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31 julho 2025

Em tempos de Tinder, “Amores Materialistas” fala sobre as dificuldades de se encontrar alguém para amar

Longa é uma comédia com pé no chão sobre amor e relacionamentos, sem romantização (Fotos: Divulgação)
 
 

Jean Piter Miranda

 
Lucy (Dakota Johnson) é uma casamenteira. Ela trabalha em uma agência de encontros, onde os clientes procuram o “amor pra vida inteira”. Ela é uma espécie de “personal Tinder”. Em vez do aplicativo, quem paga pelo serviço tem a consultoria de uma pessoa especializada no assunto. 

Durante a festa de casamento de uma de suas clientes, Lucy conhece Harry (Pedro Pascal). Rico, bonito, charmoso, solteiro, gentil e interessado nela desde o primeiro olhar. Só que aí aparece o garçom John (Chris Evans), o ex-namorado dela. Bonitão, charmoso, porém, pobre. Duro, quebrado, liso. 

Com quem Lucy vai ficar? Esse poderia ser o título do filme, mas estamos falando de “Amores Materialistas”. O novo filme da diretora Celine Song, do ótimo “Vidas Passadas” (2024), que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (31).


Poderia ser uma comédia romântica. Até tem cenas engraçadas, romance, mas a pitada de drama adicionada à história muda tudo. É sobre amor e relacionamentos, sem romantização. Uma comédia com pé no chão e conversa séria, pra gente adulta, ideal para os dias atuais. 

Os clientes de Lucy são sempre muito exigentes. Altura, peso, profissão, renda, gostos musicais, idade, se tem pet ou não, fumante ou não, preferência política... Se o primeiro encontro der certo, Lucy marca o segundo, o terceiro... Ela vai intermediando até que o casal decida se casar. Aí é case de sucesso!


Em meio aos encontros que vai mediando, Lucy começa a engatar um namoro com Harry. O cara perfeito, nas palavras dela. Ele seria uma ótima opção para todas as mulheres que ela tem na cartela de clientes. Porém, o bonitão só quer a bonitona. 

Mas e o John? Além de garçom, ele é aspirante a ator, sem muita expectativa de dias melhores. Principalmente quando se trata de dinheiro. O encontro entre ele e Lucy mexeu com os dois. Por que eles não deram certo? Por que se separaram? Dá pra voltar ou ficarem juntos outra vez? Ainda se amam? Será que se amavam? São questões para ambos.


O rico bonitão perfeito ou o gato pobre que já não deu certo uma vez? Até onde o dinheiro interfere ou pode interferir nessa equação? Só o amor não basta? É possível encontrar amor e prosperidade financeira na mesma pessoa? E as outras muitas coisas da vida a dois? Essas questões vão surgindo ao longo do filme com reflexões que certamente vão mexer com quem assiste. 

Há também observações sobre os clientes de Lucy que vão interferindo no curso da história. Em tempos de customização de tudo, é possível achar a pessoa ideal, com todos os requisitos que enumeramos? Ou será que isso é um impedimento para se conhecer uma pessoa interessante? E se tirarmos as exigências, por sorte, pode aparecer a “pessoa certa”?


São questões muito atuais abordadas no filme. Em um mundo onde tudo é mercadoria, serviço e descartável, é justo que pessoas também sejam tratadas assim? Onde tudo é passageiro, inclusive os amores, é possível amar e ser amado? A gente tá procurando do jeito certo e no lugar certo?

Esses muitos questionamentos apresentados direcionam as decisões dos personagens e o desfecho do filme. Haverá aqueles que irão gostar e também os que não desgostarão do fim. 

A história é conduzida com sensibilidade e, acima de tudo, com sensatez. Sem malabarismos ou situações de contos de fadas. Não há a menor pretensão de dar receitas prontas ou oferecer respostas. Cada expectador vai levar um caminhão de reflexões pra casa. É isso. 

Gostando ou não do filme, estando solteiro ou à procura de alguém, casado ou separado, não importa. “Amores Materialistas” vai ficar na sua cabeça por um bom tempo.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Celine Song
Produção: Stage 6 Films, A24
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h57
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: comédia, romance

07 novembro 2024

"Operação Natal" se distancia do sentimentalismo e coloca agito na telona

Produção conta com elenco de peso para resgatar o Papai Noel, sequestrado pouco antes do período festivo (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Eduardo Jr.


O sequestro do Papai Noel é o ponto de partida de “Operação Natal” (“Red One”). O filme, que acaba de chegar aos cinemas brasileiros, tem direção de Jake Kasdan, responsável por conduzir “Jumanji - Bem-vindo à Selva”, em 2018 e “Jumanji: Próxima Fase”, no ano de 2019. O longa tem distribuição da Warner Bros. Pictures.

O longa está mais para aventura do que comédia. J.K. Simmons ("Whiplash: Em Busca da Perfeição" - 2014) dá vida ao Papai Noel bombado. 

Quando o bom velhinho desaparece, o comandante da segurança do Polo Norte, Callum Drift, vivido por Dwayne “The Rock” Johnson (que trabalhou com Jake Kasdan nos dois filmes de "Jumanji" e também protagonizou "Adão Negro", 2022) vai atrás dos sequestradores.


Mesmo sendo Natal, uma data em que a figura principal é o vovô de roupa vermelha, o longa inicia exaltando a dedicação e competência do comandante Drift. E é claro que o público vai torcer por ele na operação para resgatar “Das Neves”, codinome do bom velhinho. 

Nesta versão modernizada, o Papai Noel também é carinhosamente chamado de Nick em alguns momentos (coerente para quem tem sua figura inspirada em São Nicolau).


A missão de resgate do comandante Drift não será solitária. A chefe do departamento de proteção de criaturas mitológicas Zoe (Lucy Liu, de "Shazam! Fúria dos Deuses" - 2023) obtém pistas de quem invadiu o sistema para localizar Papai Noel. 

O responsável foi o golpista Jack O'Malley, interpretado por Chris Evans (o Capitão América de toda a franquia "Vingadores", incluindo "Guerra Ciivil" - 2011 a 2019), um caçador de recompensas. Como só ele pode rastrear quem o contratou para hackear a localização, acaba se tornando parceiro de Drift.

Juntos eles descobrem que quem está por trás do sequestro é a vilã Gryla, vivida por Kiernan Shipka (Longlegs: Vínculo Mortal- 2024). Mas infelizmente, a atriz tem pouco tempo de tela (um dos deslizes deste filme). 


Até chegar ao paradeiro do Papai Noel, diversas cenas de luta e perseguição, com muitos efeitos visuais, preenchem a tela. Sem falar nas músicas, no estilo ''cenas de ação da Marvel". 

Em alguns momentos é nítido que a qualidade do CGI poderia ser melhor. Contudo, no geral, o filme diverte. Não deixa o espectador ansioso pelo fim nos seus 133 minutos de duração. 

Talvez o estranhamento para alguém mais crítico resida no fato de que os ajudantes do Papai Noel pareçam criaturas alienígenas. E que, embora este seja um filme natalino, a emoção, as mensagens sobre união e o sentimentalismo só marcam presença no final. Mais uma obra para figurar entre os títulos da Sessão da Tarde.


Ficha técnica
Direção: Jake Kasdan
Roteiro: Chris Morgan
Produção: Amazon MGM Studios e Seven Bucks Productions
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h13
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, comédia, família

03 julho 2022

"Lightyear" conta a origem do herói do espaço que encantou gerações

O famoso patrulheiro espacial da franquia “Toy Story” ganha filme solo em nova animação (Fotos: Disney/Pixar)


Maristela Bretas


Em 1995, um astronauta com um traje colorido, cheio de marra e dono da verdade, conquistava o coração de Andy e entrava para a coleção de brinquedos do garoto como um de seus preferidos e o de várias crianças pelo mundo. 

Agora Buzz, ganha vida no filme solo "Lightyear", nova animação da Disney/Pixar, que conta como tudo começou. O filme é um spin-off da amada franquia "Toy Story" e já conquistou espectadores de todas as idades desde a sua estreia nos cinemas.


Logo no início surge a explicação de que o boneco Buzz foi criado a partir do filme que era o preferido de Andy sobre o herói. Mas "Lightyear" é mais que isso e, como era de se esperar de uma produção Pixar, tem muita emoção, mesmo fugindo totalmente da fórmula de "Toy Story".

Ele é colorido, tem bichinhos fofos, mas atinge mais aos adultos, como outras produções do estúdio, ao explorar sentimentos como o de perda de pessoas amadas, viagem no tempo, respeito à diversidade e, acima de tudo, amizade sincera e leal.


Claro que a ação não fica de fora. "Lightyear" ainda apresenta vários personagens ligados a Buzz e suas origens, inclusive seu maior inimigo. A cada viagem no tempo, o arrogante e intransigente patrulheiro espacial vai mudando aos poucos sua maneira de ser. Até onde a obstinação de concluir a missão espacial é mais importante que as pessoas? A quem ele quer provar que pode fazer tudo sozinho para consertar um erro do passado?


À medida que o tempo passa, novos personagens vão surgindo, alguns do bem, outros nem tanto. É numa dessas viagens que ele vai conhecer e terá de enfrentar o malvado imperador Zurg (voz de James Brolin), o vilão da capa preta e roxa, líder de um exército de robôs, outro conhecido da franquia "Toy Story". 

No filme é possível relembrar algumas frases do herói e entender como elas surgiram. E é a mais famosa, "Ao infinito e além", que provocará um dos momentos mais emocionantes (e chorosos) do filme.


Também são apresentados o traje espacial do patrulheiro espacial com seus vários dispositivos de combate, a nave espacial de Buzz e o mais fofinho de seus amigos, o gato-robô Sox (voz de Peter Sohn/Cesar Marchetti), seu fiel pet mega inteligente e parceiro nas aventuras. Ele é quase uma versão felina de metal do R2D2 de Luke Skywalker. 

Por falar em amigos, a mais importante em toda a história e na vida de Buzz é a comandante Alisha Hawthorne (Uzo Aduba /dublagem Adriana Pissardini) que o acompanha, lidera e o ensina em toda a missão. Ela dá uma lição de vida ao público ao representar uma personagem gay.


Além de Alisha, temos também os três desastrados recrutas que vão fazer toda a diferença - Izzi Hawthorne (Keke Palmer/Flora Paulita), Darby Steel (Dale Soules/Lucia Helena Azevedo) e Mo Morrison (Taika Waititi/Henrique Reis). Na versão original, o eterno Capitão América, Chris Evans, empresta a voz a Buzz Lightyear (em toda a franquia a voz sempre foi do ator Tim Allen). 

O mesmo ocorreu na dublagem para português. Coube ao apresentador Marcos Mion dar vida ao personagem no Brasil, substituindo Guilherme Briggs, conhecido dublador do herói. Até que Mion se saiu bem.


A animação conta a história de um grupo de colonizadores que está voltando para casa e acaba se perdendo no espaço, caindo num planeta hostil a 4,2 milhões de anos-luz distante da Terra. Um erro de Buzz faz com que o grupo precise ficar mais tempo no local até conseguir criar um dispositivo de hipervelocidade que vai fazer a nave funcionar. E será o experiente piloto quem testará o dispositivo no espaço. Mas essa experiência trará surpresas e grandes mudanças para ele e toda a tripulação.

"Lightyear" tem ação e emoção e é diversão garantida. E ainda conta com uma ótima trilha sonora do premiado Michael Giarcchino. Um alerta: o filme tem três cenas pós-créditos que complementam a história e chamam para futuras produções.


Ficha técnica:
Direção: Angus MacLane
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Distribuição: Walt Disney Animation Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h34
Classificação: livre
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, família, animação