30 março 2022

“O Presidente Improvável” faz refletir sobre a história recente do Brasil

Brilhante documentário sobre a trajetória do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Fotos: Rossana Giesteira/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni

Quando foi criado em 1994, o Plano Real, que salvou o Brasil de uma inacreditável inflação de 3.000% ao ano, muitos receavam que o brasileiro não compreendesse e rejeitasse o que parecia complicado demais, incluindo uma conversão da moeda, o Cruzeiro Real, para uma tal URV (Unidade Real de Valor). “Felizmente, todo o Brasil compreendeu, inclusive o Lula, que foi contra exatamente porque entendeu e sabia que ia dar certo. Como meu concorrente às eleições, era esse o papel dele”. 

“Política é jogo de poder". O argumento, usado por Fernando Henrique Cardoso no documentário “O Presidente Improvável”, resume uma das ideias que o tucano tem hoje, do alto dos seus 90 anos, sobre a arte de fazer política. O filme entra em cartaz nesta quinta-feira (31 de março), no UNA Cine Belas Artes, em Belo Horizonte, e em salas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador, Curitiba e Manaus.

Gilberto Gil, FHC e o diretor Belisário Franca

A relação do entrevistado com Lula, que ele considera como "complexa”, é apenas um dos muitos temas do documentário dirigido por Belisário Franca, que reúne a nata de uma geração de intelectuais brasileiros e algumas personalidades estrangeiras. 

Estão lá Bill Clinton, Pedro Malan, Gilberto Gil, Raul Jungmann, Celso Lafer, Maria Hermínia Tavares, Nelson Jobim, Alain Touraine e outros, todos maduros, acima dos 80 anos. Tanto que, logo no início da reunião alguém brinca: “A essa altura da vida, só nos resta falar”. Uma observação: FHC se comunica em português, inglês, francês e espanhol.

Maria Hermínia Tavares

Intercalando conversas e entrevistas com material de arquivo, o filme é uma aula de História e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o passado recente do Brasil. Bem-humoradas e falantes, as pessoas ali presentes debatem principalmente a política e redes sociais, mas também buscam lembranças e comentam sobre o casamento de mais de 50 anos do entrevistado com dona Ruth, o exílio no Chile e na França e seu início na política partidária. 

Fernando Henrique assegura, mais de uma vez, que nunca quis ser político e que governar o Brasil é carregar uma cruz muito pesada. “Ser presidente não é agradar todo mundo”, ele diz a certa altura. “É fazer o que é certo”. Tancredo Neves e Ulisses Guimarães foram grandes incentivadores do ingresso de FHC na política. 


Segundo uma história lembrada no documentário, a certa altura da convivência do professor sociólogo com as duas velhas raposas do MDB, Tancredo teria perguntado a Ulisses: “Você não acha que está na hora deste coroinha virar padre e começar a rezar missa?”

Nascido no Rio de Janeiro, mas criado em São Paulo, Fernando Henrique se considera um privilegiado de classe média alta, e admite que o que o aproximou da favela, dos negros e do campo foi sua atividade como sociólogo. Ele estava em Paris em maio de 1968 e confessa: “Aquilo mudou minha vida”. 

Entre outras coisas, o ex-presidente revela que nunca foi neoliberal, que votou em Lula em 1989, que aprendeu muito com Itamar Franco, que se orgulha de ter criado a Comissão de Mortos e Desaparecidos e que, de certa forma, se arrepende de ter incentivado a mudança na legislação para aprovar a própria reeleição. “Se fosse hoje, tenho dúvidas se faria isso”.


Apreciando ou não as ideias, conceitos e a atuação de FHC, “O Presidente Improvável” é uma oportunidade imperdível de se conhecer mais sobre o Brasil e os brasileiros. A conversa dos participantes é sempre leve e de alto nível, as observações são sempre curiosas e reveladoras e alguns comentários são exemplares. 

A certa altura, alguém se lembra da campanha das Diretas Já em 1984, que reunia, num só palanque, Brizola, Ulisses, Tancredo, Montoro, Quércia, Covas, Lula, Suplicy, Miguel Arraes e Teotônio Vilela, entre outros, uma diversidade impensável nos dias de hoje. Segundo ele, a polaridade, incentivada pelas redes sociais, pode ser um risco para a democracia.


Ficha técnica:
Direção: Belisario Franca
Roteiro: Lyana Peck e Belisario Franca
Produção: Giros Filmes
Distribuição: Bretz Filmes
Exibição: UNA Cine Belas Artes
Duração: 1h40
Classificação: Livre
País: Brasil
Gênero: Documentário

28 março 2022

"No Ritmo do Coração" vence como Melhor Filme" no Oscar e "Duna" fatura seis estatuetas técnicas

Divulgação


Maristela Bretas


Para surpresa geral, "No Ritmo do Coração" ("Coda") foi escolhido o melhor Filme do Oscar 2022, conquistando também as estatuetas de Melhor Ator Coadjuvante, levado por Troy Kotsur, e Melhor Roteiro Adaptado (uma adaptação da obra francesa "A Família Bélier"). O anúncio do vencedor do principal prêmio da noite foi feito por Liza Minelli, que estava em uma cadeira de rodas, e Lady Gaga.

Muito emocionado, Troy Kotsur é o primeiro ator surdo a receber o prêmio e agradeceu a todos pelo importante prêmio na linguagem de Libras. Mas principalmente ao pai, a quem chamou de seu maior herói. Como era previsto, "Duna" foi quem faturou seis estatuetas técnicas na premiação: Melhor Som, Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Design de Produção, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora. 

"No Ritmo do Coração"

A 94ª edição do Oscar realizada na noite desse domingo no Teatro Dolby, na cidade de Los Angeles, contou com a apresentação de três mulheres - Amy Schumer, Wanda Sykes e Regina Hall. A apresentação externa de Beyoncé, lindamente vestida de verde para a canção "Be Alive", do filme "King Richard: Criando Campeãs" foi um dos pontos altos na abertura da cerimônia. 

Mas foi um homem, que deveria ser a estrela da noite, quem causou o maior constrangimento à solenidade. Após um comentário infeliz do apresentador Chris Rock sobre a falta de cabelo de Jada Pinkett Smith, que sofre de uma doença autoimune que provoca perda de cabelo, Will Smith levantou da plateia e deu um tapa no rosto de Chris Rock no palco. 

"King Richard: Criando Campeãs"

Voltou a seu lugar e gritou para o apresentador para não falar o nome da esposa dele de novo. Ficou um clima estranho. E logo depois Rock apresentou o vencedor de Melhor Documentário: "Summer of Soul". Pouco depois, Will Smith foi escolhido Melhor Ator por seu papel em "King Richard: Criando Campeãs". Chorando, agradeceu a oportunidade de proteger as atrizes que interpretaram a mulher e as filhas dele no filme. E justificou a agressão como uma postura que Richard Williams tomaria na criação das filhas. Depois pediu desculpas à Academia e aos colegas.

O primeiro prêmio a ser entregue foi o de Melhor Atriz Coadjuvante e foi conquistado por Ariana DeBose, por seu papel de Anita, em "Amor, Sublime Amor", adaptação do musical de 1961, interpretada à época por Rita Moreno, que também ganhou o Oscar. O remake foi dirigido por Steven Spielberg, presente no evento. Ariana é a primeira atriz negra assumidamente queer, a ser vencedora e agradeceu muito a premiação.

"Amor, Sublime Amor"

Um clipe sobre os 60 anos de James Bond foi exibido em homenagem à famosa franquia do espião 007 com licença para matar. Também o diretor Francis Ford Coppola, acompanhado dos atores Robert De Niro e Al Pacino, foi homenageado pelos 50 anos de "O Poderoso Chefão" e agradeceu pela oportunidade de fazer esta obra.

"Encanto" levou a estatueta de Melhor Animação, anunciada por três princesas de live-actions da Disney - Lily James ("Cinderella"), Halle Bailey (que vai viver em breve Ariel em "A Pequena Sereia") e Naomi Scott (a Jasmine, de "Alladin"). Pouco antes do anúncio, a música tema de "Encanto" - “Dos Oruguitas” - foi apresentada ao público. A equipe agradeceu à Disney, às famílias e à Colômbia, onde se passa a história.

"Drive My Car"

Um momento absurdo foi terem cortado o discurso de Ryûsuke Hamaguchi, diretor de "Drive My Car", após ele receber a estatueta de Melhor Filme Internacional. Firme, o diretor japonês pediu para ficar no palco e continuar seus agradecimentos, ao lado da atriz sul-coreana Youn Yuh-jung (de "Minari: Em Busca da Felicidade"), que lhe entregou a estatueta, Foi um dos momentos mais emocionantes do Oscar.

Neste ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação, mudou seus critérios (com a desculpa de reduzir o tempo e atrais público) e entregou a premiação de oito das 23 categorias fora da cerimônia. As categorias anunciadas apenas para o público presente, antes do evento ao vivo, foram: Melhor documentário de Curta-Metragem; Melhor Edição; Melhor Cabelo e Maquiagem; Melhor Trilha Sonora Original; Melhor Design de Produção; Melhor Curta-Metragem de Animação; Melhor Curta-Metragem e Melhor Som.

"Os Olhos de Tammy Faye"

Veja os vencedores

MELHOR FILME - "No Ritmo do Coração"

MELHOR DIREÇÃO - Jane Campion - "Ataque dos Cães"

MELHOR ATOR - Will Smith - "King Richard: Criando Campeãs"

MELHOR ATRIZ - Jessica Chastain - "Os Olhos de Tammy Faye"

MELHOR ATOR COADJUVANTE - Troy Kotsur - "No Ritmo do Coração" 

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE - Ariana DeBose - "Amor, Sublime Amor"

MELHOR FILME INTERNACIONAL - "Drive My Car" - Japão

"Cruella"

MELHOR FIGURINO - Jenny Beaven - "Cruella

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - Siân Heder - “No Ritmo do Coração”

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL - Kenneth Branagh - "Belfast"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL - “No Time To Die” (do filme "007 - Sem Tempo Para Morrer"), de Billie Eilish

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL - Hans Zimmer - "Duna"

MELHOR ANIMAÇÃO - "Encanto"

MELHOR FOTOGRAFIA - Greig Fraser - "Duna"

MELHOR CURTA METRAGEM - "The Long Goodbye"

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO - "The Windshield Wiper"

MELHOR DOCUMENTÁRIO - "Summer of Soul"



MELHOR SOM - "Duna"

MELHOR EDIÇÃO - "Duna"

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM - "Os Olhos de Tammy Faye"

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO - "Duna"

MELHORES EFEITOS VISUAIS - "Duna"

MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM - “The Queen of Basketball”




23 março 2022

Sensibilidade e luto são os pontos de destaque de "Drive My Car"

O carro é uma peça importante na rotina dos personagens de Hidetoshi Nishijima e Tôko Miura (Fotos: Rapid Eyes Movies)


Marcos Tadeu


Concorrendo a uma vaga na categoria "Melhor Filme" para o Oscar, "Drive My Car" ("Doraibu mai kâ") é baseado no conto de Haruki Murakami publicado no livro “Onna No Inai Otoko Tachi". O longa, dirigido por Ryûsuke Hamaguchi, conta a história de Yûsuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) casado com Oto (Reika Kirishima) uma importante roteirista.

No primeiro ato do filme vemos com é a relação de Yûsuke e Oto, porém é ela quem esconde mais segredos e mentiras. Enquanto o marido recebe propostas do mundo da atuação e direção, a esposa o trai com um ator de TV em seu próprio apartamento. Após descobrir a traição, o protagonista esconde seu sentimento pelo ocorrido. 


Mas há algo mais envolvendo o casal. Eles vivem a dor do luto causado pela morte da filha, vítima de uma pneumonia. Isso tudo faz com que o Yûsuke sempre se desvie do problema, seja ele literal ou simbólico. 

A finitude da vida, no entanto vai levar o casal a outros dramas e sofrimentos. O enredo começa a virar quando Yûsuke não consegue mais lidar com o seu personagem na peça em que atua. Os problemas se tornam maiores com o luto e as frustrações de não poder conseguir encará-los de frente e superar os conflitos internos.


Outro ponto de virada do roteiro acontece dois anos depois, quando o protagonista recebe uma proposta para dirigir a peça multilinguagem "A Gaivota", de Anton Tchekhov. O maior desafio de Yûsuke é o de se comunicar idiomas diferentes, como japonês, mandarim, coreano e até a linguagem de sinais coreana. 

Enfrentar uma falta de diálogo é o que faz a sensibilidade do filme ser tão profunda. O protagonista precisa ser líder e aprender a tratar com cada tipo de pessoa em sua linguagem e a enfrentar sua insegurança. Uma alusão a sua vida de não comunicação com a esposa.


É válido destacar também a importância filosófica do carro na obra. Yûsuke, que sempre dirigiu o próprio carro para todo e qualquer canto, precisa ceder e deixar que a motorista Misaki Watari (Tôko Miura) assuma a direção. 

Assim como no carro, dirigir é um processo de confiança, de lidar com o medo e de colocar a segurança do outro como prioridade. O veículo tem uma função primordial na narrativa para os personagens Yûsuke, Misaki, Kôji Takatsuki (Masaki Okada). O veículo, de alguma forma, faz com que seus ocupantes se sintam a vontade para conversarem e contarem suas histórias. 

O que talvez a obra deixe a desejar é o fato de não explorar as personagens Oto e a motorista Misaki. Pouco se sabe do passado dessas duas mulheres que são figuras importantes, mas que não receberam o tempo de tela merecido. Apesar de ser um belo filme, a longa duração - quase 3 horas de uma lenta narração - pode deixar o telespectador cansado.


De toda forma, "Drive My Car" aborda com muita sensibilidade a dor e o luto. E também como nossas diferenças podem nos unir em meio às tragédias da vida. O longa de Hamaguchi chega com muita força no cenário do Oscar. Se ele se tornará um novo "Parasita" (2019), com chances de levar as estatuetas de Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Filme Internacional (já faturou o Globo de Ouro 2022), somente no dia 23 de março saberemos. O certo é que o cinema asiático foi chegando, conquistando espaço e fazendo bonito. As chances são muito boas.


Ficha técnica:
Direção: Ryûsuke Hamaguchi
Produção: Bitters End
Distribuição: 02 Play
Exibição: Nos cinemas // catálogo do Mubi (a partir de 2 de abril)
Duração: 2h57
Classificação: 14 anos
País: Japão

16 março 2022

Centro Cultural Unimed-BH Minas abre duas salas de cinema para o público

Salas terão 41 lugares cada, com espaço de acessibilidade e equipamento de última geração (Fotos: Orlando Bento)


Da Redação


Com programação especial celebrando os 50 anos do disco do Clube da Esquina foram inauguradas no Centro Cultural Unimed-BH Minas, na Rua da Bahia, no bairro de Lourdes, duas novas salas de cinema para todo público. Além das salas, o complexo cultural conta também com galeria de arte, biblioteca e teatro. Com capacidade para 41 espectadores (contando com espaço para cadeirante e cadeira para obeso), as salas de cinema possuem equipamentos de última geração e conforto que proporcionarão para o amante da sétima arte verdadeiras experiências.

Como parte da inauguração, o Centro Cultural Unimed-BH Minas promove até o dia 26 de março a mostra de cinema que celebra os 50 anos do lançamento do disco Clube da Esquina e intitulada “Mais fundo que o mar: o cinema, a música e as esquinas”. A mostra conta com filmes, oficinas, workshops e palestras. A programação é inédita no que tange apresentar o Clube da Esquina retratado com base nos filmes que influenciaram o movimento.


Os ingressos para as sessões custam R$ 2 (inteira) e R$ 1 (meia) e podem ser adquiridos na bilheteria do cinema ou no site do Minas Tênis Clube. As entradas para as outras programações da mostra são gratuitas, com inscrições no mesmo site.  As salas de cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas possuem 41 lugares cada, incluindo assentos acessíveis. 

O conforto do público foi a principal diretriz do projeto, mas, também, novas premissas de salubridade em decorrência da pandemia da Covid-19, como assentos mais largos com apoio de braço individual e revestimentos de fácil higienização.

As salas têm revestimentos neutros e elegantes, em tons escuros, com o objetivo de reforçar a experiência de imersão no filme. A iluminação é um diferencial, formada por pequenos pontos. Ao mesmo tempo, é também um elemento funcional e ornamental que desaparece ao ser apagado. Os projetores são 4K DCP e o sistema de som é o 7.1 Dolby.


Além de uma consultoria especializada em salas de cinema, o projeto contou com a participação de uma equipe de acústica que cuidou para que as salas atingissem um alto nível de isolamento e conforto. O projeto de acústica foi integrado e compatibilizado com o projeto de climatização, garantindo níveis muito baixos de ruído.

A exibição dos filmes será dividida em cinco blocos, que são: Milton Nascimento; Wagner Tiso nos Filmes de Walter Lima Jr.; Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia; Carta Branca a Márcio Borges; e Sessões Especiais. Dentre os 21 filmes, quatro terão acessibilidade como audiodescrição e tradução em libras.

PROGRAMAÇÃO

16/03 - Quarta-feira
Sala 1
16h – Sessão Especial: “Os Incompreendidos” - François Truffaut, 1959, 99min.
18h - Sessão Especial: “Jules e Jim” - François Truffaut, 1962, 107min.
20h - Debate: Milton Nascimento: “Tostão, A Fera de Ouro” - com Maurilio Martins e Gabriel Martins. Mediação: Samuel Marotta

Sala 2
14h às 15h30 – Curso de trilha sonora: O processo criativo de Wagner Tiso - com Wagner Tiso, Aula 2
17h – Wagner Tiso nos filmes de Walter Lima Jr.: “A Lira do Delírio”- Walter Lima Jr., 1978, 105 min.
19h - Wagner Tiso nos filmes de Walter Lima Jr.: “A Ostra e o Vento”- Walter Lima Jr., 1997, 112 min. Inscrições aqui


"Jules e Jim"
17/03 - Quinta-feira
Sala 1
16h - Wagner Tiso nos filmes de Walter Lima Jr.: “Ele, O Boto” - Walter Lima Jr., 1987, 108 min.
18h - Carta Branca a Márcio Borges: “Rastros de Ódio” - John Ford, 1956, 120 min.

Sala 2
14h às 15h30 - Curso de trilha sonora: O processo criativo de Wagner Tiso - com Wagner Tiso, Aula 3 – Inscrições aqui. https://bit.ly/37oh1QK
17h - Carta Branca a Márcio Borges: “Pierrot Le Fou” - Jean Luc-Godard, 1965, 105 min.
19h - Carta Branca a Márcio Borges: “Viva Zapata”, Elia Kazan, 1952, 113 min.

18/03 - Sexta-feira
Sala 1
16h - Sessão Especial: “Os Incompreendidos” - François Truffaut, 1959, 99min.
18h - Sessão Especial: “Jules e Jim” - François Truffaut, 1962, 107min.
20h00 - Debate: Milton Nascimento, com Bernardo Oliveira e Juçara Marçal. Mediação: Ewerton Belico. Inscrições aqui

Sala 2
17h - Sessão Especial: “O Homem do Corpo Fechado” - Schubert Magalhães, 1971, 90 min
19h - Sessão Especial: “Perdidos e Malditos” - Geraldo Veloso, 1970, 90min.

19/03 - Sábado
Sala 1
16h – Milton Nascimento – “Tostão, A Fera de Ouro” - Ricardo Gomes Leite e Paulo Leander, 1970.
19h - Milton Nascimento - “Fitzcarraldo”, Werner Herzog, 1982, 158 min.

Sala 2
17h - Sessão Especial: “Perdidos e Malditos” - Geraldo Veloso, 1970, 90min.
19h - Sessão Especial: “Sagrada Família” - Sylvio Lanna, 1970, 95min.
20h - Debate: Milton Nascimento – “Tostão, A Fera de Ouro”, com Maurílio Martins e Gabriel Martins. Mediação: Samuel Marotta. Inscrições aqui

"Tostão - A Fera de Ouro"
20/03 - Domingo
Sala 1
16h - Sessão Especial: “Contos da Lua Vaga” - Kenji Mizoguchi, 1953, 97 min.
18h - Sessão Especial: “O Homem do Corpo Fechado” - Schubert Magalhães, 1971, 90 min.

Sala 2
17h - Sessão Especial: “Os Incompreendidos” - François Truffaut, 1959, 99min.
19h - Sessão Especial: “Jules e Jim” - François Truffaut, 1962, 107min.

21/03 - Segunda-feira
Sala 1
14h – Sessão Acessibilidade: “Perdidos e Malditos” - Geraldo Veloso, 1970, 90min.
16h – Wagner Tiso nos filmes de Walter Lima Jr.: “A Lira do Delírio”- Walter Lima Jr., 1978, 105 min.
18h – Wagner Tiso nos filmes de Walter Lima Jr.: “A Ostra e o Vento”- Walter Lima Jr., 1997, 112 min.

Sala 2
14h - Sessão Matinê: “O Menino Maluquinho” - Helvécio Ratton, 1995, 91 min.
17h - Wagner Tiso nos filmes de Walter Lima Jr.: “Ele, O Boto” - Walter Lima Jr., 1987, 108 min.
19h - Carta Branca a Márcio Borges: “Rastros de Ódio” - John Ford, 1956, 120 min.


22/03- Terça-feira
Sala 1
14h - Sessão Acessibilidade/Sessão Especial: “Perdidos e Malditos” - Geraldo Veloso, 1970, 90min.
16h - Carta Branca a Márcio Borges: “Pierrot Le Fou” - Jean Luc-Godard, 1965, 105 min.
18h – Carta Branca a Márcio Borges: “Viva Zapata”, Elia Kazan, 1952, 113 min.
20h - Debate: “O Homem do Corpo Fechado”, com Duca Leal e Victor de Almeida. Mediação: Ewerton Belico. Inscrições aqui

Sala 2
14h - Sessão Acessibilidade/Sessão Especial: “O Homem do Corpo Fechado” - Schubert Magalhães, 1971, 91 min.
17h – Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia – “Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais” - Carlos Alberto Prates Correia, 2007, 73 min.
19h - Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia – “Cabaret Mineiro”- Carlos Alberto Prates Correia, 1984, 75 min.

23/03 - Quarta-feira
Sala 1
14h - Sessão Acessibilidade/Sessão Especial: “O Homem do Corpo Fechado” - Schubert Magalhães, 1971, 91 min.
16h - Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia – “Minas, Texas” - Carlos Alberto Prates Correia, 1989, 73 min
18h – Milton Nascimento – “Tostão, A Fera de Ouro” - Ricardo Gomes Leite e Paulo Leander, 1970, 70 min.
20h – Debate: Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia, com Luís Felipe Flores. Mediação: Samuel Marotta. Inscrições aqui

Sala 2
17h – Milton Nascimento: “Noites do Sertão” - Carlos Alberto Prates Correia, 1983, 100min.
19h – Milton Nascimento: “Fitzcarraldo” - Werner Herzog, 1982, 158 min.


24/03 - Quinta-feira
Sala 1
16h - Sessão Especial: “Sagrada Família” - Sylvio Lanna, 1970, 95min.
18h - Sessão Especial: “O Homem do Corpo Fechado” - Schubert Magalhães, 1971, 90 min

Sala 2
17h - Sessão Especial: “Perdidos e Malditos” - Geraldo Veloso, 1970, 90min.
19h – Sessões Especiais:
“Dona Olímpia de Ouro Preto” - Luiz Alberto Sartori, 1971, 10min.  
"Contos da Lua Vaga” - Kenji Mizoguchi, 1953, 97 min.

Teatro
21h – Show de Toninho Horta

25/03 - Sexta-feira
Sala 1
16h - Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia – “Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais” - Carlos Alberto Prates Correia, 2007, 73 min.
18h - Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia – “Cabaret Mineiro”- Carlos Alberto Prates Correia, 1984, 75 min.

Sala 2
17h - Tavinho Moura nos Filmes de Carlos Alberto Prates Correia – “Minas, Texas” - Carlos Alberto Prates Correia, 1989, 73 min.
19h - Milton Nascimento: “Noites do Sertão” - Carlos Alberto Prates Correia, 1983, 100min.
 
26/03 - Sábado
Sessão Especial de Encerramento

Sala 1
19h –“Cafi” - Lírio Ferreira e Natara Ney, 2021, 76min
21h - Bate-papo com Lírio Ferreira e Natara Ney


Serviço:
Centro Cultural Unimed-BH Minas
Endereço: Rua da Bahia, 2244 - bairro de Lourdes - BH
Informações: minastenisclube.com.br

13 março 2022

"Ataque dos Cães" brilha no Critic's Choice Awards 2022 e conquista Melhor Filme e Melhor Direção

Fotos: Divulgação


Maristela Bretas


Em sua 27ª edição, o Critic's Choice Awards aconteceu nesse domingo com apresentação de Taye Diggs e Nicole Byer e transmissão ao vivo do canal TNT. "Ataque dos Cães", produção da Netflix, foi a grande vencedora da noite, faturando quatro estatuetas (de dez indicações), entre elas, as principais categorias: Melhor Filme e Melhor, além de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.

Bem de perto, "Belfast", do diretor Kenneth Branagh, indicado a 11 prêmios, levou três, empatando com "Duna", de Denis Villeneuve,  também com 10 indicações. "Amor, Sublime Amor", de Steven Spielberg, que estava muito bem cotado, ficou com apenas dois prêmios. 

Will Smith saiu feliz com a premiação de Melhor Ator por sua atuação em "King Richard: Criando Campeãs". Ele estava acompanhado na cerimônia das irmãs tenistas Serena e Vênus Williams, cuja história inspirou o filme.

Will Smith ganhou a estatueta pelo papel de pai das tenistas
Serena e Vênus Williams (Foto: Warner Bros. Pictures)

Merecida também a escolha de Jessica Chastain como Melhor Atriz por seu papel em "Os Olhos de Tammy Faye", filme que conquistou também o prêmio de Melhor Cabelo e Maquiagem. Assim como a escolha de "Licorice Pizza", de Paul Thomas Anderson, como Melhor Comédia.

Nas séries de TV, "Ted Lasso" venceu com quatro estatuetas na categoria Comédia e "Sucession" confirmou seu favoritismo, com três premiações (de oito indicações) na categoria Drama.

Veja abaixo os  vencedores do Critics Choice Awards 2022:

Melhor Direção - Jane Campion - "Ataque dos Cães"
Melhor Filme - "Ataque dos Cães"
Melhor Ator -  Will Smith ("King Richard: Criando Campeãs")
Melhor Atriz - Jessica Chastain ("Os Olhos de Tammy Faye") 
Melhor Ator Coadjuvante - Troy Kotsur ("No Ritmo do Coração")
Melhor Atriz Coadjuvante - Ariana DeBose ("Amor, Sublime Amor")
Jovem Ator/Atriz - Jude Hill ("Belfast")
Melhor Elenco - "Belfast"
Melhor Roteiro Original - Kenneth Branagh ("Belfast")

Elenco de "Belfast": Ciarán Hinds, Jamie Dornan, Judi Dench,
Jude Hill (Foto: Focus Features)

- Melhor Roteiro Adaptado - Jane Campion ("Ataque dos Cães")
- Melhor Fotografia - Ari Wegner ("Ataque dos Cães")
- Melhor Design de Produção - Patrice Vermette, Zsuzsanna Sipos ("Duna")
- Melhor Edição - Sarah Broshar e Michael Kahn ("Amor, Sublime Amor") 
- Melhor Figurino - Jenny Beavan ("Cruella")
- Melhor Cabelo e Maquiagem - "Os Olhos de Tammy Faye"
- Melhores Efeitos Visuais - "Duna
- Melhor Comédia - "Licorice Pizza"
- Melhor Animação - "A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas"
- Melhor Filme Estrangeiro - "Drive My Car" (Japão)
- Melhor Canção - "No Time to Die" ("007 - Sem Tempo para Morrer") 
- Melhor Trilha Sonora - Hans Zimmer ("Duna")

SÉRIES DE TV

Kieran Culkin e Sarah Snook, da série de Tv Sucession (Divulgação)

- Melhor Série em Drama - "Sucession"
- Melhor Ator em Série de Drama - Lee Jung-jae ("Round 6")
- Melhor Atriz em Série de Drama - Melanie Lynskey – ("Yellowjackets")
- Melhor Ator Coadjuvante em Série de Drama - Kieran Culkin ("Succession")
- Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Drama - Sarah Snook ("Succession")
- Melhor Série em Comédia - "Ted Lasso" 
- Melhor Ator em Série de Comédia - Jason Sudeikis ("Ted Lasso")
- Melhor Atriz em Série de Comédia - Jean Smart ("Hacks")
- Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia  - Brett Goldstein ("Ted Lasso")

 Jason Sudeikis, da série "Ted Lasso" (Divulgação)

- Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia - Hannah Waddingham (Ted Lasso")
- Melhor Minissérie - "Mare of Easttown"
- Melhor Filme Para TV - "Oslo"
- Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV - Michael Keaton ("Dopesick")
- Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV - Kate Winslet ("Mare of Easttown")

Kate Winslet, da série "Mare of Easttown" (Crédito: HBO)

- Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie ou Filme para TV - Murray Bartlett ("The White Lotus")
- Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie ou Filme para TV - Jennifer Coolidge ("The White Lotus")
- Melhor Série em Idioma Não-Inglês - "Round 6"
- Melhor Série Animada - "What If…?"
- Melhor Especial de Comédia - "Bo Burnham: Inside"
- Melhor Talk Show - "Last Week Tonight with John Oliver"



08 março 2022

Vivo Play traz especial "Mulheres no Cinema"

Cate Blanchett em "Blue Jasmine"  (Foto:  Vivo Play/Divulgação)
Da Redação 

Em comemoração ao Mês das Mulheres,de hoje a 31 de março, a plataforma Vivo Play vai disponibilizar o especial "Mulheres no Cinema". São mais de 80 filmes que destacam diretoras, atrizes e histórias com mulheres como protagonistas.
Entre os destaques estão diretoras aclamadas como Jane Campion (indicada ao Oscar 2022), Sofia Coppola, Chloé Zhao, Kathryn Bigelow, Lynne Ramsay e Greta Gerwig; atrizes como Charlize Theron, Lupita Nyong’o, Cate Blanchett, Viola Davis, Brie Larson, Julianne Moore, entre outras.
Os títulos on demand custam a partir de R$ 6,90 e vão até R$ 14,90, para assistir no dispositivo que o cliente desejar - celular, tablet, notebook ou smart TV. Alguns títulos ­são gratuitos para assinantes do pacote Vivo Play Completo ou Disney+, Paramount+, Prime Video e Starzplay.l

03 março 2022

Novo filme do Batman é mais sobre Gotham do que sobre Bruce Wayne

Robert Pattinson interpreta o Homem-Morcego, com pouco diálogo, mais violento e usando uma armadura à prova de balas (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Jean Piter Miranda


Está em cartaz nos cinemas brasileiros o novo filme do Batman (“The Batman”, no original), dirigido por Matt Reeves, de “Planeta dos Macacos: O Confronto” (2014) e “Planeta dos Macacos: A Guerra” (2017). O protagonista da vez é Robert Pattinson, da saga “Crepúsculo” e dos longas “The Rover  - A Caçada” (2014) e "O Farol'' (2019). O longa conta com um elenco cheio de estrelas: Andy Serkis como o mordomo Alfred; o tenente James Gordon, é interpretado por Jeffrey Wright; Zoë Kravitz faz a Mulher Gato; e a turma de vilões fica por conta de Colin Farrell (Pinguim), John Turturro (Falcone) e Paul Duno (Charada).

A história se passa nos dias atuais e não mostra como Bruce Wayne se tornou o Batman. Ele já é o vigilante mascarado desde as primeiras cenas. É o segundo ano em que ele surgiu em Gotham City, combatendo a criminalidade. O homem-morcego tem o ideal de limpar a cidade como forma de vingança pela morte de seus pais. 


Só que agora, o vilão da vez está sempre um passo à frente, cometendo assassinatos e deixando mensagens e pistas, o que exige do herói todas as suas habilidades de detetive. É aí que ele começa a descobrir uma rede de corrupção que, inclusive, envolve até o nome da família Wayne.

Apesar da luta de Batman contra o crime, isso não fez de Gotham uma cidade melhor, mais segura. Há muita violência nas ruas. Roubos, assaltos, tráfico de drogas e guerras entre gangues. Tudo num clima de muito medo. O vigilante mascarado pode estar em qualquer lugar e aparecer de surpresa. Ele pode estar observando tudo. 

Há uma tensão cobrindo toda a cidade, que parece estar prestes a explodir. E se não bastasse tudo isso, em poucos dias o povo deverá ir às urnas escolher o novo prefeito. Claro, todos os candidatos estão fazendo promessas de colocar os bandidos na cadeia e trazer a paz e a prosperidade que Gotham tanto sonha. 


É aí que surge o Charada, cometendo assassinatos de autoridades e deixando mensagens enigmáticas sobre os seus próximos alvos. Isso exige do Batman todas as suas habilidades de investigação. Um lado do herói muito forte nos quadrinhos que até então não havia sido tão explorado nas produções cinematográficas. 

O Batman de Pattinson fala muito pouco. É focado no trabalho de combater o crime. Não tem pinta de galã, não tem charme nem carisma, nem é aquele playboy esbanjador. Muito diferente das outras versões que chegaram ao cinema. Sem o uniforme, e se não fosse o homem mais rico da cidade (o grande herdeiro da família Wayne), ele passaria completamente despercebido na multidão. É um homem-morcego muito diferente do que já foi visto. 


Há outras grandes diferenças também entre o novo Batman e seus antecessores. Esse usa uma armadura à prova de balas. Isso torna bem mais crível que ele consiga enfrentar cinco, seis ou dez adversários armados ao mesmo tempo. Ele mantém o código de não matar, mas quando pega na porrada, bate sem dó. É muito violento. O mais violento até agora. Muito próximo de algumas de suas versões nos quadrinhos. 

O contraponto de toda essa violência é o vilão principal, o Charada. O jogo dele é psicológico. Embora cometa assassinatos e tenha planos maiores, sua figura é de uma pessoa comum, nada ameaçadora. Ele é inteligente, sagaz e calculista. Um ser humano. E a palavra é essa: humano. Se na recente produção da “Liga da Justiça” os inimigos eram alienígenas com superpoderes, agora são apenas humanos, como o próprio Batman, os policiais e os mafiosos. 


A complexidade da história se dá pela rede de corrupção formada em Gotham, ligada a homicídios, ao tráfico de drogas e às autoridades. Ao passado e ao presente. Tudo vai se interligando aos poucos. À medida que Batman vai desvendando as charadas, ele consegue conectar os fatos às pessoas e as coisas vão fazendo sentido. Para muitos, pode ficar a impressão de que pontas estão ficando soltas. Mas, ao que parece, o diretor vai apenas deixando de lado aquilo que não é essencial. O que parece muito acertado. 

As cenas se passam quase todas à noite. Há sempre muita sombra e pouca luz. Tudo é muito sombrio. Praticamente não há cores. Isso deixa a obra bem característica. Lembra um pouco o “Coringa” (2019). Não só na questão das imagens mais escuras, mas também no gênero. É um filme de herói, baseado em quadrinhos, mas não tem comédia. É drama, tem ação e violência moderada e dificilmente arranca algum sorriso do espectador. 


A trama é completada com uma ótima trilha sonora entregue ao premiado compositor Michael Giacchino que, assim como Andy Serkis, trabalhou com o diretor Matt Reeves em  “Planeta dos Macacos: O Confronto” e “Planeta dos Macacos: A Guerra”.

Ao que parece, essa vai ser a aposta da DC. Fazer produções independentes, sem a obrigação de que elas estejam ligadas a um universo, como tem sido a fórmula do sucesso da Marvel. Sabendo que não dá pra competir, por ter saído muito atrás, a DC deve continuar fazendo filmes que não se conectam com os anteriores. O novo Batman deixou possibilidades de continuação, mas nada que dê indícios de que haja conexão com os outros longas. E isso é muito bom. 


Voltando ao filme, Zoë Kravitz está ótima como a Mulher-Gato. Muito fiel aos quadrinhos. Talvez a melhor adaptação feita da personagem até o momento. Colin Farrell está irreconhecível como Pinguim e faz uma bela interpretação. Há quem possa dizer que ele foi mal aproveitado como vilão. Mas, dentro da história proposta, cumpriu muito bem o seu papel. 

Colin Farrell interpreta Pinguim

Andy Serkis dá vida a um Alfred aparentemente mais jovem com mais habilidades para auxiliar o Batman. John Turturro não deixa a desejar como o mafioso Falcone e Paul Duno está demais como o Charada. Ele tá muito bom mesmo!

O diretor Matt Reeves acerta muito em tudo isso, ao deixar a história mais crível, mais humana e mais realista. Ele peca em dois pontos: já que se dispôs a aumentar a carga de violência, deveria também permitir mais mortes, principalmente nas cenas de destruição. É difícil acreditar que em trocas de tiro e explosões ninguém seja morto. 


Outra questão é o preconceito implícito, visto na maioria das produções americanas. Um detalhe muito difícil de ser percebido no caso do novo Batman. Os vilões são sempre estrangeiros. Podem até ser cidadãos americanos, mas quando são brancos, todos têm nomes e sobrenomes italianos e irlandeses. Os demais são sempre russos, árabes, latinos, entre outros. Nunca é um Ford ou um Johnson. Nunca é um “cidadão de bem” dos EUA. 

Colocando tudo isso no pacote, podemos dizer que o Batman de Pattinson é muito bom. Não foca tanto no herói e não é só sobre ele. Envolve tantos pontos que passa a ser mais sobre Gotham do que sobre Bruce Wayne. E uma nova proposta e uma nova aposta da DC. Filmes sombrios independentes, com roteiros mais complexos, mais dramáticos e mais violentos. Tem tudo pra fazer sucesso e se consolidar como um gênero próprio. 


Ficha técnica:
Direção:
Matt Reeves
Produção e distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h57
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação/ policial / suspense