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11 agosto 2025

“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” idealiza a "família perfeita" e peca em profundidade

Reboot dirigido por Matt Shakman apresenta a equipe em uma realidade paralela sem fazer referências a produções anteriores (Fotos: Marvel Studios)
 
 

Filipe Matheus
Parceiro do blog Maravilha de Cinema


A Marvel Studios trouxe de volta às telonas o “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” ("The Fantastic Four: First Steps") novo filme em cartaz em todo o Brasil, dirigido por Matt Shakman e baseado nos icônicos quadrinhos de Stan Lee e Jack Kirby. 

O longa nos transporta para 1961, acompanhando um grupo de astronautas que, durante um voo experimental, é exposto a uma tempestade de raios cósmicos, resultando em seus superpoderes. Com as novas habilidades, eles se tornam os protetores de Nova York contra grandes vilões.

Este reboot apresenta a equipe em uma realidade paralela dentro do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), coexistindo com clássicos como “Vingadores” e “Guardiões da Galáxia” (2014, 2017 e 2023), sem fazer referências a produções anteriores do “Quarteto Fantástico”.


Elenco estelar

Uma curiosidade que agradou bastante aos fãs é a inclusão da Fundação do Futuro, organização idealizada por Reed Richards nos quadrinhos para usar a ciência em prol da humanidade. Ver essa parte da mitologia ganhando vida na tela grande é um deleite para quem acompanha as HQs, mostrando um cuidado com o material original.

O elenco estelar conta com Pedro Pascal ("Gladiador II" - 2024) como Reed Richards/Senhor Fantástico, Vanessa Kirby ("Missão: Impossível - Efeito Fallout" - 2018) como Sue Storm/Mulher Invisível, Joseph Quinn ("Um Lugar Silencioso: Dia Um" - 2024) como Johnny Storm/Tocha Humana e Ebon Moss-Bachrach ("O Urso" - 2024) como Ben Grimm/O Coisa. Apesar do esforço dos heróis, o filme peca no desenvolvimento dos conflitos, que por vezes carecem de profundidade.


Um dos pontos altos do longa é, sem dúvida, a performance de Joseph Quinn como Tocha Humana. Sua atuação é um show à parte e crucial para o andamento da história, adicionando uma camada de carisma e dinamismo à equipe. Ele consegue criar conflitos com os vilões sem forçar, diferente do Senhor Fantástico de Pedro Pascal, que se perde no papel.

Em contraste, o filme por vezes cai na idealização da “família perfeita” dos Fantásticos, o que soa um tanto superficial. Essa tentativa de retratar uma harmonia impecável acaba tirando um pouco do drama e da profundidade que a equipe poderia ter, deixando um gosto de “pura balela”.


Vilões pouco aproveitados

O icônico vilão Galáctus (Ralph Ineson, de "Resistência" - 2023) tenta chegar com tudo, mas acaba ofuscado pela Surfista Prateada, interpretada por Julia Garner ("A Hora do Mal" - 2025). A personagem, que deveria ter sido mais explorada, parece mais uma coadjuvante do que uma das vilãs centrais, um potencial perdido que poderia ter enriquecido muito mais a trama.

A expectativa para ver o “Quarteto Fantástico” nos próximos filmes dos “Vingadores” que fazem parte da Fase 6 do MCU é alta, mas também gera preocupações. A chance de eles aparecerem em “Vingadores: Doomsday” (que estreia este ano) pode ser um risco, embora faça parte da estratégia da Marvel de inserir seus personagens no multiverso.

No geral, o novo filme do “Quarteto Fantástico” entrega uma experiência mista. Há atuações de destaque e a promessa de uma equipe icônica no MCU, mas acaba pecando em seus personagens. É um reboot que tem seus momentos empolgantes, mas que poderia ter ido além na construção de conflitos e na profundidade dos heróis.


Ficha técnica:
Direção: Matt Shakman
Produção: Marvel Studios e 20th Century Fox
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h55
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, ficção

07 agosto 2025

"A Hora do Mal" - Um fato, seis capítulos e violência extrema que só chega no final

O desaparecimento de 17 crianças durante a madrugada dá início a esta trama, narrada em capítulos
(Fotos: Warner Bros. Pictures)
 
 

Maristela Bretas

 
Com duração acima do necessário, "A Hora do Mal" ("Weapons") estreia nesta quinta-feira nos cinemas prometendo um terror recheado de cenas de violência extrema, que, no entanto, só começam a acontecer nos 30 minutos finais. 

O longa é narrado por uma criança e apresentado a partir do ponto de vista de vítimas e de moradores da cidade, cujas histórias se entrelaçam até o último relato que vai explicar toda a trama.

"A Hora do Mal" tem um pouco de tudo para agradar aos fãs do gênero: bruxaria e rituais macabros, mortes sangrentas e brutais, e pessoas enlouquecidas correndo de braços abertos pelas ruas como zumbis de um condomínio onde, teoricamente, todos levavam uma vida perfeita e sem grandes acontecimentos. 


Tudo muda quando 17 crianças de uma mesma sala de aula, com exceção de uma - Alex Lilly (Cary Christopher) - saem correndo de suas casas exatamente às 2h17, de forma desconexa e com os braços abertos como se estivessem voando. 

Elas nunca mais são vistas. A aparente paz do local deixa de existir e dá lugar a uma atmosfera sombria, cheia de fatos estranhos e novos surtos de violência inexplicável de outros moradores. 


Boas atuações sustentam o filme

A principal suspeita, segundo os pais, é a recém-chegada professora Justine Gandy (Julia Garner, que interpreta a Surfista Prateada em "Quarteto Fantástico"), responsável pela classe dos alunos desaparecidos. 

Determinada a descobrir o que houve com as crianças, Justine começa a investigar o caso e tentar entender por que Alex foi o único sobrevivente. 
Ela conta com a ajuda de Archer Graff (Josh Brolin, o vilão Thanos, de "Vingadores: Ultimato" - 2019), pai de uma das 17 crianças, e do policial Paul Morgan (Alden Ehrenreich, de "Han Solo" - 2018).

No elenco, temos ainda a presença essencial de Amy Madigan, como Gladys Lilly, tia de Alex, uma personagem mais sinistra que o palhaço Pennywise, de "It - A Coisa" (2017). 

Destaque também para as boas atuações de Benedict Wong ("Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa" - 2021), no papel do diretor Andrew, e Austin Abrams (das séries "This is Us" e "Euphoria"), como James, um ladrão comum que estava no lugar errado e na hora errada.


Fotografia em destaque

A fotografia de Larkin Seipe é um dos pontos altos da produção. Ela consegue traduzir com precisão a transição do clima leve e colorido - marcado pelos gramados perfeitamente verdes e casas bem cuidadas - para a escuridão sombria das ruas e mata para onde as crianças fugiram. 

Após o desaparecimento das crianças, a narrativa se desenvolve em capítulos, iniciando pela perspectiva de Justine e seguindo com outros cinco relatos de personagens que estavam envolvidos nos fatos, direta ou indiretamente. 

O suspense cresce com a presença de elementos ocultos e aparições inexplicáveis que dão a tensão perturbadora, reforçado pela ótima trilha sonora composta por Zach Cregger ("Noites Brutais" - 2022), também dirige, roteiriza e produz o filme. 


Pontos negativos

"A Hora do Mal", no entanto, peca em alguns pontos: a duração exagerada cansa, e o final que desagrada ao dar solução para uns e deixar outros de fora. Não vou contar mais para não dar spoiler. 

O filme é bom, mas está mais para suspense que terror, mesmo com as cenas grotescas e perturbadoras. Há até momentos de humor involuntário, como a referência ao clássico "O Iluminado", de 1980. Ainda assim, não colocaria na minha lista de melhores do ano do gênero.


Ficha técnica:
Direção e roteiro
: Zach Cregger
Produção: New Line Cinema, Subconscious, Vertigo Entertainment e Boulderlight Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h08
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense