28 fevereiro 2020

"Dolittle" - um filme para quem curte bichos e um grande balde de pipoca

Robert Downey Jr. repete a clássica história do médico que conversa com os animais (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma retomada ao clássico infanto-juvenil "Dr. Dolittle" com grandes estrelas e muitos efeitos especiais. Este é "Dolittle", a nova versão em cartaz no cinema que tem como protagonista Robert Downey Jr., após sucessos como Homem de Ferro, na franquia "Vingadores", ou como Sherlock Holmes. O longa usa e abusa da computação gráfica, superando os anteriores (1998 e 2001) que tiveram Eddie Murphy no papel do médico veterinário que conversa com os animais. O que era esperado.


Na nova versão, os bichos têm mais desenvoltura, os sentimentos deles ficam mais sinceros nos olhares e nos diálogos. E eles passam mais vida e carisma que os personagens de "Rei Leão", apesar da alta tecnologia usada na live-action da Disney. Faltou apostar mais na aventura. O filme fica morno em alguns momentos, mas os animais logo tratam de mudar isso. Além da ótima interpretação de Robert Downey Jr., que ajuda a salvar a produção de US$ 175 milhões.


O ator tenta ser o mais divertido possível, mas ainda mantém cacoetes de seu personagem de super-herói, inclusive a prepotência de sempre achar que não precisa de ninguém. Ele conduz bem seu papel e as cenas divididas com os animais são muito boas. Principalmente suas brigas com a arara Polly (voz original de Emma Thompson), que chama Dolittle na responsabilidade quando ele passa dos limites. Ou com o medroso gorila Chee-Chee (voz de Rami Malek) e o urso polar Yoshi (John Cena).

Um dos destaques do filme é a trilha sonora, especialmente a canção "Original", interpretada por Sia, e a versão épica para a clássica "What a Wonderful World", de Louis Armstrong, feita por Reuben and The Dark e AG, que emociona.


O elenco animal conta com vozes de outros nomes famosos do cinema: a pata Dab-Dab (Octavia Spencer), o cão Jip (Tom Holland), o tigre neurótico Barry (Ralph Fiennes), a raposa Tutu (Marion Cotillard) e a girafa Betsy (Selena Gomez). Já entre os humanos, destaque para Antonio Banderas (Rei Rassouli), Michael Sheen (o invejoso Dr. Blair Müdfly, que não aceita o dom de Dolittle) e Jim Broadbent (como lorde Thomas Badgley, que deseja tomar o trono da jovem rainha Vitória, papel de Jessie Buckley).


Apesar do elenco de peso de dubladores, a versão em português deixa os diálogos mais engraçados. As falas de Dolittle também ganham mais sarcasmo na voz do dublador brasileiro de Downey Jr. As crianças vão se divertir com as aventuras do físico, que também é médico veterinário, seu assistente Tommy Stubbins (Harry Collett) e a bicharada da reserva animal mantida pelo excêntrico Doutor Dolittle.  Vivendo em total isolamento do mundo humano após uma tragédia, ele recebe um chamado urgente da rainha da Inglaterra e precisará da ajuda de todos os seus amigos animais para realizar sua missão.


"Dolittle" é um bom entretenimento e tinha todos os recursos para bater os filmes anteriores. Mas pecou se perdeu ao entregar um filme de pouca ação, apesar dos diálogos engraçados, do colorido de passar boas lições de amizade, respeito aos animais e fidelidade. Mas ainda indico como uma boa opção para levar as crianças numa sessão de fim de semana.


Ficha técnica:
Direção: Stephen Gaghan
Produção: Universal Pictures / Perfect World Pictures / Team Downey
Distribuição: Universal Pictures do Brasil
Duração: 1h42
Gêneros: Comédia / Aventura / Família
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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23 fevereiro 2020

"Minha Mãe é Uma Peça 3" - uma ótima opção para quem não curte o Carnaval mas quer se divertir

Paulo Gustavo se supera e apresenta uma Dona Hermínia mais emotiva e estressada (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Está sem ideia de um bom filme para se divertir neste carnaval. Então fica aqui a dica do @cinemanoescurinho. A ótima comédia "Minha Mãe é Uma Peça 3" é tão boa ou até melhor que a primeira. Este terceiro filme de Paulo Gustavo é sucesso em tudo: mais divertido, mais emocionante e mais ousado na abordagem de alguns temas. O longa-metragem se tornou a maior bilheteria da história do cinema nacional em ingressos vendidos a um público real, que lotou as salas por todo o país -11 milhões de espectadores e arrecadação de mais de R$ 180 milhões até a primeira quinzena de fevereiro. Ao contrário do filme que ocupa o "primeiro" lugar, cujas entradas foram adquiridas pela produtora, para garantir liderança no ranking de bilheterias, mas com salas vazias de público. 


Além de bater o tal filme no quesito lugares preenchidos, em dezembro "Minha Mãe é Uma Peça 3" também ultrapassou dois dos sucessos mais esperados da Disney para 2019 - "Star Wars: A Ascensão Skywalker" e "Frozen 2" - na semana de seus lançamentos. Passados dois meses, a comédia nacional continua firme em cartaz, ao contrário destes e do intitulado "líder", atraindo um bom público para as salas. 

Algumas pessoas estão assistindo até mais de uma vez as peripécias de Dona Hermínia, personagem criado e consagrado por Paulo Gustavo. O ator é também roteirista do filme, além de multitarefas na vida real. Novamente, ele é dirigido por Suzana Garcia, com quem trabalhou nas comédias "Os Homens são de Marte... e é Pra Lá Que Eu Vou" (2014) e "Minha Vida em Marte" (2018), tendo dividido a tela com Mônica Martelli.


Apresentada em 2013, Dona Hermínia caiu nas graças do público brasileiro, como uma mãe superprotetora, completamente estressada com os filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo), a irmã Iesa (Alexandra Richter), a diarista Waldeia (vivida pela ótima Samantha Schmütz) e ainda ter que aguentar a atual namorada do ex-marido Carlos Alberto (Herson Capri). Até que resolve fugir de casa para dar um tempo e encontrar um objetivo na vida.

Três anos depois, ela retorna para um novo sucesso com "Minha Mãe é Uma Peça 2", agora como apresentadora de um programa de TV. Apesar de ter ficado rica, continua sofrendo com os filhos que saíram de casa para seguirem suas vidas. Para seu desespero, a irmã Lúcia Helena (Patrícia Travassos), ovelha negra da família, retorna ao Brasil para criar mais confusão.


Dona Hermínia não tem sossego e vai enfrentar duas mudanças radicais neste terceiro longa - Marcelina grávida e Juliano casando com Thiago (Lucas Cordeiro), um antigo namorado e Carlos Alberto tentando uma reconciliação. O coração não aguenta tanta emoção. E é exatamente aí que "Minha Mãe é Uma Peça 3" se destaca. Paulo Gustavo passa para seu personagem o amor e a emoção que está vivendo na vida real de ter filhos pela primeira vez. Os lindos bebês são mostrados numa das cenas, levados num carrinho pelo marido do ator. A mãe de Paulo, como nos outros dois filmes, volta com carga total no final, brigando muito com ele e se mostrando uma avó bem coruja.


Susana Garcia ousou na abordagem de alguns temas sérios pouco tratados em comédias nacionais: o casamento gay de Juliano, aceito e abençoado pelas famílias; a escolha de Marcelina em viver com o marido uma vida mais saudável no campo e ter o filho de parto normal; e a coragem de uma mulher em sair de um casamento de conveniência, recheado de dinheiro e traições, e iniciar uma nova vida. Bons exemplos para muitas pessoas.


Mas o lado engraçado ainda é o forte em "Minha Mãe é Uma Peça 3". Difícil não dar boas gargalhadas com Dona Hermínia, que está cada vez mais histérica, sarcástica e estressada, proporcionando ótimos momentos durante todo o filme. Uma das melhores comédias nacionais dos últimos tempos. Se ainda não assistiu, não sabe o que está perdendo. O longa está em exibição em várias salas das redes Cineart e Cinemark em BH, Betim e Contagem, Cinépolis no Shopping Estação BH e Cinesercla no Big Shopping, em Contagem.


Ficha técnica:
Direção: Susana Garcia
Produção: Migdal Filmes/ coprodução Globo Filmes / Telecine / Universal Pictures International/ Paramount Pictures Corporation
Distribuição: Downtown Filmes /co-distribuição Paris Filmes
Duração: 1h45
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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