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27 outubro 2025

"Bom Menino": terror sobrenatural visto pelos olhos de um cachorro

Indy é a estrela do filme e sua atuação encanta o público mesmo nos momentos de suspense sobrenatural (Fotos: Divulgação)
 
 
Maristela Bretas

"Bom Menino" ("Good Boy"), que estreia nesta quinta-feira (30) nos cinemas, oferece uma perspectiva única ao narrar momentos de terror pela visão de um cachorro. A trama acompanha Indy, o fiel cão de Todd (Shane Jensen), um paciente gravemente doente que decide se isolar em uma fazenda para passar seus últimos dias. 

A intenção do diretor Ben Leonberg de explorar o instinto canino para perceber o sobrenatural é, inegavelmente, um ponto de partida diferente e interessante, mas pode gerar apreensão no espectador, especialmente para quem é tutor de um animal de estimação.


O filme não se apoia no medo tradicional, mas sim na tensão e no sofrimento do cão Indy, que acompanha do início ao fim o drama do dono. Indy é a estrela absoluta da produção. Todd e os demais personagens humanos são meros coadjuvantes, cujos rostos, inclusive, não são mostrados, reforçando o foco narrativo no ponto de vista do animal.

Desde filhote, Indy e Todd compartilham uma relação intensa. O cão percebe sutilmente que seu dono não está bem, mas o vínculo entre eles se mantém inabalável, com o jovem carinhosamente se referindo a ele como "Bom Menino". 


A câmera trabalha com precisão no olhar e nas atitudes do animal, capturando tanto os momentos de afeto com o dono quanto o crescente pavor nas cenas de terror, onde Indy tem visões do futuro e é atacado por entidades.

Na história, a dupla se muda para uma casa em uma área rural que pertenceu ao avô de Todd. O ambiente é sinistro, carregado de lembranças ruins, onde vários familiares morreram jovens. A última morte, a do avô do rapaz, é cercada de mistério, assim como o desaparecimento de seu próprio cachorro.


Indy é um cão fofo, esperto e dotado de uma forte percepção extrassensorial. Ele entende que algo muito errado está acontecendo e, embora seja colocado em situações assustadoras e perigosas, sua lealdade a Todd o impede de abandoná-lo. 

Essa representação do instinto aguçado dos cães, que se manifesta principalmente no olfato e na audição, é o ponto central da trama, permitindo que eles percebam a presença de entidades sobrenaturais e também sinais emocionais e físicos sutis das pessoas. 

Estudos científicos já comprovam a impressionante capacidade canina de detectar doenças como o câncer, AVC ou infarto.


A proposta de Ben Leonberg de mostrar o gênero terror sob o ponto de vista do cão, e não de um humano, é o que torna "Bom Menino" uma produção diferenciada. Nesse aspecto, o filme resgata a temática do instinto animal – embora com uma abordagem mais sombria – que foi levemente explorada no drama romântico "Juntos Para Sempre" (2019), com Dennis Quaid.

Infelizmente, a cópia fornecida para avaliação da imprensa estava muito escura, o que prejudicou a visualização de alguns detalhes de sombra e luz da produção.

Curiosidade

Indy pertence ao diretor e levou três anos para ser finalizado, seguindo o ritmo e a disposição do animal, que brilha e encanta. "Bom Menino" é quase uma homenagem de Ben Leonberg ao seu melhor amigo, feita com paciência, amor e criatividade. É pagar para ver. Comente depois o que achou.


Ficha técnica:
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Produção: What´s Wrong With Your Dog
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h13
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: terror sobrenatural, suspense

22 outubro 2025

"Frankie e os Monstros": uma divertida aventura gótica de terror sobre amizade e diferenças

Os monstros criados pelo Doutor Maluco vivem em um assustador castelo, escondidos dos seres humanos (Fotos: Gringo Filmes e Senator Film Produktion)
 
 

Maristela Bretas

 
Chega aos cinemas nesta quinta-feira (23), a animação "Frankie e os Monstros" ("Stitch Head"), uma aventura gótica de terror divertida e cheia de easter eggs, do início ao fim. O filme mistura um pouco de tudo: um cientista maluco que lembra o Doutor Emmett Brown (interpretado por Christopher Lloyd em De Volta para o Futuro), monstros simpáticos e bem coloridos, além de um clima sombrio, mas nada assustador. 

A produção, dirigida por Steve Hudson e com direção de animação de David Nasser — conhecido por sucessos como "Meu Malvado Favorito", "Hotel Transilvânia" e "Rio 2" — ainda faz alusões a "Pinóquio", à personagem Tristeza de "Divertida Mente", aos "Minions", e até ao clássico "E.T. – O Extraterrestre". 


São referências que enriquecem a narrativa e tornam a história mais cativante. Cada cena que lembrava uma produção do passado é capaz de fazer o público vibrar e se emocionar. A produção é inspirada na série de livros infantis Stitch Head, de Guy Bass.

Tudo começa no Castelo Grotescal, onde o Professor Maluco (voz original de Rib Brydon) vive tentando criar o monstro perfeito em seu laboratório. Como um verdadeiro Doutor Frankenstein, ele dá vida a diferentes criaturas, mas logo se esquece de cada uma delas, passando para a próxima experiência.


Entre essas criações está Stitch Head/Frankie (dublado por Asa Butterfield), seu assistente e primeira criatura, um pequeno menino de aparência estranha remendada e cabeça careca. Stitch está sempre em busca da atenção e do carinho de seu criador, mas nunca recebe ou sequer é notado. 

Enquanto isso, ele se dedica a proteger e esconder os demais monstros criados no laboratório, mantendo o castelo seguro. Todos temem que os humanos que habitam a vila de Grubbers Nubbin, localizada ao pé da montanha, descubram que eles existem e queiram destruí-los.


Até que a chegada à cidade de um Circo de Horrores decadente em busca de novas atrações muda toda a rotina de Stitch. Ao descobrir a existência do jovem, o dono do espetáculo oferece a ele a ilusão de que se fizesse parte do grupo conquistaria tudo o que sempre desejou: amor, fortuna e fama. Mas esta escolha trará sérias complicações para os monstros e os moradores da vila.

O elenco de personagens é carismático e diverso. Destaque para a Criatura (dublado por Joel Fry), o mais recente experimento do Doutor Maluco, que considera Stitch seu melhor amigo; Arabella (voz de Tia Bannon), uma jovem moradora da cidade que não tem medo de monstros; a ranzinza Nan (Alison Steadman), tutora de Arabella que acredita que todos no castelo são perigosos e cruéis.


Além da história encantadora que traz boas lembranças de filmes que marcaram a infância de diferentes gerações, "Frankie e os Monstros" também tem uma trilha sonora, composta por Nick Urata, que é um show à parte. Com grandes sucessos do passado, contribui para o clima nostálgico e emocional do filme.

Apesar de sua atmosfera gótica e alguns momentos sombrios, "Frankie e os Monstros" é conduzido com leveza e sensibilidade, de uma forma divertida, mas que toca o coração do público ao tratar de temas como abandono, preconceito, ganância, medo do desconhecido, lealdade, e acima de tudo, amizade. Uma animação que promete emocionar diferentes gerações.


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Steve Hudson
Produção: Gringo Films GmbH, Fabrique d’Images, Senator Film Produktion, Traumhaus Studios, Mia Wallace Productions e Senator Film Köln
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h32
Classificação: Livre
Países: Alemanha, Luxemburgo, Reino Unido, França e República Tcheca
Gêneros: aventura, família, animação, comédia   
 

16 outubro 2025

“O Último Rodeio": drama, redenção e a luta final de um campeão

Neal McDonough interpreta um experiente peão que abandonou a arena no passado e agora precisa
retornar para salvar seu neto (Fotos: Angel Studios)
 
 

Silvana Monteiro


Em "O Último Rodeio" ("The Last Rodeo"), um experiente e premiado peão de rodeio é confrontado com as circunstâncias do destino. E para impactar, o enredo prova que o raio cai duas vezes, sim, desta vez, sobre a casa de Joe Wainwright (interpretado por Neal McDonough, que também participou do roteiro e é um os produtores). 

Primeiro, quando perde a esposa Rose (Ruve McDonough, esposa do ator e também produtora do filme), e se entrega, abandonando as arenas. Quinze anos mais tarde, quando o neto Cody (Graham Harvey), com quem tem uma relação de muita cumplicidade, é acometido por algo que ele, o avô, considera aterrorizante e traumático.  


Joe é o cowboy durão, aquele que mesmo quando o corpo se parte em cima de toneladas de músculos e ossos em movimento, não se dá ao direito de sentir e chorar. Seu domínio na arena é premiado e ele, apesar de já ter desistido de montar, pode querer uma última vez, pelo prêmio, mas muito mais pela vida de quem ele mais ama. 

Agora, o fogo que o prova é o da fé e do amor. Embora tenha um relacionamento desafiador com a filha Sally (Sarah Jones), os dois são conectados pelo amor do neto que transcende qualquer desentendimento entre pai e filha. 


E para tratar esse neto, Joe vai ser colocado à prova.  Entre laços de família, perdas e reconciliações, a narrativa mostra o peso, muitas vezes silencioso, das dores que não vêm do esporte, das fraturas e contusões à flor da pele, e sim do convívio familiar. 

O filme tem uma linda e sofisticada fotografia. A poeira, a luz do entardecer e o close nas mãos calejadas transformam a arena em território de redenção. 

Em alguns momentos, as atuações poderiam ser mais profundas e emocionantes, mas a obra, na maioria do tempo, mantém a rigor a ambientação do universo árido e simbólico dos rodeios americanos, o que é compreensível.


A direção aposta em planos longos e uma paleta terrosa que traduz a energia dos conflitos. A trilha sonora discreta, composta por Jeff Russo, reforça o tom, ora empolgante das arenas, ora contemplativo, deixando o silêncio falar tanto quanto as quedas e reerguimentos. 

Joe volta à arena não apenas por dinheiro, mas para confrontar o passado e buscar um tipo de reconciliação com a fé e consigo mesmo. No fundo, sem tantas reviravoltas, mas como uma mensagem importante, "O Último Rodeio" é menos sobre vitórias, mas sobre amor, resiliência e recomeços.


Ficha técnica:
Direção:
John Avnet
Produção: The McDonough Company
Distribuição: Paris Filmes e Abgel Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h58
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gênero: drama

02 setembro 2025

Quando "Desenhos" falam mais que palavras

Monstros criados pela imaginação fértil e sofrida de uma menina ganham vida para falar de emoção e
traumas (Fotos: Paris Filmes)
 
 

Maristela Bretas

 
Uma família marcada por um trauma, em que cada membro tenta lidar com a perda da mãe à sua maneira. A filha, que parecia ser a mais problemática, é justamente quem consegue expressar seus sentimentos de forma peculiar: nos cadernos. Assim é "Desenhos" ("Sketch"), suspense fantástico escrito e dirigido por Seth Worley que estreia nesta quinta-feira nos cinemas.

Amber (Bianca Belle) é uma menina de 10 anos que sofre com a morte da mãe. Tímida e solitária, ela não tem amigos e é desenhando que extravasa sua tristeza e temores. Com o tempo, porém, seus desenhos se tornam cada vez mais sombrios, assustando professores, o pai e o irmão Jack (Kue Lawrence).


Um dia, seu caderno de desenhos cai em um lago misterioso e, de forma inexplicável, as criações da jovem ganham vida e se tornam perigosas. Agora, cabe a Amber e Jack, com a ajuda de um amigo improvável e medroso, rastrear as criaturas antes que causem danos permanentes. 

Apesar de algumas cenas assustadoras, "Desenhos" é uma aventura de fantasia que fala sobre perdas e como elas podem transformar uma família. Ao criar monstros bizarros com caneta, lápis ou giz, Amber canaliza sua raiva contra o mundo e, especialmente, àquele que faz da sua vida escolar um inferno - Bowman (Kalon Cox), o gordinho chato e covarde que lembra Chunk, de "Os Goonies" (1985), vivido por Jeff Cohen.


O filme também tem cenas que lembram a atuação de outro personagem, desta vez mais recente, Eleven, da série "Stranger Things" (2016), em algumas passagens protagonizadas por Amber. 

Produzido pelo estúdio Wonder Project, "Desenhos" é mais um longa voltado para a família abordando valores cristãos, sem soar como pregação. Cada criatura tem uma cor e um motivo para estar ali: da ameaçadora 'aranolho', que ataca Taylor (Tony Hale), pai de Amber e Jack, e Liz (D'Arcy Carden), irmã de Taylor, até o desengonçado Dave, o monstro azul de duas pernas que persegue Bowman, e a delicada borboleta amarela. Todos eles estimulam os personagens a usar a imaginação e criar coragem para enfrentar seus estranhos "inimigos" mágicos.



Apesar de ser um filme para crianças a partir de 10 anos, "Desenhos" tem cenas que podem impressionar os pais, como monstros queimados ou tentando estrangular uma criança com a língua. Mas nada comparado à violência explícita de muitos games disponíveis no mercado. 

O roteiro também apresenta um vocabulário de expressões comuns no dia a dia de muitas crianças, o que facilita a identificação do público. Nada disso, porém, tira o mérito da produção, que entrega uma história sensível, criativa e que merece ser conferida em família.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Seth Worley
Produção: Wonder Project com apoio da Angel Studios
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h32
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: família, suspense, aventura, fantasia

14 agosto 2025

Impactante e surpreendente, "Os Enforcados" é sobre jogo, culpa e confiança

Leandra Leal e Irandhir Santos entregam excelentes atuações como o casal que vive da contravenção e
acredita que pode manter as mãos limpas (Fotos: Paris Filmes)
 
 

Maristela Bretas

 
Reunindo várias semelhanças com fatos reais e atuações brilhantes de Leandra Leal e Irandhir Santos, estreia nesta quinta-feira (14) a produção nacional "Os Enforcados". O filme, dirigido por Fernando Coimbra, é um thriller tragicômico impactante, com reviravoltas a todo instante.

Na trama, o casal Valério (Irandhir Santos) e Regina (Leandra Leal) vive numa mansão na Zona Oeste do Rio de Janeiro, à custa do império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele, Linduarte, vivido por Stepan Nercessian. Até que Valério revela à esposa que está falido, cheio de dívidas e pretende vender ao tio a parte herdada do pai.


Tudo muda quando ele resolve seguir os conselhos da ambiciosa Regina e dar um grande golpe, que consideram infalível, em Linduarte e nos contraventores do bicho e sair de mãos limpas. Ao contrário do que esperavam, o crime passa a ser uma rotina do casal e até mesmo o casamento começa a desandar.

Em "Os Enforcados", quando você acredita que já sabe qual caminho o filme está seguindo, ele toma novo rumo. E prova que todo mundo que se envolve com o mundo do crime e conquista poder está sujeito a ser contaminado e sujar as mãos. Se torna até mesmo capaz de matar para manter este poder e o padrão alto de vida.


Leandra Leal e Irandhir Santos estão excelentes em seus papéis e são os responsáveis pela trama dar certo do início ao fim, expondo uma realidade diária da criminalidade no Rio de Janeiro e os esquemas por trás do jogo do bicho.

A violência, o crime organizado e a corrupção de autoridades policiais da capital carioca são apontados no roteiro, inclusive numa fala da sempre excelente Irene Ravache, no papel de mãe de Regina. 

A cartomante de araque não se surpreende com as ações do genro e da filha e só se interessa em tirar proveito do lucrativo negócio de Valério.


No elenco temos ainda Pêpê Rapazote, como delegado da Polícia Federal; Thiago Tomé, braço direito de Valério; Augusto Madeira e Ernani Moraes, parceiros de Linduarte, entre outros.

Coincidências?

Coincidência ou não, "Os Enforcados" apresenta situações semelhantes a uma disputa entre familiares do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, após o assassinato dele em 1998. Ele era chamado de "Rei do Rio" e era padrinho da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.

Assim como Maninho, Linduarte era o padrinho da Escola de Samba Unidos da Pavuna e quando Valério assume os negócios da família após a morte do tio, ele recebe uma coroa dourada durante o ensaio da escola.


Terceiro filme do diretor

Este é o terceiro filme de Fernando Coimbra e marca seu retorno ao cinema brasileiro, após dirigir episódios das séries internacionais “Narcos”, “Outcast” e “Perry Mason” e o longa “Castelo de Areia”, com Nicholas Hoult e Henry Cavill. 

Coimbra explica que "Os Enforcados" é, antes de tudo, sobre um casamento. "O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano se faz a partir de um crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam".



"Os Enforcados" é violento e brutal, tanto nos crimes envolvendo a guerra pelo poder quanto na relação conjugal de Valério e Regina. E a cereja do bolo é a trilha sonora, que tem o sucesso "Muito Estranho", com Nando Reis, como música principal.

"Cuida bem de mim" é um refrão que vai acompanhando as etapas da vida do casal quando tudo começa a desmoronar até o final brilhante. Filme imperdível e merece entrar na disputa para a indicação brasileira ao Oscar.


Ficha técnica:
Direção:
Fernando Coimbra
Produção: Gullane e coprodução da Fado Filmes, Telecine, Globo Filmes e Pavuna Pictures
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h03
Classificação: 18 anos
País: Brasil
Gêneros: drama, suspense, thriller de crime

03 agosto 2025

Em "Drácula - Uma História de Amor Eterno", a paixão arrebatadora toma o lugar do terror

Caleb Landry Jones interpreta com perfeição o famoso Mestre dos Vampiros na nova versão romântica
dirigida por Luc Besson (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)
 
 

Maristela Bretas

 
A nova e impactante aposta do diretor Luc Besson no gênero terror, "Drácula - Uma História de Amor Eterno" ("Dracula: A Love Tale") estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas. Esta é mais uma adaptação do clássico literário de Bram Stoker a chegar às telas, mas se diferencia ao fugir do terror habitual de outras versões. 

Focando na paixão arrebatadora do personagem, além de entregar muita ação, o longa é tão envolvente que o espectador pode até se pegar torcendo pelo "vilão". 

A trama começa no século XV, quando o príncipe Vlad (Caleb Landry Jones) perde sua esposa Elisabeta (Zoe Bleu). Desesperado, culpa Deus por não tê-la protegido enquanto ele lutava em Seu nome. 

Amaldiçoado com a vida eterna, Vlad se transforma no Conde Drácula e passa séculos em busca de sua amada, contando com a ajuda de um exército de vampiros criados por ele ao longo de sua jornada. 


Até que no século XIX, em Londres, ele finalmente encontra Mina (também interpretada por Zoe Bleu), uma jovem que acredita ser a reencarnação da falecida. Contudo, terá de enfrentar um padre exorcista e caçador de vampiros, papel do brilhante Christoph Waltz, vai tentar pôr fim ao reinado de Drácula e impedir que ele faça mais uma vítima.

Apesar das guerras sangrentas e os inúmeros ataques, o filme tem seu principal foco na paixão de Vlad por Elisabeta. Ele não se conforma em tê-la perdido, retornando sempre a seu túmulo e tentando em vão se matar inúmeras vezes para quebrar a maldição. 


Incapaz de morrer, ele cria um exército de vampiros pelo mundo que lhe garante o sangue necessário para a juventude e o auxilia a encontrar sua amada novamente.

Um contraponto interessante explorado por Besson: Drácula perde a fé em Deus, mas mantém uma esperança inabalável em reviver seu único e verdadeiro amor. 

Para o Mestre dos Vampiros, nada mais importa. As pessoas transformadas por suas mordidas sejam adultos ou crianças, não passam de escravos descartáveis, usados apenas para que ele atinja seu objetivo. 


Caleb Landry Jones está arrebatador no papel principal, em uma parceria notável com o ótimo Christoph Waltz. A cena do confronto final entre o bem e o mal é uma das mais marcantes do filme, tanto por sua estética quanto pela abordagem profunda sobre o amor e o que se é capaz de fazer em nome dele. 

Todo o elenco cumpre muito bem seus papéis, especialmente as atuações de Zoe Bleu e Matilda de Angelis, como a vampira Maria.


Destaque também para os figurinos e os cenários, explorando os tons quentes do outono europeu. As locações na Hungria, Florença, Finlândia e Paris oferecem um visual deslumbrante. 

Até mesmo as cenas internas, que se passam dentro de um convento, no castelo de Vlad ou no quarto onde o casal se amava loucamente foram muito bem conduzidas pelo diretor francês, que possui inúmeros sucessos em sua filmografia, como o frenético e alucinante "Lucy" (2014) e o eletrizante "Anna - O Perigo tem Nome" (2019).


Tudo isso somado à trilha sonora, composta por belos arranjos de Danny Elfman. O compositor e ex-vocalista e líder da banda Oingo Boingo, é conhecido por trabalhos em filmes como "Batman" (1989), "Batman, O Retorno" (1992), "O Estranho Mundo de Jack" (1993), a franquia Homem-Aranha (2002, 2004 e 2007), "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022), "Os Fantasmas Ainda se Divertem" (2024), entre outras dezenas de sucessos.

"Drácula - Uma História de Amor Eterno" é um filme que merece muito ser assistido, tanto pela excelente direção, quanto pelo trabalho visual surpreendente e pelas atuações de alta qualidade do elenco.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Luc Besson
Produção: Europa Corp, LBP Productions, Actarus e TF1
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h09
Classificação: 16 anos
País: França
Gêneros: terror, romance

24 junho 2025

"Quebrando Regras", um filme sobre coragem, persistência e barreiras vencidas

Produção é baseada na história da professora Roya Mahboob, que criou o primeiro time feminino de
robótica do Afeganistão (Fotos: Angel Studios)

 
Maristela Bretas

Estreia nesta quinta-feira (26) nos cinemas o longa "Quebrando Regras" ("Rule Breakers"), um drama emocionante que narra uma história real de luta, persistência e coragem, tendo a educação como o fator de transformação de um grupo de jovens afegãs.

A trama tem início no Afeganistão de 2017, sob a orientação de Roya Mahboob (interpretada por Nikohl Boosheri), uma professora visionária que se opôs às rígidas normas sociais do país ao ousar ensinar computação para meninas – uma área tradicionalmente restrita aos meninos. 


Desde a infância, Roya não se conformava em ver jovens como ela, serem excluídas do acesso à ciência e tecnologia. Já adulta, com muita luta contra os costumes impostos pelo regime talibã, ela conseguiu ser a primeira mulher a fundar uma startup dedicada ao ensino de robótica para estudantes secundaristas no Afeganistão. Esse ato, considerado de rebeldia, poderia até mesmo custar a vida do grupo.

O filme é baseado ma trajetória da professora Roya Mahboob e seus irmãos Ali (Noorin Gulamgaus) e Elaha, que juntos batalharam para criar o primeiro time feminino afegão de construtoras de robôs, as "Afghan Dreamers". 


As alunas Taara (Nina Hosseinzadeh), Haadiya (Sara Malal Rowe), Arezo (Mariam Saraj) e Esin (Amber Afzali) se juntam à professora para provar sua capacidade. Apesar dos imprevistos, ameaças e atentados enfrentados, este ato revolucionário torna o grupo conhecido em diversas nações, a partir da primeira competição que participa.

Mas o maior dos desafios para estas jovens afegãs era vencer o preconceito e os tabus do regime, que começava dentro de casa, com os pais e irmãos. 


Mesmo após provarem seu valor conquistando o mundo e vários prêmios em ciência e robótica, Roya e suas alunas eram vistas como uma vergonha em seu país e perseguidas por terem "confraternizado com o Ocidente".

"Quebrando Regras" é um filme sobre resiliência, determinação e a força das conquistas, apresentando um elenco jovem para o público de outros países. O único rosto conhecido é o de Ali Fazal (de "Victoria e Abdul" - 2017), no papel de Samir Khan, o empresário do ramo de tecnologia que apoia Roya e patrocina as meninas.


A autenticidade da narrativa é reforçada pela participação da verdadeira Roya Mahboob como uma das produtoras executivas e de sua irmã Elaha Mahboob como uma das roteiristas. 

A produção contou com o apoio de equipes de robótica de diversos países, incluindo EUA, Alemanha, França, Itália, China, Reino Unido, Turquia, entre outras. As locações foram feitas na Hungria e Marrocos, conferindo uma dimensão global à história.


Ficha técnica:
Direção: Bill Guttentag
Roteiro: Bill Guttentag, Jason Brown e Elaha Mahboob
Produção: Angel Studios, Slingshot Productions, Shape Pictures, Parallax Productions
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: Cinemark Pátio Savassi 
Duração: 2 horas
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gênero: drama

04 junho 2025

"Bailarina" - Um novo banho de sangue do universo John Wick

Ana de Armas é a nova assassina que busca vingança contra os matadores de sua família (Fotos: Divulgação)
 
 

Maristela Bretas

 
Violento, com muitas cenas de lutas e um banho de sangue, como era de se esperar, "Bailarina - Do Universo de John Wick" ("From The World of John Wick: Ballerina") estreia nesta quarta-feira (4) nos cinemas trazendo de volta o estilo que marcou a franquia protagonizada por Keanu Reeves.

Encerrada em 2023, a saga conta ainda com a série "The Continental", lançada no mesmo ano e que está disponível no Prime Video, assim como todos os quatro filmes da franquia: "De Volta ao Jogo" (2014), "Um Novo Dia Para Matar" (2017), "Parabellum" (2019) e "John Wick 4: Baba Yaga" (2023).

A nova produção é um spin-off que tem Ana de Armas no papel principal de Eve Macarro, a nova assassina de aluguel. Ela é criada desde criança para ser uma bailarina pelas tradições da organização Ruska Roma enquanto aprende a arte de matar. Viu o pai ser morto e agora busca vingança contra aqueles que destruíram sua família. 


"Bailarina" se passa entre os longas "Parabellum" e "Baba Yaga". E como não poderia deixar de ser, aproveitando o sucesso do personagem, Keanu Reeves está presente, mostrando que John Wick ainda é capaz de atrair público para a saga. 

Pronunciando a mesma meia dúzia de palavras de sempre e dando muita porrada, mas num papel secundário, deixa o brilho para Ana de Armas.

O elenco traz boas surpresas e a participação de atores que marcaram a franquia, como Ian McShane (Winston Scott) e Lance Reddick (o concierge Charon), que faleceu pouco depois. 

Além de nomes conhecidos como Angélica Huston (diretora da escola de mercenários Ruska Roma), Gabriel Byrne (Chanceler) e Norman Reedus (o matador Pine).


Além da violência e dos ótimos efeitos visuais, "Bailarina apresenta Ana de Armas muito bem no papel da implacável Eve, repetindo as façanhas de Wick, com muitos tiros, facadas, explosões, não deixando em nada a desejar aos filmes da franquia. 

Ela seguiu o exemplo de Reeve e fez um treinamento físico intenso de quatro meses para interpretar, sem dublê, muitas das cenas de luta. 

De Armas transmite a fúria e a determinação da personagem com uma intensidade impressionante. Visualmente, "Bailarina" eleva o patamar da franquia. 

As sequências de ação são coreografadas com uma precisão impressionante, misturando a brutalidade dos combates corpo a corpo com a elegância dos movimentos de sua personagem.


As locações são também destaque do filme. Filmado em Budapeste (Hungria), Praga (República Tcheca), Áustria e Croácia, a produção entrega belíssimas paisagens e cenas eletrizantes gravadas em pontos turísticos conhecidos do Leste Europeu que surpreendem. É o caso de Hallstatt, um vilarejo austríaco cercado pelas montanhas cobertas de neve. 

Mesmo sendo um bom filme, que pode ser considerado o quinto da franquia, "Bailarina" passou por momentos delicados ao ter seu lançamento adiado por um ano. 

A direção é de Len Wiseman, mas segundo rumores da imprensa estrangeira, Chad Stahelski, que dirigiu os quatro filmes da saga, teria feito várias mudanças na primeira versão do longa, regravando muitas cenas para deixá-lo como está.


E foi um trabalho muito bem feito. A produção entrega uma experiência alinhada com o tom e o estilo estabelecidos pela franquia, sem parecer uma mera imitação. "Bailarina" expande o universo de John Wick, apresentando uma nova protagonista carismática que pode abrir a oportunidade para outros spin-offs continuarem dando fôlego à franquia. 

Só não é certa a participação de Reeves, como aconteceu neste, uma vez que o ator anunciou sua aposentadoria com "Baba Yaga" (será?). Se depender do desempenho de Ana de Armas, ela pode até se tornar a nova Baba Yaga em novas produções. 

Para os fãs de ação estilizada e narrativas de vingança implacáveis, "Bailarina" é um espetáculo imperdível.


Ficha técnica:
Direção: Len Wiseman
Produção: Lionsgate, Lakeshore Recirds
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h29
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: ação, suspense

03 junho 2025

“A Lenda de Ochi” uma fábula de pertencimento de espécies distintas

Helena Zengel é uma jovem que enfrenta todos para ajudar uma criatura mística bebê a reencontrar sua
família (Fotos: A24)
 
 

Marcos Tadeu
Parceiro do blog Jornalista de Cinema


Dirigido e roteirizado por Isaiah Saxon, está em cartaz no cinema o filme "A Lenda de Ochi" ("The Legend of Ochi"), produzido pelo estúdio A24, que conta com um elenco formado por Helena Zengel, Willem Dafoe, Emily Watson e Finn Wolfhard.

Conhecemos Yuri (Helena Zengel), uma jovem que desafia os medos de sua vila ao ajudar o filhote de um Ochi, uma criatura mística que aterroriza a região. Ao atravessar a floresta, ela descobre um mundo mágico e aprende sobre coragem, empatia e conexão com a natureza.


O ponto mais forte do filme está na rivalidade entre humanos e os Ochi. Segundo a lenda, eles são criaturas demoníacas, caçadoras, piores que lobos. Tudo muda quando Yuri, a única menina da vila, encontra um Ochi bebê e assume o risco de cuidar dele e levá-lo para casa. 

É interessante como a protagonista e a criaturinha aprendem a se comunicar e desenvolvem uma linguagem própria. Ambos precisam dessa noção de pertencimento: mesmo morando com o pai, Yuri não se sente parte da família e sofre com a ausência da mãe, enquanto o pequeno Ochi sente falta da sua família como um todo.


O antagonismo surge em Maxim (Dafoe), o pai, que, vestido com roupas de soldados antigos — armadura, escudo e faca —, faz de tudo para manter vivo dentro de casa o ódio pela criatura. Ele escolhe sempre a intolerância e impõe sua autoridade quase como um militar. A violência e o silêncio são suas formas de controle, e fica evidente que Yuri é maltratada por ele.

Tecnicamente, o longa é um deleite visual. A fotografia de Evan Prosofsky valoriza as paisagens, as criaturas, o universo fantástico e um ar meio vintage que ajuda a contar a história. A trilha sonora de David Longstreth reforça o tom intimista e sombrio do lugar, mas com uma camada emocional afetiva. 


A montagem de Paul Rogers é lenta, gradual, sem pressa e eficaz em seu ritmo. Aos poucos, ele revela quem são os personagens e, principalmente, mostra suas transformações. A evolução deles acontece por meio das ações. 

Aqui, o diretor está mais interessado em fazer um cinema independente e experimental do que em aprofundar a história tradicional.

É impossível assistir ao filme sem lembrar de criaturas encantadoras que sempre aparecem para ensinar algo, como os Gremlins, os Goonies, Stitch e, especialmente, E.T. (há cenas que chegam quase a ser uma cópia do sucesso de Steven Spielberg). 

Há também um forte conflito geracional, e essas figuras mágicas ajudam os personagens humanos a enxergar novos caminhos.


Talvez o maior ponto fraco do filme seja a falta de aprofundamento no passado de Maxim. O que o transformou nesse homem autoritário? Como era sua vida familiar antes de se tornar essa figura armada e amargurada? São perguntas que ficam em aberto.

A "Lenda de Ochi" é uma fábula sobre ligação entre espécies distintas, contada de forma contundente, direta ao ponto. O filme diverte e faz pensar sobre quem escolhemos como família e qual lugar ocupamos no mundo.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Isaiah Saxon
Produção: Estúdio A24
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: Cinemark Diamond Mall
Duração: 1h36
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: aventura, fantasia

25 maio 2025

"Manas" – Um retrato doloroso e cruel de uma Ilha de Marajó exuberante

Destaque para a atuação de Jamilli Correa, como Marcielle, uma jovem sensível e corajosa, forçada a amadurecer antes da hora (Fotos: Divulgação)


Marcos Tadeu
Parceiro do blog Jornalista de Cinema


O longa-metragem de ficção de Marianna Brennand fez barulho nos festivais de Veneza e São Paulo e está em exibição no Cine Una Belas Artes, em BH. Com delicadeza e firmeza, o filme coloca o dedo na ferida da violência sexual presente na Ilha de Marajó, trazendo à tona um ciclo cruel que atravessa gerações de mulheres.

A protagonista Marcielle (Jamilli Correa), uma garota de 13 anos, vive numa realidade marcada pelo machismo e pela violência que fazem parte do cotidiano da periferia ribeirinha. 


Com a partida da irmã mais velha, Claudinha, Marcielle começa a perceber com mais nitidez os padrões de opressão que se repetem dentro de sua família. Cabe a ela agora, proteger a irmã mais nova e tentar romper com esse destino, tão comum quanto brutal.

Um dos grandes destaques do filme é a atuação de Jamilli Correa, que entrega uma personagem sensível e corajosa, forçada a amadurecer antes da hora. Marcielle, aos poucos, entende por que a irmã mais velha se afastou da família e passa a desconfiar da “troca” que os homens da comunidade parecem exigir constantemente das mulheres.


A direção de Marianna Brennand é cuidadosa e, ao mesmo tempo, incisiva. Ela denuncia as violências e o tráfico infantil nessas comunidades sem expor as meninas ou recorrer a cenas gráficas. 

Pelo contrário: é no silêncio, nos olhares, nos gestos e nos não ditos que o filme se torna mais poderoso. A brutalidade não precisa ser mostrada diretamente — ela é sentida.

Em uma das cenas mais simbólicas, o pai (interpretado por Rômulo Braga) convida a filha para caçar. A sequência, carregada de tensão, coloca a menina como presa e o pai como predador — uma metáfora que resume o desequilíbrio de poder e o perigo constante vivido por essas garotas. A atuação de Braga, aliás, é marcante por essa ambiguidade: um homem de aparência gentil, mas profundamente hostil.


O filme também explora com beleza as paisagens da Ilha de Marajó — rios, matas, o verde intenso do Pará e da Amazônia — criando um contraste entre o paraíso natural e a vida dolorosa das meninas que ali habitam. 

Dira Paes, como a policial Aretha, tem um papel que cresce com força do segundo para o terceiro ato, representando uma mulher que tenta proteger as demais ao denunciar os abusos e incentivar a quebra do ciclo. O elenco conta ainda com Fátima Macedo (como Danielle, mãe de Marcielle), atores e atrizes locais da região.


Até mesmo a religião, muitas vezes vista como acolhimento, é retratada de maneira crítica. Em "Manas", a igreja aparece como espaço que incentiva as mulheres a "lidarem com a dor em casa", perpetuando o silêncio e a submissão. 

A cena em que Marcielle e outras meninas dançam ao som de “Conquistando o Impossível” é simbólica: um pedido de socorro camuflado de fé e esperança.


Talvez o longa pudesse se aprofundar um pouco mais nos antecedentes do pai, explorando como a violência masculina se reproduz entre gerações e no próprio tecido social da comunidade. Ainda assim, isso não compromete a força da narrativa.

"Manas" é um filme necessário, feito com respeito, cuidado e precisão. Ele denuncia o que precisa ser dito, mas sem expor as feridas — nos mostrando que até o silêncio carrega gritos. Um longa que fala com mulheres que vivem essa realidade, e com todos nós que precisamos ouvi-las.


Ficha técnica:
Direção: Marianna Brennand
Produção: Inquietude, em coprodução com Globo Filmes, Canal Brasil, Prodígio e Fado Filmes (Portugal)
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: Cine Una Belas Artes - sala 2 - sessão 18 horas
Duração: 1h46
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gêneros: drama, ficção