24 junho 2025

"Quebrando Regras", um filme sobre coragem, persistência e barreiras vencidas

Produção é baseada na história da professora Roya Mahboob, que criou o primeiro time feminino de
robótica do Afeganistão (Fotos: Angel Studios)

 
Maristela Bretas

Estreia nesta quinta-feira (26) nos cinemas o longa "Quebrando Regras" ("Rule Breakers"), um drama emocionante que narra uma história real de luta, persistência e coragem, tendo a educação como o fator de transformação de um grupo de jovens afegãs.

A trama tem início no Afeganistão de 2017, sob a orientação de Roya Mahboob (interpretada por Nikohl Boosheri), uma professora visionária que se opôs às rígidas normas sociais do país ao ousar ensinar computação para meninas – uma área tradicionalmente restrita aos meninos. 


Desde a infância, Roya não se conformava em ver jovens como ela, serem excluídas do acesso à ciência e tecnologia. Já adulta, com muita luta contra os costumes impostos pelo regime talibã, ela conseguiu ser a primeira mulher a fundar uma startup dedicada ao ensino de robótica para estudantes secundaristas no Afeganistão. Esse ato, considerado de rebeldia, poderia até mesmo custar a vida do grupo.

O filme é baseado ma trajetória da professora Roya Mahboob e seus irmãos Ali (Noorin Gulamgaus) e Elaha, que juntos batalharam para criar o primeiro time feminino afegão de construtoras de robôs, as "Afghan Dreamers". 


As alunas Taara (Nina Hosseinzadeh), Haadiya (Sara Malal Rowe), Arezo (Mariam Saraj) e Esin (Amber Afzali) se juntam à professora para provar sua capacidade. Apesar dos imprevistos, ameaças e atentados enfrentados, este ato revolucionário torna o grupo conhecido em diversas nações, a partir da primeira competição que participa.

Mas o maior dos desafios para estas jovens afegãs era vencer o preconceito e os tabus do regime, que começava dentro de casa, com os pais e irmãos. 


Mesmo após provarem seu valor conquistando o mundo e vários prêmios em ciência e robótica, Roya e suas alunas eram vistas como uma vergonha em seu país e perseguidas por terem "confraternizado com o Ocidente".

"Quebrando Regras" é um filme sobre resiliência, determinação e a força das conquistas, apresentando um elenco jovem para o público de outros países. O único rosto conhecido é o de Ali Fazal (de "Victoria e Abdul" - 2017), no papel de Samir Khan, o empresário do ramo de tecnologia que apoia Roya e patrocina as meninas.


A autenticidade da narrativa é reforçada pela participação da verdadeira Roya Mahboob como uma das produtoras executivas e de sua irmã Elaha Mahboob como uma das roteiristas. 

A produção contou com o apoio de equipes de robótica de diversos países, incluindo EUA, Alemanha, França, Itália, China, Reino Unido, Turquia, entre outras. As locações foram feitas na Hungria e Marrocos, conferindo uma dimensão global à história.


Ficha técnica:
Direção: Bill Guttentag
Roteiro: Bill Guttentag, Jason Brown e Elaha Mahboob
Produção: Angel Studios, Slingshot Productions, Shape Pictures, Parallax Productions
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: Cinemark Pátio Savassi 
Duração: 2 horas
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gênero: drama

19 junho 2025

Dia 19 de junho, uma data para comemorar o Cinema Nacional

 
 

Equipe do Cinema no Escurinho

 
Neste 19 de junho celebramos o Dia do Cinema Nacional, uma data que reverencia a rica história e a vibrante produção audiovisual brasileira. É um momento para reconhecer a paixão e o talento de nossos cineastas, roteiristas, atores e equipes que, com criatividade e resiliência, contam nossas histórias, retratam nossa diversidade cultural e refletem as complexidades da sociedade. 

Desde os pioneiros até os talentos contemporâneos, o cinema brasileiro tem emocionado, provocado e divertido públicos dentro e fora do país, consolidando-se como uma poderosa ferramenta de expressão artística e de identidade nacional. 

Que esta data sirva de inspiração para que mais obras sejam produzidas, distribuídas e, acima de tudo, valorizadas por todos. Os colaboradores do Cinema no Escurinho também participam desta comemoração e indicam produções de suas preferências,  algumas disponíveis em canais de streaming.  

"Querô" (Gullane Filmes)

Eduardo Jr.

"Querô" (2007)
Na pegada do famoso (e adorado) "Pixote", de 1981, o longa de Carlos Cortez traz um jovem nascido e criado na criminalidade. Na Febem, coleciona mais desafetos e tem no primeiro contato com o amor a possibilidade de trilhar outro caminho. Mas será que um sentimento transforma a natureza de alguém? Ainda nao disponível no streaming.


"Homem com H" (2025)
O longa, dirigido por Esmir Filho, evidencia a vida, o legado e a coragem de um dos maiores cantores do Brasil, Ney Matogrosso, interpretado por Jesuíta Barbosa. Em tempos difíceis, como na Ditadura Militar, Ney virou arte e não cansou de lutar. Não era mais sobre ele, mas sobre liberdade. Em um dia tão especial, falar de histórias assim não só ressalta o poder do cinema nacional, mas também mostra a importância da cultura. Em um país laico, onde pretos, gays e mulheres ainda são marcados pelo preconceito, escancarar as mazelas da sociedade é um grande passo para a mudança dentro e fora do cinema. Disponível no Netflix.

"Homem com H" (Paris Filmes)

Jean Piter Miranda

"Como Esquecer" (2010)
Longa dirigido por Malu de Martino, conta a história de uma mulher, abandonada pela companheira após 10 anos de relacionamento, que passa por uma série de conflitos internos. Com a ajuda de dois amigos ela vai tentar superar o passado e encontrar a felicidade. Disponível no Amazon Prime Video.

"Entre Nós" (2013)
Com direção de Paulo Morelli e tendo um elenco global formado por Caio Blat, Carolina Dieckmann, Maria Ribeiro, Julio Andrade e Lee Taylor, o drama aborda a viagem de sete amigos que escrevem cartas para serem abertas 10 anos depois. Mas ao fim da viagem um deles morre e, mesmo assim, o grupo só vai se reencontrar em dez anos para ler o que haviam escrito. Disponível no Globoplay.

"Entre Nós" (O2 Filmes)


"Pasárgada" (2024)
Com direção de Dira Paes, o longa explora o tráfico de pássaros silvestres e como isso acontece. Em um filme belo visualmente que trata muito a questão das aves presas, a saúde mental de uma mulher, seus desejos e seus conflitos éticos. Disponível no Globoplay.

"Pasárgada" (Bretz Filmes)


Maristela Bretas

"Bacurau" (2019)
Filme dirigido por Kleber Mendonça e Juliano Dornelles, conta a história de moradores do povoado de Bacurau, no sertão brasileiro, que deixa de existir no mapa, mas passa a enfrentar a criminalidade trazida por estrangeiros que chegam ao local. Agora eles precisam se unir para defender seu pequeno vilarejo. O longa parte de uma situação inusitada para uma violência dos moradores que choca, mas considerada "justificável", uma vez que, sem identidade geográfica, não querem perder também seu espaço físico. Disponível no Globoplay.

"Bacurau" (Victor Jucá)

Mirtes Helena Scalioni

"O Corpo" (1991)
Meu filme brasileiro de hoje é “O Corpo”, uma comédia dramática surpreendente com Antônio Fagundes, Marieta Severo, Cláudia Jimenez e Carla Camurati. É assim: Xavier vive naturalmente - muito naturalmente - com suas duas mulheres. A complicação acontece quando ele começa a traí-las com uma terceira. Tipo do filme que já nasceu moderno, com um humor ácido, sutil e inteligente. Com direção de José Antônio Garcia, o filme ainda não está disponível no streaming.

"O Corpo" (Cineart Produções Cinematográficas)

Silvana Monteiro

"O Som ao Redor" (2012)
Kleber Mendonça Filho dirige com maestria este thriller dramático que se passa numa rua de classe média na zona sul de Recife. A tranquilidade do local é mudada com a chegada de uma empresa de segurança que divide as opiniões dos moradores. O filme conquistou diversas premiações e indicações, especialmente o de Melhor Roteiro Original no Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro. Disponível no Netflix, Amazon Prime Vídeo, Telecine e Apple TV.

"O Som ao Redor" (Survivance)

Homenagem do Canal Brasil

Também nesta quinta-feira, o Canal Brasil dedica sua programação para homenagear o cinema brasileiro com uma maratona especial que percorre a história, os bastidores e os grandes nomes da nossa cinematografia. 

Documentários sobre cineastas fundamentais, movimentos marcantes e curiosidades da produção audiovisual brasileira ganham espaço na tela, destacando o legado de figuras como Luiz Carlos Barreto, Eduardo Coutinho, Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Ana Maria Magalhães e Hector Babenco. 

(Canal Brasil/Divulgação)

O Canal também já exibiu mais de seis mil filmes, entre longas e curtas-metragens, além de programas de diferentes épocas, fases e gêneros, da ficção ao documentário, junto aos diversos sotaques brasileiros. O Canal Brasil está disponível pelo Globoplay e TVs por assinatura.