30 junho 2021

"Luca" emociona e faz a gente relembrar os prazeres da infância

Animação da Disney/Pixar tem aventura, amizade e a descoberta de um novo mundo (Fotos: Walt Disney Company/Divulgação)


Maristela Bretas


Seria apenas mais uma animação se não fosse feita pela Pixar, estúdio que gosta de mexer com nossas emoções. Várias lágrimas desceram desses olhos com "Luca", em exibição na plataforma Disney+ para assinantes (sem taxa extra), é uma história cheia de aventuras e descobertas, que está arrebatando crianças e adultos, com uma linguagem simples e envolvente.

Como sempre, a Pixar pega a gente pelo coração e "Luca" não poderia ser diferente. Vale lembrar de "Divertida Mente" (2015), "Soul" (2021) e a franquia "Toy Story", iniciada em 1995 e encerrada com "Toy Story 4" em 2019 com muitas lágrimas. Em todos, a abordagem trata de família, transições, incertezas, abandono, sentimentos e, principalmente, amizade.


A nova animação trata de tudo isso, distribuindo os sentimentos entre todos os personagens, especialmente o protagonista Luca Paguro, um garoto de 13 anos que começa a descobrir a adolescência, mas precisa esconder um grande segredo. Com voz de Jacob Tremblay (de "O Quarto de Jack" - 2016, "Extraordinário" - 2017 e "Doutor Sono" - 2019), o jovem que sempre morou com os pais, quer conhecer o mundo da superfície.

Para isso vai contar com a ajuda de um novo amigo, Alberto Scorfano (voz de Jack Dylan Grazer, de "It - A Coisa" - 2017 e "Shazam! "- 2019), um garoto que vive sozinho numa ilha, sempre cheio de histórias e que não tem medo de se aventurar.


Assim como Luca, Alberto também esconde um segredo - ambos são monstros marinhos que adquirem aparência humana quando saem da água. Maior que o medo de serem descobertos é ganhar o mundo na garupa de uma Vespa e a curiosidade de conhecer como vivem os humanos de verdade que habitam a pequena e colorida vila de Portorosso.

Para isso, Luca terá de abandonar a família no fundo do mar e ganhar o mundo ao lado do melhor amigo e conhecerão pessoas "normais" e especiais, como Giulia Marcovaldo (Emma Berman), uma jovem valente, criada pelo pai, um pescador local, que é excluída pelas pessoas da vila. Ela se unirá aos dois amigos, sem conhecer a verdadeira identidade deles. 


Mas a vila também tem seu lado cruel e graças às histórias de ataques de monstros marinhos nas redondezas, os dois amigos terão de fazer de tudo (especialmente fugirem da água) para esconderem seu segredo e não caírem nas redes dos pescadores. Isso sem contar a perseguição dos famosos “valentões”. 

Entre passeios de uma motoneta improvisada, mergulhos escondidos, fartos pratos de uma bela massa ou casquinhas de sorvetes e noites sob a luz do luar, a história de "Luca" traz de volta a infância. Para completar, a história é ambientada nos anos 1970 e teve locação inspirada numa colorida vila na costa da Riviera Italiana, uma das regiões mais atraentes do país.


Tudo isso embalado por uma nostálgica e bela trilha sonora, composta por Dam Romer. Destaque para "Your are my sunshine" (Antonio of Italy), "Mambo italiano" (Dean Martin), "II gatto e la volpe" (Edoardo Bennato), "Never gonna give you up" (Rick Astley), “Viva la pappa col pomodoro” (Rita Pavone), “Andavo a cento all’ora” (Gianni Morandi), entre outros.

O elenco de "Luca" conta ainda com as vozes de Maya Rudolph e Jim Gaffigan, como os pais de Luca, Peter Sohn (Ciccio), Sacha Baron Cohen (tio Ugo) e até mesmo a do diretor Enrico Casarosa, dublando dois personagens. No Brasil, as dublagens de Luca foram feitas por Rodrigo Cagiano (Luca), Pedro Miranda (Alberto) e Bia Singer (Giulia). Claudia Raia, que empresta a voz para a Signora Mastroianni, trabalha ao lado da filha, Sophia Raia, que dubla a personagem Chiara.


Assim como outra animação, "A Pequena Sereia" (1989, dos estúdios Disney) e o longa "Splash - Uma Sereia em Minha Vida" (de 1984, com Tom Hanks e Daryl Hannah), a nova produção Pixar mostra como a superfície pode ser atraente, mas também perigosa e cruel para quem é "diferente". Mesmo assim, vale ganhar pernas e descobrir o mundo e o amor. Encante-se com "Luca" e não esqueça o lencinho para o emocionante final.


Ficha técnica:
Direção: Enrico Casarosa
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Exibição: Disney +
Duração: 1h36
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: Animação / Fantasia / Aventura
Nota: 4 (de 0 a 5)

24 junho 2021

Mostra Cinebitaca retorna com edição online de curtas mineiros em tempos de quarentena

 Edição reúne 26 curtas e homenageia bares saudosos da cidade (Fotos: Beth Freitas)

Da Redação


A Mostra Cinebitaca está de volta de hoje ao dia 27 de junho. O evento, idealizado pela fotógrafa Beth Freitas e pela produtora cultural Tamira Abreu, foi originalmente pensado como mostra de cinema independente no boteco, e agora  é retomado nessa segunda edição em versão online. 

Com programação gratuita e diversa de filmes mineiros, o público poderá conferir a mostra no canal do Youtube (https://www.youtube.com/c/CinebitacaMostradeCinema). São 26 curtas que abordam a pandemia de Covid-19 e a quarentena a partir de pontos de vista singulares, compondo um mosaico de experiências, angústias e imaginação do contexto pelo qual passamos.

Na impossibilidade de estar no boteco vendo filmes e conversando, a Mostra vai homenagear bares saudosos da cidade. Cada um dos quatro dias de programação leva o nome de um dos bares: Bar do Lulu, Pastel de Angu, Social Bar e Restaurante e Bar Aqui, Ó.

Curta "Eu Tô Morrendo" (Crédito: Milca Alves)

A primeira edição do Cinebitaca aconteceu em abril de 2019, no Bar Brasil 41 (Santa Efigênia). Inicialmente concebida para acontecer em bares da capital mineira e agora tornada online devido à pandemia, a mostra se estrutura em quatro sessões, que são abertas por um debate com diretores e seguidas pelos filmes, com uma duração média de 50 minutos. Os filmes selecionados para a Mostra Cinebitaca concorrerão à premiação por votação do júri popular, que será realizada também online.

Os filmes

Foram mais de 130 filmes vindos de todas as regiões do estado, de gêneros, abordagem, linguagens e duração variados. Desses, foram selecionados 26 curtas, com duração de 47 segundos a 15 minutos, numa amostra que manteve a marca da diversidade.

O processo de escolha dos filmes contou com a curadoria da cineasta, produtora e professora de cinema Cristiane Ventura e a pesquisadora, mestre em Estudos de Linguagens e cineclubista Renata Oliveira.

Curta "Morde & Assopra" (Crédito: Brota Cria)

As produções foram realizadas durante a pandemia, no período de confinamento e distanciamento social que configuram uma Mostra em que a pluralidade estética dos curtas se faz presente. 

Neles o público poderá perceber repertórios de gestos e imagens que já se cristalizaram na experiência e imaginário da quarentena: dançar em casa sozinho, se embriagar, fazer a própria festa, olhar pela janela e para dentro, trabalhar frente à tela, conversar pela tela, se reunir e produzir entre a tela e a câmera; cuidados com a casa de si, a busca pela luz solar, imagens do tédio e do trabalho doméstico que parece não ter fim. 

Curta "Telaraña" (Crédito: Carolina Correa)

Os curtas produzidos no contexto da pandemia revelam os dramas do isolamento social, a dificuldade de se adaptar, os transtornos causados pelo trabalho remoto ou a ausência dele. Mas também apresentam brechas nas quais se criam espaços para revisão da própria vida, outras formas de habitar o espaço, a relação com o corpo e tentativas de imaginar possíveis futuros.

Beth Freitas e Tamira Abreu (Crédito: Beth Freitas)

Beth Freitas é publicitária, fotógrafa e videomaker. Atua como fotógrafa de eventos culturais, festivais, músicos, bandas, teatro, projetos sociais, além do trabalho autoral e artístico. Tamira Abreu é produtora cultural em Belo Horizonte há mais de 15 anos, atua em produções nas áreas de audiovisual, música, teatro e literatura. 

Programação:

Bar do Lulu – dia 24/06 às 19h
- Morde & Assopra (10’18’’) - Stanley Albano
- Memórias de resistência (14’) - Felipe Nepomuceno
- Desabafo (3’48’’) - Karen Suzane
- Pulmões da Casa (1’47’’) - Sarah Queiroz
- Espectra 1 (3’19’’) - Carolina Correa e Thembi Rosa
- Silêncio (3’48’’) - Maria Leite
- Breath (3’20’’) - Julia Baumfeld, Paola Rodrigues, Randolpho Lamonier, Sara Não Tem Nome, Victor Galvão
- Todos, um (47’’) - Daniel Rabanea e Jackson Abacatu

Aqui-ó – dia 25/06 às 19h
- Eu tô Morrendo (8’50’’) - Milca Alves
- Sapatão: uma racha/dura no sistema (12’) - Dévora Mc
- Dois (10’) - Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss
- Alô, quem fala? (9’15’’) - Luciano Correia
- Plano Geral 8 (1’44’’) - Luiz Malta
- Sisyphus (1’) - Bernardo Silvino

Crédito: David Martins

Pastel de Angú – 26/06 às 19h
- Vou ali no mercado e já volto (4’54”) - Fernanda Junqueira
- O Corpo que Habito (10’14’’) - Brisa Marques e Carolina Correa
- AM PM (8’43’’) - Jean de Jesus
- 999 (8’) - Carolina Correa
- Concentração (6’04’’) - Jhê
- Z: Crônicas de um cotidiano insólito (4’47’’) - David Martins

Bar Social – dia 27/06 às 17h
- Disneyloka 2093 (4’46’’) - Erick Ricco
- Não subestime (11’35’’) - Lipe Veloso
- Aqui nem eu (6’) - Gustavo Aguiar, Gustavo Koncht, Maria Flor de Maio, Raiana Viana
- Ator a granel (15’) - Fabiano Persi
- Telaraña (2’) - Carolina Correa
- Retratos de uma jovem em quarentena (2’12’) - Iago de Medeiros

Serviço:
Mostra Cinebitaca: filmes de quarentena
Data
: De 24 a 27 de junho, a partir das 19h
Onde assistir: As sessões acontecerão no canal do Youtube da Mostra Cinebitaca:  https://www.youtube.com/c/CinebitacaMostradeCinema