27 março 2016

Produção fraca de "Jovem Messias" é focada no jovem Jesus, com mensagem bíblica

Filme religioso  tem poucos recursos e explora apenas o lado religioso (Fotos Paris Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Ao contrário de "Ressurreição", também lançado para a Semana Santa, "O Jovem Messias" ("The Young Messiah") aborda a história de Jesus menino (interpretado pelo jovem ator mirim britânico Adam Greaves-Neal, de "Sherlock" - 2012), que vive com os pais Maria (Sara Lazzaro) e José (Vincent Walsh), tios e primos. Mas Jesus não é uma criança comum e sofre com os outros garotos da vizinhança de Alexandria, no Egito, onde vivia com a família.

Aos poucos ele começa a questionar os pais sobre seu poder de curar as pessoas, o que acaba trazendo problemas para o grupo que precisa fugir novamente. Eles seguem para Nazaré, de onde fugiram quando Jesus nasceu para impedir que fosse morto pelo rei Herodes. Os pais tentam de todas as formas de evitar que Jesus saiba quem ele realmente é a que veio ao mundo, mas a cada fato isso vai se tornando mais difícil.

A história mostra a peregrinação da família de José e os primeiros milagres de Jesus ainda menino que começam a se espalhar por Jerusalém e chegam aos ouvidos do filho de Herodes. A ordem é mandar matar este menino e o responsável por isso é o centurião Severus (interpretado pelo ótimo ator também britânico Sean Bean, de "Perdido em Marte" - 2015). Na caçada a Jesus, o centurião presencia os milagres da criança e começa a questionar sua fidelidade ao imperador. Assim como aconteceu com o tribuno Clavius, em "Ressurreição". 

Religioso, sem grandes recursos e sem muita preocupação com detalhes de época, "O Jovem Messias" é uma produção que não acrescenta e nem deixa marcas. Apenas uma narração de um período com abordagem religiosa e ideal para a catequese de crianças desta idade que queiram saber um pouco sobre a infância de Jesus. Exceto pelo ótimo trabalho de Sean Bean, que salva o filme cada vez que aparece. De resto, fatos criados fora das escrituras para justificarem a história.

Na versão dublada para o português, a escolha das vozes para Maria e José ficou para os atores Mel Lisboa e Sérgio Marone, que estão se especializando em filmes bíblicos após suas participações na produção da Record, "Os Dez Mandamentos" (2015). Esta inclusive foi a primeira vez de Marrone como dublador. "O Jovem Messias" está em cartaz em 17 salas de 14 shoppings de Belo Horizonte, Betim e Contagem, nas versões dubladas e legendadas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Cyrus Nowrasteh
Produção: 1492 Pictures / Ocean Blue Entertainment / Focus Features
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h51
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 2 (0 a 5)

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24 março 2016

"Batman vs Superman - A Origem da Justiça" tem muito marketing e ação mas história fica a dever

Filme apresenta os dois maiores super-heróis da DC Comics numa batalha arrasa-quarteirão (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Seguindo uma linha muito parecida com a dos filmes do Homem Morcego, "Transformers" e "Vingadores", "Batman vs Superman - A Origem da Justiça" ("Batman vs Superman: Dawn Of Justice") chega aos cinemas no estilo arrasa-quarteirão, tanto de destruição quanto de locais de exibição - 48 salas de 19 shoppings de Belo Horizonte, Betim e Contagem. E logo no início tiros, bombas, explosões, prédios desabando, ataque alienígena e a cena mais que exibida no comercial do Jeep Renegade dominam a tela do cinema. Por sinal, recomendo a versão IMAX que dá mais impacto.

E tudo isso só para apresentar Superman (novamente interpretado pelo bonito mas insosso Henry Cavill) e o mocinho Bruce Wayne (vivido pelo sempre belo e agora envelhecido Ben Affleck) antes de se conhecerem e se tornarem inimigos. A sequência de cenas é de uma destruição quase total da cidade de Metrópolis, relembrando a luta do Homem de Aço contra seu inimigo kryptoniano Zod.


Batman está mais sisudo, amargo e vingativo que em "O Cavaleiro das Trevas" e a sequência "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", ambos interpretados por Christian Bale. Affleck, apesar da carinha de "filho criado por vó", ficou bem com aparência de homem mais maduro e mostrando seu lado frio e impiedoso, que bate muuuuuuuuito nos inimigos. Ele escolheu ser um fora da lei em busca de Justiça e, com certeza, é o destaque do filme. Para descontar sua raiva do mundo escolheu Superman como alvo, a quem ele culpa por todo o estrago feito durante sua batalha contra Zod (Michael Shannon).

O Homem de Aço continua o bom moço, sempre presente para salvar as pessoas e, principalmente sua amada Lois Lane (Amy Adams, num papel fraco para seu potencial). Nem que para isso precise derrubar prédios e causar pânico geral. Henry Cavill não está muito diferente do personagem feito por ele no primeiro filme. Com a mesma cara inerte de "Homem de Aço" (2013) e "O Agente da U.N.C.L.E." (2015). Rindo ou fazendo sexo com Lois, a falta de expressão é a mesma. Muito bonito mas seu personagem só ganha força quando resolver deixar a versão Clark Kent mosca morta e partir "para o pau".  Mesmo assim, apesar dos superpoderes, ele é o que mais apanha no filme (e como apanha!).

Assim como Batman, ele também carrega seus fantasmas e a mágoa por ser acusado da destruição de sua cidade no passado. Duas figuras opostas, dois heróis com posturas diferentes mas com o mesmo objetivo - acabar com a criminalidade em suas cidades e salvar a raça humana. Em meio à luta contra o crime era certo que os dois se enfrentassem uma hora. E a batalha é eletrizante, sobram efeitos especiais e porrada. Uma luta entre o deus extraterrestre e o homem com sua armadura quase robótica que muda as características do personagem.

Enquanto eles brigam, o verdadeiro vilão - Lex Luthor (Jesse Eisenberg, de "American Ultra") - dá um chapéu em todo mundo e corre por fora, provocando caos e destruição por onde passa. Em "Batman vs Superman" ele é um vilão no estilo "motorzinho de dentista", que inferniza os heróis e faz o possível para acirrar o ódio entre eles. O ator adotou uma aparência diferente para o gênio do mal - falante demais, com roupas despojadas, mas que ficou aquém do que se esperava para o pior inimigo do Homem de Aço, que no passado foi interpretado por Gene Hackman em "Superman 1, 2 e 4". Apesar de caricaturado às vezes, ele dá conta do recado. Eisenberg é jovem demais, no entanto para o papel, uma vez que ele e Superman teriam a mesma idade terráquea.

Os fãs que me perdoem, mas a israelense Gal Gadot, apesar dos muitos elogios sobre sua escolha como Diane Prince/Mulher-Maravilha não me convenceu ainda. Uma morena muito bonita, com corpão que vai fazer a alegria do público masculino e que despontou na franquia "Velozes e Furiosos". Mas nem por isso ela tem o carisma e o brilho que a personagem exigia para a primeira aparição entre os super-heróis, antes do lançamento de seu filme, previsto para junho de 2017. Isso se não for comparada com a simpática atriz americana Lynda Carter, que fez o papel da heroína amazona no seriado de TV Mulher-Maravilha, entre 1976 e 1979.

No elenco estão ainda Diane Lane (Martha Kent, mãe e Clark), Laurence Fishburne (Perry White), Jeremy Irons (mordomo Alfred), Holly Hunter (senadora Finch) e uma aparição rápida de Kevin Costner, como Jonathan Kent, pai de Clark. "Batman vs Superman - A Origem da Justiça" é um ótimo filme para quem quer ver muita ação com super-heróis da DC Comics. E abre caminho para as próximas produções da Warner já em andamento, como Liga da Justiça - Parte 1, que trará outros integrantes do grupo citados neste filme como Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller).

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O filme tem de tudo um pouco - muita ação, excelentes efeitos especiais e pirotécnicos, drama, romance, pancadaria, tiros explosões e, claro, atitudes heroicas do início ao fim. E para colocar tudo em 2h32 de duração, o diretor Zack Snyder, quase um discípulo de Michael Bay, monta uma verdadeira colcha de retalhos, com muita ação para explicar a escassez de diálogos, cenas em excesso de sonhos e imagens do passado que se confundem com as do presente. Mas isso não é o suficiente para tirar o interesse. Vale a pena conferir. "Batman vs Superman" está em exibição nas versões dublada e legendada, em formatos 2D, 3D e IMAX.



Ficha técnica:
Direção: Zack Snyder
Produção: Warner Bros. Pictures / DC Entertainment / Syncopy / Dune Entertainment 
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h32
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

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