30 dezembro 2023

Novo longa de Sofia Coppola, “Priscilla” acerta em alterar as direções do holofote

Jacob Elordi e Cailee Spaeny entregam ótimas interpretações como Elvis Presley e sua ex-mulher (Fotos: A24)


Carolina Cassese


Vários veículos de imprensa mundiais indagaram a roteirista e diretora Sofia Coppola sobre como o projeto de dedicar um filme à relação entre Elvis e Priscilla, de seu despontar até o término, veio a sua mente. 

A resposta dela foi, com pequenas variações, a mesma: na adolescência, ela havia lido o livro "Elvis e Eu", lançado em 1985 por Priscilla Presley e Sandra Harmon, e a história nunca mais saiu de sua cabeça.

"Priscilla" foi um grande trunfo para a diretora por ter recebido o aval da própria Priscilla, que assina como produtora do filme. Para o papel da ex-mulher de Elvis Presley, a atriz escalada foi Cailee Spaeny. Já para Elvis, o nome escolhido foi Jacob Elordi.


O novo filme, que já pode ser visto em alguns cinemas da capital mineira, traz o recorte específico do relacionamento de Elvis e Priscilla, que teve início na Alemanha, em 1959. Na época, Elvis estava servindo o exército, assim como o pai da jovem. O cantor já tinha alcançado a fama, enquanto ela era uma adolescente de 14 anos. 

Na base militar, a jovem é convidada para ir a uma festa na qual Elvis estaria e, apesar da recusa inicial dos pais, acaba conseguindo comparecer. A partir desse primeiro encontro, Priscilla passa a ser constantemente convidada para os eventos e se envolve com o cantor.


Após algum tempo, Elvis chama a jovem para ir morar em Graceland, a casa do astro em Memphis. Priscilla deixa os pais e chega aos Estados Unidos, onde passa a viver uma realidade bem diferente da que idealizou. Para se “adaptar”, a jovem acaba sacrificando muito de si.

Um dos principais acertos do filme é o de não cair na tentação de direcionar demasiado destaque a Elvis, inegavelmente uma das figuras mais icônicas da história do show business. Por essa razão, boa parte do longa se passa no ambiente doméstico, já que Priscilla vivia solitária, muitas vezes à espera de seu companheiro.


Essa diferença de cenários é eficiente em ilustrar a disparidade entre as duas figuras: enquanto o cantor estava constantemente em turnê e filmava em diferentes lugares dos Estados Unidos (já que também era ator), Priscilla passava boa parte do tempo em casa. Além disso, ele impede que sua esposa trabalhe fora e ainda busca controlar sua aparência.

Para ilustrar a passagem do tempo e o isolamento da protagonista, vemos folhas de calendário arrancadas e inúmeras bandejas de comida sendo tiradas de seu quarto. As histórias também são contadas por meio de recortes: manchetes de jornais e bilhetes assinados por Elvis desencadeiam eventos que são importantes para a narrativa.

O ritmo do longa é bastante eficiente; por mais que muitas cenas não contem com os típicos “grandes acontecimentos” de filmes estadunidenses, o espectador provavelmente permanecerá atento e interessado no desenrolar da trama. Nesse sentido, vale também destacar as performances dos atores, que entregam cenas intensas e comoventes.


Ao longo da história, podemos também nos lembrar da canção de uma das cantoras mais célebres da nova cena musical. Em "All-american bitch", Olivia Rodrigo fala das expectativas direcionadas às jovens mulheres estadunidenses: “Eu sei meu lugar, eu sei meu lugar/E é esse aqui/Eu não fico com raiva quando estou irritada/Sou a eterna otimista/Eu grito por dentro para lidar com isso”. Priscilla definitivamente entende esse sentimento, já que é chamada de “maluca” a cada vez que se revolta.

Se considerarmos que a maioria das narrativas são centradas nos poderosos (ou seja, naqueles que necessariamente saem para “conquistar o mundo”) é, sem dúvidas, um ganho termos acesso a outra perspectiva - de uma mulher que, ao decidir deixar Graceland, está dando um passo bem mais grandioso do que poderia imaginar.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Sofia Coppola
Produção: Stage 6 Films e A24
Distribuição: O2Play e Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h53
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: romance, drama

28 dezembro 2023

"Love Victor", a série que inspira pais e filhos

Michael Cimino interpreta o protagonista que teve de aprender a lidar com suas descobertas e encontrar respostas (Fotos: Hulu/Star+)


Filipe Matheus
Youtube Comentando Sucessos


Tem momentos de nossa vida em que ficamos confusos e sem saber como reagir às descobertas de nossa trajetória. Original da plataforma Hulu, a série "Love Victor", em exibição no Star+, mostra a realidade de uma geração que sofre por não entender os seus sentimentos, que busca a aceitação e o direito à liberdade, longe da opinião alheia. 

Victor é um estudante do ensino médio que teve de aprender a lidar com suas descobertas e encontrar respostas na raça, especialmente aos 16 anos. 

A história da série se torna ainda melhor graças à surpreendente atuação de Michael Cimino como Victor. Ele passa emoção ao telespectador. É a ficção mostrando a vida real. Rachel Hilson (Mia), George Sear (Benji), Antony Turpel (Felix), Bebe Wood (Lake), Mason Gooding (Andrew) também estão na série.


A trama fala sobre sexualidade e como se entender é importante para a autoaceitação. Além de abordar laços familiares, os episódios levam o espectador a pensar como tem agido com os filhos e como a forma correta é importante para a construção de uma família feliz e sem rótulos. 

Mostra ainda que adolescentes têm sentimentos e sofrem com perdas, traumas e as novidades que aparecem em suas vidas. 


A sequência, que é adaptação do filme "Com Amor, Simon" (2018), apresenta depoimentos e vitórias que fazem o protagonista mergulhar na procura da tão desejada felicidade. 

Faço aqui uma crítica ao cancelamento da série na terceira temporada. Se a produção trata de um tema tão real e atual, por que acabar? Como fica o telespectador que se identifica com o personagem? Deixou um vazio estranho. Faltam respostas às perguntas de pessoas que se deparam com a mesma realidade de Victor.


Curiosidades não faltam na produção. Nick Robinson, que atuou no longa inspirado na série, é um dos produtores dessa obra-prima e também tem participação como Simon Spier. 

Segundo o site Rolling Stones, Michael Cimino se inspirou no primo homossexual para a construção do personagem. "As experiências e lutas de meu primo me fizeram entender melhor o que é passar por isso e, assim, construir o caráter de Victor". 


Incredible, dynamic, and marvelous. Usei o inglês pra falar como a série é positiva, ela não só mostra a realidade, ela entrega. Sua estreia foi em 16 de junho de 2020, e até hoje mantém fãs apaixonados e com a vontade de quero mais. 

Eu fico por aqui, meu caro leitor, mas não se esqueça da importância de como é bom ser você mesmo e viver o agora. Até a próxima.


Ficha técnica:
Criação: Isaac Aptaker e Elizabeth Berger
Produção: The Walk-Up Company, Temple Hill Entertainment, 20th Century Fox Television
Distribuição: Star+
Exibição: Star+ e plataforma Hulu
Duração: 3 temporadas
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: drama, comédia, série de TV

27 dezembro 2023

Turma do Cinema no Escurinho elege seus filmes favoritos de 2023

Reprodução


Equipe Cinema no Escurinho


Mais um ano terminando e alguns colaboradores do Cinema no Escurinho não podiam deixar de indicar os dez filmes que mais gostaram, no cinema e na internet. Se você ainda não viu, fica a dica: alguns já estão nos catálogos das principais plataformas de streaming. Confira:



Banshees de Inisherin - STAR+ (assinante)
Folhas de Outono - MUBI - https://mubi.com/pt/br
Anatomia de uma Queda - PREVISÃO DE ESTREIA NOS CINEMAS EM FEVEREIRO
Ainda Temos o Amanhã - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
Culpa e Desejo - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
Retratos Fantasmas - NETFLIX (assinante); para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, AMAZON PRIME VÍDEO, YOUTUBE E APPLE TV
Disfarce Divino - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
O Crime é Meu - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
Holy Spider - AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Uma Vida Sem Ele - AMAZON PRIME VIDEO


Eduardo Jr.

Ainda Temos o Amanhã - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
Missão Impossível 7: Acerto de Contas - Parte 1 - AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel:, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Estranha Forma de Vida - AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Mussum: O Filmis - para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Culpa e Desejo - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
Batem à Porta - TELECINE PIPOCA DIA 31/12 (assinatura); para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Trolls 3 - Juntos Novamente - para aluguel: AMAZON PRIME VIDEO, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Um Pai, Um Filho - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
Sem Ar - para aluguel: AMAZON PRIME VIDEO, YOUTUBE, APPLE TV
A Noite das Bruxas - STAR+ (assinante)


Marcos Tadeu

Beau Tem Medo - AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Maestro - NETFLIX (assinante)
Barbie - HBO Max (assinante); para aluguel: AMAZON PRIME VIDEO, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Super Mario Bros.: O Filme - para aluguel: AMAZON PRIME VIDEO, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
A Baleia - PARAMOUNT (assinante)
Mussum: O Filmis - para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
Digimon Aventure 02: O Começo - GLOBOPLAY (assinante)
Excluídos - NETFLIX (assinante)
Retratos Fantasmas - NETFLIX (assinante); para aluguel: GOOGLE PLAY FILMES, AMAZON PRIME VÍDEO, YOUTUBE E APPLE TV
Suzume - CRUNCHYROLL  - https://www.crunchyroll.com/pt-br


Maristela Bretas


- A Última Vez que Fomos Crianças - AINDA NÃO DISPONÍVEL NO STREAMING
- Elementos - DISNEY+
- Super Mario Bros.: O Filme - para aluguel: AMAZON PRIME VIDEO, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
- Aquaman 2 - O Reino Perdido - NOS CINEMAS
- Oppenheimer - para aluguel: AMAZON PRIME VIDEO, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
- Guardiões da Galáxia: Vol.3 - DISNEY+
- Missão Impossível 7: Acerto de Contas - Parte 1 - AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel:, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
- Gato de Botas 2 - TELECINE e AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel:, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
- Os Fabelmans - TELECINE e AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel:, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV
- John Wick 4: Baba Yaga - AMAZON PRIME VIDEO (assinante); para aluguel:, GOOGLE PLAY FILMES, YOUTUBE, APPLE TV

21 dezembro 2023

"Aquaman 2: O Reino Perdido" e James Wan entregam o melhor filme da DC dos últimos tempos

Jason Momoa retorna mais poderoso como o super-herói dos mares para enfrentar um velho inimigo que só quer vingança (Fotos: Warner Bros. Pictures) 


Maristela Bretas


Ótimos efeitos visuais, trilha sonora eletrizante, boas interpretações e um enredo que prende do início ao fim. Este é "Aquaman 2: O Reino Perdido" ("Aquaman and the Lost Kingdom"), que estreou nessa quarta-feira (20) nos cinemas. O longa fecha o ano com chave de ouro as produções com super-heróis da DC, que têm deixado muito a desejar nos últimos tempos. 

Mas o grande mérito deste novo longa com certeza é a direção de James Wan, responsável também pelo sucesso de "Aquaman" (2018), além de "Invocação do Mal 2" (2016), "Invocação do Mal" (2013) e "Velozes e Furiosos 7" (2015), entre outros. 

A participação de Peter Safran como produtor ajudou a deixar o longa com cara de história em quadrinhos, o que o tornou ainda mais interessante.


Segundo filme com o mais divertido e atraente super-herói da marca (e que conquistou também a maior bilheteria da DC), Aquaman/Arthur Curry chega com nova roupagem, mais dourada e brilhante. 

Cheio de marra como sempre, e os comentários mais engraçados e sem noção, ele é diferente de outros integrantes da Liga da Justiça (como Batman e Superman) que, por sinal, nem é citada no longa, permitindo que Aquaman se destaque por conta própria. 


Desta vez, ele acha que dá conta de tudo sozinho mas vai precisar contar com a ajuda de um grande e próximo inimigo, seu meio-irmão Orm, antigo rei de Atlântida e Mestre dos Oceanos, interpretado por Patrick Wilson (que protagonizou os filmes de James Wan na franquia "Invocação do Mal"). 

Wilson e Jason Momoa formam uma dupla bem sintonizada, com ótimas atuações, especialmente nas batalhas no mar e em terra, ancorados por efeitos visuais excelentes e bem aplicados que merecem ser vistos em Imax, no Cineart Boulevard (o dinheiro do ingresso vai ser bem empregado). 


Outro que entrega uma boa atuação, novamente no papel de vilão da história é Yahya Abdul-Mateen II, como David Kane/Arraia Negra, que foi derrotado pelo super-herói marítimo no primeiro filme, mas jurou vingança.

Agora ele volta, mais forte e poderoso, para cobrar com juros e correção, e vai atrás de toda a família de Aquaman e do povo de Atlântida e da superfície, ajudado por um milenar inimigo do reino. 


Também estão de volta ao elenco Nicole Kidman (rainha Atlanna e mãe dos dois heróis), Dolph Lundgren (rei Nereus), Temuera Morrison (Tom, pai de Arthur) e Randall Park ("Homem-Formiga e Vespa: Quantumania" - 2023), como o cientista Stephen Shim. 

Até Amber Heard (repetindo o papel de Mera, rainha da Atlântida e mãe do herdeiro do trono) está presente, apesar da polêmica de sua briga conjugal nos tribunais contra Johnny Depp. Ela foi mantida no elenco com falas reduzidas e aparições esparsas mas importantes na trama. 

Uma novidade é Jani Zhao, como Stingray, braço direito de David Kane. Confira aqui as opiniões do diretor e dos atores sobre o filme.


O CGI é um dos destaques do filme, especialmente nas imagens no fundo do mar com seus habitantes, luzes e cores vibrantes, como no filme primeiro longa. Há momentos também, como no início, que as cenas parecem tiradas de um videogame, o que vai ser explicado posteriormente. 

James Wan também acertou a mão na escolha das locações. Como comentou meu amigo, grande crítico de cinema e criador do blog O Pipoqueiro, Marcelo Seabra, "Aquaman 2" foi filmado em mais lugares que James Bond. Irlanda, Antártica, Nova York, Índia, Nepal, Havaí estão entre os locais de onde foram extraídas as excelentes imagens. 


O diretor também se preocupou com a questão ambiental, que serve de pano de fundo para explicar que a ação do homem é a maior causa das alterações climáticas e da destruição do planeta. O derretimento das geleiras, furações e enchentes são bons exemplos mostrados no filme.  

Não tem como esquecer a trilha sonora comporta por Rupert Gregson-Williams, responsável também pelas composições do primeiro filme e de "Mulher-Maravilha" (2017). A escolha de clássicos como "Born to be Wild" (Steppenwolf) e "Deep End" (X Ambassadors) e muitos sintetizadores envolve o espectador de forma nostálgica na atmosfera do longa. 


O filme tem alguns furos, mas nada que atrapalhe. "Aquaman 2: O Reino Perdido" é o segundo grande acerto da DC Comics e entrega uma continuação melhor que o primeiro filme. 

É divertido, graças especialmente a Jason Momoa, tem uma história bem contada, ótimas batalhas, muita ação e uma boa mensagem. A cara deste simpático e carismático super-herói. Merece ser conferido no cinema.


Ficha técnica
Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick
Produção: Atomic Monster/Peter Safran
Distribuição: Warner Bros Pictures
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, família, fantasia
Nota: 4,8 (0 a 5)

18 dezembro 2023

Bradley Cooper se transforma para contar a vida e obra de Leonard Bernstein em “Maestro”

Ator divide o protagonismo com Carey Mulligan, com interpretações dignas de Oscar na biografia do famoso músico e compositor
(Fotos: Netflix)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Dirigido por Bradley Cooper, conhecido por seu trabalho em "Nasce uma Estrela" (2018), "Maestro" apresenta-se como uma obra cativante e tecnicamente sólida. A produção ainda pode ser conferida na sala 1 do Centro Cultural Minas/Unimed e a partir do dia 20 de dezembro no catálogo da Netflix.  

Quarta incursão de Cooper na direção, ele também assume o papel do excêntrico músico e pianista Leonard Bernstein, uma figura icônica do gênero clássico. A narrativa, com mais de duas horas de duração, revela a jornada do compositor e maestro, apresentando-o desde o início da carreira e sua vida pessoal, explorando as vitórias e derrotas, inclusive seus 18 anos no comando da Orquestra Filarmônica de Nova York.


A biografia retrata inicialmente a paixão de Bernstein pela música e o caminho rumo à fama por meio de uma regência rígida e composição poderosa. As nuances visuais, utilizando tanto o preto e branco quanto cores variadas desvendam a evolução dos relacionamentos e das dinâmicas familiares do protagonista ao longo do tempo, inclusive seu envolvimento amoroso com outros homens.

Bradley Cooper oferece uma atuação convincente, revelando os dilemas do personagem-título. O ator usou inclusive uma prótese no nariz para se parecer mais com o maestro. O filme, mesmo dirigido por um homem, coloca em foco personagens femininas fortes, como a atriz e ativista Felícia Montealegre, interpretada por Carey Mulligan, que desempenha um papel crucial na vida pessoal e profissional de Bernstein. No elenco estão ainda Maya Hawke, Matt Bomer, Michael Urie e Sarah Silverman. 


Do ponto de vista técnico, a trilha sonora de Leonard Bernstein é uma presença marcante, ganhando vida nas mãos habilidosas de Cooper. O famoso maestro é responsável por conhecidas composições de musicais da Broadway, como "West Side Story" ("Amor, Sublime Amor"). Também a fotografia de Matthew Libatique é primorosa, usando cores e a ausência delas de maneira criativa para contar a história de forma envolvente.

A direção de arte de Kevin Thompson contribui para criar um ambiente sofisticado, repleto de referências ao universo da televisão e do cinema, proporcionando um contexto impactante para os personagens. A presença de nomes como Martin Scorsese e Steven Spielberg na equipe de produção promete elevar as chances do filme em premiações como o Oscar.


Alguns aspectos do filme, no entanto, podem deixar a desejar, como a relação com os filhos, que poderia ganhar mais protagonismo, e o relacionamento conturbado de quase 30 anos entre Felícia e Bernstein.

"Maestro" destaca-se como uma das melhores obras do ano. Vale a pena conferir no cinema para apreciar a riqueza sonora e visual proporcionada pela direção. Indicado para os amantes de música clássica, teatro e cinema, além de uma grande oportunidade de conhecer um pouco da história desse famoso compositor.


Ficha técnica
Direção: Bradley Cooper
Produção: Netflix
Distribuição: Netflix
Exibição: sala 1 do Centro Cultural Minas/Unimed e dia 20/12 na Netflix
Duração: 2h19
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: biografia

13 dezembro 2023

"Uma Carta para Papai Noel" - um filme para ser assistido com o olhar de uma criança

No longa, o bom velhinho atende a um pedido e vem ao Brasil para desvendar o mistério do desaparecimento dos presentes de
crianças órfãs (Fotos: Okna Produções)


Maristela Bretas


Fazer um filme para a criança pode parecer muito fácil, mas não é bem assim. Mesmo a criança não se preocupando em analisar se a interpretação foi boa, se tem erro de continuidade, se tem defeitos visuais. A pureza no olhar de uma criança, especialmente para um filme sobre Natal e Papai Noel, é diferente do olhar de um adulto. "Uma Carta para Papai Noel", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é exatamente isso: uma produção que tem magia, emoção, encanto, o bom velhinho e seus divertidos ajudantes, voltado para crianças de até sete anos e para a família. 


No longa, Papai Noel (papel de José Rubens Chachá) recebe uma carta de Jonas (Caetano Rostro Gomes), de 8 anos que vive em uma casa de acolhimento. Ele quer saber como o bom velhinho está passando, o que faz na vida quando não é Natal e aproveita para perguntar por que ele e seus amigos nunca receberam presentes. O bom velhinho fica emocionado e resolve vir ao Brasil investigar esse mistério. Além da parte de estúdio, foram escolhidas para as locações das filmagens as cidades gaúchas de Porto Alegre, Viamão e Santa Tereza. 


Dirigido por Gustavo Spolidoro, o filme tem algumas falhas e até situações fora de propósito, com algumas cenas que lembram uma viagem psicodélica, que somente um adulto vai perceber. Mas na sessão que eu fui no @Cineart havia uma criança com a mãe e o olhar dela foi diferente, de encantamento. Ela se emocionou, bateu palmas, curtiu muito. Se o objetivo do diretor e dos produtores era atingir o coração deste público infantil, eles conseguiram, até mesmo de alguns marmanjos.


Além de Caetano Rostro, os demais personagens infantis são interpretados por Mariana Lopes (Alana), Lívia Borges Meinhardt (Beca), Cecília Guedes (Pri) e Theo Goulart Up (Cabeleira), que receberam a preparação de Adriano Basegio (que também faz uma ponta como o Sr. Peabody). 

Também no elenco adulto estão as atrizes Totia Meirelles (Mamãe Noel), Polly Marinho (que interpreta Tatá, a engraçada e sem noção ajudante do Papai Noel), e Elisa Volpatto (Leia, administradora da casa de acolhimento). 

Destaque para a trilha sonora, assinada por Arthur de Faria e parceria com Fernanda Takai, que gravou a música-tema,  e a participação da banda mineira Pato Fu com uma versão inédita do sucesso "Sobre o Tempo" (John Ulhoa, 1995), feita para o projeto infantil Música de Brinquedo, criado pelo grupo. 


Outro diferencial do filme "Uma Carta para Papai Noel" é que ele conversa com o público, especialmente no final. O elenco tem uma surpresa bem legal para a meninada e a família. Fica a dica: deixe o celular à mão, você vai precisar dele. 

E lembre que é um filme para toda a família para ser curtido no cinema, especialmente por ser uma produção brasileira, que precisa ser valorizada. Não se importe se há falhas, assista como criança, porque para ela o que vale é a magia e o encanto do Natal.


Ficha técnica:
Direção: Gustavo Spolidoro
Produção: Okna Produções
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: fantasia, família, infantil

10 dezembro 2023

SescTV lança “Amazônias, Um Manifesto”, que convida a enxergar a Amazônia sob uma nova perspectiva

Documentário registra a construção de espetáculo com 40 jovens das periferias de São Paulo, debatendo realidades amazônicas, questões climáticas, políticas e culturais (Fotos: Matheus José Maria/Divulgação)


Da Redação


Estreia nesta terça-feira (12) no SescTV, às 20 horas, o documentário "Amazônias, Um Manifesto", uma produção original do canal, com direção de Helena Bagnoli. O filme retrata o processo artístico-pedagógico do espetáculo amazonias - ver a mata que te vê [um manifesto poético], conduzido pela diretora Maria Thais.

Interpretado por 40 jovens – com idade entre 16 e 21 anos – em sua maioria moradores das periferias de São Paulo, ele debate as realidades amazônicas, as questões climáticas, políticas e culturais. A partir do mesmo dia, a produção também estará disponível sob demanda pelo sesctv.org.br/amazonias.


No documentário, o espectador conhecerá o processo criativo e formativo dos participantes da peça, que se envolvem com as diferentes etapas do fazer teatral – do trabalho com o corpo e com a voz, à dramaturgia, até o universo visual, figurinos e cenários. 

Tudo acontece enquanto estes jovens entrelaçam suas experiências pessoais com as inúmeras “amazônias” ao seu redor, descobrindo em seus próprios cotidianos urbanos a relação entre a pulsante produção das periferias das grandes cidades com as tradições ribeirinhas, quilombolas e dos povos originários.


Segundo Helena Bagnoli, cada um dos integrantes do elenco foi ouvido sobre suas impressões e atravessamentos, permitindo ao longo do espetáculo, refazer os caminhos percorridos por eles. A narrativa do documentário apresenta imagens que revelam a construção do percurso: aspectos das várias oficinas formativas, as escaladas individuais, os olhares diversos dos profissionais envolvidos, a estreia e a peça em si. 


“O resultado é uma discussão que alcança um potencial universal, seja pela pauta urgente sobre a Amazônia, seja sobre a certeza de que investimentos em formação de pessoas geram resultados rápidos e um importante capital social. Quatro dos participantes foram visitados em suas casas, em pontos diversos da cidade, para captá-los no seu cotidiano, com suas famílias. Uma dessas visitas foi na Aldeia Indígena do Jaraguá, de onde vinham três dos integrantes de origem guarani”, explicou a diretora.


Foram entrevistados também alguns dos participantes do projeto, entre eles, a diretora Maria Thaís, que detalha como se deu o desenho e a evolução das questões artístico-pedagógicas. 

Outras entrevistadas são a poeta e escritora Márcia Kambeba, que participou do núcleo de dramaturgia e deu uma oficina para os participantes, a artista Naine Terena, que também trabalhou com os jovens e trouxe os conceitos visuais que nortearam a concepção do cenário e figurino.


Serviço:
"Amazônias, Um Manifesto"
Direção: Helena Bagnoli
Estreia no SescTV: 12/12, terça às 20h.
Reapresentações: Dia 15/12, sexta, 21h; 17/12, domingo, 19h.
Assista também online: sesctv.org.br/noar
Censura: Livre
Duração: 61 minutos
Produção: B+W
Realização: SescTV

09 dezembro 2023

"O Jogo da Invocação": sobreviva ou pague o preço

Uma faca amaldiçoada torna uma família refém do demônio, vivendo uma situação, sem saída, de medo e terror
(Fotos: Diamond Films)


Filipe Matheus


Imagine ouvir uma voz macabra que chama seu nome o tempo todo. Esta é a sensação provocada pelo filme de terror "O Jogo da Invocação" ("All Fun And Games"), que está em cartaz nos cinemas e vai deixar você com muito medo e provocar arrepios.

No longa, adolescentes de Salem se envolvem num jogo e acabam libertando um demônio preso em uma faca amaldiçoada. O grupo é forçado a participar de versões malignas de jogos infantis e terá que fazer de tudo para sobreviver a essa partida mortal.


Os irmãos Jonah (Benjamin Evan Ainsworth), Marcus (Asa Butterfield) e Billie (Natalia Dyer), agora com um demônio à solta, vão buscar por sobrevivência. É a única esperança que lhes resta. Parar de jogar não é uma opção.

Medo, ansiedade, vozes e as cenas macabras dão vontade de sair correndo do cinema. Situações semelhantes a lendas urbanas, em que o personagem não sabe o que fazer quando encontra um ser aterrorizante.


Asa Butterfield ("O Lar das Crianças Peculiares" - 2016) tem uma atuação impecável e demoníaca, especialmente com a marca na testa. O ator mostra que sabe trabalhar de diferentes maneiras. 

Os demais integrantes do elenco também cumprem bem seus papéis, ajudando a envolver ainda mais o espectador no ambiente de pânico e desespero.

Uma falha no enredo é a pouca exploração dos jogos, o que ajudaria o público a compreender melhor a história e a sentir mais medo ao assistir o filme. Mas se você gosta de filmes de terror, não pode deixar de conferir "O Jogo da Invocação", porque se desistir do game não sobrevive.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Eren Celeboğlu e Ari Costa
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h16
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

07 dezembro 2023

"Wonka" - Uma comédia musical colorida e com muita magia, mas que poderia ser mais curta

Timothée Chalamet interpreta o jovem que criou a maior e mais fantástica fábrica de chocolate do cinema (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Antes de sua estreia na segunda parte de "Duna", Timothée Chalamet poderá ser visto no cinema, a partir desta quinta-feira, como protagonista da comédia musical "Wonka", dirigida por Paul King. O filme conta a origem do jovem Willy Wonka que criou "A Fantástica Fábrica de Chocolate", que se transformou em dois filmes de sucesso - o de 1971, com Gene Wilder, e no remake de 2005, com Johnny Depp. Mas não espere a mesma linha nesta produção. 

O diretor deste prequel explorou bem as cores, fez um ótimo trabalho no figurino e na reprodução de época e trouxe de volta a música-tema "Pure Imagination", maior referência às produções passadas, além de uma trilha sonora com algumas canções bem chicletes, como a dos Oompa-Loompas. 


Mas os personagens secundários, especialmente os vilões, são caricatos, e alguns até dispensáveis, como a turma da lavanderia. A história deixa muitos pontos soltos e que sequer foram mencionados ou estão relacionados nas versões passadas. Até por que, os diretores eram outros, com outras linhas de abordagem. A começar por Tim Burton, em 2005.

Timothée Chalamet interpreta Willy Wonka, criador de chocolates perfeitos, com gostos e ingredientes exóticos, como um feito com leite extraído de girafa. O ator, que também canta na produção, é um jovem simples, sonhador e que fazia mágicas. 

Criado com amor pela mãe (Sally Hawkins), Willy acredita na honestidade das pessoas e vai enfrentar muitos obstáculos e inimigos para conseguir realizar seu sonho de fabricar seus doces. Completamente diferente dos personagens adultos e cheios de traumas interpretados por Wilder e Depp.


A turma de coadjuvantes é formada por nomes conhecidos e premiados do cinema, como Olivia Colman, que apesar de fazer o papel da dona do hotel que transforma seus "hóspedes" em escravos, está engraçada em alguns momentos. Mas as cenas com o ajudante (papel de Tom Davis) não acrescentam em nada e só ajudam a aumentar a duração do filme, que poderia ter no máximo 1h30 e não quase 2 horas.

Hugh Grant ("Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes" - 2023) dá vida ao Oompa-Loompa laranja de cabelo verde, com carregado sotaque britânico. Ele está muito bem, mas o CGI para transformá-lo em um anão é bem questionável e chega a incomodar. A escolha do ator chegou a gerar polêmica, uma vez que os pequenos ajudantes de Wonka sempre foram interpretados por pessoas com nanismo.


Outro britânico que marca presença na parte hilária é Rowan Atkinson (o eterno "Mister Been"), como o pároco local que é chocólatra. Os trejeitos e as caras engraçadas de outros filmes de sua carreira são sua marca registrada e se repetem neste longa. O trio divertido é completo por Keegan-Michael Key, como o chefe de polícia, viciado em chocolate, que vende até a alma por uma caixinha do doce. 

Outro trio que entrega algumas situações engraçadas é o de vilões milionários que dominam o comércio de chocolate na cidade, formado por Mathew Baynton (Fickelgruber), Matt Lucas (Prodnose) e Paterson Joseph (Slugworth). 


"Wonka" é uma comédia musical baseada no clássico livro "A Fantástica Fábrica de Chocolate", do escritor britânico Roald Dahl, e que se não fosse o nome do personagem principal, pouco lembraria as produções anteriores homônimas à obra literária. 

O filme entrega algumas boas mensagens e muita fantasia que vão agradar as crianças, assim como a presença de Chalamet é um atrativo para os fãs do ator. O longa tem, como seu maior destaque, as cenas em que Willy distribui seus chocolates e a abertura de sua loja. Puro encantamento.


Ficha técnica:
Direção: Paul King
Produção: Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: fantasia, musical, comédia, família, aventura
Nota: 3,7 (0 a 5)

03 dezembro 2023

"O Sequestro do Voo 375": um filme sobre o atentado que mudou a segurança na aviação brasileira

Jorge Paz e Danilo Grangheia protagonizam este longa baseado em fatos reais (Fotos: Star Distribution)


Maristela Bretas

29 de setembro de 1988. Uma data que marcou a história do Brasil e que agora é contada no longa "O Sequestro do Voo 375", com estreia marcada para dia 7 de dezembro. Por mais que a produção pareça um dos filmes mirabolantes de ação de Hollywood, o diretor Marcus Baldini (de "Os Homens são de Marte... e é Prá Lá que eu Vou" - 2014) foi fiel aos fatos reais que chocaram o país. 

Afundado numa crise financeira sem precedentes, com planos econômicos que não deram certo, o Brasil, recém-saído de uma ditadura militar, é comandado por José Sarney. 

A fome da família e o desemprego levam o tratorista maranhense Raimundo Nonato Alves (Jorge Paz) a tomar uma decisão desesperada: sequestrar um avião da Vasp, com mais de 100 passageiros e tripulantes a bordo, e jogá-lo no Palácio do Planalto para matar o presidente.


Armado com um revólver, ele passa sem problema pela segurança do aeroporto de Confins e embarca no voo da Vasp com destino ao Rio de Janeiro. Pouco depois, anuncia o sequestro, ordenando ao comandante Fernando Murilo (Danilo Grangheia) que se dirija para Brasília. 

O espectador é envolvido pela tensão que se cria a partir daí, com a trama explorando as negociações com o sequestrador que estava totalmente descontrolado, a preocupação do piloto e do pessoal de terra com a segurança de passageiros e tripulantes, enquanto as autoridades cogitavam até mesmo tomarem uma medida drástica.


A atuação de Danilo Grangheia está firme, segura, entregando a tensão que a trama exigia do protagonista. Assim como a interpretação de Jorge Paz, cujo personagem, apesar da loucura do atentado, pode despertar empatia no público. 

Nonato escancara a realidade da maioria da população brasileira na década de 1980 que poderia provocar uma reação semelhante em qualquer pessoa mais desesperada ou confusa. 


Destaque para Roberta Gualda, que vive Luzia, a controladora de voo que conversa com a tripulação e negocia com o sequestrador durante todo o voo. 

Também entregam boas interpretações Juliana Alves, como a comissária Cláudia, Adriano Garib, o brigadeiro Bastos, adepto a medidas drásticas, e o simpático Cesar Mello, o copiloto Evangelista.


O filme é bem produzido, com poucas falhas no roteiro e algumas situações clichês que não incomodam tanto. Ponto positivo para a preocupação de entregar uma ótima reprodução de época nos figurinos (especialmente nos uniformes), nos detalhes dentro do avião, nos veículos e na aeronave da extinta Vasp. Mesmo sendo utilizado um Boeing 737-200 no lugar do verdadeiro 737-300 da companhia na época.

O destaque fica para as cenas da manobra radical do piloto com o avião para desestabilizar o sequestrador, chamada de voo invertido (“tunneau”). Ficou bem interessante, especialmente porque aconteceu de verdade. Outro filme que mostrou esta manobra foi "O Voo", de 2013, com Denzel Washington. 


Mais do que um filme, "O Sequestro do Voo 375" é uma produção nacional que vale como história para que a nova geração e até mesmo muitas pessoas da época saibam o que aconteceu e a gravidade do fato. O atentado ao voo da Vasp serviu também como um alerta para que as autoridades melhorassem a segurança de alguns aeroportos brasileiros.

Uma informação sem provas concretas apresentada no filme pelos produtores: os planos do sequestro brasileiro teriam sido encontrados no esconderijo de Osama Bin Laden e usados como modelo no ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, nos EUA. Fato ou fake? 

O que vale é conferir esta produção no cinema. Depois ela deverá entrar no catálogo do Star+.


Ficha técnica:
Direção: Marcus Baldini
Roteiro: Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque
Produção: Estúdio Escarlate
Distribuição: Star Original Productions
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h47
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gêneros: ação, drama, biografia
Nota: 4 (0 a 5)