26 novembro 2019

"Ford vs. Ferrari" - Velocidade e ambição em uma grande produção de arrepiar

Matt Damon e Christian Bale formam a dupla principal do filme que mostra a mudança na forma de disputar uma corrida (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas

Dois grandes atores numa mesma paixão: carros e velocidade. Matt Damon ("A Grande Muralha" - 2017 e "Perdido em Marte" - 2015) e Christian Bale ("Trapaça" - 2014) e "Vice" - 2019) estão juntos e espetaculares na produção "Ford vs. Ferrari", ambientado na década de 1960 sobre a disputa entre duas grandes marcas para provar quem era melhor nas pistas de corrida. De um lado, a montadora norte-americana Ford, uma das maiores do mundo na produção de carros convencionais, mas sem tradição nas pistas de corrida, que agora precisa aumentar seu prestígio e, claro, as vendas. Do outro, a sempre lendária escuderia italiana, vencedora da maioria das disputas de velocidade e beleza no design de seus modelos, mas que sofre com a possibilidade de uma falência.


Com ótimas atuações, muita adrenalina, momentos emocionantes de corrida - com direito a batidas à altura de um grande prêmio - "Ford vs. Ferrari" ainda oferece ao público a oportunidade de acompanhar os bastidores da criação, montagem, treinos e disputa de um grande carro nas pistas - o Ford GT40. Mas também aborda o lado obscuro das negociações que ocorrem nesse seleto grupo do setor automobilístico, onde o glamour é só para atrair fãs e compradores.


No filme, a Ford resolve apostar nas pistas para conquistar o glamour da concorrente e campeã Ferrari. E não mede esforços (e dinheiro) para chegar em primeiro. Para conseguir, em três meses, construir o carro dos sonhos que vai chegar ao primeiro lugar do pódio é chamado um vencedor - Carroll Shelby (Matt Damon), ex-piloto e construtor de carros, dono da Shelby-American (marca que foi sucesso naquela época).


Com o apoio do então executivo de marketing, que despontaria anos depois como o homem que reergueu a Chrysler Motors, Lee Iacocca (papel de Jon Bernthal), ele consegue trazer para a equipe o genioso, mas excepcional piloto e engenheiro Ken Miles (Christian Bale). Shelby, no entanto terá de enfrentar os executivos burocratas da Ford, especialmente Leo Beene (Josh Lucas), que não aceitam a decisão do presidente de investir nesta categoria de carros esportivos.


Ambição se mistura a velocidade, tanto de pilotos e construtores quanto de empresários, cada um querendo ser a peça principal de uma disputa que pode representar uma derrota para a imagem de uma importante marca ou sua entrada triunfal para uma nova categoria. Os empresários Henry Ford II e Enzo Ferrari têm ambições diferentes, mas o mesmo objetivo - chegar em primeiro lugar. 


Ford pode e quer investir muito para conquistar isso, enquanto o italiano já é um vitorioso há anos, especialmente na tradicional prova anual das 24 Horas de Le Mans, na França. A marca do cavalinho rampante é sinônimo de beleza, potência e glamour, mas os gastos para manter tudo isso a levaram a uma crise financeira, que pode colocar fim à escuderia.

Nesta briga de quem vai vencer ou perder, correm as histórias de bastidores. Cada personagem é apresentado com seus dilemas e sonhos. Shelby é um amante das pistas que não pode mais correr, mas não abandonou o automobilismo. Muito respeitado por sua trajetória, inclusive como campeão, ele é chamado para chefiar a equipe da Ford. 


Já Miles é um homem difícil, mas um gênio para pilotar e tornar um carro vencedor. Casado e pai de Peter (o fofo Noha Jupe), ele aceita integrar o grupo, mesmo sabendo que está sendo usado pela empresa que só quer prestígio, ao contrário dele que só quer vencer como o melhor piloto dirigindo o melhor carro.

Esta ótima produção, baseada em fatos reais e dirigida por James Mangold - o mesmo de "Logan" (2017) -, contou um pouco do que foi a entrada da Ford nas corridas, a construção e lançamentos de grandes carros da montadora, as falhas que alguns deles apresentavam. Apresentou também pilotos que se tornaram grandes nomes no meio automobilístico como Ken Miles, Carroll Shelby, (vencedor de Le Mans em 1959), Bruce McLaren (fundador da escuderia McLaren), Lorenzo Bandini (Ferrari). Com certeza vai agradar aos amantes da velocidade e das corridas.


Ficha técnica:
Direção: James Mangold
Produção: 20th Century Fox / Chernin Entertainment
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h33
Gêneros: Biografia / Drama
Nacionalidade: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #FordVsFerrari, #MattDamon, #ChristianBale, #Ferrari, #FordGT40, #Ford, #20thCenturyFox, #FoxFilmdoBrasil, @cineart_cinemas, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

25 novembro 2019

"Bate Coração" entrega boa trilha sonora e interpretações divertidas

Comédia leve traz temas importantes como doação de órgãos, homofobia, família e claro, a 
alegria de viver (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)
               
                                  

Maristela Bretas


Quando o diretor Glauber Filho resolveu apostar na comédia Bate Coração, baseado na peça homônima,ele fez uma boa escolha do elenco para abordar um tema ainda pouco discutido nas telonas: a doação de órgãos. De maneira divertida, mas sem perder a seriedade quando se fala na importância deste ato para salvar vidas, o filme tem em seu personagem principal, o pernambucano Aramis Trindade, muito conhecido por seus papéis em novelas, a grande estrela. 


Com ótimas piadas, caras e bocas, ele é o coração do longa, literalmente. E é com o talento que ele consegue evitar que a produção cearense caia numa comédia comum, com personagens caricatos, apesar do ótimo trabalho de alguns atores, como os mineiros Maurício Canguçu e Ílvio Amaral. O roteiro da comédia foi inspirado em duas peças de Ronaldo Ciambroni – "O Coração Safado" e no fenômeno de bilheteria bem conhecido por todos nós, sucesso de anos e anos na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de BH, "Acredite, Um Espírito Baixou em Mim", estrelada por Amaral e Canguçu.


Amaral interpreta Cassandra, companheira e duplade show da transexual Isadora Sunshine (Aramis). Ela quer tudo o que era da amiga morta porque acha que fez dela uma grande estrela. Já Canguçu, é Dolores, um trans, muda e admiradora incontestável de Cassandra. Ela é o braço direito e o esquerdo, estando sempre ao seu lado em todas as tramoias.


Contra o preconceito

A história se resume à vida de duas pessoas: IsadoraSunshine (com ótima interpretação de Aramis) e Sandro (papel de André Bankofi), um publicitário conquistador e machista. Mas um atropelamento põe fim à vida de Isadora, uma alegre e amada dona de salão de beleza na periferia de Fortaleza em plena noite de Réveillon. Em outro ponto da cidade, durante as festividades, um infarto quase mata Sandro. A salvação vem do coração da transexual, transplantado para o preconceituoso playboy garanhão.


O que nenhum dos dois esperava era que este transplante fosse mudar a trajetória de ambos. Isadora não se conforma com a morte e por ter deixado pessoas que amava sem amparo. A começar pela esposa Vera (Germana Guilhermme) e o filho Davi (Brenno Leone). Já Sandro começa a refazer sua vida com um pouco mais de cuidado, até descobrir a origem de seu coração. Nesta hora, o preconceito fala mais alto. Ele se sente enganado e não aceita carregar no peito o órgão de uma mulher trans.



"Bate Coração" poderia ter explorado melhor essa questão da homofobia, assim como o tema principal, cuja abordagem ficou fraca, uma vez que a intenção era fazer com que as pessoas despertassem para a necessidade da doação de órgãos. Já o espiritismo entra para explicar a passagem para um plano superior e também para ajudar as pessoas a aceitarem melhor seus destinos.

Mas aí muda o filme e o foco. A história passa a mostrar uma família moderna, com a esposa que aceita o marido transexual e ainda formam um casal feliz e muito bem resolvido. Eles vivem em uma comunidade em que esta situação é bem aceita, inclusive pela vizinhança idosa do salão de beleza onde Isadora trabalhava.



A comédia conta também a história do filho de Isadora, que ainda não sabe a condição do pai. Além de várias histórias paralelas dos demais personagens. Mas o melhor é ver Sandro reavaliar sua postura preconceituosa, machista e também a de Isadora, que mesmo do plano espiritual, começa a influenciar o transplantado, fazendo-o se interessar por coisas femininas e tentando transformá-lo em uma pessoa do bem, sem preconceitos.

O diretor, também responsável pelos longa "Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito" (2008) e "As Mães de Chico Xavier" (2011), lança a mão de várias informações e acaba não aprofundando em quase nenhuma deixando o filme meio que uma Sessão da Tarde animada. Já o roteirista buscou, além das duas peças de Ciambroni, referências em filmes famosos como "A Gaiola das Loucas" (1978/1996), "Ghost: Do Outro Lado da Vida", (1990), "Do Que As Mulheres Gostam" (2001) e "O Sexto Sentido". Cada um deles ganha uma referência em "Bate Coração", como a expressão “São Patrick Swayze” dita em alguns momentos do filme.


Mas ele acerta em alguns diálogos divertidos, na fotografia e no figurino, com muito brilho, plumas e paetês como deveria ser. Também a escolha da excelente trilha sonora que nos remete aos bons tempos, a começar pela música-tema "Bate Coração",  de Elba Ramalho, além de "Dancing Days", com As Frenéticas entre outros sucessos. Mesmo com essas falhas visíveis, "Bate Coração" ainda consegue passar uma mensagem interessante e positiva, tanto no âmbito social (com o tema da tolerância, da não discriminação e da doação de órgãos), quanto na esfera pessoal, com recados sobre doação, perdão, recomeços e até mesmo sobre espiritualidade. 


Ficha técnica:
Direção: Glauber Filho
Produção: Estação Luz Filmes
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h34
Gêneros: Comédia / Drama
Nacionalidade: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #BateCoração, #GlauberFilho, #MauricioCanguçu, #AramisTrindade, #DowntownFilmes, #drama, #comedia, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

24 novembro 2019

Animação "O Reino Gelado - A Terra dos Espelhos" agrada como aventura e pelas belas mensagens

Gerda e a Rainha da Neve se juntam para salvar o reino do malvado rei Harold (Fotos: Peppermint Enterprises e Central Partnership/Divulgação)

Maristela Bretas


Até o nome é semelhante - "O Reino Gelado - A Terra dos Espelhos" ("The Snow Queen - Mirror Lands") e "Frozen - Uma Aventura Congelante" (sucesso de bilheteria da Disney de 2013). O roteiro também parece muito. Mas o que importa é que a animação russa atinge seu objetivo de divertir o público infantil. O conto de fadas, mesmo com grandes referências a outras produções de sucesso, foi bem desenvolvido.



Mas apesar da comparação, o que muitos não sabem é que o longa que deu origem à franquia Reino Gelado estreou em 2012, quase um ano antes de "Frozen" e completa quatro filmes com este que está em cartaz. A história é baseada no conto "A Rainha da Neve", escrito por Hans Christian Andersen. "A Terra dos Espelhos" dá continuação ao terceiro filme, "o Reino Gelado - Fogo e Gelo", de 2016.



No passado, Gerda (que lembra  Anna) aprisionou a Rainha do Gelo na Terra dos Espelhos e conseguiu salvar seus pais, levados pelo Vento do Norte. Agora, a jovem terá de se unir à vilã para novamente salvar os pais e todas as criaturas com poderes mágicos, ameaçados pelo rei Harold, que quer se vingar daquela que um dia o congelou, junto com o filho e todo o reino. Para isso, ele planeja banir todos para a "Terra dos Espelhos". Gerda vai precisar contar com a ajuda de seus amigos e de estranhos para impedir que ele faça isso.



"O Reino Gelado - A Terra dos Espelhos", como nos demais da franquia, tem uma bela mensagem para a família e passa boas lições aos pequenos: de amizade, união e amor entre pais e filhos, ajuda ao próximo, perdão àqueles que um dia lhe fizeram mal e reconhecimento de que um ser humano, quando quer, pode mudar para melhor. O diretor concentra em Gerda e nas personagens femininas todas as mensagens da animação: o drama da jovem que se sente excluída por não ter poderes mágicos como os pais e o irmão, a capacidade de perdoar, a força para lutar pelo que é justo e correto. A jovem vai contar com a ajuda de outras duas mulheres, a Rainha da Neve e a amiga Alfida.



A animação é bem colorida, com um belo visual especialmente nos voos sobre as nuvens e as aldeias, reproduzindo bem o estilo de conto de fadas de Hans Christian Andersen. O diretor também se preocupa em reforçar a importância de se acreditar na magia que um bom livro pode proporcionar ao colocar um conto de fadas nas mãos do pequeno príncipe herdeiro. O que desagrada ao rei, seu pai, que detesta a magia e acredita apenas na força da ciência para mudar o mundo. 



Um ponto negativo da produção é a versão dublada para o português, que perde a sincronia em alguns momentos, possivelmente uma questão mais técnica do que uma falha dos dubladores. Um deles é a atriz Larissa Manoela, que empresta a voz à jovem Gerda. Mas a aventura supera isso e apresenta ingredientes que estimulam a imaginação dos pequenos, com direito a voos de balão, navios voadores, piradas, robôs gigantes, personagens divertidos e atrapalhados. Uma animação para ser assistida em família.


Ficha técnica:
Direção: Aleksey Tsitsilin
Produção: Cinema Fund Russia / Wizart Animation / Central Partnership
Distribuição: Galeria Distribuidora
Duração: 1h26
Gêneros: Animação / Família / Aventura
País: Rússia
Classificação: Livre
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #OReinoGeladoATerraDosEspelhos, #animaçãorussa, #aventura, #família, #WizartAnimation, #GaleriaDistribuidora, #EspaçoZ, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho

22 novembro 2019

"Um Dia de Chuva em Nova York": Mais Woody Allen, impossível

Selena Gomez e Timothée Chalamet estão no elenco principal desta comédia romântica de encontros e desencontros (Fotos: Mars Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


"Um Dia de Chuva em Nova York" ("A Rainy Day in New York") reúne todos os ingredientes que não podem faltar em um filme assinado por Woody Allen: o diretor de cinema atormentado e excêntrico que, em crise, ameaça parar de trabalhar; o jovem universitário burguês que, para tentar negar sua origem, cultiva gostos e hábitos singulares e antigos; a loira lindíssima e meio caipira que, para ascender intelectualmente consome obras que nem sempre compreende; o roteirista que, em nome de salvar um filme, se transforma numa espécie de babá do diretor e esquece a própria família. 


E, claro, tem também o inusitado, detalhe primordial nas histórias de Allen, cuja marca mais característica é a surpresa. Junte-se a isso tudo o cenário que não pode faltar: ruas, trânsito, táxis, metrô, parques, restaurantes, hotéis e bares de Nova York, a cidade preferida do cineasta. 

O longa demorou um pouco para ser lançado devido a problemas de Allen com seus produtores após o escândalo das denúncias de sua própria filha envolvendo-o num caso de abuso sexual. Demorou, mas chegou. E entra em cartaz em Belo Horizonte com todos os requisitos para agradar aos fãs do diretor. No elenco, um equilíbrio de estrelas de diferentes portes: Timothée Chalamet como o universitário Gatsby; Elle Fanning como a estudante Ashleigh; Liev Schreiber como o cineasta Roland Pollard; Jude Law como o roteirista Ted Davidoff; Diego Luna como o ator canastrão Francisco Vega; Selena Gomez como Chan, entre outros.


Estudantes de uma universidade no interior, Gatsby e Ashleigh planejam passar um fim de semana em Nova York. Aluna de Jornalismo, ela tem uma entrevista marcada com Rolland Pollard, diretor que admira e de quem já viu todos os filmes. Por sua vez, o jovem vê, nessa oportunidade, a chance de mostrar à namorada a cidade como ele concebe e gosta: restaurantes e recantos antigos, onde não faltam pianos bem tocados e cantores à meia-luz. Imprescindível para Gatsby é não se encontrar, em hipótese alguma, com seus pais, tradicionais figuras da sociedade nova-iorquina dos quais ele quer manter distância.


Os desencontros começam a partir da primeira crise do diretor excêntrico assim que ele recebe a estagiária para a entrevista. A partir daí, é uma sucessão de acasos e surpresas, todas, claro, agravados com a chuva que não para de cair na cidade. Dessa vez, pode ser até que Woody Allen tenha exagerado nas tramas. 


Algumas situações ficaram com cara de trapalhadas, o que pode prejudicar a credibilidade. Um exemplo: a moça que tem que sair fugida e praticamente nua da casa do rapaz porque a mulher dele chega antecipadamente de uma viagem. Parece comedinha barata. Outro detalhe: Jude Law merecia uma participação maior. Enfim, é Woody Allen. É o de sempre. Mas convém assistir.
Classificação: 14 anos
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h33


Tags: #UmDiaDeChuvaEmNovaYork, #WoodyAllen, #TimotheeChalamet, #ElleFanning, SelenaGomez, #JudeLaw, #comedia, #romance, #ImagemFilmes, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

21 novembro 2019

"A Grande Mentira" e os segredos que cada um de nós carrega

Trama reúne os premiados Helen Mirren e Ian McKellen num golpe que vai mudar suas vidas (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


 Helen Mirren e Ian McKellen formam o casal perfeito. De um encontro arranjado por meio de um aplicativo eles dão início ao que se tornará "A Grande Mentira" ("The Good Liar") na vida de ambos. O filme, que estreia nesta quinta-feira reúne dois atores mais que excelentes numa trama bem amarrada, usando flashbacks na medida certa, para envolver o público na trama. 


Apesar de ter menos de duas horas de duração, o longa, em alguns momentos fica arrastado, mas consegue fazer o público, durante todo roteiro, ficar imaginando diversas reviravoltas para o grande golpe que está prestes a ser aplicado. McKellen está ótimo como o trapaceiro Roy Courtnay, que vive de dar golpes em pessoas com dinheiro, auxiliado pelo velho amigo Vincent (Jim Carter), tão trambiqueiro quanto ele.


O roteiro foi pensado nos mínimos detalhes (às vezes até exagera, deixando a narrativa lenta). Mas são as interpretações do casal principal e a sintonia entre eles que merecem todo destaque do filme. Dois talentos premiados reunidos uma envolvente história de amor, trapaças e vingança. A todo o momento o público fica na expectativa de que um deles vai virar o jogo ou está tramando alguma coisa. Afinal, quem na verdade está mentindo e quem é o trapaceiro? Quais os segredos eles escondem de seu passado?



A experiência de Helen Mirren e Ian McKellen faz toda a diferença, especialmente nas cenas em que estão juntos. Também o ator Russell Tovey conduz muito bem no papel de Stephen, neto de Betty, que tenta impedir que a avó caia num golpe armado pelo misterioso Roy, que ela conheceu num site de encontros. Para se aproximar da viúva rica, ele até se muda para a casa dela. A partir daí, muita água passa por baixo da ponte, num verdadeiro jogo de gato e rato entre os protagonistas.

"A Grande Mentira" é um ótimo drama, especialmente pela dupla principal e pelo tom de suspense que cria. Vai agradar àqueles que desejam assistir uma produção com belos figurinos, bem dirigida e com boas locações em Londres e Berlim. 


Ficha técnica:
Direção: Bill Condon
Produção: New Line Cinema / Bron Studios
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h50
Gênero: Drama
Nacionalidades: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #AGrandeMentira, @Helen Mirren, #IanMcKellen, #drama, @agencia_espacoz, #WarnerBrosPictures, @wbpictures_br, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

17 novembro 2019

"O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio" - Saudosismo com ótimos efeitos especiais

Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton se reencontram 28 anos depois do segundo filme (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e James Cameron se reencontram 28 anos depois para concluírem muito bem a franquia "O Exterminador do Futuro". Desde o segundo filme da saga - "O Julgamento Final" (1991), dirigido por Cameron (como no primeiro de 1984) e que contou com os dois atores, que as histórias foram ficando cada vez mais fracas e esquecíveis. Não fizeram jus ao original, um dos grandes sucessos do cinema de ficção científica dos anos de 1980 que mostrava um fim do mundo apocalíptico e dominado pelas máquinas. 


Foi preciso a produção deste sexto filme - "O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" ("Terminator: Dark Fate") -, reunindo os icônicos personagens Sarah Connor e o robô T-800, além do diretor (que aqui é um dos produtores), para que a saga tivesse uma continuação merecida. E que pode ganhar mais uma sequência com "Terminator 7", sob a direção de James Cameron novamente, ainda sem data de lançamento.


O novo filme, dirigido por Tim Miller, dá uma sensação de saudosismo com o retorno dos dois atores, que não escondem as marcas do tempo em seus rostos. Linda, aos 63 anos, assim como Arnold, de 72, mostra que o talento amadureceu com ela. A atriz está ótima e é, como há 35 anos, o centro de toda a história, agora contando com duas novas atrizes ao seu lado para mostrar a força do elenco feminino. Mackenzie Davis ("Blade Runner 2049", de 2017) é Grave, uma humana aprimorada enviada à Terra para proteger Dani, operária de fábrica vivida por Natalia Reyes, que vai liderar a resistência às máquinas.


E o novo vilão, Rev-9 (Gabriel Luna) está atrás de Dani. Ele é como o T-1000, mas trocando o metal cromado, que encantou a todos, por uma gosma preta semelhante ao piche de "Venom" e um endoesqueleto que consegue se dividir em duas unidades quando a necessidade aparece. Rev-9 tem a capacidade de se moldar ao ambiente, diluir-se em substâncias sintéticas e apresentar sua constituição robótica original. Uma tecnologia diferente e bem mais avançada que a dos ¬ filmes anteriores.


"Destino Sombrio" é como uma volta às origens, com a luta entre velhos e novos inimigos, acertos do passado e avançados efeitos especiais para recontar uma história que muitos que assistiram ao primeiro filme já conhecem. Claro que, para retomar a saga era preciso que o primeiro vilão robótico fizesse parte. Como prometeu no passado - "I' ll be back" -, o Terminator Arnold Schwarzenegger voltou, para desespero de Sarah Connor e alegria dos fãs. Mais humano e charmoso de barba branca, o T-800 aposentou seu lado máquina, mas não esqueceu o quanto ainda pode ser letal. Assim como sua inimiga, a quem terá de se unir contra um inimigo maior para salvar uma jovem que é a chave da nova trama.


Alguns furos no roteiro não tiram o mérito de O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio. Esqueça os filmes 3, 4 e 5, eles são dispensáveis. A Skynet foi derrotada por Sarah Connor e o filho John e deixa de existir no futuro. Mas uma nova ameaça surge no lugar dela, a Legião, que envia Rev-9 para matar Dani. Como a Skynet fez no primeiro filme, enviando o T-800 para acabar com Sarah. Se ainda não viu o primeiro e o segundo longas, assista antes para entender esta luta entre passado e futuro.

Mas uma coisa é fato: faltou uma boa trilha sonora, vigorosa como nas duas primeiras produções. Não tem o rock do Guns N’ Roses e nem a possante e estilosa Harley-Davidson guiada por T-800. Mas tem muitas cenas de ação, bem no estilo "Missão Impossível".


Ficha técnica:
Direção: Tim Miller
Produção: Skydance Productions / Paramount Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Ficção
Nacionalidade: EUA
Classificação:  14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #OExterminadorDoFuturoDestinoSombrio,  #exterminadordofuturo #JamesCameron, #ArnoldSchwarzenegger, #LindaHamilton, #ParamountPictures, #FoxFilmDoBrasil, #20thCenturyFox, #Skydance , #Productions, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

14 novembro 2019

"As Panteras" mostram as garras e a força da mulher na versão 2019

Kristen Stewart, Ella Balinska e Naomi Scott, sob o comando de Elizabeth Banks, entregam uma homenagem à série original (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma versão mais engajada na luta pela valorização da mulher, unindo força, inteligência e beleza. Assim é o terceiro filme de "As Panteras", dirigido, roteirizado, produzido e estrelado por Elizabeth Banks (de "Brightburn: Filho das Trevas" - 2019). Com boas cenas de lutas e de perseguições, a produção que entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas é uma homenagem à série original de TV, trazendo boas lembranças e surpresas, mas abandonando o lado machista das Charlie's Angels.


A produção tem humor, muita ação, bons efeitos especiais e interpretações que não chegam a ser marcantes, mas surpreendem em alguns casos. Kristen Stewart está muito no papel da pantera Sabina Wilson, uma agente forte, decidida e segura. Ela também é ela a responsável pelos diálogos e situações cômicas. A estrela da franquia "Crepúsculo" perdeu a carinha da inocente Bela e vem se impondo a cada filme que protagoniza. Até os vilões de "As Panteras" reconhecem que ela é uma mulher independente e resolvida.


O mesmo acontece com Jane Kano, personagem da estreante Ella Balinska, parceira de Sabina como uma das agentes do misterioso Charlie. Com pose e estatura de modelo, a jovem se sai muito bem no papel, esbanjando sedução quando dança e mostrando ser a mais experiente agente, tanto como atiradora quanto em lutas. Melhor que muito homem. A mais fraquinha e sem sal do trio é Naomi Scott (a Jasmine, de "Aladdin" - 2018 e também intérprete de Kimberly, a ranger rosa de "Power Rangers" - 2017). No filme ela é Elena Houghlin, uma cientista especializada em tecnologia que precisa ser protegida pelas Panteras, integrantes da Agência Townsend de espionagem.


Da história nascida para a TV - três Panteras, o chefe Bosley e o chefão Charlie (daí o nome "Charlie's Angels") - sobraram a ideia original e, especialmente, a inesquecível e marcante música tema orquestrada. Dezesseis anos depois de "As Panteras Detonando" (2003), a agência cresceu, agora tem atuação internacional e reúne as mais bem treinadas agentes do mundo, que atuam onde são mandadas. Não existe mais um só Bosley, mas várias partes do planeta cada um com sua equipe.


Elizabeth Banks, que tem boa atuação como uma Bosley (ou Boz, numa associação a boss) não perde a cara de vilã e passa sempre a impressão de que vai puxar o tapete de alguém. Como diretora fez um bom trabalho, reforçando do início ao fim a importância das mulheres na trama e na vida real. O roteiro, também dela, tem alguns furos, mas parece ter sido feito por uma fã da antiga série, que resolveu recontar a história das "Anjos de Charlie" numa versão atualizada e "femininamente" correta.

A trilha sonora é um dos destaques do filme. Puxada pela música tema orquestrada - "Charlie's Angel" -, criada para a série de TV, ela marcou a geração entre os anos de 1976 e 1981. Para o filme atual foi chamado um trio da pesada para interpretar a canção "Don't Call Me Angel", - Ariana Grande, Miley Cyrus e Lana Del Rey


Os personagens masculinos são colocados em segundo plano, alguns em papéis dispensáveis e outros fragilizados (como Alexander Brok, papel de Sam Claflin) ou apenas para compor cenário, como o cientista Lasgston (papel de Noah Centineo). Djimon Hounsou ("Capitã Marvel" - 2019) tem participação rápida, mas importante na trama como um dos chefes da agência. Já Patrick Stewart, o Bosley principal, não perdeu o jeito de Professor Charles Xavier, da franquia "X-Men", só que sem a cadeira de rodas.

À esquerda, elenco da série de TV; à direita,as atrizes dos primeiros filmes para o cinema (Foto/Montagem)
Três gerações de Panteras

Para quem está conhecendo agora as poderosas espiãs, vale um pouco de recordação. As primeiras panteras, da clássica série de TV, foram as atrizes Jaclyn Smith, Kate Jackson e a inesquecível loura Farrat Fawcett-Majors. Ao longo das temporadas da série, elas foram sendo substituídas por Cheryl Ladd, Shelley Hack e Tanya Roberts, mas sem o mesmo carisma e glamour das primeiras..


No ano de 2000 o trio de espiãs ganhou a versão cinematográfica com um elenco atraente e de peso - Cameron Diaz, Drew Barrymore (uma das produtoras) e Lucy Liu, na divertida e explosiva produção "As Panteras". Já o segundo filme com elas e Demi Moore -  "As Panteras Detonando" (2003) - foi bem fraquinho. No reboot deste ano, a proposta é uma volta ao passado, com um trio que não é tão carismático como os anteriores, mas dá conta do recado. O blog @cinemanoescurinho recomenda para os saudosistas e quem gosta de um filme de ação com pitadas cômicas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Elizabeth Banks
Produção: Brownstone Productions / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h59
Gêneros: Ação / Comédia /Espionagem
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #CharliesAngels, #DontCallMeAngel, #ElizabethBanks, #Kristen Stewart, #NaomiScott,  @SonyPicturesBR, #ação, #comédia, espionagem, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho, @espacozmkt, @cineart_cinemas

12 novembro 2019

"A Odisseia dos Tontos": para rir, se emocionar, torcer, mas, principalmente, para ir à forra e lavar a alma

Um grupo de moradores argentinos começa a se organizar para criar uma cooperativa e sair do atoleiro (Foto: Alfa Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


É quase que imediata a identificação do público com os personagens de "A Odisseia dos Tontos", filme argentino em cartaz em Belo Horizonte e representante dos hermanos no Oscar de 2020. Algum traço dessa comédia dramática, dessa aventura maluca, faz com que, rapidinho, o espectador brasileiro se identifique e se coloque entre aqueles tontos, aquele bando de trabalhadores cumpridores dos seus deveres e pagadores de impostos, cuja honestidade e esforços nem sempre são reconhecidos pelos engravatados donos do poder.

A história se passa em 2001, numa pequena vila da Província de Buenos Aires. O momento é de crise econômica, mas um verdadeiro tonto sempre acredita que tudo pode melhorar. Capitaneados pelo casal Fermín Perlassi e Lídia Perlassi (Ricardo Darín e Veronica Llinás), um grupo de moradores começa a se organizar para criar uma cooperativa e sair do atoleiro. A ideia é reformar os velhos silos abandonados e, a partir daí, processar e armazenar grãos. De porta em porta, Fermin e Lídia vão angariando apoios e alguns trocados para dar vida ao sonho de melhorar a vida do lugar. Mais conhecido por ter sido um jogador de futebol com alguma importância, Fermin vai à frente, tornando-se uma espécie de líder.


Aos poucos, juntam-se a eles, sempre depois de muitas perguntas e explicações, outros tontos tão desiludidos e sem rumo como o casal: o velho Antonio Fontana (numa brilhante atuação de Luis Brandoni), Belaúnde (Daniel Aráoz), Rodrigo Perlassi (Chino Darín, filho de Ricardo Darín), e a empresária Carmem Largio (Rita Cortese) entre outros. Em comum, a esperança de dias melhores. Um parêntese para destacar a interpretação de Brandoni, que já havia mostrado seu talento como o artista plástico Renzo Nervi no excelente "Minha Obra-prima", de 2018, também argentino.


Fica claro, assim que o grupo consegue, a duras penas, reunir pouco mais de 150 mil dólares, que trata-sede gente, em sua maioria, com pouca ou nenhuma instrução. E é essa espécie de singeleza, de ingenuidade, que cativa o público que começa a torcer veementemente para os tontos assim que o dinheiro deles, depositado num banco, é roubado por Fortunato Manzi (Andrés Parra) um advogado inescrupuloso que agiu em parceria com o gerente da instituição. Lá, como cá, as tais informações privilegiadas funcionaram e enriqueceram pessoas próximas do poder. No Brasil, durante o confisco do governo Collor, no início de 1990. Na Argentina, no chamado "Corralito", em 2001.


Embora pareça comédia, embora pareça aventura, "A Odisseia dos Tontos" prende e emociona. Por mérito do diretor Sebastián Borensztein há um suspense de tirar o fôlego nas cenas de organização e execução do plano que pretende recuperar o dinheiro roubado do grupo. Há momentos também de muito riso e trapalhadas, claro, já que aqueles homens e mulheres não são exatamente especialistas nem experientes em nada. Por outro lado, Fortunato Manzi, o advogado vilão, carrega as tintas na caricatura e ajuda a aumentar as risadas.


Nesses tempos de vacas magras, crise, corrupção e injustiças, tanto no Brasil quanto na Argentina, não é difícil entender o sucesso do filme. Lá, ele já é o longa mais visto do ano. De certa forma, "A Odisseia dos Tontos" vai à revanche por todos os injustiçados e desprotegidos. Vinga. Lava a nossa alma. 

Confira também a crítica para o blog @cinemanoescurinho da nossa colaboradora Carol Cassese - "A Odisseia dos Tontos" - A 'tolice' como forma de resistênciaA produção pode e vale ser conferida nas salas 1 do Belas, sessões às 14 e 19 horas; 2 do Diamond, às 13 horas, e 2 do Net Cineart Ponteio, às 16h15 e 21 horas.
Duração: 1h56
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Classificação: 10 anos


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08 novembro 2019

"Cadê Você, Bernadette?" expõe o incrível prazer de ligar o foda-se

Cate Blanchett interpreta a personagem principal, uma arquiteta que abandonou a profissão para se dedicar totalmente á família (Fotos: Universum Film /Divulgação)

Carol Cassese


Na Antártida, sozinha em um caiaque, em meio a blocos de gelos imponentes e à paisagem desértica, Bernadette Fox se depara com uma moça em outra embarcação individual, que lhe pergunta: "Ei, quem é você?". Ao que Bernardette responde algo do tipo: "É o que estava me perguntando... Quem sou eu". A questão em foco é, no fundo, a que muitos de nós, um dia, já nos colocamos - ou deveríamos nos colocar.  E é sobre ela que orbita "Cadê Você, Bernadette?" ("Where'd You Go, Bernadette?"), novo filme de Richard Linklater ("Boyhood") em cartaz nos cinemas. 

Na superfície, Bernadette, vivida por uma Cate Blanchett no auge de sua beleza, aos 50 anos, é uma arquiteta que abandonou oficialmente a profissão após um evento traumático, indo acompanhar o marido, que trabalha na Microsoft, em Seattle. Mas quem é ela de fato?



A parte em que aparece no continente gelado, na verdade, está na segunda hora do filme, já que a trama é contada de forma linear, tendo alguns recuos temporais. Eles são necessários à explicação de como Bernadette chegou a um nível tal de intolerância ao ser humano, ao convívio social, feitos por meio de um encontro com outro arquiteto, seu antigo colega (Laurence Fishburne, uma presença sempre marcante), que visita Seattle. E também de um documentário disponível no Youtube, cuja existência, na verdade, só é revelada à personagem central por obra do acaso, Uma jovem fã, para seu desgosto, aborda a personagem no único lugar em que ela se sente bem em Seattle fora de sua casa, um centro cultural. 


É por meio desse artifício que o espectador fica sabendo que, em Los Angeles, onde a família vivia antes, o nome de Bernadette estava numa espécie de tredding topics dos novos talentos da arquitetura, ofício no qual nunca se furtou a encarar desafios. Casada com Elgie (Billy Crudup), um homem pra lá de compreensivo e apaixonado, e mãe de Bee (Emma Nelson), ela, tal qual uma leoa, trata de defender sua cria, comportamento que também é explicado no curso da história.


Quando é acuada pelo marido, passa a se indagar quem é de fato aquela mulher que ele um dia pensou conhecer, e que, para sua surpresa, está sendo manipulada até pela máfia russa. Bernadette foge até de quem mais ama para, enfim, tentar se reencontrar, sem o suporte de medicamentos tarja preta ou uma assistente virtual, Manjula. A mulher notável e mãe excepcional, que deixou de lado seu trabalho como arquiteta para se dedicar à vida em família, decide que é hora de sair de sua zona de conforto e desaparece misteriosamente de uma hora para outra, para desespero da filha.


Baseado no premiado best-seller de Maria Semple, "Cadê Você, Bernadette?" é um filme que exige atuações na justa medida, um feito que o elenco talentoso consegue cumprir. Se Cate Blanchett encontrou o tom apropriado, há que não se deixar de lado a boa performance do carismático Crudup e o talento da estreante Emma Nelson, uma garota de extraordinária presença. 

Com "Time After Time", o hit de Cindy Lauper, pontuando a trilha de maneira marcante, o filme também vale a ida ao cinema pela oportunidade que dá ao espectador de conferir, na tela grande, as paisagens absurdamente arrebatadoras do continente Antártico, bem como sua particular fauna, que, num écran menor, certamente perderiam o impacto.


Ficha técnica:
Direção: Richard Linklater
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h51
Gêneros: Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos

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