16 março 2020

"O Homem Invisível" abre bem a temporada dos bons suspenses de 2020

Elisabeth Moss entrega uma ótima interpretação da esposa que foge do marido psicopata e possessivo (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


A nova versão de "O Homem Invisível" ("The Invisible Man"), clássico do terror e ficção científica criado por H.G. Wells no final do século XIX e que já teve várias adaptações no cinema, entrega um enredo completamente diferente, assim como o personagem e seus objetivos. Enquanto no original, ele é um cientista que tenta encontrar o antídoto para deixar de ser aquele que ninguém vê, neste o personagem que dá nome ao filme utiliza alta tecnologia para ficar invisível e se vingar daqueles que cruzam seu caminho.


Mas o homem sem rosto é apenas um coadjuvante na produção dirigida por Leigh Whannell. O foco principal é uma mulher, que encontra força e coragem para fugir de uma relação abusiva e provar que não é louca ao tentar provar para todos que seu ex-marido agora é invisível e a persegue. Coube a Elisabeth Moss o papel da dona de casa e arquiteta Cecília Kass que foge de Adrian Griffin (o belo Oliver Jackson-Cohen) um marido psicopata e possessivo, Mesmo após o suicídio dele, a esposa não encontra paz. Ela percebe que Adrian não morreu e tenta provar que ele conseguiu se tornar invisível. O filme tem bons momentos de tensão, especialmente pelas cenas de ataques.


A abordagem psicológica dos dois personagens principais poderia ter sido mais bem explorada. O diretor aponta para vários lados, mas não aprofunda em nenhum - até mesmo na relação conjugal abusiva - o que deixa, em alguns momentos, a trama lenta e confusa sobre seu objetivo. Elisabeth Moss, com sua ótima atuação, é a responsável por salvar a produção. Ela entrega uma Cecília fragilizada, que deixou a profissão de arquiteta para se tornar uma dona de casa controlada pelo marido, um dos maiores empresários no segmento ótico.


Após a fuga de casa, ela vive reclusa e com medo, situação comum vivida por muitas mulheres que resolvem por fim ao sofrimento de um casamento abusivo. Nem mesmo a morte do marido a deixa segura. Até que começam a ocorrer fatos estranhos, inclusive crimes, colocando a sanidade de Cecília em jogo, quando ela tenta provar que a morte de Adrian foi uma farsa e que ele está por trás de tudo. De uma dona de casa comum, ela passa a louca perigosa e paranoica.


Além do casal principal, destaque para a atuação da jovem atriz de 16 anos, Storm Reid (que atuou nas séries de TV "Euphoria" e "Olhos Que Condenam", ambas de 2019). Ela é Sidney, filha do detetive James Lanier (papel de Aldis Hodge), que ajuda a dona de casa fugitiva. O elenco conta ainda com Michael Dorman, que faz Tom Griffin, irmão de Adrian, e Harriet Dyer, como Emily, irmã de Cecília.

"O Homem Invisível" não escapa dos clichês, como por exemplo, a cena do balde de tinta jogado pela mocinha sobre o vilão para que possa vê-lo. Mas conta com uma ótima trilha sonora, composta por Benjamin Wallfisch (o mesmo de "It - A Coisa" (2017) e "It - Capítulo Dois" - 2019), completando bem o roteiro de Leigh Whannell, também um dos produtores. A finalização é surpreendente e faz jus à trama, que está mais para suspense que terror. Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: Leigh Whannell
Produção: Blumhouse Productions / Goalpost Pictures / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h05
Gêneros: Terror / Suspense / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

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12 março 2020

Mesmo copiando sucessos,"Bloodshot" tem muita ação e ótimos efeitos visuais

Vin Diesel interpreta no cinema o herói, criado pela Valiant Comics, que tem super poderes (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Sem a mínima preocupação em copiar personagens e cenas de vários blockbusters, a Valiant Entertainment aposta em Vin Diesel para viver no cinema seu maior super-herói, dos quadrinhos em "Bloodshot", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH. E junto com o astro e os mesmos produtores da franquia "Velozes e Furiosos" (que ganha seu novo filme em maio deste ano), o diretor Dave Wilson não economizou em efeitos especiais, que ficaram ótimos, e em carregar nas cenas violentas e nas frases cômicas que amenizam a trama mesmo abusando nos clichês Até mesmo algumas dessas partes são cópias de outras produções.

O longa apresenta o ex-militar Ray Garrison, conhecido como Bloodshot, e explica como ele se tornou uma máquina de matar indestrutível, graças à nanotecnologia. A explicação é até rápida e foca inteiramente no personagem principal. Mas se a editora de quadrinhos tem a intenção de realmente entrar neste campo, dominado hoje pela Marvel Comics e DC Comics, vai precisar trabalhar melhor seus roteiros e ser mais criativa, sem depender de "buscar ideias" nos concorrentes. 

As garras do Dr. Octopus, inimigo do Homem-Aranha, o processo de aplicar adamantium em Wolverine, o vilão de "O Exterminador do Futuro" que se recompõe a cada tiro, estão entre os filmes e personagens lembrados. Além do ótimo ator Guy Pearce, que repete o papel de um especialista em nanotecnologia, como aconteceu em "Homem de Ferro 3" (2013).


As "referências" a esses e outros sucessos são tão claras que "Bloodshot" chega a ficar engraçado em alguns momentos que acabam agradando aos fãs dos quadrinhos. Esses "momentos" funcionam bem, apoiados nos ótimos feitos visuais e de computação gráfica que garantem muita ação, do início ao fim, e uma trilha sonora, a cargo de Steve Jablonsky (de "Arranha-Céu: Coragem Sem Limite" - 2018) precisa nos momentos certos. No repertório,  sucessos como "Memories Are Made of This", clássico de Johnny Cash de 1955.


Vin Diesel dá conta do recado, apesar de também ser uma cópia de seu personagem mais famoso - o corredor veloz e furioso Dominic Toretto, com direito a caras e bocas, voz cavernosa e muitas lutas. O elenco conta ainda com a mexicana Elza Gonzalez (de "Velozes e Furiosos - Hobbs & Shaw" e "Alita: Anjo de Combate", ambos de 2019), Sam Heughan, Toby Kebbell e Lamorne Morris (de "A Noite do Jogo" - 2018 e "Yesterday" - 2019) como super hacker Wilfred Wigans, que mais parece um rapper.


Na história, Bloodshot é um ex-soldado assassinado ao lado da esposa, que é ressuscitado e aprimorado com nanotecnologia, desenvolvendo habilidades e poderes especiais, como o de regeneração. Ao apagarem sua memória várias vezes, ele finalmente descobre quem realmente é e parte em um busca de vingança daqueles que mataram sua família e o transformaram num assassino controlado por computador. Repetindo o estilo "tiro, porrada e bomba", "Bloodshot" tem todos os requisitos para atrair para o cinema o público que gosta das produções de Vin Diesel e espera ver muita ação, com pitadas de comicidade.

Quadrinhos


Para comemorar a estreia nos cinemas de “Bloodshot”, a Sony Pictures e a Social Comics, que possui em sua plataforma a HQ Bloodshot, fizeram uma parceria para liberar de forma gratuita as edições 0 e 1 da HQ junto com um dossiê completo de informações sobre o personagem. As publicações estarão disponíveis por um mês, sem a necessidade de inscrição.



Ficha técnica:
Direção: Dave Wilson
Produção: Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h49
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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