historiador Leandro Karnal. Dividida em “A Grande Guerra”, “Os Heróis” e “As Perdas”, a série aborda o que foi a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as mudanças que ocorreram após o seu fim e a importância do ano 1917 para a história como um todo. Para conferir basta clicar nos links abaixo:
1º episódio -"A Grande Guerra" - https://bit.ly/2TXrLNl
2º Episódio - "Os Heróis" - https://bit.ly/2O0omJT
3º Episódio -  "As Perdas" - https://bit.ly/36rJFKH


"1917" é uma obra de arte de guerra em que os efeitos técnicos e visuais são as grandes estrelas. Mas não se pode desmerecer o elenco, formado em sua maioria por conhecidos atores britânicos em pequenas participações - Colin Firth, Mark Strong, Benedict Cumberbatch e Richard Madden. Mas são George MacKay e Dean-Charles Chapman que entregam marcantes atuações, fazendo o público se envolver na desesperada missão. A produção de Sam Mendes é nada mais que excelente.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Sam Mendes
Produção: Amblin Entertainment / DreamWorks Pictures / Neal Street Productions
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h59
Gêneros: Drama / Guerra / Histórico
Países: Reino Unido / EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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