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16 setembro 2025

Cinemas de BH recebem retrospectiva inédita de 22 produções do Estúdio Ghibli

Ghibli Fest será dividido em duas partes: em setembro deste ano e no
primeiro semestre de 2026 (Fotos: Sato Company)
 
 

Da Redação

 
Em uma celebração dupla, a Sato Company, reconhecida pela distribuição de filmes asiáticos no Brasil, comemora seus 40 anos de história trazendo aos cinemas brasileiros uma retrospectiva inédita dos longas do Estúdio Ghibli. 

Há quatro décadas, a excelência na animação do estúdio japonês encanta gerações com histórias atemporais, personagens cativantes e uma profunda conexão com a cultura asiática.

O Ghibli Fest terá 22 títulos no total e será dividido em duas partes. A primeira com exibição em várias salas de BH, de 18 de setembro a 1º de outubro. 

"A Viagem de Chihiro"

Serão 14 filmes que marcaram gerações, com histórias profundas, emocionantes e visualmente encantadoras, dentre eles, dois indicados e um vencedor do Oscar. A segunda parte terá oito títulos, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2026.

Essa é uma chance única de vivenciar grandes clássicos da animação mundial na tela grande, com toda a beleza e profundidade que só o cinema pode proporcionar. A seleção promete encantar gerações de fãs e conquistar novos públicos com narrativas poéticas e temas universais. 

"Meu Amigo Totoro"

Prepare-se para reviver (ou descobrir) a magia de um dos estúdios mais amados da história da animação mundial. Entre os títulos selecionados para a Parte 1 da Mostra, estão obras que definiram a identidade do estúdio e se tornaram referências mundiais na animação. 

“A Viagem de Chihiro” (2001), vencedor do Oscar de Melhor Animação e sucesso internacional, conta a jornada da jovem Chihiro por um mundo mágico repleto de deuses, espíritos e desafios que refletem o crescimento pessoal. Dirigido pelo mestre Hayao Miyazaki, o filme foi selecionado recentemente como o 9º Melhor Filme do Século XXI pela New York Times. 

"O Castelo Animado"

Já “Meu Amigo Totoro” (1988) apresenta as irmãs Satsuki e Mei e sua amizade com o espírito da floresta Totoro, em uma celebração da infância e da natureza que se tornou símbolo da produtora.

“O Castelo Animado” (2004) envolve o público em uma fantasia romântica onde uma jovem amaldiçoada encontra refúgio no castelo ambulante de um excêntrico mago, em uma obra que combina imaginação e crítica à guerra. 

A programação também inclui “Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar” (2008), inspirado no conto da Pequena Sereia e que mistura magia, infância e ecologia. Além de “O Serviço de Entregas da Kiki” (1989), um delicado retrato do amadurecimento de uma jovem bruxa em busca de independência. 

"Porco Rosso: O Último Herói Romântico"

O aventureiro “Porco Rosso: O Último Herói Romântico” (1992) leva o espectador à Itália entre guerras, onde um piloto amaldiçoado com aparência de porco vive aventuras aéreas carregadas de lirismo. 

Outro título aclamado é “Vidas ao Vento” (2013), inspirado na vida do engenheiro Jirô Horikoshi, que reflete sobre sonhos, amor e sacrifícios em meio ao Japão em transformação.

As preocupações ambientais do estúdio aparecem desde cedo, como em “Nausicaä do Vale do Vento” (1984), obra visionária que influenciou a fundação do Ghibli e narra a luta de uma princesa pela harmonia entre humanidade e natureza. 

"Nausicaä do Vale do Vento"

O romance juvenil também tem espaço em “Sussurros do Coração” (1995), que acompanha a estudante Shizuku em uma história de amadurecimento e autodescoberta. 

Já “Pom Poko: A Grande Batalha dos Guaxinins” (1994) traz uma sátira ecológica, enquanto “Meus Vizinhos, os Yamadas” (1999) diverte com seu traço estilizado e retrato bem-humorado da vida familiar japonesa.

Com um olhar mais maduro e intimista, “Memórias de Ontem” (1991) alterna presente e passado para refletir sobre infância e escolhas adultas. Produzido originalmente para a TV, “Eu Posso Ouvir o Oceano” (1993) traz uma visão realista sobre juventude, amizade e primeiros amores. 

"Sussurros do Coração"

E encerrando a seleção da primeira parte, “Da Colina Kokuriko” (2011) apresenta um romance ambientado no Japão dos anos 1960, onde um grupo de estudantes luta para preservar sua escola em meio às transformações sociais do pós-guerra.

O Ghibli Fest - Parte 1 oferece ao público brasileiro a chance rara de vivenciar esses clássicos na tela grande, com toda a beleza que só o cinema pode proporcionar. É uma verdadeira celebração da arte, da imaginação e da emoção — marcas registradas do Estúdio Ghibli ao longo de quatro décadas.

“Da Colina Kokuriko”

Confira a lista completa dos filmes da primeira parte:

- "A Viagem de Chihiro" - 2001 (DUB/LEG) - Vencedor do Oscar - classificação: livre
- "Meu Amigo Totoro" - 1988 (DUB/LEG) - classificação: livre
- "O Castelo Animado" - 2004 (DUB/LEG) - Indicado ao Oscar - classificação: livre
- "Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar" - 2008 (DUB/LEG) - classificação: livre
- "O Serviço de Entregas da Kiki" - 1989 (DUB/LEG) - classificação: livre
- "Porco Rosso: O Último Herói Romântico" - 1992 (DUB/LEG) - classificação: 14 anos
- "Vidas ao Vento" - 2013 (DUB/LEG) - Indicado ao Oscar - classificação: 12 anos
- "Nausicaä do Vale do Vento" - 1984 (LEG) - classificação: 12 anos
- "Sussurros do Coração" - 1995 (DUB/LEG) - classificação: livre
- "Pom Poko: A Grande Batalha dos Guaxinins" - 1994 (DUB/LEG) - classificação: 10 anos
- "Meus Vizinhos, os Yamadas" - 1999 (DUB/LEG) - classificação: 10 anos
- "Memórias de Ontem" - 1991 (DUB/LEG) - classificação: 10 anos
- "Eu Posso Ouvir o Oceano" - 1993 (DUB/LEG) - classificação: 10 anos
- "Da Colina Kokuriko" - 2011 (LEG) - classificação: 10 anos

"Princesa Mononoke"

Para o Ghibli Fest - Parte 2, que estreia no primeiro semestre do próximo ano, serão oito títulos: 

- Contos de Terramar (2006)
- O Castelo no Céu (1986)
- Princesa Mononoke (1997)
- O Reino dos Gatos (2002)
- O Mundo dos Pequeninos (2010)
- O Conto da Princesa Kaguya (2013)
- As Memórias de Marnie (2014)
- Túmulo dos Vagabundos (1998)


Ficha técnica
Ghibli Fest
Programação:

Parte 1 - 14 títulos - de 18 de setembro a 1º de outubro de 2025
Parte 2 - 8 títulos - estreia no primeiro semestre de 2026)
Produção: Estúdio Ghibli
Distribuição: Sato Company
Exibição: salas Cineart Cidade, Cinemark BH Shopping, Centro Cultural Unimed-BH Minas e Cine Una Belas Artes
Classificação: variável
Gêneros: animação, fantasia, aventura


04 setembro 2025

"Invocação do Mal 4 - O Último Ritual" encerra a franquia com alguns sustos e uma overdose maligna

Patrick Wilson e Vera Farmiga se despedem de seus papéis como Ed e Lorraine Warren na saga iniciada em 2013 (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Lançado nesta quinta-feira nos cinemas, "Invocação do Mal 4: O Último Ritual" ("The Conjuring: Last Rites") marca o encerramento da franquia iniciada em 2013 que originou outros nove filmes e criou o chamado "Invocaverso".

O longa foi escrito por David Leslie Johnson-McGoldrick e dirigido por Michael Chaves, o mesmo de "Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio" (2021), "A Freira 2" (2023) e do fraco "A Maldição da Chorona" (2019). 

Neste quarto capítulo, acompanhamos o caso considerado o mais difícil enfrentado pelo casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren na vida real. Patrick Wilson e Vera Farmiga retornam a seus personagens neste último filme da franquia (pelo menos até o momento). 


"Invocação do Mal 4" revisita o passado e traz de volta figuras icônicas, como a boneca Annabelle, que marcaram a franquia e fez muitos fãs pularem na cadeira. 

A trama é bem desenvolvida em sua maior parte, ao resgatar acontecimentos anteriores que ajudam a contextualizar os fatos investigados neste filme. 

Isso também facilita a compreensão para quem não assistiu aos demais longas, apresentando o trabalho do casal e sua relação tanto familiar quanto espiritual com as entidades malignas.


O ritmo da narrativa, porém, cai nos 20 minutos finais ao exagerar no número de aparições demoníacas em pouco tempo, o que chega a confundir o público e provocar menos sustos que o esperado. 

Essas cenas acabam enfraquecendo a proposta inicial do diretor de esclarecer a origem de tudo e concluir a franquia de forma consistente. 

Oficialmente, este deve ser a última participação de Wilson e Farmiga no Invocaverso, mas, como sempre, a bilheteria é quem manda. Os milhares de casos documentados ao longo de décadas e o acervo de objetos amaldiçoados guardados no famoso museu do casal Warren ainda oferecem bastante material para bons enredos no cinema.


Desta vez, a história se passa em 1986. Ed e Lorraine estão aposentados e vivem de palestras. A única filha, Judy (Mia Tomlinson) está crescida e namora Tony Spera (Ben Hardy, de "X-Men: Apocalipse" - 2016). 

Até que um dia o casal é chamado pelo padre Gordon (Steve Coulter, que também retorna à franquia) para ajudar a família Smurl, atormentada por ataques de uma entidade violenta em sua casa na Pensilvânia. 

O que Ed e Lorraine não esperavam enfrentar era que esse espírito seria o mais perigoso de suas vidas, capaz de ameaçar sua própria família. O elenco ainda conta com Rebecca Calder, Elliot Cowan, Kíla Lord Cassidy, Beau Gadsdon, John Brotherton e Shannon Kook.


Cronologia dos fatos X lançamento dos filmes

"Invocação do Mal 4: O Último Ritual" adota uma narrativa bem didática ao explicar o trabalho dos Warren, o que ajuda novos espectadores a se situarem na franquia.

No entanto, quem não acompanhou todos os longas pode se perder diante das várias referências a acontecimentos anteriores — especialmente porque a ordem de lançamento dos filmes não segue a cronologia dos fatos.

Para ajudar a compreender melhor, veja abaixo a ordem cronológica dos acontecimentos: 

1952 - "A Freira" (2018) - primeira aparição do demônio Valak, na Romênia.

1955 - "Annabelle 2: A criação do Mal" (2017) - a boneca Annabelle é possuída.

Década de 1950 - "A Freira 2(2023) - Valak retorna pouco tempo após sua primeira manifestação.


1967 - "Annabelle" (2014) - a boneca reaparece em outra casa.

1971 - "Invocação do Mal" (2013) - Ed e Lorraine Warren investigam uma casa com possessões demoníacas; primeiro filme da franquia dirigido por James Wan.

1972 - "Annabelle 3: De Volta Para Casa" (2019) - Judy, filha do casal Warren, se envolve com a boneca demoníaca.

1973 - "A Maldição da Chorona" (2019) - baseado na lenda de La Llorona, sobre uma mulher que afogou os filhos e, arrependida, passa a capturar crianças.

1977 - "Invocação do Mal 2" (2016) - o casal Warren investiga uma família em Londres atormentada por uma entidade maligna; também dirigido por James Wan.

Década de 1980 - "Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio" (2021) - caso de assassinato atribuído a possessão demoníaca.

1986 - Invocação do Mal 4: O Último Ritual (2025), também dirigido por Michael Chaves.


Sustos e recursos técnicos

Exceto por "A Maldição da Chorona", considerado o mais fraco dos demais filmes e praticamente banido da franquia, os demais longas sustentam seus roteiros, alguns com ressalvas, mas provocam bons sustos. 

O primeiro "Invocação do Mal" e "Annabelle 3" ainda são os melhores da franquia, mas em "Invocação do Mal 4: O Último Ritual" o diretor soube explorar bem os recursos visuais e técnicos, reforçados por uma fotografia sombria e ambientes fechados e claustrofóbicos que ajudam a intensificar o suspense e a tensão.


O maior trunfo da franquia, no entanto, continua sendo a química entre Patrick Wilson e Vera Farmiga, cuja parceria carismática tem conquistado o público há mais de uma década. 

Nesta produção final, eles mantêm a qualidade, agora dividindo espaço com Mia Tomlinson, que contribui para dar um desfecho digno à saga — ainda que sem descartar futuras continuações.

P.S. - Não é filme de super-herói, mas tem uma cena pós-créditos que não justifica permanecer no cinema.


Ficha técnica:
Direção: Michael Chaves
Roteiro: Ian Goldberg & Richard Naing e David Leslie Johnson-McGoldrick
Produção: New Line Cinema, Safran Company, Atomic Monster
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h15
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

03 setembro 2025

“3 Obás de Xangô” é a consolidação da Bahia que conhecemos pelas mãos de três artistas

Esclarecedor e divertido, documentário do diretor Sérgio Machado aborda a amizade entre o escritor Jorge Amado, o compositor Dorival Caymmi e o artista plástico Carybé (Fotos: Primeiro Plano)


Eduardo Jr.


A imagem que se tem da Bahia como uma terra ligada à arte, religiosidade, simplicidade e resiliência passa pelos nomes que centralizam a narrativa do documentário “3 Obás de Xangô”, em cartaz nos cinemas.

A obra do diretor Sérgio Machado aborda a amizade entre o artista plástico Carybé (1911-1997), o cantor e compositor Dorival Caymmi (1914-2008) e o escritor Jorge Amado (1912-2001). Um elo que se fortifica pela representatividade deles para o candomblé e pela colaboração na construção de uma identidade baiana. 

Não é a primeira vez que Sérgio retrata a Bahia. A terra natal do diretor foi cenário do longa “Cidade Baixa” (2005), que apresenta uma amizade que vai se esfacelando e elementos que perpassam Salvador e as obras de Amado, Carybé e Caymmi, como a pobreza, a prostituição e o mar. 

Agora, o diretor se volta para a força do laço fraterno, a religiosidade, e coloca os temas citados como subtítulos da arte produzida pelos três.  


Tamanha identificação com a história da Bahia resultou no título de Obás de Xangô que os três receberam. Mãe Aninha, mandatária do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, criou o título nos anos 1930. O objetivo era que os Obás atuassem como mediadores entre o terreiro de candomblé e a sociedade. 

Chama atenção a frase na abertura do filme: “Liturgia significa o poder do povo enquanto consenso, política significa o poder do povo enquanto diferenças”. 

Em uma época em que a intolerância religiosa taxava como crime as manifestações de matriz africana, a escolha de Mãe Aninha por expoentes da cultura foi estratégica.


A expressividade de Amado, Carybé e Dorival pode ser entendida logo no início do documentário, em uma carta narrada por Lázaro Ramos, onde diz que os três “engravidaram do povo e pariram a Bahia na popa de um saveiro, numa barraca de folhas, num ritual no mercado, no peji de Iemanjá no Rio Vermelho. Foram a face, a voz, o pranto e o riso do povo da Bahia”. Parece não haver definição melhor.

A produção do documentário começou em 2018, baseada em cenas de arquivo e em material não aproveitado de um média-metragem dos anos 1990, filmado por Walter Carvalho. 

Há também entrevistas realizadas com o jornalista Muniz Sodré, o escritor Itamar Vieira Júnior, o cantor Gilberto Gil, e Zélia Gattai, esposa de Jorge Amado. 


Completam a obra cenas de filmes de Bruno Barreto, Nelson Pereira dos Santos e fotos de Pierre Verger, que mesmo estáticas, exalam vida. Não por acaso, "3 Obás de Xangô" conquistou o prêmio de 'Melhor Documentário do Ano' no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. 

Venceu também o Grande Otelo de 'Melhor Longa-Metragem', foi eleito 'Melhor Filme' pelo Júri Popular, na Mostra de Cinema de Tiradentes, além de ganhar o Redentor de 'Melhor Documentário' no Festival do Rio. Além do Prêmio do Público de 'Melhor Documentário Brasileiro' na Mostra de São Paulo. 


Força da mulher

Outro mérito do filme é que as presenças de Amado, Carybé e Dorival deixam de ser o único atrativo quando surgem na tela as raras imagens de Joãozinho da Goméia, Camafeu de Oxossi, Mãe Stella de Oxóssi e Mãe Menininha do Gantois. 

Inclusive, exaltar a força da mulher é uma das aspirações do longa. Para além do canto de Caymmi e do protagonismo feminino nas telas e páginas criadas por Carybé e Jorge Amado, o longa é firme ao expor que as mulheres é que comandavam terreiros e cuidavam de orixás, e não os homens. 

“Uma aceitação do poder feminino que talvez seja maior na Bahia do que em qualquer outro lugar”, é o que se ouve em uma das entrevistas. “3 Obás de Xangô” é uma aula que acaba nos lembrando uma canção de Caymmi, que assume ares de conselho de amigo: “você já foi à Bahia? Não? Então VÁ!” 


Ficha Técnica
Direção: Sérgio Machado
Roteiro: Sérgio Machado, Gabriel Meyohas, Josélia Aguiar, André Finotti
Produção: Coqueirão Pictures, com coprodução da Janela do Mundo, Globo Filmes e GloboNews
Distribuição: Gullane+
Duração: 1h15
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

02 setembro 2025

Quando "Desenhos" falam mais que palavras

Monstros criados pela imaginação fértil e sofrida de uma menina ganham vida para falar de emoção e
traumas (Fotos: Paris Filmes)
 
 

Maristela Bretas

 
Uma família marcada por um trauma, em que cada membro tenta lidar com a perda da mãe à sua maneira. A filha, que parecia ser a mais problemática, é justamente quem consegue expressar seus sentimentos de forma peculiar: nos cadernos. Assim é "Desenhos" ("Sketch"), suspense fantástico escrito e dirigido por Seth Worley que estreia nesta quinta-feira nos cinemas.

Amber (Bianca Belle) é uma menina de 10 anos que sofre com a morte da mãe. Tímida e solitária, ela não tem amigos e é desenhando que extravasa sua tristeza e temores. Com o tempo, porém, seus desenhos se tornam cada vez mais sombrios, assustando professores, o pai e o irmão Jack (Kue Lawrence).


Um dia, seu caderno de desenhos cai em um lago misterioso e, de forma inexplicável, as criações da jovem ganham vida e se tornam perigosas. Agora, cabe a Amber e Jack, com a ajuda de um amigo improvável e medroso, rastrear as criaturas antes que causem danos permanentes. 

Apesar de algumas cenas assustadoras, "Desenhos" é uma aventura de fantasia que fala sobre perdas e como elas podem transformar uma família. Ao criar monstros bizarros com caneta, lápis ou giz, Amber canaliza sua raiva contra o mundo e, especialmente, àquele que faz da sua vida escolar um inferno - Bowman (Kalon Cox), o gordinho chato e covarde que lembra Chunk, de "Os Goonies" (1985), vivido por Jeff Cohen.


O filme também tem cenas que lembram a atuação de outro personagem, desta vez mais recente, Eleven, da série "Stranger Things" (2016), em algumas passagens protagonizadas por Amber. 

Produzido pelo estúdio Wonder Project, "Desenhos" é mais um longa voltado para a família abordando valores cristãos, sem soar como pregação. Cada criatura tem uma cor e um motivo para estar ali: da ameaçadora 'aranolho', que ataca Taylor (Tony Hale), pai de Amber e Jack, e Liz (D'Arcy Carden), irmã de Taylor, até o desengonçado Dave, o monstro azul de duas pernas que persegue Bowman, e a delicada borboleta amarela. Todos eles estimulam os personagens a usar a imaginação e criar coragem para enfrentar seus estranhos "inimigos" mágicos.



Apesar de ser um filme para crianças a partir de 10 anos, "Desenhos" tem cenas que podem impressionar os pais, como monstros queimados ou tentando estrangular uma criança com a língua. Mas nada comparado à violência explícita de muitos games disponíveis no mercado. 

O roteiro também apresenta um vocabulário de expressões comuns no dia a dia de muitas crianças, o que facilita a identificação do público. Nada disso, porém, tira o mérito da produção, que entrega uma história sensível, criativa e que merece ser conferida em família.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Seth Worley
Produção: Wonder Project com apoio da Angel Studios
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h32
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: família, suspense, aventura, fantasia

25 agosto 2025

"Os Roses – Até que a Morte os Separe": quando o amor vira guerra doméstica

Olivia Colman e Benedict Cumberbatch formam o casal perfeito que passa da paixão a uma relação
decadente e cruel (Fotos: Searchlight Pictures)


Maristela Bretas


Uma bomba-relógio prestes a explodir. Não há mais filtro, nem paciência. As agressões verbais em público tomam o lugar da imagem de casal perfeito. É nesse terreno que “Os Roses – Até que a Morte os Separe” ("The Roses") constrói sua narrativa, fazendo um retrato ácido e, muitas vezes, dolorosamente real de como casamentos longos, aparentemente felizes e ideais, podem ruir.

O longa estreia nesta quinta-feira (28) nos cinemas e traz a direção de Jay Roach, a partir de um roteiro afiado de Tony McNamara ("A Favorita" - 2019, produção estrelada por Olivia Colman, e "Pobres Criaturas" - 2024). A obra é mais um remake do clássico romance de 1981, “A Guerra dos Roses”, de Warren Adler, já adaptado em 1989 por Danny DeVito.


Aqui, o “casal perfeito” é vivido com intensidade por Olivia Colman (Ivy) e Benedict Cumberbatch (Theo). E que dupla! Colman entrega uma Ivy multifacetada, uma chef de cozinha brilhante que vê sua carreira disparar, enquanto Cumberbatch dá corpo a um Theo cada vez mais frustrado e ressentido após perder o emprego de arquiteto renomado.

No início, tudo parece um comercial de margarina: amor, carinho, filhos encantadores e estabilidade. Mas basta um contratempo para o castelo de cartas ruir. A partir daí, os ressentimentos acumulados se transformam em combustível para uma competição tóxica, recheada de implicâncias, disputas públicas e ataques verbais que corroem qualquer traço de afeto.

Humor com desconforto

O humor ácido é a engrenagem que move a trama. Roach não poupa o espectador: ele entrega uma comédia que ri do desconforto, expondo a crueldade que pode se esconder por trás da fachada de família perfeita. Não há espaço para idealizações românticas, mas sim para a amarga constatação de que o amor também pode ser palco de guerra.


“Os Roses – Até que a Morte os Separe” funciona como um espelho distorcido e incômodo. Quem assiste, ri, mas também se reconhece em algum detalhe da vida conjugal. E é justamente aí que o filme acerta: no desconforto que provoca, na tensão crescente que transforma a relação de Ivy e Theo numa batalha sem vencedores.

O elenco conta ainda com os humoristas norte-americanos Kate McKinnon (de "Barbie" - 2023) e Andy Samberg (da série "Brooklyn Nine-Nine"), interpretando o casal de amigos Amy e Barry, que vivem um "casamento moderno", mas que também está desmoronando. São eles os primeiros a chamarem a atenção de Theo e Ivy sobre o desgaste no casamento deles. 


Além da dupla temos outro casal tóxico, vivido por Jamie Demetriou (Rory) e Zoë Chao (Sally) e a rápida, mas marcante aparição de Allisson Janney, como a advogada Eleanor. 

De normais mesmo somente Sunita Mani e Ncuti Gatwa, nos papéis de Jane e Jeffrey, assistentes de Ivy, que tudo vêem e nada comentam.

“Os Roses – Até que a Morte os Separe” é uma comédia, sim. Mas daquelas que deixam gosto amargo, com humor britânico sarcástico e até repreensível em alguns momentos para tratar de amor, ambição e fraquezas. 

Todos esses elementos, sustentados pela brilhante atuação e a química de Colman e Cumberbatch, amigos de longa data, deverão agradar ao público.


Ficha técnica:
Direção:
Jay Roach
Produção: Searchlight Pictures, SunnyMarch, Delirious Media
Distribuição: 20th Century Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h45
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: comédia, drama

21 agosto 2025

De férias com a família, Bob Odenkirk está mais violento e desequilibrado em "Anônimo 2"

Sequência do longa de 2021 é dirigida por Timo Tjahjanto e, como no primeiro, mantém semelhanças
com a franquia "John Wick" (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Para Hutch Mansell (Bob Odenkirk) tirar férias tranquilas com a família é algo praticamente impossível Ele continua um sujeito explosivo, que precisa de muito pouco para perder o controle, especialmente se sua família está em perigo. 

Não poderia ser diferente em "Anônimo 2" ("Nobody 2"), sequência que estreia nesta quinta-feira (21) nos cinemas, trazendo de volta o elenco principal de "Anônimo", lançado em 2021.

Mais violento e sangrento, recheado de lutas e bons efeitos visuais, sem perder o humor irônico que marcou o personagem, "Anônimo 2" entrega uma boa continuação e deve agradar aos fãs. 


Além dos nomes da primeira produção, o elenco ganha reforços de peso: Sharon Stone e Colin Hanks chegam para colocar fim ao sossego da família Mansell.

Há quatro anos, Hutch deixou de ser o homem tão comum que era quase um "ninguém" e retornou à ativa de agente secreto e assassino, agora com o conhecimento da família. Se antes era o marasmo que atrapalhava o casamento, agora é a rotina de "trabalho" para a agência é que o afasta das pessoas que ama. 

Para mudar isso, ele e a esposa Becca (a sempre bela Connie Nielsen) resolvem tirar férias com os filhos Brady (Gage Munroe) e Sammy (Paisley Cadorath). E claro, com a presença do vovô David, papel de Christopher Lloyd, que também retorna na sequência.


Hutch decide levar todos para um parque temático em Plummerville, cidade onde o pai o levava com o irmão na infância. Era para ser uma viagem de boas memórias, mas Hutch não consegue ficar longe de confusões e da violência. 

Uma vilã sádica

Dessa vez o confronto é contra Lendina, a cruel e desequilibrada chefe de uma quadrilha do crime organizado, interpretada pela excelente Sharon Stone. Esbanjando sensualidade, a atriz entrega uma vilã implacável. Ao seu lado está o capanga Abel, xerife corrupto e ganancioso vivido com competência por Colin Hanks. 


Assim como no primeiro filme, o roteiro foi assinado por Derek Kolstad, responsável também pela franquia "John Wick" e "Duro de Matar". Não faltam, portanto, ação, lutas memoráveis e doses generosas de sangue e violência.

Bob Odenkirk, aos 62 anos, dedicou dois anos de sua vida em treinamento físico intenso para atingir uma boa forma física que permitisse a ele encarar cenas de lutas e acrobacias com maior intensidade. O esforço compensou: as sequências de ação ficaram ótimas.

Connie Nielsen também ganha mais destaque. Becca deixa de ser apenas uma mãe e corretora de imóveis para mostrar novas "habilidades" e entrar na briga. Ela se mostra ainda mais apaixonada pelo marido. A química entre os dois atores funciona muito bem em cena.


O elenco conta ainda com John Ortiz, como Wyatt Martin, dono do resort em que a família Mansell se hospeda e RZA, que retorna como Harry Mansell, irmão de Hutch.

"Anônimo 2" esclarece alguns pontos deixados em aberto no primeiro filme e ainda planta dúvidas e segredos que indicam um terceiro longa. Resta esperar para ver. 

Dica: vale à pena assistir ao primeiro longa para compreender melhor a trajetória de Hutch e sua família. Ele está disponível para aluguel na Amazon Prime Video, Google Play Filmes e Apple TV.


Ficha técnica:
Direção: Timo Tjahjanto
Roteiro: Derek Kolstad
Produção: 87North, Eighty Two Films e OPE Partners
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h29
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: ação, comédia

20 agosto 2025

"Rabia" estreia nos cinemas baseado em relatos reais sobre as esposas do Estado Islâmico

Longa francês da diretora Mareike Engelhardt une pesquisa jornalística com construção ficcional 
(Fotos: Pandora Filmes)


Eduardo Jr.


Chega às telonas a história de um grupo pouco falado no já conhecido conflito religioso do Oriente Médio. O longa francês “Rabia - As Esposas do Estado Islâmico” ("Rabia") é a estreia de Mareike Engelhardt na direção e se baseia em relatos reais para abordar os bastidores das casas de noivas do Daesh. O local recebe mulheres europeias que viajam à Síria para se casar com combatentes, com a promessa de uma vida melhor. 

No longa distribuído pela Pandora Filmes, Jessica (Megan Northam) é uma jovem francesa que, junto da amiga Laila (Natacha Krief), parte para a Síria, onde ambas se tornarão esposas do combatente Arkham. No início as cenas são escuras, como se a vida de Jessica tivesse pontos que não podem ser esclarecidos.


Se os homens que morrerem por Allah são recebidos no paraíso, na viagem Jessica e Laila ganham o céu. Conversam durante o voo como duas adolescentes falariam sobre um crush da escola. 

Mas depois da chegada na “madafa” (uma espécie de casa onde as mulheres esperam para se casar), essa vida em tons de azul perde a cor. Roupas, joias, celulares e documentos são confiscados. 

A casa é comandada pela ambígua “Madame” (Lubna Azabal), uma personagem inspirada em Oum Adam, uma das lideranças femininas mais temidas no grupo jihadista. 

E o que as jovens terão dali pra frente será vigilância constante, violência e condições precárias de higiene. E também incerteza, pois o futuro marido Akhram morre em combate. 


Como a obra une pesquisa jornalística e dramatização, fica difícil definir se pretende assumir um certo tom documental ou se retrata a opinião da diretora sobre o assunto. O que se segue é uma espiral de desilusão e brutalidade. 

À espera das promessas de uma vida melhor, Jessica e Laila  enfrentarão lavagem cerebral, com processos internos de radicalização, submissão e perda de identidade.

A protagonista, rebatizada como Rabia, marcada por um passado de abandono e invisibilidade social, revela a Madame que sua ida para a Síria é menos sobre fé e mais sobre a busca desesperada por pertencimento. 


Sonho de opressor

A frase “Não quero ser escrava do sistema deles” ecoa como um grito de revolta contra uma sociedade que a negligenciou. Mas chega um pouco tarde, talvez propositalmente, pois o público já foi levado a crer que a jovem trocou uma escravidão por outra ainda pior.

A frase de Paulo Freire de que “o sonho do oprimido é ser opressor”, embora cunhada para o contexto educacional, encontra ecos aqui. A transmutação de Jessica, de vítima para cúmplice, incomoda. 

Chega a fazer o espectador mudar sua percepção sobre a garota, até então inocente, sem um norte. Ela delata outras mulheres e até vende uma jovem francesa para o homem que tentou violentá-la.


A chance de redenção surge quando Laila, sua amiga, foge do emir, que se revelou um marido violento e deixa sob responsabilidade dela a filha, fruto daquele relacionamento fracassado. Jessica se vê diante do abismo — uma cidade em ruínas, uma vida despedaçada, e um bebê nos braços como símbolo de uma nova chance ou de um novo ciclo de dor.

"Rabia - As Esposas do Estado Islâmico" é um filme que pode chamar atenção pela ambiguidade do manifesto político com o drama, mas, ao mesmo tempo, não sabe o que pretende ser, e chega impregnado de impressões pessoais.

As camadas do extremismo, do fanatismo religioso, da falta de sororidade, estão ali, emolduradas em uma cenografia dark, sufocante. E o didatismo também. A busca por um lugar onde pertença termina como começou, no vazio. É um filme que incomoda, e talvez por isso mesmo se apresente como necessário.


Ficha Técnica:
Direção: Mareike Engelhardt
Roteiro: Mareike Engelhardt e Samuel Doux
Produção: Arte France, Canal+, Eurimages
Distribuição: Pandora Filmes
Duração: 1h35
Classificação: 16 anos
Países: França, Alemanha e Bélgica
Gênero: drama

19 agosto 2025

2ª Edição do Festival Bárbara de Cocais começa nesta quarta-feira, com programação gratuita

Ações acontecem em Barão de Cocais e Santa Bárbara, com cinema, palestras, oficinas, Creche Parental Pública e Espaço Livre de Brincar (Fotos: Divulgação)


Da Redação


Com programação gratuita, o município de Santa Bárbara, em Minas Gerais, recebe a 2ª edição do Festival Bárbara de Cocais, que começa hoje e vai até o dia 24 de agosto. O evento é integrado à Bárbara de Cocais – Escultura Comunitária #01, obra de longa duração que, desde 2023, atua com gestos de escuta, aproximação e criação compartilhada.

Idealizada pelo artista visual e cineasta Pablo Lobato, a escultura se expande pelos territórios de Santa Bárbara e Barão de Cocais por meio de mostras de cinema, oficinas, creches temporárias, pesquisas e encontros com as comunidades, tramando experiências que cruzam arte e formação humana.

A mostra de cinema principal será realizada em uma sala especialmente montada para esta edição no Cine Vitória (Santa Bárbara), com três sessões diárias entre 20 e 23 de agosto, além de encontros e conversas com convidados. 


A curadoria da mostra, assinada por Pablo Lobato e Gustavo Jardim, se aproxima das infâncias e adolescências como quem observa a nascente de um rio, acompanhando gestos inaugurais, riscos e invenções que fazem brotar mundos inéditos. 

“O cinema aqui não explica a infância, aprende com ela — deixando-se atravessar por caminhos imprevisíveis e potências de transformação, como revelam, entre outras obras, a errância sensível de "Saudade Fez Morada Aqui Dentro" (Haroldo Borges), os laços de solidariedade de "Conduta" (Ernesto Daranas), a fuga inventiva de "Micróbio e Gasolina" (Michel Gondry), a animação contemplativa "À Deriva" (Gints Zilbalodis) e a força criativa de "Jonas e o Circo Sem Lona" (Paula Gomes)”, explica Pablo.

O Cinema ao Ar Livre, ação itinerante da escultura, segue ao longo do ano levando sessões para distritos, ruas, praças e quintais de Santa Bárbara e Barão de Cocais, criando espaços de encontro, cuidado e imaginação coletiva.

"Micróbio e Gasolina" - Michel Gondry

Oficina de cinema

Durante o festival, o público ainda tem a oportunidade de se inscrever na oficina "O cinema ao redor", conduzida pelo cineasta e educador Gustavo Jardim, que propõe experiências audiovisuais para explorar o mundo por meio de imagens e sons e criar sentidos singulares sobre o cotidiano. 

A atividade gratuita ofertará 20 vagas e acontecerá na Casa da Cultura, no período de 19 a 22 de agosto, das 8h às 11h. Para saber mais sobre as inscrições, acesse o perfil @barbaradecocais, no Instagram. 

"No Caminho Com Mario" - Coletivo Mbya-Guarani de Cinema

Encontros e espaços infantis

O evento contará ainda com palestras que abrem espaço para pensar o brincar livre, a imaginação e a cultura da infância como fundamentos da formação humana, integrando arte e cuidado.

Inspiradas na Abordagem Pikler que enfatiza o desenvolvimento infantil através do movimento livre, as famílias com bebês e crianças pequenas terão a Creche Parental Pública, montada na Praça Joaquim Aleixo Ribeiro, no Centro de Santa Bárbara, e o Espaço Livre de Brincar, em Barão de Cocais.

"Recreio" - Abbas Kiarostami

Programação de filmes

- "Projeto do Meu Pai", de Rosária Moreira - curta-metragem (Brasil)
- "A Batalha do Passinho", de Emílio Domingos - 1h12 (Brasil)
- "Billy Elliot", de Stephen Daldry = 1h50 (Reino Unido)
- "Recreio" ("Breaktime"), de Abbas Kiarostami - curta-metragem (Irã)
- "O Cavalinho Azul", de Eduardo Escorel - 1h20 (Brasil)
- "No Caminho com Mario", Coletivo Mbya-Guarani de Cinema - curta-metragem (Brasil)
- "Difícil é Não Brincar", de Papoula Bicalho - curta-metragem (Brasil)
- "Micróbio e Gasolina", de Michel Gondry - 1h43 (França)
- "As Aventuras do Príncipe Achmed", de Lotte Reiniger - 1h06 (Alemanha)
- "Saudade Fez Morada Aqui Dentro", de Haroldo Borges - 1h50 (Brasil)

"Difícil é Não Brincar" - Papoula Bicalho

- "À Deriva", de Gints Zilbalodis - 1h10 (Letônia e França)
- "Jonas e o Circo Sem Lona", de Paula Gomes - 1h20 (Brasil)
- "Conduta", de Ernesto Daranas Serrano - 1h48 (Cuba)
- "5x Favela" (episódio "Couro de Gato"), de Joaquim Pedro de Andrade - 15 minutos (Brasil)
- "5x Favela — Agora por Nós Mesmos" – “Arroz com Feijão” e "Deixa Voar”, produção Carlos Diegues, Renata de Almeida Magalhães - 1h35 (Brasil)
- "Wolfwalkers", de Tomm Moore e Ross Stewart - 1h43 (Irlanda, Reino Unido, Luxemburgo, França, EUA)
- "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu - 1h20 (Brasil)
- "Volta às Aulas", de Jacques Rozier -curta-metragem (França)
- "Cartão Vermelho", de Lais Bodanzky - curta-metragem (Brasil)
- "Isso Não é Uma Performance", de Ana Pi - curta=metragem (Brasil e França)
- "Marte Um", de Gabriel Martins - 1h12 (Brasil)

"As Aventuras do Príncipe Achmed" - Lotte Reiniger

Serviço:
Festival Bárbara de Cocais – Cinema e Formação Humana
Datas:
20 a 24 de agosto de 2025
Entrada: gratuita
Locais:
Santa Bárbara 

- Cine Vitória (Rua João Mota, 81, Centro)
- Praça Joaquim Aleixo Ribeiro (ao lado da Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Centro)
- Casa da Cultura (Av. Petrina de Castro Chaves, 48, Centro)
Barão de Cocais 
- Creche Mafiza Ribeiro (Rua Domingos Maia,755, bairro Lagoa)
Confira a programação: gratuita
Informações e programação completa: https://festival2025.barbaradecocais.org/
@barbaradecocais