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17 fevereiro 2023

Passados 25 anos, "Titanic" volta aos cinemas em versão 3D e Imax

Edição comemora o grande clássico de James Cameron, ganhador de 11 estatuetas do Oscar
(Fotos: 20th Century Studios/Divulgação)


Marcos Tadeu
blog Narrativa Cinematográfica


"Titanic", sucesso de crítica e público do diretor James Cameron, retorna as telonas em comemoração aos 25 anos de seu lançamento, ganhando versões em 3D e IMAX. 

No entanto, é preciso ressaltar que a melhoria na resolução é quase nula, o que não invalida a experiência de ver e ouvir com maior qualidade.

Para aqueles que não conhecem a história, trata-se da tragédia do naufrágio do Titanic. O chamado "Navio dos Sonhos" atingiu um iceberg, causando a morte de mais de 1.500 pessoas na madrugada do dia 15 de abril de 1912. 


No trajeto, temos o romance entre dois passageiros - Jack Dawson (Leonardo DiCaprio) e Rose Dewitt Bukater (Kate Winslet).

A narrativa começa com a repercussão, após muitos anos, da descoberta, pelo caçador de recompensas Brock Lovett (Bill Paxton), do diamante "Coração do Oceano" a partir de um desenho de Rose usando a joia. 

Ela, agora idosa (papel vivido por Gloria Stuart), decide retomar as lembranças vividas no navio ao lado de Jack.


É muito rico esse contraste da memória afetiva com a experiência de ser uma sobrevivente do naufrágio. O espectador volta no tempo com a protagonista para conhecer seus dilemas e as pessoas envolvidas na tragédia.

Questões sociais

Rose é uma moça rica, forçada a se casar com Cal Hockley (Billy Zane) para "salvar" a mãe da falência e o nome da família. Na construção da personagem vemos que ela vive sufocada. 

Principalmente pela mãe e pelas regras que a classe alta exige, o que a torna uma pessoa solitária e sem amigos.


Em contraste a vida de Rose, temos Jack, um boêmio e artista que ganha a vida desenhando pessoas, apostando em jogos de carta. Por sorte, ele ganha uma passagem no Titanic. 

O personagem é leve, está sempre sorrindo e brincando com os amigos, especialmente Fabrizio de Rossi (Danny Nucci).


Uma das cenas-chave do roteiro acontece quando Rose, inconformada com a vida sem graça de rica, decide que irá pular do navio. Porém, é surpreendida por Jack, que decide intervir e mostrar a ela as consequências de se jogar na água fria. 

Nasce daí a frase que funciona para o início do relacionamento dos dois: "Se você pular, eu pulo".


É muito interessante perceber como as questões de classes sociais são tratadas durante todo o filme. 

Começa na entrada separada no navio: os ricos entram por uma porta, enquanto os pobres recebem inspeções para confirmar se não carregam alguma doença ou piolho. 

Já o jantar da aristocracia é feito com etiqueta, ao passo que o ambiente da classe baixa nem é mostrado. 

Os endinheirados têm conveses individuais e espaçosos e os menos favorecidos dividem uma área comunitária.


Ciúmes e negligência

Jack apresenta a Rose seu mundo, ainda que no navio. Um mundo mais divertido e alegre, sem julgamentos ou rótulos. Rose, por sua vez, mostra a ele como a vida de rica é difícil e como isso pesa em seu nome.

Cal, futuro noivo da jovem, é o vilão da história, que impõe regras de posse a Rose. Empresário e político de influência, ele quer comprar todos a sua volta. 


Mas se sente ameaçado pelo envolvimento de Rose com Jack. Não aceitando que a noiva tenha se encantado por uma pessoa de classe que ele considera inferior, decide armar contra o jovem. 

Podemos notar que o capitão Edward Smith foi negligente. Ele se preocupou mais com a mídia do que com a segurança de todos, fazendo com que o navio navegasse a uma velocidade muito alta.

Outro detalhe importante é que a proa da embarcação era pequena, dificultando a visualização do iceberg. 

Erros como esses poderiam ter sido evitados e a viagem não teria se transformado numa marca trágica na história.


Efeitos e trilha sonora impecáveis

Pulando para os aspectos técnicos, os efeitos especiais e designer de produção são os grandes acertos da obra. 

A forma como James Cameron apresenta a grandiosidade tanto do navio quanto de seu naufrágio é surpreendente e também assustador. 

Há uma preocupação em mostrar como cada um dos ocupantes do Titanic procurou formas de sobreviver em meio ao naufrágio.


Destaque também para a trilha e os efeitos sonoros, que realçam a força e a velocidade do Titanic. Dão a sensação de estarmos a bordo de um navio de luxo. 

Impossível falar desse clássico sem pensar em “My Heart Will Go On”, interpretada por Celine Dion e tema de Jack e Rose. 

Os instrumentais também não deixam a desejar. Exemplo disso é "Hymn To The Sea", de James Horner, que proporciona o clima ideal de partida na abertura, filmada em tom de sépia, para marcar o início da jornada do maior transatlântico do mundo na época. 
 
Já "Hard To Starboard" acontece no momento da colisão com o iceberg e do desespero da tripulação para tentar diminuir a velocidade do navio. 

No geral, a trilha sonora, composta por James Horner, é bem poética e funciona com agilidade.  Confira aqui.


Talvez o único defeito do filme tenha sido explorar pouco o passado de Cal. Sabemos pouco sobre ele e sua função, o que o coloca apenas como o antagonista que quer destruir Jack. 

Se houvesse maior profundidade no personagem ao longo da obra talvez, só talvez, seria possível comprar suas motivações. 

O longa, sem dúvida, assim como o original lançado em 1997 (no Brasil o lançamento foi em janeiro de 1998), merece ser visto (ou revisto) nos cinemas, tanto por quem assistiu à época como pelas novas gerações. 

Uma bela homenagem aos 25 anos deste clássico, que marcou as carreiras em ascensão de seus protagonistas, conquistou 11 estatuetas do Oscar e ainda é capaz de emocionar o público.


Ficha técnica:
Direção, roteiro, montagem e produção: James Cameron
Produção: Lightstorm Entertainment
Distribuição: 20th Century Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 3h16
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: drama, romance

08 janeiro 2023

"Avatar: O Caminho da Água" - experiência visual não foi capaz de salvar um roteiro frágil e repetitivo

Sequência oferece 3D e parte técnica ainda melhores que seu antecessor (Fotos: Walt Disney)



Larissa Figueiredo 


Após anos de paz desde que Jake (Sam Worthington) derrotou os colonizadores em Pandora, o Povo do Céu retorna com uma força militar e poder bélico muito maiores do que o visto no primeiro longa. 

É dessa forma que "Avatar: O Caminho da Água" ("Avatar: The Way of Water") dá sequência à história iniciada com o grande sucesso de 2009, também dirigido por James Cameron.


Sully, agora líder dos Na’vis, precisa tomar uma difícil decisão para proteger sua família e o povo da floresta. O foco do segundo longa da franquia são os filhos de Jake e Ney'tiri. 

Os novos personagens assumiram o protagonismo sem muito esforço e conseguem se conectar com o público de forma natural. 


Cada um possui uma história e personalidade bem definidos, não ficando reféns às vivências de Jake e Ney'tiri. Jake no entanto, retorna às telas como um pai preocupado, rígido e até injusto com a prole, mas que mais uma vez, não mediu esforços para lutar pela família. 

Já a personagem Ney'tiri (Zoe Saldana) continua a mesma guerreira espirituosa, como se a maternidade tivesse lhe dado mais força. A atuação de Saldana é primorosa. 

A chefe da família Sully é protagonista das cenas mais emocionantes da franquia e a tecnologia mais avançada só evidenciou isso. 


"Avatar" entrou para a história do cinema como o longa que popularizou o 3D e o uso da captura de movimentos. O que era novidade no fim da primeira década do milênio, nessa nova versão lançada em dezembro de 2022 pode encantar, mas não é suficiente para sustentar o roteiro. 

Ele não inova e não satisfaz as dúvidas do espectador que surgem durante a trama. 


"Avatar: O Caminho da Água" não soa como uma sequência do campeão de bilheteria mundial do cinema, mas como uma releitura: mesmo conflito e até os mesmos vilões, mas em um universo ampliado. 

James Cameron perdeu tempo com explicações desnecessárias e deixou passar pontos importantes para a história, ou no mínimo mais interessantes, como a verdadeira origem de Kiri. 


Em 2022, os investimentos da indústria em trilhas sonoras originais foram perceptíveis, como em "Pantera Negra 2 - Wakanda Para Sempre". Em "Avatar 2" é possível sentir falta de uma trilha marcante, que seria a cereja do bolo para coroar uma das obras mais esperadas da década.  
 

A produção, desde a sua estreia até a primeira semana de janeiro, bateu o recorde de 2022, atingindo a marca de US$ 1,6 bilhão e a nona posição da história cinematográfica, mas ainda muito aquém de seu antecessor, líder de bilheteria mundial com US$ 2,922 bilhões arrecadados.

Mesmo diante de todas as fragilidades no roteiro, a produção tem um lugar especial no coração dos fãs e deixa margem para mais longas da franquia que marcou uma geração. E poderá marcar outras, se conseguir se adaptar às novas linguagens do cinema. 


Ficha técnica:
Direção: James Cameron
Produção: 20th Century Studios / Lightstorm Entertainment
Distribuição: 20th Century Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 3h12
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ficção, aventura
Nota: 4 (5)

17 novembro 2019

"O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio" - Saudosismo com ótimos efeitos especiais

Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton se reencontram 28 anos depois do segundo filme (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e James Cameron se reencontram 28 anos depois para concluírem muito bem a franquia "O Exterminador do Futuro". Desde o segundo filme da saga - "O Julgamento Final" (1991), dirigido por Cameron (como no primeiro de 1984) e que contou com os dois atores, que as histórias foram ficando cada vez mais fracas e esquecíveis. Não fizeram jus ao original, um dos grandes sucessos do cinema de ficção científica dos anos de 1980 que mostrava um fim do mundo apocalíptico e dominado pelas máquinas. 


Foi preciso a produção deste sexto filme - "O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" ("Terminator: Dark Fate") -, reunindo os icônicos personagens Sarah Connor e o robô T-800, além do diretor (que aqui é um dos produtores), para que a saga tivesse uma continuação merecida. E que pode ganhar mais uma sequência com "Terminator 7", sob a direção de James Cameron novamente, ainda sem data de lançamento.


O novo filme, dirigido por Tim Miller, dá uma sensação de saudosismo com o retorno dos dois atores, que não escondem as marcas do tempo em seus rostos. Linda, aos 63 anos, assim como Arnold, de 72, mostra que o talento amadureceu com ela. A atriz está ótima e é, como há 35 anos, o centro de toda a história, agora contando com duas novas atrizes ao seu lado para mostrar a força do elenco feminino. Mackenzie Davis ("Blade Runner 2049", de 2017) é Grave, uma humana aprimorada enviada à Terra para proteger Dani, operária de fábrica vivida por Natalia Reyes, que vai liderar a resistência às máquinas.


E o novo vilão, Rev-9 (Gabriel Luna) está atrás de Dani. Ele é como o T-1000, mas trocando o metal cromado, que encantou a todos, por uma gosma preta semelhante ao piche de "Venom" e um endoesqueleto que consegue se dividir em duas unidades quando a necessidade aparece. Rev-9 tem a capacidade de se moldar ao ambiente, diluir-se em substâncias sintéticas e apresentar sua constituição robótica original. Uma tecnologia diferente e bem mais avançada que a dos ¬ filmes anteriores.


"Destino Sombrio" é como uma volta às origens, com a luta entre velhos e novos inimigos, acertos do passado e avançados efeitos especiais para recontar uma história que muitos que assistiram ao primeiro filme já conhecem. Claro que, para retomar a saga era preciso que o primeiro vilão robótico fizesse parte. Como prometeu no passado - "I' ll be back" -, o Terminator Arnold Schwarzenegger voltou, para desespero de Sarah Connor e alegria dos fãs. Mais humano e charmoso de barba branca, o T-800 aposentou seu lado máquina, mas não esqueceu o quanto ainda pode ser letal. Assim como sua inimiga, a quem terá de se unir contra um inimigo maior para salvar uma jovem que é a chave da nova trama.


Alguns furos no roteiro não tiram o mérito de O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio. Esqueça os filmes 3, 4 e 5, eles são dispensáveis. A Skynet foi derrotada por Sarah Connor e o filho John e deixa de existir no futuro. Mas uma nova ameaça surge no lugar dela, a Legião, que envia Rev-9 para matar Dani. Como a Skynet fez no primeiro filme, enviando o T-800 para acabar com Sarah. Se ainda não viu o primeiro e o segundo longas, assista antes para entender esta luta entre passado e futuro.

Mas uma coisa é fato: faltou uma boa trilha sonora, vigorosa como nas duas primeiras produções. Não tem o rock do Guns N’ Roses e nem a possante e estilosa Harley-Davidson guiada por T-800. Mas tem muitas cenas de ação, bem no estilo "Missão Impossível".


Ficha técnica:
Direção: Tim Miller
Produção: Skydance Productions / Paramount Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Ficção
Nacionalidade: EUA
Classificação:  14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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14 fevereiro 2019

"Alita: Anjo de Combate" tem efeitos visuais arrasadores e muita ação no estilo James Cameron

A atriz Rosa Salazar interpreta a ciborgue remontada por um cientista e que busca justiça (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


James Cameron deixa novamente sua marca ao produzir "Alita: Anjo de Combate", em cartaz a partir desta quinta-feira nos cinemas. Oferecendo ao público muita ação, efeitos visuais espetaculares (como fez com "Avatar" - 2009), o produtor conduziu o longa bem ao seu estilo, dividindo os louros com o diretor Robert Rodriguez (de "Sin City - A Cidade do Pecado", de 2005). O resultado desta união é um live-action de qualidade técnica excelente, que fica ainda melhor quando assistido em 3D e, principalmente Imax. 

"Alita: Anjo de Combate" lembra em alguns momentos a história de "Elysium" (2013), com Matt Damon, em que os habitantes pobres e sem recursos precisam viver num planeta destruído, enquanto os ricos vivem numa estação espacial. Em "Alita", a ação se passa no ano de 2563 e os pobres vivem na Cidade de Ferro, um gueto multirracial marginalizado destruído, superpovoado e dominado por Nova, comandante de Zalem, a única cidade voadora remanescente após A Queda, a guerra intergaláctica. É lá que vivem os mais abastados e escolhidos, esbanjando recursos. Claro que quem está embaixo não se conforma e é capaz de qualquer coisa para conquistar seu direito de subir à estação voadora.

Nesse ambiente, uma ciborgue semidestruída é encontrada por um cientista no lixão da cidade e reconstruída por ele, recebendo o nome de Alita. Aos poucos ela vai recuperando sua memória e descobre que uma máquina extremamente avançada de combate com grande conhecimento de artes marciais e pode representar um perigo aos dominadores dos dois reinos. 


Enquanto busca informações sobre seu passado, trabalha como caçadora de recompensas e se envolve com um dos colaboradores do cientista. A atuação de Rose Salazar como Alita é perfeita, chega a dar dúvida entre a máquina e a atriz que a interpreta. O filme é baseado na série de mangás homônima de Yukito Kishiro. Veja abaixo como foi a gravação do personagem e a captura dos 



No elenco estão também Christoph Waltz, como o cientista Dr. Ido (muito bem no papel); Jennifer Connelly; como a cirurgiã Chiren; Mahershala Ali, como Vector , que comanda a Cidade de Ferro; Keean Johnson, como o jovem Hugo; Jackie Earle Haley, como o gigantesco meio ciborgue Grewishka e Ed Skrein, como o caçador de recompensas Zapan.

Apesar de ser uma história comum já contada em outras produções, "Alita: Anjo de Combate" é diferente por prender o espectador com uma ação constante que empolga, com muitos efeitos e uma personagem de tecnologia avançada mas com um lado humano bem carismático. Só isso já vale o ingresso. Uma boa opção para quem gosta deste tipo de filme.


Ficha técnica:
Direção: Robert Rodriguez
Produção: 20th Century Fox / Lighstorm Entertainment
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h02
Gêneros: Ação / Ficção científica
Países: EUA / Argentina / Canadá
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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