19 fevereiro 2015

Bradley Cooper é o maior franco-atirador da história dos EUA em "American Sniper"

Bradley Cooper foi indicado ao Oscar 2015 de Melhor Ator pelo papel do atirador Chis Kyle (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Jean Piter


"American Sniper" conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), um atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Ele foi responsável pela morte de mais de 150 pessoas em operações de guerra no Iraque. Com isso, recebeu várias condecorações e ficou conhecido como a “Lenda” das forças armadas dos EUA.

A direção é de Clint Eastwood, que já fez os filmes de guerra “Cartas de Iwo Jima” e “A Conquista da Honra” (ambos de 2006). Diferente dessas produções que abordavam a guerra como um todo, “American Sniper” foca na vida de Kyle, passando rapidamente por sua infância até o momento em que decidiu ser voluntário do serviço militar.

Bradley Cooper encarna bem o papel de atirador, alternando disciplina, paranoia, senso de justiça e vontade de proteger seu pelotão. Ele ainda tem que lidar com os problemas do casamento e a criação dos filhos. Sem falar que seu único irmão também está na guerra, em outra missão, em outra cidade. Em meio a tudo isso, ele vai construindo, involuntariamente, uma fama de herói.

A história é contada de forma linear. Os momentos em que os soldados estão encurralados lembram “Falcão Negro em Perigo” (2001). O vício em guerra dos militares e a loucura pós-campo de batalha lembram “Guerra ao Terror” (2008). 

Os eventos de 11 de setembro são o combustível para o patriotismo acrítico dos americanos. Em “A Conquista da Honra”, Clint faz críticas aos EUA pela manipulação da opinião pública, por meio da mídia, com show e com informações distorcidas. “American Sniper” passa longe da política. É apenas a vida de Kyle, que por sinal, é uma história incrível.




O filme é bem feito. Tem mais de duas horas de duração, mas nem parece. Tem drama e ação com potencial pra segurar os expectadores na cadeira e provocar ansiedade pelo final.

Aposta acertada

O filme é baseado no livro "American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History". Em tradução literal é algo com “Atirador Americano: A autobiografia do atirador mais letal na história militar dos Estados Unidos”.

Bradley Cooper comprou os direitos da obra e começou a produzir o longa, já pensando em ser o protagonista. Com o papel, ele foi indicado ao Oscar 2015 de Melhor Ator.

A direção seria de Steven Spielberg, mas acabou indo parar nas mãos de Clint Eastwood. Spielberg ficou como um dos produtores.

Ficha técnica:
Direção: Clint Eastwood
Produção: Warner Bros. Pictures / Mad Chance / Malpaso Productions / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h12
Gênero: Biografia, Drama, Guerra
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)

Tags: Sniper Americano; American Sniper; Clint Eastwood; Bradley Cooper; guerra; biografia; drama; Iraque; Warner Bros Pictures; Cinema no Escurinho

16 fevereiro 2015

Cinquenta formas de ganhar dinheiro fácil com um filme ruim

"Cinquenta Tons de Cinza" é biscoito de polvilho que não vale quanto pesa (Montagem sobre fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ainda não sei se classifico este filme como romance água com açúcar com pinceladas de nudez ou se ele é um erótico que não convence, principalmente pela atuação ruim dos atores principais. Difícil não ver: "Cinquenta Tons de Cinza" ("Fifty Shades of Grey") é um filme ruim. Mas, graças a uma forte estratégia de divulgação, deverá atrair uma legião de mulheres.

Muitas delas passaram um tempo enorme lendo o livro que serviu de base para o filme e agora querem conferir no cinema o romance sado masoquista do casal Anastasia Steele (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan). O filme pode ser conferido em 34 salas de 17 shoppings de BH, Contagem e Betim.

Não recomendo para quem espera ver um bom filme. Tenho certeza que muitas "fãs da obra literária", que acabou virando trilogia e vendeu mais de 100 milhões de exemplares, não vão gostar das duras críticas sobre o filme. Mas ele é ruim mesmo, todo feito de clichês, com cenas e falas mais que previsíveis e uma atuação sofrível de Jamie Dornan. Nem o "tanquinho" do jovem atrai tanto - Hollywood tem atores muito mais bem "trabalhados".

Se o público, principalmente o feminino, quiser ver cenas tórridas, sairá decepcionado. São poucas, apesar de bem cuidadas, mas nada muito diferente que o cinema não tenha mostrado em romances mais comuns. Já dizia minha avó, "biscoito de polvilho", não dá nem para suar frio ou ficar incomodada na cadeira.

"Cinquenta Tons de Cinza" é a história boba do bilionário bonitinho com tarado que só quer a garota para ser sua escrava sexual, com direito a contrato de propriedade e regras para praticar sexo (onde já se viu isso!). Se era para fazer um filme erótico que ficasse marcado, como aconteceu com "9/2 Semanas de Amor" (esse sim foi de tirar o fôlego!), então Sam Taylor-Johnson não poderia ter feito uma direção tão "cinza".



A relação é insossa, apagada, com poucos momentos "calientes". Até mesmo as cenas na sala vermelha exploram pouco o prazer e a tortura. Sem contar que se trata de uma produção machista, onde apenas a mocinha se mostra nua por inteiro (como nos pornôs baratos), enquanto o jovem dominador ou está de jeans ou nu de costas.

Dakota Johnson (Anastasia) salva um pouco porque interpretou o papel de uma jovem "inocente e virgem", raridade no mundo de hoje. Se o roteiro exigisse mais intensidade na atuação, ela naufragava com seu par.

Ficha técnica:
Direção: Sam Taylor-Johnson
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h05
Gênero: Erótico; romance
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: Cinquenta Tons de Cinza; erótico; romance; clichês; Sam Taylor-Johnson; Universal Pictures; Cinema no Escurinho