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24 setembro 2025

"Zoopocalipse - Uma Aventura Animal" mistura terror infantil, referências clássicas e muito humor

Animação aborda união em meio às diferenças entre espécies ameaçadas por um apocalipse alienígena
(Fotos: Diamond Films)
 
 

Maristela Bretas

 
Repleta de referências a clássicos do cinema como "ET - O Extraterrestre" (1982) e "Tubarão" (1975) e produções de terror, estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas "Zoopocalipse - Uma Aventura Animal" ("Night of the Zoopocalypse"). 

A coprodução canadense, francesa e belga tem a direção de dois veteranos da animação: Ricardo Curtis ("Os Incríveis" - 2004 e "Monstros S.A." - 2001) e Rodrigo Perez-Castro ("Festa no Céu" - 2014 e "O Touro Ferdinando" - 2018). O resultado é uma obra divertida e vibrante, feita para toda a família.


A trama explora temas como união, diversidade e pertencimento para contar a história de Gracie, uma lobinha entediada com sua vida "pouco animal", dublada em português por Viih Tube.  

Ela e seus amigos do Zoológico Colepepper veem suas pacatas e até monótonas rotinas virarem de cabeça pra baixo quando um meteoro atinge o local e transforma os animais em zumbis semelhantes a geleias coloridas.


Com a maioria dos habitantes do zoo controlados por um coelhinho (que lembra bastante o Bola de Neve, de "Pets – A Vida Secreta dos Bichos" - 2016) agora possuído por um alienígena com planos de dominação mundial, cabe a Gracie tentar salvar a todos, especialmente sua alcateia.

Para isso, ela precisará contar com a ajuda de um grupo bem improvável: Dan, um leão-da-montanha rabugento e de poucos amigos; Xavier (dublado por Ed Gama), um lêmure cinéfilo que sabe tudo sobre filmes de terror; Frida, uma capivara destemida; Felix, um babuíno atrapalhado; Ash, um avestruz cheio de estilo; e Lu, uma filhote de hipopótamo pigmeu rosa muito fofa e tagarela. 


Juntos, precisam deixar instintos e diferenças de lado para enfrentar a ameaça alienígena. Dá para imaginar um leão da montanha faminto tendo que proteger um filhotinho rechonchudo de hipopótamo (quase um toucinho)?

Entre planos mirabolantes — nem sempre bem-sucedidos — e tentativas de fuga, o grupo vai aprendendo a confiar uns nos outros e a se unir, sob a liderança da esperta Gracie, para evitar o apocalipse animal. 


O mais engraçado de todos é Xavier, que usa seus conhecimentos adquiridos assistindo filmes de terror durante a madrugada na clínica veterinária para prever os movimentos dos inimigos. 

É por meio dele que são inseridos cenas e trechos icônicos de músicas inesquecíveis de clássicos, tornando a animação ainda mais divertida e nostálgica. 

O elenco de dubladores brasileiros reúne nome como Luiz Feier, Manolo Rey, Valentina Pawlowna, Jorge Vasconcellos, Carina Eiras, Mauro Horta, Mariangela Cantú, Eduardo Drummond, Jessica Dannemann, Marianna Alexandre, Maurício Berger, Rafinha Lima e Telma da Costa. 


Apesar de ser uma comédia com ritmo de aventura, o longa traz algumas cenas de ataques e mutações que podem assustar crianças menores "Zoopocalipse - Uma Aventura Animal" mistura terror infantil, referências clássicas e muito humor de 10 anos. Por isso, vale a atenção dos pais quanto à classificação indicativa.

Mas a emoção e o humor bem dosados, reforçados pelas cores vibrantes e personagens carismáticos, fazem de "Zoopocalipse - Uma Aventura Animal" um filme de terror leve, capaz de divertir e emocionar públicos de todas as idades.


Ficha técnica:
Direção: Ricardo Curtis e Rodrigo Perez-Castro
Roteiro: Steven Hoban e James Kee
Produção: Mac Guff Productions, Copperheart Entertainment, UMedia Productions
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h31
Classificação: 10 anos
Países: Canadá, França e Bélgica
Gêneros: animação, aventura, comédia, família

22 setembro 2025

Mostra 19ª CineBH exibe, de graça, grandes estreias e produções do cinema latino-americano

 
 

Da Redação

 
De "O Agente Secreto", com Wagner Moura, a produções latino-americanas, com programação gratuita em pré-estreias e mostras temáticas. Esta é a 19ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 16º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, que acontece de 23 a 28 de setembro em dez espaços da capital, num total de 71 sessões de cinema. 

Toda a programação é gratuita para o público. A retirada de ingressos deve ser feita nas bilheterias dos cinemas 60 minutos antes de cada sessão. Sujeito e lotação de cada espaço. Saiba mais sobre a programação completa no site oficial do evento: https://cinebh.com.br

Carlos Francisco (Universo Produção)

A abertura na noite do dia 23 será às 20 horas, no Cine Theatro Brasil, com o aguardado “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, filme que conquistou os prêmios de melhor direção, ator (Wagner Moura) e crítica no Festival de Cannes, além de ser o escolhido para disputar pelo Brasil o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2026. Será a primeira exibição do longa em Minas Gerais

MOSTRA HOMENAGEM

O tributo da 19ª CineBH será ao ator mineiro Carlos Francisco, uma das presenças mais marcantes e carismáticas do cinema brasileiro contemporâneo.  Integrante do elenco de "O Agente Secreto", ele estará presente na abertura do evento e será homenageado também nos demais dias com a exibição de sessões especiais de sua filmografia. 

Celebrado por sua versatilidade, Carlos iniciou a carreira no teatro amador nos anos 1980, fundou o Grupo Folias em São Paulo e estreou no cinema em 2005 com “O Casamento de Romeu e Julieta”. O ator teve participações especiais também em “Bacurau” (2019), “Marte Um” (2021) e “Estranho Caminho” (2023), “Enterre seus Mortos” (2024) e “Suçuarana” (2025).

Mostra CineMundi

Nós Somos o Nosso Futuro?

A seleção da 19ª CineBH deste ano apresenta narrativas latino-americanas a partir do tema “Horizontes Latinos: Nós Somos o Nosso Futuro?”, que reflete sobre a soberania cultural e política do cinema latino-americano e incentiva narrativas que rompam com o eurocentrismo.

Serão exibidos 101 filmes, sendo 48 longas, um média e 52 curtas-metragens, distribuídos nas mostras Território, Conexões, Vertentes, Praça, Homenagem, CineMundi, Diálogos Históricos, A Cidade em Movimento, Curtas Contemporâneos, WIP, Mostrinha, além da abertura e um cine-concerto.

A programação deste ano conta com narrativas que abordam questões sociais, políticas e culturais, ao mesmo tempo em que propõem caminhos estéticos ousados, numa seleção diversificada de obras, muitas delas inéditas no Brasil. 

Mostra Territórios

Recorte latino-americano

A 19ª CineBH destaca 16 filmes nas mostras Território (competitiva) e Conexões, com produções de Brasil, Uruguai, México, Equador, Peru, Chile, Argentina, Porto Rico e Colômbia, várias delas em coproduções com países europeus e asiáticos. 

A seleção da Mostra Território privilegia títulos inéditos ou com pouca circulação no Brasil, explorando perspectivas únicas do continente, com curadoria de Cléber Eduardo, Ester Fér, Leonardo Amaral e Mariana Queen Nwabasili. 

- “Bienvenidos Conquistadores Interplanetários y Del Espacio Sideral” (Colômbia, Portugal, 2024), de Andrés Jurado, 95 min- “Chicharras” (México, 2024), de Luna Marán
- “Huaquero” (Equador, Peru, Romênia, 2024), de Juan Carlos Donoso Gómes- “Movimento Perpétuo” (Brasil, 2024), de Leandro Alves
- “Punku” (Peru, Espanha, 2025), de J. D. Fernández Molero
- “Queimadura Chinesa” (Uruguai, Brasil, 2025), de Verónica Perrota
- “Uma casa com dois cachorros” (Argentina, 2025), de Matías Ferreyra

Mostra Conexões

MOSTRA CONEXÕES

Novidade desta edição, a Mostra Conexões destaca a inventividade em formas amplas e serve de ampliação do panorama no continente a partir da visão dos curadores.

- “Álbum de família” (Argentina, 2024), de Laura Casabé
- “Cais” (Brasil, 2025), de Safira Moreira
- “Crónicas del absurdo” (Cuba, 2024), de Miguel Coyula
- “Memória Implacable” (Chile, Argentina, 2024), de Paula Rodríguez
- “Notas sobre um desterro” (Brasil, 2025), de Gustavo Castro
- “Todo documento de civilización” (Argentina, 2024), de Tatiana Mazú González
- “Todo parecía posible” (Porto Rico, Estados Unidos, 2024), de Ramón Rivera Moret
- “Un cuento de pescadores” (México, 2024), de Edgar Nito

Mostra Vertentes

MOSTRA VERTENTES

Criada no ano passado para abrigar filmes brasileiros de destaque em festivais do país, em 2025 a Vertentes se ampliou para um recorte mais geral de produções contemporâneas realizadas no país. 

A seleção reflete caminhos criativos em andamento, narrativas que exploram conflitos, transformações e descobertas multifacetadas. A curadoria é de Marcelo Miranda e Rubens Fabrício Anzolin e conta com pré-estreias, todas inéditas em Belo Horizonte.

- “A Voz de Deus” (2025), de Miguel Antunes Ramos
- “Apenas Coisas Boas” (2025), de Daniel Nolasco
- “Aqui Não Entra Luz” (2025), de Karoline Maia
- “Assalto à Brasileira” (2025), de José Eduardo Belmonte
- “Enquanto o Céu não me Espera” (2025), de Christiane Garcia
- “Enterre seus Mortos” (2024), de Marco Dutra
- “Meu Pai e Eu” (ES, 2024), de Thiago Moulin
- “Morte e Vida Madalena” (2025), de Guto Parente
- “Nosferatu” (2025), de Cristiano Burlan
- “Paraíso” (2025), de Ana Rieper
- “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (2025), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro
- “Verde Oliva” (2025), de Wellington Sari

Mostra Diálogos Históricos

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS

Neste ano, o destaque-homenagem será ao dominicano Nelson Carlo De los Santos Arias, com obras emblemáticas que o tornam um dos nomes mais singulares do continente. 

Com curadoria de Marcelo Miranda e colaboração de Cléber Eduardo, a seleção exibe quase toda a obra de Nelson ao longo de três dias. Todas as sessões vão ter a presença do cineasta, que irá conversar com os espectadores.

- “Canciones de Cuna” (2014)
- “Cocote” (2017)
- “Pareces una carreta de esas que no la para ni lo’ bueye” (2013)
- “Santa Teresa y Otras Historias” (2015)

MOSTRA CINEMUNDI

Celebrando os 16 anos do Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, com curadoria de Pedro Butcher, o recorte exibe filmes cujos primeiros projetos passaram pelo programa de coprodução, realizado anualmente em Belo Horizonte. Todos eles vêm tendo ampla repercussão no cenário mundial em anos recentes.

- “A Natureza das Coisas Invisíveis” (DF, 2025), de Rafaela Camelo, 90 min
- “A Vida Secreta dos Meus Três Homens” (PE, 2025), de Letícia Simões, 75 min
- “As Muitas Mortes de Antonio Parreras” (RJ, 2024), de Lucas Parente, 65 min
- “Nimuendajú” (MG, 2024), de Tania Anaya, 85 min
- “Suçuarana” (MG, 2024), de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, 85 min

Mostra Praça

MOSTRA PRAÇA

A Mostra Praça acontece a céu aberto na Praça da Liberdade, sempre às 20 horas, integrando o cinema à paisagem urbana de Belo Horizonte. Para este ano, o foco está na música como elemento de ligação entre os filmes. Cada filme traduz a musicalidade como forma de resistência, invenção lúdica ou conexão cultural.

- Dia 25/09 - “Ritas” (Brasil, 2025), de Oswaldo Santana e Karen Harley
- Dia 26/09 - “Lagoa do Nado - A Festa de um Parque” (MG, Brasil, 2025), de Arthur B. Senra
- Dia 27/09 - “Milton Bituca Nascimento” (Brasil, 2025), de Flávia Moraes

MOSTRINHA

Para toda a família tem a Mostrinha de Cinema, com sessões no Cine Petrobras na Praça e no Cine Santa Tereza. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses. 

DIA 27 (sábado), às 17 horas, na Praça da Liberdade: intervenção circense do Palhaço Cloro, seguida por uma sessão de curtas-metragens:
- “Menino Gepeto”, de Cláudio Constantino e Rafael Guimarães (Animação, 13min, MG, 2025);
- “Sobre Amizade e Bicicletas”, de Julia Vidal (Ficção, 12min, Brasil, 2022);
- “Sacis”, de Bruno Bennec (Ficção, 23min, MG, 2024).

DIA 28 (domingo), às 16 horas, no Cine Santa Tereza: espetáculo circense do Palhaço Pitoco e o show de mágica de Roni Rodan. Na sequência, sessão de curtas de animação acompanhada do especial Cine-Concerto Tela Sonora, que reúne música eletrônica e animações brasileiras. O programa exibe quatro obras marcantes da animação nacional: 
- “O Malabarista” (Iuri Moreno, 2018);
-  “Caminho dos Gigantes” (Alois Di Leo, 2016);
- “Plantae” (Guilherme Gehr, 2017);
- “Meow!” (Marcos Magalhães, 1981)

Mostrinha

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

Com produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades, a curadoria de Bruna Piantino adotou o tema “Um lugar ao sol”. Serão 13 filmes, entre curtas e longas-metragens, em sessões temáticas com rodas de conversa sobre maternidade solo, corpo-território, existências trans, arte e desejo e entrelaços geracionais, com a presença de convidados.

Curtas:
- “Babilônia”, de Duda Gambogi
- “Carlito(s)”, de Pedro Rena
- “Escuta pra cê vê”, de Arthur Medrado e Thamira Bastos
- “Não Quero ser Capeta, Não!”, de Duna Dias e Leonardo Augusto
- “Pandeminas”, de Ben-Hur Nogueira
- “PPL é Quem?”, de Ludmilla Cabral
- “Ressaca”, de Pedro Estrada; “Mandinga”, de Mariana Starling
- “Tudo o que Quiser”, de Mariana Machado
- “Um Ato de Corpo Inteiro”, de Marianna Fagundes
- “Vidas (ou)vidas – Yusuf”, de Luís Evo

Longas:
- “Lagoa do Nado - A Festa de um Parque”, de Arthur B. Senra
- “Sou Amor”, de André Amparo e Cris Azzi

Mostra A Cidade em Movimento

MOSTRA DE CURTAS-METRAGENS

Rubens Fabricio Anzolin agrupou 18 curtas-metragens selecionados em quatro sessões, com obras que exploram poéticas singulares de se relacionar com o mundo. São filmes sobre o território e o Brasil, desviando do realismo puro para mergulhar em texturas, experimentações e brechas narrativas. 

- "Aparição", de Camila Freitas
- "Bailinho", de Gabriel Vieira de Mello
- "Confluências", de Dácia Ibiapina
- "Desvios Diários: Domingo", de Bruno Risas
- "Dois Nilos", de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
- "Entre Aulas", de Marizele Garcia
- "Goiânia: Notas Pendulares sobre a Metrópole", de O. Juliano Gomez
- "Jamais visto", de Natália Reis
- "Kabuki", de Tiago Minamisawa
- "Lagoa Armênia", de Leonardo da Rosa
- "Mãe do Ouro", de Maick Hannder
- "Marmita", de Guilherme Peraro
- "Moscou", de Victória Correa Silva
- "Pequeno B", de Lucas Borges
- "Sebastiana", de Pedro de Alencar
- "Sutura", de Felipe Fuentes e Miller Martins
- "Terra Mãe Mãe Terra", de Júlia Mattar
- "Três", de Lila Foster

Filmes na plataforma Itaú Cultural Play

Programação online

Diversos títulos da Mostra A Cidade em Movimento da 19ª CineBH estarão disponíveis na programação online que poderá ser acessada gratuitamente na plataforma do evento cinebh.com.br. 

Além disso, um recorte especial de filmes vai compor uma seleção na plataforma Itaú Cultural Play no período de 29 de setembro a 13 de outubro, em parceria com o Itaú Cultural. Acesso pelo link : https://www.itauculturalplay.com.br/

Serviço:
19ª CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e 16º Brasil Cinemundi – Encontro Internacional de Coprodução
Data: 23 a 28 de setembro
Programação: https://cinebh.com.br
Ingressos: sessões gratuitas, com retirada de ingressos nas bilheterias dos cinemas 60 minutos antes de cada sessão. Sujeito e lotação de cada espaço
Locais de realização:
- Fundação Clóvis Salgado = Cine Humberto Mauro, Sala João Ceschiatti, Sala Juvenal Dias, Jardim Interno e Jardim do Parque;
- Cine Theatro Brasil (Grande-Teatro e Teatro de Câmara);
- Centro Cultural Unimed-BH Minas = sala 2
- Una Cine Belas Artes;
- Cine Santa Tereza;
- Teatro Sesiminas;
- Praça da Liberdade;
- Casa da Mostra - CineMundiLab - Rua Maripá, 43 - Serra
Informações: (31) 3282-2366

19 setembro 2025

"Sr. Blake ao Seu Dispor": um filme-conforto sem contra-indicações

John Malkovich entrega charme e um bom francês ao dividir o protagonismo com a sempre bela e 
excelente Fanny Ardant (Fotos: Ricardo Vaz Palma/Bidibul Productions)
 
 

Patrícia Cassese

 
O argumento de "Sr. Blake ao seu Dispor" (no original, "Complètement Cramé!", algo como "completamente louco", em tradução livre), roteiro e direção do francês Gilles Legardinier, que está em cartaz no Una Cine Belas Artes, não é necessariamente novo.

Um estranho chega subitamente a uma localidade de tal modo imersa em sua rotina que nem mesmo os incômodos dela decorrentes são suficientes para provocar questionamentos em quem por ali habita. 

A introdução de um novo elemento na dinâmica daquele ecossistema, como de praxe, acaba por desencadear pequenos sismos, que, desse modo, paulatinamente movimentam as rígidas estruturas que sustentam o microuniverso.


O estranho, no caso, é Andrew Blake, um britânico interpretado por John Malkovich (norte-americano, frise-se), com sua elegância habitual - trata-se de sua estreia como protagonista de uma produção francesa.  

Já a localidade em foco é uma imponente mansão no interior da França - belíssima, mas, no momento, destituída dos recursos necessários para sua eficaz manutenção. 

A atual proprietária, Madame Beauvillier (vivida pelo ícone do cinema francês Fanny Ardant - detalhe: cada dia mais linda), pensa em voltar a receber hóspedes, de modo a amenizar os custos. 


Aliás, se hospedar ali é justamente o propósito de Andrew Blake, que deixa a vida na Inglaterra para rever o lugar no qual, décadas atrás, conheceu aquela que se tornou sua parceira de vida, Diane, falecida há quatro meses. 

Descrito assim, o filme pode sugerir, ao leitor, tratar-se apenas de um drama.  Mas não, a história inclusive abre espaço para o riso, ainda que o elemento humor, aqui, concentre-se mais nas tiradas sutis que saem da boca do personagem citado no título dado pela distribuidora brasileira. 

Detalhe: o original repete o do livro homônimo escrito pelo próprio Legardinier, lançado em 2012 e, desde então, traduzido para 17 idiomas.


Como dito, Blake chegou até a mansão no afã de reavivar as memórias do tempo em que conheceu aquela que foi a sua cara-metade, mãe de sua única filha. 

No entanto, uma pequena confusão se instala: é que, na verdade, a casa ainda não está aberta a receber hóspedes e, naquele momento de preparativos para tal, uma vaga para o posto de mordomo foi aberta. 

Com isso, Odile (Émilie Dequenne, ótima), cozinheira e governanta da casa, julga ser o Blake nada mais que um candidato à vaga, e, assim, o instala na ala dos empregados. 


Mesmo quando a confusão se desfaz entre os dois, Blake segue se passando por um aspirante a mordomo perante Madame Beauvillier, posto que só assim conseguiria permanecer por lá.

Nesta "encenação", claro, ele conta com a cumplicidade de Odile, personagem que, no curso do tempo, ergueu um muro em torno de si para se proteger do outro. Aliás, aos poucos, ela acaba revelando a Blake os motivos que a tornaram, assim, tão rígida quanto pouco permeável a estranhos. 

Um comportamento que inclusive a faz dar tudo de si no preparo das refeições do seu gato, Mephisto, mas, em contrapartida, se resumir ao trivial para os demais. 


A interação de Odile com Blake a faz rever comportamentos - e desanuvia suas feições. E o mesmo acontece com os demais personagens que compõem a trama, incluindo a jovem Manon (Eugénie Anselin), responsável pelos serviços gerais da casa, e que está grávida, tendo sido abandonada pelo parceiro e expulsa de casa pela mãe.

E Phillipe (Philippe Bas), o arisco caseiro, que prefere que seus interesses pessoais (como a construção de miniaturas de casas) não sejam do conhecimento das demais pessoas por ali.


Em meio aos acontecimentos provocados pela chegada de Blake, despontam também belas falas, como quando o personagem reflete que os arrependimentos por decisões que tomou no curso da vida, hoje, não o afetam tanto quanto o impacto diante da perda das pessoas que amava. 

O filme também aponta como o dar as mãos, diante de certas situações da existência, é um passo importante até mesmo para mudanças de ordem prática, como arrumar um quarto para a nova habitante da casa central ou um acesso mais inteligente para o gato adentrar a casa.


O fato de o diretor e roteirista (função dividida com Christel Henon) ser também o autor do livro adaptado, claro, garante a fidelidade ao conteúdo da obra e às reflexões - pertinentes - que coloca ao leitor/espectador. 

Um outro chamariz é observar Malkovich se esmerando no francês para fazer bonito - e, voilà, ele vence o desafio! Certo, algumas partes meio non sense (como o enfrentamento aos corretores que visam a venda da mansão) poderiam ser limadas. 

Mas, no frigir dos ovos, "Sr. Blake ao Seu Dispor" insere-se na categoria dos "filmes conforto", o que, em tempos tão bélicos, não é pouca coisa.


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Gilles Legardinier
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Mares Filmes
Exibição: Una Cine Belas Artes - sala 1
Duração: 1h50
Classificação: 12 anos
Países: França, Luxemburgo
Gêneros: comédia, drama

17 setembro 2025

"Animais Perigosos" - o mal está sobre as águas

Jai Courtney é um serial killer que aprecia tubarões e despreza seres humanos (Fotos: Diamond Films)


Maristela Bretas


Um terror tenso e cruel. Assim é "Animais Perigosos" ("Dangerous Animals"), filme dirigido por Sean Byrne que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas. Difícil não sentir aflição com o desenrolar da trama, que mostra que o perigo real não está sob as águas, mas convivendo entre nós.

O longa apresenta Tucker (Jai Courtney), um serial killer que usa seu barco para levar turistas a regiões habitadas por tubarões. Essas pessoas acabam se tornando suas vítimas. Não satisfeito em assassiná-las, ele ainda registra os crimes em vídeo durante os ataques dos ferozes animais - um verdadeiro espetáculo de horrores. 

Para piorar, Tucker obriga seus reféns assistirem à morte de outras vítimas. É o caso da surfista Zephyr (Hassie Harrison), mantida algemada em um compartimento do barco, em alto-mar, quase sem chances de escapar, junto com Heather (Elia Newton), outra prisioneira.


Jai Courtney está excelente no papel e é o destaque do filme. Seu personagem, com um sorriso irônico, e ao mesmo tempo charmoso, chega a despertar ódio pela crueldade que inflige às vítimas. Frio e impiedoso com as pessoas demonstra, em contrapartida, respeito pelos tubarões. 

O roteirista Nick Lepard conta que pesquisou a fundo sobre tubarões para criar o personagem Tucker: “Ao mesmo tempo em que ele é obcecado por ataques de tubarões, também defende que os animais sejam protegidos”.

O filme critica a obsessão humana por assistir a ataques desses animais. O serial killer questiona a lógica das pessoas em transformar os tubarões em vilões, quando na verdade elas são os predadores, em busca de sangue e espetáculo.


Hassie Harrison também entrega uma boa atuação, mas sua personagem, a surfista nômade comete erros ingênuos ao tentar escapar de seu sequetrador - atitudes que tornam algumas cenas previsíveis. A ponto de provocar exclamações do tipo: "Não acredito que ela fez isso!". 

Ainda assim isso não compromete o andamento da trama, que conta também com Josh Heuston, no papel de Moses, namorado de Zephyr.

"Animais Perigosos" foge do padrão dos filmes de tubarão, que começaram com o clássico de 1975 dirigido por Steven Spielberg, que abriu caminho para inúmeras cópias, muitas delas nem sempre "assistíveis", e outras muito boas, como "Águas Rasas" (2016).


Dos mesmos produtores de “Longlegs - Vínculo Mortal” (2024), "Animais Perigosos" é um terror eletrizante sobre sobrevivência: uma disputa entre o serial killer e sua presa. 

O filme cumpre o que promete, com cenas perturbadoras, exceto uma delas no final, prejudicada por um efeito visual bastante tosco. 

Ainda assim, a condução do filme e a ótima trilha sonora, que inclui até uma conhecida canção infantil sobre tubarões cantada por Tucker, compensam qualquer deslize. O resultado é um filme que se mantém apavorante do início ao fim e que vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Sean Byrne
Roteiro: Nick Lepard
Distribuição: Diamond Films
Produção: Brouhaha Entertainment, Mister Smith Entertainmetn, LD Entertainment
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h38
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

14 agosto 2025

Impactante e surpreendente, "Os Enforcados" é sobre jogo, culpa e confiança

Leandra Leal e Irandhir Santos entregam excelentes atuações como o casal que vive da contravenção e
acredita que pode manter as mãos limpas (Fotos: Paris Filmes)
 
 

Maristela Bretas

 
Reunindo várias semelhanças com fatos reais e atuações brilhantes de Leandra Leal e Irandhir Santos, estreia nesta quinta-feira (14) a produção nacional "Os Enforcados". O filme, dirigido por Fernando Coimbra, é um thriller tragicômico impactante, com reviravoltas a todo instante.

Na trama, o casal Valério (Irandhir Santos) e Regina (Leandra Leal) vive numa mansão na Zona Oeste do Rio de Janeiro, à custa do império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele, Linduarte, vivido por Stepan Nercessian. Até que Valério revela à esposa que está falido, cheio de dívidas e pretende vender ao tio a parte herdada do pai.


Tudo muda quando ele resolve seguir os conselhos da ambiciosa Regina e dar um grande golpe, que consideram infalível, em Linduarte e nos contraventores do bicho e sair de mãos limpas. Ao contrário do que esperavam, o crime passa a ser uma rotina do casal e até mesmo o casamento começa a desandar.

Em "Os Enforcados", quando você acredita que já sabe qual caminho o filme está seguindo, ele toma novo rumo. E prova que todo mundo que se envolve com o mundo do crime e conquista poder está sujeito a ser contaminado e sujar as mãos. Se torna até mesmo capaz de matar para manter este poder e o padrão alto de vida.


Leandra Leal e Irandhir Santos estão excelentes em seus papéis e são os responsáveis pela trama dar certo do início ao fim, expondo uma realidade diária da criminalidade no Rio de Janeiro e os esquemas por trás do jogo do bicho.

A violência, o crime organizado e a corrupção de autoridades policiais da capital carioca são apontados no roteiro, inclusive numa fala da sempre excelente Irene Ravache, no papel de mãe de Regina. 

A cartomante de araque não se surpreende com as ações do genro e da filha e só se interessa em tirar proveito do lucrativo negócio de Valério.


No elenco temos ainda Pêpê Rapazote, como delegado da Polícia Federal; Thiago Tomé, braço direito de Valério; Augusto Madeira e Ernani Moraes, parceiros de Linduarte, entre outros.

Coincidências?

Coincidência ou não, "Os Enforcados" apresenta situações semelhantes a uma disputa entre familiares do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, após o assassinato dele em 1998. Ele era chamado de "Rei do Rio" e era padrinho da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.

Assim como Maninho, Linduarte era o padrinho da Escola de Samba Unidos da Pavuna e quando Valério assume os negócios da família após a morte do tio, ele recebe uma coroa dourada durante o ensaio da escola.


Terceiro filme do diretor

Este é o terceiro filme de Fernando Coimbra e marca seu retorno ao cinema brasileiro, após dirigir episódios das séries internacionais “Narcos”, “Outcast” e “Perry Mason” e o longa “Castelo de Areia”, com Nicholas Hoult e Henry Cavill. 

Coimbra explica que "Os Enforcados" é, antes de tudo, sobre um casamento. "O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano se faz a partir de um crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam".



"Os Enforcados" é violento e brutal, tanto nos crimes envolvendo a guerra pelo poder quanto na relação conjugal de Valério e Regina. E a cereja do bolo é a trilha sonora, que tem o sucesso "Muito Estranho", com Nando Reis, como música principal.

"Cuida bem de mim" é um refrão que vai acompanhando as etapas da vida do casal quando tudo começa a desmoronar até o final brilhante. Filme imperdível e merece entrar na disputa para a indicação brasileira ao Oscar.


Ficha técnica:
Direção:
Fernando Coimbra
Produção: Gullane e coprodução da Fado Filmes, Telecine, Globo Filmes e Pavuna Pictures
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h03
Classificação: 18 anos
País: Brasil
Gêneros: drama, suspense, thriller de crime

12 agosto 2025

"Juntos" até que a morte - ou algo pior - os separe

Terror corporal com Dave Franco e Alison Brie utiliza o sobrenatural para explorar uma relação de codependência (Fotos: Neon) 
 
 

Maristela Bretas

 
Com a proposta de ser um filme de terror corporal, "Juntos" ("Together"), que estreia nesta quinta-feira (14) nos cinemas com roteiro e direção de Michael Shanks, mergulha no psicológico a partir de acontecimentos estranhos e sobrenaturais que afetam um casal.

Nos papéis principais estão Dave Franco ("Truque de Mestre: O 2º Ato" - 2016) e Alison Brie ("A Comédia dos Pecados" - 2020), casados na vida real, interpretando Tim, um músico que não consegue alcançar sucesso, e Millie, uma professora de inglês. 

Duas pessoas com objetivos opostos, mas que resolvem construir uma vida a dois em uma pequena cidade do interior dos EUA. 


Enquanto caminham por uma mata próxima à nova casa, eles caem em uma caverna durante uma tempestade e decidem acampar lá dentro durante a noite. 

Tim bebe de uma poça no local e, a partir daí, a vida do casal - e sua união - nunca mais será a mesma.

Mesmo vivendo um momento ruim e desgastado da relação, uma força estranha e dominadora faz com que permaneçam unidos, praticamente colados, ameaçando a sanidade de ambos, especialmente quando perdem o controle sobre seus próprios corpos. 


Na escola, Millie conhece Jamie (Damon Herriman, de "Era Uma Vez em... Hollywood" - 2019), um colega de trabalho, que entra vida do casal e agrava o problema ao explicar que "eles precisam ser um só para serem felizes e se tornarem inteiros". 

"Juntos" é um filme sobre relações e sobre uma dependência que chega a ser doentia entre duas pessoas, mesmo quando ambas desejam seguir caminhos diferentes. A trilha sonora acerta ao incluir a música "2 Become 1", das "Spice Girls", como referência ao enredo.


Terror sem sangue

O longa não aposta em sustos, mas apresenta várias cenas de possessão "incômodas" provocadas pela força sobrenatural que atua sobre o casal. A dos olhos é a mais angustiante. 

O sangue aparece pouco para um filme de terror, e há até alguns momentos de humor protagonizados por Tim, que provocam risos do público. 

O final pode surpreender por seguir uma linha diferente de outros filmes do gênero, mas não espere uma grande produção. Não é um filme indicado para quem pretende se casar ou começar uma vida a dois. Em "Juntos", a frase "Até que a morte os separe" ganha um novo significado.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Michael Shanks
Produção: Picture Start, Princesa Pictures, 30West, Tango Entertainment
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: 16 anos
Países: EUA/Austrália
Gênero: Terror psicológico

09 agosto 2025

“Grades Invisíveis - Ela Ainda Está Aqui” junta lenda urbana e pauta feminista


Curta com direção de Sérgio Cunha e produção de Flávia Flores se apoia na história
da “Loira do Bonfim” (Fotos: Reprodução/Youtube)
 
 

Eduardo Jr.


Uma lenda urbana, conhecida por boa parte dos moradores de Belo Horizonte, agora encontra representação no curta-metragem “Grades Invisíveis - Ela Ainda Está Aqui”, que estreou no Youtube.

Feito a quatro mãos, com direção do jornalista e escritor Sérgio Cunha, e produção de Flávia Flores, o filme se apoia na história da “Loira do Bonfim”, personagem do além que perambula pela cidade. E mistura esse enredo à violência de gênero contra mulheres.

A experiência é rápida. O curta tem três minutos de duração e é filmado com um celular, na vertical (formato típico para o consumo ágil das redes sociais).

Na tela, o espectador é levado a entender que a protagonista solicitou uma corrida por carro de aplicativo e tentou levar o motorista para seus domínios, o Cemitério do Bonfim, na capital mineira. Prática atribuída à mulher que alguns belo-horizontinos juram ser real.


"Fazer cinema"

A narração amarra duas histórias que, até então, estavam posicionadas em pontos diferentes da sabedoria popular: de um lado, a lenda da década de 1940 da noiva abandonada no altar, que morreu de desgosto e que, há décadas, perambula por Belo Horizonte seduzindo homens para vingar suas dores.

Do outro, o histórico de silenciamento e violências contra mulheres, que se perpetua há séculos. No entanto, o esforço dos realizadores de ‘fazer cinema’ se enfraquece na tela. Enquanto o discurso tenta sustentar a obra, as imagens perdem a oportunidade de se aproximar da lenda da noiva vingativa.

O apelo à memória coletiva da Loira do Bonfim é uma estratégia interessante de atrair o público. No entanto, características que habitam esse imaginário não se apresentam. Quem deseja ver o figurino branco da personagem abandonada no altar, passará, sim, em brancas nuvens.


Ela nunca foi embora

A analogia entre a história trágica da mulher abandonada, vítima de irresponsabilidade afetiva, e o cenário frequente de mulheres afetadas por violência psicológica e física tenta criar a ideia de que situações semelhantes à da Loira se repetem.

Com isso, se produzem novas vítimas - que também poderiam desejar uma resposta seja ela justiça ou vingança. Ou seja, A Loira nunca foi embora, pois não falta motivação para que outras “Loiras do Bonfim” se mantenham presentes na sociedade.

Mas isso fica só nas camadas inferiores do curta. Porque, na tela, a presença dessa mulher não tem lá muita força. A quase-ausência da noiva vingativa tenta conferir uma aura sobrenatural à personagem ali retratada - e a mulher do além, obviamente, não faz questão de ser amplamente vista.


Questões técnicas

Em suma, a entrega deste produto audiovisual é um ato de coragem. Duas pessoas realizando uma obra de resgate (ou manutenção) da crendice popular é um feito interessante. No entanto, a execução não entrega nada que salte aos olhos - nem pelo encanto, nem para o susto do sobrenatural.

A edição com ar de experimental, a precariedade do som e a música cujos cortes chamam mais atenção do que a trama são questões técnicas que pesam. Se a memória da Loira do Bonfim promete durar ainda muito tempo, o curta não parece que terá a mesma sorte.



Ficha técnica:
Direção:
Sérgio Cunha
Roteiro: Sérgio Cunha, Flávia Flores
Produção: Flávia Flores
Câmera: Flávia Flores, Sérgio Cunha
Edição: Flávia Flores
Duração: 3'19”
País: Brasil