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30 novembro 2025

"O Natal dos Silva" se equilibra entre dores, ajustes de contas e afetos

Série da produtora mineira Filmes de Plástico traz uma família com nuances às quais diversos espectadores
vão se identificar (Fotos: Denise dos Santos)
  
 

Patrícia Cassese

  
Para o bem ou para o mal, a tradição de juntar família e agregados em torno de uma mesa farta é o momento mais simbólico da comemoração do Natal no Brasil. 

Impreterivelmente, o ritual é acompanhado de uma oração - afinal, trata-se de uma data de cunho religioso -, feita preferencialmente com anfitriões e convidados de mãos dadas. 

O encontro também prevê a entrega de presentes (cujo destinatário foi definido em sorteio prévio, o célebre "amigo oculto"), precedida por uma breve descrição do sujeito, de modo a mobilizar os entes a tentar adivinhar quem vai abrir o pacote. A foto para eternizar a celebração entra em cena como o arremate perfeito. 


No hemisfério adulto, porém, é notório que nem todos os que comparecem a tais eventos estão, de fato, se sentindo à vontade para estar no mesmo ambiente com um ou outro parente. 

Sim, atire a primeira pedra aqueles que não têm, no seio de suas famílias, conflitos (velados ou explicitados) que fazem com que os sorrisos e abraços dados na noite que marca o nascimento de Jesus na tradição cristão não sejam por vezes contaminados por um mal-estar.

Em "O Natal dos Silva" não é diferente. É a primeira série da festejada (e com toda razão) produtora Filmes de Plástico (sim, você sabe, de Contagem, responsável por "Marte Um" - 2022), cujo primeiro capítulo já está disponível no Canal Brasil (Globoplay, plano Premium). 

A produção traz uma família com nuances às quais diversos espectadores vão se identificar, independentemente da realidade ao entorno de cada um. 


A direção dos episódios - cinco, ao todo - é assinada por Gabriel Martins, Maurilio Martins e André Novais Oliveira, que também assina o roteiro ao lado de Gabriel. A ação se desenovela em um Natal atípico na família Silva. 

Isso porque é a primeira comemoração da data sem a presença da matriarca Zelina, esteio principal daquele agrupamento de pessoas reunido na casa onde ela morava com a filha, Bel, interpretada magistralmente (zero surpresa) por Rejane Faria. 

Integrante do QuatrolosCinco, Rejane esteve em filmes como "Marte Um", em séries como "Segunda Chamada" e em novelas como "Vale Tudo", além de compor o elenco de "Três Graças". Vale dizer que, de pronto, a personagem Bel impacta pelo palavreado cru, sem filtros e sem freios. 

No decorrer da trama, o espectador entende tratar-se de uma armadura que ela ergueu em torno de si para se proteger das agruras da vida, que, a essa altura, já lhe deixaram marcas profundas.


Mas é mesmo em tom hostil que, logo no inicinho, Bel recebe o filho, Luciano (Robert Frank, simplesmente perfeito, em tom mais que acertado) que chega para o festejo com a nova namorada, Lin (Aisha Brunno, do necessário "Tudo O Que Você Podia Ser"), uma mulher trans - atenção: essa especificação se faz necessária neste texto apenas por ser motivo de impacto para alguns dos membros da família Silva. 

Pouco a pouco, outros membros também batem a campainha e, com a chegada deles, a temperatura começa a subir de modo irrefreável. Não tarda para que mágoas e rusgas perfurem a epiderme da cordialidade num fluxo crescente e violento, envolvendo notadamente os filhos de Dona Zelina - tanto os de sangue quanto Jezinho (Ítalo Laureano), que foi para os Estados Unidos atrás do sonho de ser ator. 


Da mesma forma, dois dos netos - justamente os filhos de Bel, ou seja, o já citado Luciano e Banda Larga (Leonardo de Jesus), além de Lucimara (Raquel Pedras, ótima), viúva de Pedro, filho de Zelina morto em um acidente cujo responsável é um dos irmãos. 

No curso dos capítulos, percebe-se que as feridas do passado estão longe de ter cicatrizado, e as discussões se sucedem, provocadas desde por motivos de pouca monta - como o fato de Bel estar, naquela noite, trajando um vestido que era da mãe, o que irrita sobremaneira a irmã, Lúcia (Carlandréia Ribeiro, magnífica, também sem nenhuma surpresa), até aquele que é grande ponto nevrálgico da série, o tal X da questão: a eventual venda da casa. 


A alternativa, pontue-se, é pleiteada pela maioria dos presentes, que vê, nesse expediente, a grande (e talvez única) oportunidade de passar a régua nos problemas financeiros do momento e, a partir daquele ponto, respirar aliviada e seguir em frente. 

Ocorre que a mera possibilidade de se desfazer da casa em que morava com a mãe faz com que Bel ative todos os seus ferrões, posto que enxerga a hipótese como um ato de extrema traição à memória da família.
Assim como passa a aventar o destino de tudo o que ali, naquele endereço, marcou a narrativa do clã, caso do pé de manga no quintal, que, no curso dos anos, serviu inclusive de árvore de Natal dos Silva.


Evidentemente (pelo preconceito vigente no país), a espiral da raiva suga, para seu epicentro, a figura de Lin, que, com espantoso equilíbrio, encara o veneno destilado em piadas ou mesmo de modo explícito, ferino - ainda que, claro, seu emocional não passe ileso.

Com todas essas iscas, impossível não ficar preso ao enredo. E que bom. Porque, neste percurso, os espectadores são brindados com tanto, mas tanto, que fica até difícil salientar um aspecto em particular. 

Obviamente, não dá para não falar do elenco ma-ra-vi-lho-so. Além dos elogios já distribuídos no curso desse texto (a Rejane Farias, Robert Frank, Carlandreia Ribeiro, Raquel Pedras e Aisha Brunno, que sem dúvida deram seu suor e capricharam na construção dos respectivos personagens, todos cheios de camadas, portanto, de composição perceptivelmente árdua).


Extensivos aos outros também citados (Leonardo de Jesus e Ítalo Laureano) há que se falar do talento absurdo e da presença magnética de Carlos Francisco. O ator atualmente também pode ser visto em "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, como o sogro do personagem vivido por Wagner Moura. 

E tem ainda Renato Novaes e Roberto Novais Oliveira, presenças que enriquecem as produções da Filmes de Plástico. Não daria também para não citar o encantamento provocado pela presença da atriz mirim Azula Santana, que mostra a que veio em uma fala fofa da sua personagem, Lara. 

Ponto também para a abertura, em tom retrô, pontuada de itens icônicos do período natalino (luzinhas, cartões, presentes etc), bem como para a presença, nos episódios, de nomes queridos da cena belo-horizontina, como Adilson Marcelino. 

Ah, sim! Claro, a narrativa traz alguns "alívios cômicos", mas muito bem equilibrados na trama que, vamos frisar, se afilia de modo precípuo ao gênero drama.


Ficha técnica:
Criador: Gabriel Martins
Direção: Gabriel Martins, Maurilio Martins e André Novais Oliveira
Produção: Filmes de Plástico e Canal Brasil
Distribuição: Canal Brasil
Duração: média de 40 minutos
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gêneros: drama, família, série
Exibição: Canal Brasil - episódios novos as quintas, às 21h30, no Canal Brasil
Reprises: sextas, 22h30; sábados, 23h; domingos, 19h; e quartas, 20h30
Maratona especial no dia 25 de dezembro, a partir das 19h (com os quatro primeiros episódios e a estreia do quinto)
Dia 27/12 - às 20h30
Dia 28/12 - às 16h30
Dia 02/01/2026 - às 23h
Exibição de um episódio por semana no Globoplay  Plano Premium


13 agosto 2025

"No Céu da Pátria Nesse Instante" mostra a tensão provocada pela polarização das eleições de 2022

Documentário dirigido por Sandra Kogut traz um retrato histórico necessário do Brasil contemporâneo
(Fotos: O2Play)
 
 

Jean Piter Miranda

 
Os atentados de 8 de janeiro de 2023 marcaram profundamente a história recente do Brasil. Uma história que ainda ecoa pelo país, seja pela polarização, que ainda persiste, seja pela luta por anistia aos que atacaram a democracia. 

Mas como foi que chegamos a esse ponto? A resposta está em “No Céu da Pátria Nesse Instante”, documentário da diretora Sandra Kogut, que estreia nesta quinta-feira (14) nos cinemas. 

A produção leva para as telas pessoas comuns que militavam em favor de Lula e de Bolsonaro. Cada uma contando sobre suas expectativas nos dias que antecederam as votações em primeiro e segundo turnos das eleições de 2022. 

Diretora Sandra Kogut

Marcelo Freixo, então candidato a governador do Rio, e sua esposa, a roteirista Antônia Pellegrino são acompanhados em atos de campanha. Assim como uma família bolsonarista também participa do documentário. Kogut equilibra bem o tempo de tela de cada lado, sem favorecer nenhum deles. 

Outros personagens são inseridos ao longo do documentário. Além dos militantes, também aparecem servidores da Justiça Eleitoral. O treinamento de mesários, a preparação das urnas e os desafios para realizar as eleições em todos os municípios, em especial os do Norte do país. 


Tensão no ar

Tudo vai sendo apresentado de forma leve, embora seja perceptível um clima de tensão no ar. É como se todo mundo soubesse o que estava por vir. Os atos de campanha dos dois lados. O medo de sair com camisa de candidato, o clima tenso de ir às ruas fazer campanha. Bolsonaristas confiantes na vitória. Lulistas temerosos com o futuro. 

Caminhoneiros organizados, pastor pedindo voto, a bomba no aeroporto de Brasília, denúncia de boca de urna e as blitze ilegais no dia das eleições. Tem muita coisa nessa complexa história que se apresenta em ordem cronológica, sem narrador. 

A tensão que vai aumentando durante a apuração. Uma história que a gente viu e viveu, mas que, ao ser revista, traz de volta um turbilhão de emoções, independente de que lado você esteja. 


Vem o resultado, vem a posse e a explosão do 8 de janeiro. Apoiadores do governo derrotado inconformados com o resultado das eleições e a vitória de Luis Inácio Lula da Silva invadem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Violência, quebradeira, vandalismo, pedido de intervenção militar. Um dia que entrou para história e que ainda não acabou. 

O documentário reconta essa história sem adjetivar ninguém. Não faz juízo de valor, não debocha, não ironiza, nem comemora. É uma produção honesta e muito bem feita que merece ser vista para que tudo o que ocorreu não caia no esquecimento.


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Sandra Kogut
Produção: Ocean Films em coprodução com Marola Filmes, Kiwi Filmes, GloboNews, Globo Filmes e Canal Brasil
Distribuição: O2 Play e Lira Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h45
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

19 junho 2025

Dia 19 de junho, uma data para comemorar o Cinema Nacional

 
 

Equipe do Cinema no Escurinho

 
Neste 19 de junho celebramos o Dia do Cinema Nacional, uma data que reverencia a rica história e a vibrante produção audiovisual brasileira. É um momento para reconhecer a paixão e o talento de nossos cineastas, roteiristas, atores e equipes que, com criatividade e resiliência, contam nossas histórias, retratam nossa diversidade cultural e refletem as complexidades da sociedade. 

Desde os pioneiros até os talentos contemporâneos, o cinema brasileiro tem emocionado, provocado e divertido públicos dentro e fora do país, consolidando-se como uma poderosa ferramenta de expressão artística e de identidade nacional. 

Que esta data sirva de inspiração para que mais obras sejam produzidas, distribuídas e, acima de tudo, valorizadas por todos. Os colaboradores do Cinema no Escurinho também participam desta comemoração e indicam produções de suas preferências,  algumas disponíveis em canais de streaming.  

"Querô" (Gullane Filmes)

Eduardo Jr.

"Querô" (2007)
Na pegada do famoso (e adorado) "Pixote", de 1981, o longa de Carlos Cortez traz um jovem nascido e criado na criminalidade. Na Febem, coleciona mais desafetos e tem no primeiro contato com o amor a possibilidade de trilhar outro caminho. Mas será que um sentimento transforma a natureza de alguém? Ainda nao disponível no streaming.


"Homem com H" (2025)
O longa, dirigido por Esmir Filho, evidencia a vida, o legado e a coragem de um dos maiores cantores do Brasil, Ney Matogrosso, interpretado por Jesuíta Barbosa. Em tempos difíceis, como na Ditadura Militar, Ney virou arte e não cansou de lutar. Não era mais sobre ele, mas sobre liberdade. Em um dia tão especial, falar de histórias assim não só ressalta o poder do cinema nacional, mas também mostra a importância da cultura. Em um país laico, onde pretos, gays e mulheres ainda são marcados pelo preconceito, escancarar as mazelas da sociedade é um grande passo para a mudança dentro e fora do cinema. Disponível no Netflix.

"Homem com H" (Paris Filmes)

Jean Piter Miranda

"Como Esquecer" (2010)
Longa dirigido por Malu de Martino, conta a história de uma mulher, abandonada pela companheira após 10 anos de relacionamento, que passa por uma série de conflitos internos. Com a ajuda de dois amigos ela vai tentar superar o passado e encontrar a felicidade. Disponível no Amazon Prime Video.

"Entre Nós" (2013)
Com direção de Paulo Morelli e tendo um elenco global formado por Caio Blat, Carolina Dieckmann, Maria Ribeiro, Julio Andrade e Lee Taylor, o drama aborda a viagem de sete amigos que escrevem cartas para serem abertas 10 anos depois. Mas ao fim da viagem um deles morre e, mesmo assim, o grupo só vai se reencontrar em dez anos para ler o que haviam escrito. Disponível no Globoplay.

"Entre Nós" (O2 Filmes)


"Pasárgada" (2024)
Com direção de Dira Paes, o longa explora o tráfico de pássaros silvestres e como isso acontece. Em um filme belo visualmente que trata muito a questão das aves presas, a saúde mental de uma mulher, seus desejos e seus conflitos éticos. Disponível no Globoplay.

"Pasárgada" (Bretz Filmes)


Maristela Bretas

"Bacurau" (2019)
Filme dirigido por Kleber Mendonça e Juliano Dornelles, conta a história de moradores do povoado de Bacurau, no sertão brasileiro, que deixa de existir no mapa, mas passa a enfrentar a criminalidade trazida por estrangeiros que chegam ao local. Agora eles precisam se unir para defender seu pequeno vilarejo. O longa parte de uma situação inusitada para uma violência dos moradores que choca, mas considerada "justificável", uma vez que, sem identidade geográfica, não querem perder também seu espaço físico. Disponível no Globoplay.

"Bacurau" (Victor Jucá)

Mirtes Helena Scalioni

"O Corpo" (1991)
Meu filme brasileiro de hoje é “O Corpo”, uma comédia dramática surpreendente com Antônio Fagundes, Marieta Severo, Cláudia Jimenez e Carla Camurati. É assim: Xavier vive naturalmente - muito naturalmente - com suas duas mulheres. A complicação acontece quando ele começa a traí-las com uma terceira. Tipo do filme que já nasceu moderno, com um humor ácido, sutil e inteligente. Com direção de José Antônio Garcia, o filme ainda não está disponível no streaming.

"O Corpo" (Cineart Produções Cinematográficas)

Silvana Monteiro

"O Som ao Redor" (2012)
Kleber Mendonça Filho dirige com maestria este thriller dramático que se passa numa rua de classe média na zona sul de Recife. A tranquilidade do local é mudada com a chegada de uma empresa de segurança que divide as opiniões dos moradores. O filme conquistou diversas premiações e indicações, especialmente o de Melhor Roteiro Original no Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro. Disponível no Netflix, Amazon Prime Vídeo, Telecine e Apple TV.

"O Som ao Redor" (Survivance)

Homenagem do Canal Brasil

Também nesta quinta-feira, o Canal Brasil dedica sua programação para homenagear o cinema brasileiro com uma maratona especial que percorre a história, os bastidores e os grandes nomes da nossa cinematografia. 

Documentários sobre cineastas fundamentais, movimentos marcantes e curiosidades da produção audiovisual brasileira ganham espaço na tela, destacando o legado de figuras como Luiz Carlos Barreto, Eduardo Coutinho, Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Ana Maria Magalhães e Hector Babenco. 

(Canal Brasil/Divulgação)

O Canal também já exibiu mais de seis mil filmes, entre longas e curtas-metragens, além de programas de diferentes épocas, fases e gêneros, da ficção ao documentário, junto aos diversos sotaques brasileiros. O Canal Brasil está disponível pelo Globoplay e TVs por assinatura.

10 dezembro 2024

Canal Brasil faz maratona de filmes com Fernanda Torres

Seleção terá entrevista no “Tarja Preta”, apresentado com Selton Mello, e produções como “Os Normais - O Filme”, “Terra Estrangeira” e “Casa de Areia” (Fotos: Alile Dara Onawale)


Da Redação


Em homenagem à atriz Fernanda Torres, o Canal Brasil exibe nesta terça e quarta feiras (10 e 11 de dezembro) uma maratona de 11 filmes da atriz. Nessa segunda-feira, ela foi indicada como Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro 2025 pelo filme "Ainda Estou Aqui", indicado a Melhor Filme de Língua Não Inglesa.

Esta é a quarta vez que o diretor Walter Salles concorre à premiação. Em 1999, a atriz Fernanda Montenegro também concorreu como Melhor Atriz, sob a direção de Salles, em "Central do Brasil".

"Ainda Estou Aqui" 

A programação especial inicia com o programa “Tarja Preta”, apresentado por Selton Mello. Na entrevista gravada em 2006, a atriz faz uma retrospectiva de sua carreira, conta curiosidades de bastidores e relembra memórias de filmes como “Terra Estrangeira”, “O que É Isso, Companheiro?” e “O Primeiro Dia”, além de sua experiência como roteirista em filmes como “Gêmeas” e “Traição”.

A maratona termina na quarta-feira com a exibição de “Amigos, Sons e Palavras”. Na atração, comandada por Gilberto Gil, eles conversam sobre o papel da mulher na preservação do afeto e reflexões existenciais sobre feminilidade e sociedade.


Premiações

Com um total de sete prêmios, o longa também foi premiado no 81ª Festival de Veneza (Melhor Roteiro); foi escolhido o Melhor Filme pelo público, na 48ª Mostra de S. Paulo; no Festival Internacional de Cinema de Vancouver, no Canadá e no Festival de Cinema de Mill Valley, nos Estados Unidos. A atriz Fernanda Torres foi eleita Melhor Atriz em filme internacional pelo Critics Choice Awards.

No domingo (8), Fernanda Torres conquistou o segundo lugar na categoria de Melhor Atuação na premiação da Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, ao lado da atriz Demi Moore. 

Na semana passada, o longa "Ainda Estou Aqui" foi escolhido como um dos cinco Melhores Filmes Internacionais, pela National Board of Review, uma das mais importantes associações de cinema dos EUA, sediada em Nova York.


MARATONA FERNANDA TORRES

Tarja Preta: Fernanda Torres (2006)
Horário: Terça, dia 10/12, às 19h30
Episódio: Selton e Fernanda Torres - T03Ep01

Terra Estrangeira (1996) (110’)
Horário: Terça, dia 10/12, às 20h
Classificação: 16 anos
Direção: Walter Salles e Daniela Thomas

O Primeiro Dia (1997) (95’)
Horário: Terça, dia 10/12, às 21h40
Classificação: 14 anos
Direção: Walter Salles e Daniela Thomas

Eu Sei que Vou Te Amar (1986)
Horário: Terça, dia 10/12, às 22h55
Classificação: 14 anos
Direção: Arnaldo Jabor

"Eu Sei Que Vou Te Amar" (Divulgação)

Casa de Areia (2005) (103’)
Horário: Quarta, dia 11/12, à 00h40
Classificação: 16 anos
Direção: Andrucha Waddington

Traição (1998) (104’)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 2h35
Classificação: 18 anos
Direção: José Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Cláudio Torres

Gêmeas (1999) (75’)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 4h20
Classificação: 14 anos
Direção: Andrucha Waddington

O Que É Isso companheiro? (1996) (110’)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 5h30
Classificação: 16 anos
Direção: Bruno Barreto


"O Que é Isso Companheiro?" (Divulgação)

Jogo de Cena (2007) (106’)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 7h25
Classificação: 12 anos
Direção: Eduardo Coutinho

Saneamento Básico (2007) (112’)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 10h45
Classificação: 14 anos
Direção: Jorge Furtado

Inocência (1983) (118’)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 12h40
Classificação: 14 anos
Direção: Walter Lima

Amigos, Sons e Palavras: Fernanda Torres (2018)
Horário: Quarta, dia 11/12, às 14h40
Episódio: Gilberto Gil recebe Fernanda Torres - T01Ep02


Serviço
Maratona Fernanda Torres
Data: dias 10 e 11 de dezembro
Horário: a partir das 19h30
Exibição: Canal Brasil
Classificação: Conforme a programação
País: Brasil
Gêneros: drama, suspense, história, entrevista

04 setembro 2024

Pioneirismo, revelações e histórias de racismo fazem de “Othelo, o Grande” um documentário imprescindível

Longa dirigido por Lucas Rossi levou dez anos para ficar pronto e procura intercalar a vida pessoal e a
carreira do ator (Fotos: Davi G. Goulart)


Mirtes Helena Scalioni


Pode parecer, a princípio, que o grande mérito do documentário de Lucas Rossi seja mostrar às novas gerações o tamanho da importância do comediante Grande Otelo (1915-1993). Mas não é só isso. 

Quem teve oportunidade de acompanhar a carreira do ator, vai ficar sabendo um pouco mais sobre a vida desse homem múltiplo, nascido em Uberlândia, chamado Sebastião Bernardes de Souza Prata. “Othelo, O Grande” estreia nos cinemas em Belo Horizonte no dia 5 de setembro.


Narrado pelo próprio artista em primeira pessoa, o documentário que, segundo o diretor, levou dez anos para ficar pronto, procura intercalar fatos da vida pessoal atribulada de Sebastião com sucessos de sua carreira. Principalmente quando ele era contratado da Atlântida e lotava os cinemas do país com suas saborosas chanchadas. 

O lado ruim desse jeito de contar a história é que o espectador não fica conhecendo casos e características de Grande Otelo vividos e percebidos pelas pessoas que conviveram com ele.


Embora misture vida pessoal e trabalho, o filme peca também por não localizar a época dos fatos. Num momento o homem está chorando por causa de suas tragédias familiares e, no próximo minuto, o artista está em cena rindo e fazendo rir. Faltam referências, datas. 

O longa tem a participação especial da atriz Zezé Motta como narradora e traz imagens raras de arquivo, feitas em pesquisas na Cinemateca Brasileira.


Uma curiosidade revelada no filme, e que talvez a maioria do público não saiba, é o motivo pelo qual o pequeno Sebastião Prata passou a ser conhecido – até internacionalmente – como Grande Otelo. 

Homem de muitos talentos, ia fácil do drama à comédia, o artista foi também exímio compositor de sambas, alguns deles presentes no documentário, com destaque especial ao histórico e nostálgico “Praça Onze”, parceria com Herivelto Martins.


Produzido pela Franco Filmes, “Othelo, o Grande” tem parceiros poderosos na produção como Globo Filmes, RioFilme, Canal Brasil e Globonews. A princípio, isso facilitaria a divulgação e exibição do trabalho, que já foi vencedor do Prêmio Redentor de Melhor Documentário no Festival do Rio.

Careteiro e de humor mais escrachado, o comediante faz questão de salientar, em suas falas, as participações em filmes fora do circuito da chanchada. Trabalhou com diretores ditos sérios como Joaquim Pedro de Andrade, Werner Herzog, Nelson Pereira dos Santos e até o norte-americano Orson Welles. Afinal, foram mais de 100 filmes.


Neto de escravos e órfão, Sebastião comeu o pão que o diabo amassou, desde que se mudou para o Rio de Janeiro acompanhando uma companhia teatral que passou por Uberlândia. 

Não por acaso, o documentário é todo permeado por questões raciais, evidenciando as humilhações que o ator viveu até ser o primeiro protagonista negro do cinema brasileiro. Em muitos deles, quando chegava para trabalhar, Grande Otelo tinha que entrar pela porta dos fundos por causa de sua cor.


Ficha técnica:
Direção: Lucas H. Rossi
Produção: Franco Filmes, em coprodução com Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil e RioFilme
Distribuição: Livres Filmes
Exibição: Centro Cultural Unimed BH - Minas
Duração: 1h22
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

27 junho 2024

Lento e arrastado, “Salamandra” é confuso, mal contado e não prende o espectador

Drama estrelado pela atriz francesa Marina Foïs e o brasileiro Maicon Rodrigues se passa em Olinda e Recife (Fotos: Pandora Filmes)


Mirtes Helena Scalioni


É possível arriscar que apenas as pessoas que leram o romance do mesmo nome são capazes de entender – e gostar – do filme “Salamandra”, primeiro longa do diretor Alex Carvalho, que estreia no Centro Cultural Unimed BH - Minas. 

A começar pelo lugar onde se passa a história, nada é muito claro no drama estrelado pela atriz francesa Marina Foïs. Não fosse o apoio da Secretaria de Cultura de Pernambuco explícito no início da projeção, o que leva o espectador a deduzir que tudo acontece em Olinda e Recife, sequer a locação estaria clara.


A sinopse do filme, baseado no romance "La Salamandre", de Jean-Christophe Rufin, diz que a história trata da vinda de Catherine (Marina Foïs) para o Brasil, após a morte do pai. 

Aqui, ela pretenderia se reconectar com a irmã, vivida por Anna Mouglalis e casada com Ricardo (Bruno Garcia). Mas logo nos primeiros dias se apaixona pelo jovem Gilberto, interpretado por Maicon Rodrigues, apesar de todas as censuras e desigualdades entre os dois.


A começar pelo título, “Salamandra” deixa muitas pontas soltas, levando o espectador a um verdadeiro jogo de adivinhação. Aos poucos, vai-se descobrindo que o jovem negro Gilberto é uma espécie de rato de praia, vivendo de pequenos trambiques. 

Mas nada abala a paixão da francesa, que se entrega ao romance, apesar das diferenças entre eles. Quem se interessar em pesquisar, vai descobrir que salamandra é um anfíbio semelhante a um lagarto, cuja imagem é associada ao fogo e, com algum esforço, à paixão.


Com duração de cerca de quase duas horas, o filme se arrasta em cenas longas e lentas, inclusive as de sexo entre Catherine e Gil, evidenciando a diferença dos corpos e da cor da pele dos dois. Os demais atores, como Bruno Garcia, Attan Souza Lima (como Pachá, ex-patrão de Gil) e outros, apenas gravitam em torno dos dois protagonistas sem interferência ou vida própria.

Com alguma boa vontade, é possível enxergar algum discurso antirracista e até alguma referência às desigualdades sociais e aos relacionamentos em que a mulher é mais velha do que o homem. Mas é preciso muita boa vontade para gostar de uma história tão mal contada, tão sem pé nem cabeça. Haja paciência pra buscar significados e metáforas.


Ficha técnica
Direção e roteiro:
Alex Carvalho
Produção: NFilmes, Cinenovo, Scope Pictures, coprodução Canal Brasil e Telecine
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: Centro Cultural Unimed BH - Minas, sala 2, sessão 20h10, somente nos dias 27 e 30 de junho e 2 de julho
Duração: 1h56
Classificação: 18 anos
Países: Brasil, França, Alemanha e Bélgica
Gênero: drama

12 junho 2024

“13 Sentimentos” - um olhar sobre o envolvimento emocional em tempos de relações efêmeras

Daniel Ribeiro volta às telonas com filme que aborda relacionamentos amorosos e temáticas LGBT
(Fotos: Thi Santos e Luiza Aron)


Eduardo Jr.


Chega nesta quinta-feira (13) aos cinemas brasileiros o longa "13 Sentimentos”, de Daniel Ribeiro. Distribuído pela Vitrine Filmes, o longa confirma o gosto do diretor em abordar relacionamentos amorosos e temáticas LGBT, como ocorreu no romance adolescente “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de 2014. 

A diferença é que, desta vez, o brasileiro desenvolve uma história sobre namoro, aplicativos de relacionamento e controle sobre a vida com personagens já adultos.       


A estreia, marcada para o dia seguinte ao Dia dos Namorados, pode animar na busca pela metade da laranja. No filme, João (Artur Volpi) é um cineasta recém-saído de um namoro de dez anos com Hugo (Sidney Santiago), do qual sobrou como recordação um cubo mágico (sim, aquele brinquedo desafiante para girar, mexer, mudar o ponto de vista em busca de uma suposta harmonia). 

O jovem busca um novo amor e, quando acha que encontrou, tenta conduzir essa relação como se fosse o novo filme que está escrevendo - e é claro, se a arte imita a vida, esse romance não vai obedecer a um roteiro. 


Uma das coisas interessantes sobre “13 Sentimentos” é que o longa é uma resposta de Daniel a outro filme, “45 Dias Sem Você” (2018), que foi realizado por seu ex, Rafael Gomes, baseado no término da relação dos dois. 

Agora, Daniel se debruça sobre seus próprios sentimentos, sobre a possibilidade de se abrir para uma nova relação e sobre se enxergar, se conhecer.  

Nessa jornada, o protagonista João conta com o apoio da amiga lésbica que não quer morar com a namorada e do amigo que tem pavor de relacionamentos. Os dois parecem ambientados à modernidade dos aplicativos de relacionamento, e João também embarca nessa onda. 

A edição do longa se aplica nessa tendência, apresentando telas divididas, que se movimentam de forma ágil, tal qual o texto se desenvolve na obra. 


Dentro do longa, o protagonista escreve um filme que, a cada momento, parece ser um equívoco. Até que o surgimento de um affair vai transformando os dias do cineasta e suas ideias sobre o que está escrevendo. Mas as tentativas de conduzir a paquera como se estivesse construindo um roteiro se mostram infrutíferas. 

O namoro dá errado, o projeto do filme vai naufragando, e as contas pra pagar também começam a tirar a paz de João. Como num simulacro da vida amorosa, a vida profissional também parece desmoronar, até que um novo campo de trabalho se abre. 

Neste ponto, o filme vai se desconectando da modernidade das telas dos smartphones e ganhando um tom mais reflexivo. As metáforas escolhidas pelo diretor revelam que talvez algumas relações sejam idealizadas e que não se conhece tanto assim o outro (ou a si mesmo). 


Mas para recuperar essa chacoalhada no público (e amenizar algumas cenas com cenários que deixam os olhos incomodados tamanha a falta de zelo com a estética), a música de Tim Bernardes se encaixa na trama, quase traduzindo o filme - ou nos dando um aprendizado sobre a vida. 

Pois ela também depende de mexer aqui, ajustar ali, mudar o ponto de vista até que os quadradinhos do cubo mágico estejam em harmonia (ou será que, melhor que um cubo montado é o caminho até chegar a esse momento?). Só indo aos cinemas pra conferir e encontrar a melhor resposta pra você. 


Ficha Técnica:
Direção: Daniel Ribeiro
Produção: Lacuna Filmes, Claraluz Filmes, Canal Brasil, Telecine
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: 16 anos
País: Brasil
Gêneros: romance, comédia

29 abril 2024

Documentário “Verissimo” adentra a intimidade do tímido e excepcional escritor gaúcho

Produção de 2016 dirigida por Angelo Defanti é definida como "coerente" com a personalidade do escritor (Fotos: Boulevard Filmes)


Eduardo Jr.


Há quase oito anos, o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo teve seu cotidiano retratado em um documentário dirigido por Angelo Defanti. Sua primeira exibição ao público foi na Mostra Competitiva de Longas Brasileiros no Festival É Tudo Verdade. 

Agora, “Verissimo”, chega aos cinemas nesta quinta-feira (2), distribuído pela Boulevard Filmes, para mostrar a rotina do introvertido autor de algumas das mais engraçadas crônicas já publicadas. 

Mas não espere muitos momentos de humor dessa produção. Para quem se encanta e se diverte com os textos saídos da mente criativa do autor de “Comédias da Vida Privada”, “Ed Mort” e “Todas as Histórias do Analista de Bagé”, o longa pode ser decepcionante.


O diretor e suas câmeras se instalaram na casa do escritor para acompanhar a rotina do cronista, em setembro de 2016, 15 dias antes do aniversário de 80 anos de Verissimo. 

E não há muita emoção em assistir um octogenário caladão observar sentado à movimentação da casa, fazendo fisioterapia ou escrevendo ao computador. 

Para alguns pode ser uma resposta para o questionamento sobre como Verissimo consegue ser tão engraçado e observador. Talvez por seu jeito, de falar menos e ouvir mais, o escritor consiga captar tantas coisas e elaborar respostas bem-humoradas. 


Aliás, o humor aparece nas entrevistas. O escritor se diz desconfortável em ser entrevistado, mas não sabe dizer não, e as perguntas algumas vezes rendem respostas engraçadas. 

A sabedoria para preencher páginas também serve para divertir platéias. Mas parece não salvar o gaúcho do desconforto nas sessões de autógrafos. 


No final das contas, talvez o documentário possa ser definido como ‘coerente’ com a personalidade do retratado. É calmo, leve. Até na própria festa de 80 anos, Verissimo só interage quando perguntado. 

É mais dado a expor suas ideias digitando no computador, em noites silenciosas como ele mesmo. Continua morando em Porto Alegre e cuidando da saúde.


Ficha técnica:
Direção: Angelo Defanti
Produção: Sobretudo Produções, Lacuna Filmes, Canal Brasil
Distribuição: Boulevard Filmes, Vitrine Filmes e Spcine
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h27 minutos
Classificação: livre
País: Brasil
Gênero: documentário

28 novembro 2023

"Ó Paí, Ó 2" utiliza uma trama simples para reforçar a importância da representatividade negra na tela

Lázaro Ramos protagoniza novamente o personagem Roque, que se une à comunidade para ajudar uma
amiga e preservar a tradição do Pelourinho (Fotos: Divulgação) 


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Mais de 15 anos após o primeiro filme retornamos ao cortiço de Dona Joana com Roque contextualizando o que mudou ou não nesse período e buscando seu espaço como artista negro. Este é o enredo de "Ó Paí, Ó 2", que está em cartaz nos cinemas. 

O protagonista, novamente interpretado por Lázaro Ramos, persiste em viver de sua música. No longa fica evidente como a cultura branca é mais facilmente aceita e como é mais simples excluir um negro do mercado musical do que inseri-lo.


O cerne deste segundo longa parte de uma premissa simples: todos na comunidade se unem para salvar o bar de Neuzão (Tânia Toko), que foi vendido a outro dono, deixando-a sem teto e sem meios de subsistência. 

Encontramos Dona Joana (Luciana Souza), uma mulher solitária e complexa, ainda lidando com o luto pela morte de seus filhos. Essa ausência a assombra e confronta, levando-a a adotar três crianças de rua. 


A obra aborda a questão do despejo de forma séria, unindo antigos personagens, como Maria (Valdinéia Soriano) e Reginaldo (Érico Brás), Yolanda (Lyu Árisson), mãe Raimunda (Cássia Valle) e Matias (Jorge Washington) aos novos moradores. Eles planejam uma festa para Iemanjá como estratégia para arrecadar fundos e salvar o bar. 

A nova geração demonstra resiliência ao criar o metaverso, utilizando o conceito da internet como um espaço para compartilhar suas experiências sobre os dilemas relacionados à cor da pele, desafiando normas e enfatizando a importância da resistência para superar padrões preestabelecidos. 


É interessante ver como "Ó Paí, Ó 2" se preocupa em mostrar o verdadeiro lugar do negro e onde ele deve se posicionar na sociedade. Talvez a falha esteja em não inserir figuras baianas icônicas no Pelourinho, o que poderia ser uma oportunidade para mostrar como os jovens se relacionam com essa tradição.

Viviane Ferreira, responsável pela direção, reforça a ideia de que os direitos dos negros não devem ser ignorados nem excluídos pela sociedade. O roteiro não apenas discute questões raciais, mas também de gênero e sexualidade, evidenciando a luta contínua da mulher negra e do transexual, visível na tela.


Quanto à parte musical, a produção é só elogios. Lázaro Ramos está maravilhoso em sua performance e voz, unindo não apenas os personagens na tela, mas também atraindo o público espectador. Nomes como Margareth Menezes (que interpreta ela mesma), Baiana System, João Gomes e Olodum contribuem para uma trilha sonora sinérgica e alegre.

"Ó Paí, Ó 2" é leve e divertido, mas também uma peça importante para a cultura negra. Mostra como cada história é relevante, especialmente em um país racista onde, por vezes, o óbvio precisa ser reiterado e exposto.


Ficha técnica:
Direção: Viviane Ferreira
Produção: Dueto Produções, Casé Filmes, coprodução Globo Filmes e Canal Brasil
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: comédia