30 novembro 2023

"As Aventuras de Poliana - O Filme": uma jornada de descobertas e diversão

Sophia Valverde, Igor Jansen, Duda Pimenta e Enzo Kieger vão viver uma grande aventura de mudança e amadurecimento (Fotos: Warner Bros.)


Filipe Matheus


Você conhece o Jogo do Contente que ajuda a ver o lado bom da vida? Se não conhece, vale assistir "As Aventuras de Poliana - O Filme", que estreia nesta quinta-feira (30) nos cinemas. Pode ser a chance de encarar de outra maneira as emoções e situações que consideramos negativas no nosso dia a dia. 

O longa é baseado no clássico da literatura "Pollyanna", da escritora Eleanor H. Porter, que foi adaptado para a novela infantojuvenil de mesmo nome do SBT. 

Muito divertido, esse spin-off das novelas "As Aventuras de Poliana" e "Poliana Moça" nos faz desejar voltar a ser criança e entender a importância da mudança em nossas vidas, ao abordar temas como meio ambiente, relações familiares e amadurecimento. 


Depois da formatura, Poliana (Sophia Valverde) e seu grupo de amigos precisam definir como será o futuro, agora que não são mais estudantes da professora Ruth Goulart. A jovem tem o sonho de estudar fora do país e fará de tudo para mostrar a seu pai, Otto Pendleton (Dalton Vigh), que está pronta para viver essa nova jornada. 

Ela, o namorado João (Igor Jansen) e os amigos Kessya (Duda Pimenta) e Luigi (Enzo Kieger) decidem trabalhar no Maya Palace, um ecoresort paradisíaco a beira-mar, onde vão viver uma divertida e emocionante aventura. Mas apesar de entenderem a importância da amizade, os amigos de Poli colocam seus valores sempre em primeiro lugar, gerando conflitos com a jovem.


Sobre o elenco, destaco Bárbara França (Germana), que dá um show de atuação, mostrando várias nuances. O público acaba se envolvendo com o personagem, querendo saber mais sobre ele e sua história. 

Temos ainda Larissa Bocchino (Cíntia) vivendo um papel crucial ao abordar a luta por causas bem atuais e polêmicas de nosso país. E Pablo Morais, que interpreta um jovem charmoso, bonito e cheio de segredos.

Uma atriz que poderia trazer mais realismo para o filme seria Lisandra Cortez, que fez a vilã na novela do SBT. Ela deixava o público apavorado com tanta maldade. Acho que formaria uma dupla perfeita com Germana.


Apesar de tocar o espectador e abordar temas necessários, falta enredo e explorar melhor o trabalho de ótimos atores, como Jackson Antunes, que tem uma participação pequena no longa. Outra falha é a rapidez com que tudo acontece. 

Algumas cenas poderiam ser mais longas para uma melhor compreensão e entendimento da trama, especialmente por quem não conhece o livro ou a não assistiu a novela.


Entre os pontos positivos de "As Aventuras De Poliana: O Filme" temos a paisagem deslumbrante ao redor do Ecoresort Maya, com imagens gravadas no Rio de Janeiro, e a sempre empolgante trilha sonora, que fez sucesso nas produções passadas. Então, venha desvendar os mistérios dessa história de reviravoltas, humor e aventura.


Ficha técnica:
Direção: Claudio Boeckel
Produção: Panorâmica, SBT Filmes
Distribuição: Warner Bros.
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h33
Classificação: 10 anos
País: Brasil
Gêneros: aventura, infantojuvenil

28 novembro 2023

"Ó Paí, Ó 2" utiliza uma trama simples para reforçar a importância da representatividade negra na tela

Lázaro Ramos protagoniza novamente o personagem Roque, que se une à comunidade para ajudar uma
amiga e preservar a tradição do Pelourinho (Fotos: Divulgação) 


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Mais de 15 anos após o primeiro filme retornamos ao cortiço de Dona Joana com Roque contextualizando o que mudou ou não nesse período e buscando seu espaço como artista negro. Este é o enredo de "Ó Paí, Ó 2", que está em cartaz nos cinemas. 

O protagonista, novamente interpretado por Lázaro Ramos, persiste em viver de sua música. No longa fica evidente como a cultura branca é mais facilmente aceita e como é mais simples excluir um negro do mercado musical do que inseri-lo.


O cerne deste segundo longa parte de uma premissa simples: todos na comunidade se unem para salvar o bar de Neuzão (Tânia Toko), que foi vendido a outro dono, deixando-a sem teto e sem meios de subsistência. 

Encontramos Dona Joana (Luciana Souza), uma mulher solitária e complexa, ainda lidando com o luto pela morte de seus filhos. Essa ausência a assombra e confronta, levando-a a adotar três crianças de rua. 


A obra aborda a questão do despejo de forma séria, unindo antigos personagens, como Maria (Valdinéia Soriano) e Reginaldo (Érico Brás), Yolanda (Lyu Árisson), mãe Raimunda (Cássia Valle) e Matias (Jorge Washington) aos novos moradores. Eles planejam uma festa para Iemanjá como estratégia para arrecadar fundos e salvar o bar. 

A nova geração demonstra resiliência ao criar o metaverso, utilizando o conceito da internet como um espaço para compartilhar suas experiências sobre os dilemas relacionados à cor da pele, desafiando normas e enfatizando a importância da resistência para superar padrões preestabelecidos. 


É interessante ver como "Ó Paí, Ó 2" se preocupa em mostrar o verdadeiro lugar do negro e onde ele deve se posicionar na sociedade. Talvez a falha esteja em não inserir figuras baianas icônicas no Pelourinho, o que poderia ser uma oportunidade para mostrar como os jovens se relacionam com essa tradição.

Viviane Ferreira, responsável pela direção, reforça a ideia de que os direitos dos negros não devem ser ignorados nem excluídos pela sociedade. O roteiro não apenas discute questões raciais, mas também de gênero e sexualidade, evidenciando a luta contínua da mulher negra e do transexual, visível na tela.


Quanto à parte musical, a produção é só elogios. Lázaro Ramos está maravilhoso em sua performance e voz, unindo não apenas os personagens na tela, mas também atraindo o público espectador. Nomes como Margareth Menezes (que interpreta ela mesma), Baiana System, João Gomes e Olodum contribuem para uma trilha sonora sinérgica e alegre.

"Ó Paí, Ó 2" é leve e divertido, mas também uma peça importante para a cultura negra. Mostra como cada história é relevante, especialmente em um país racista onde, por vezes, o óbvio precisa ser reiterado e exposto.


Ficha técnica:
Direção: Viviane Ferreira
Produção: Dueto Produções, Casé Filmes, coprodução Globo Filmes e Canal Brasil
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: comédia

26 novembro 2023

"Não Tem Volta" - Uma jornada cinematográfica de emoções intensas

Manu Gavassi e Rafael Infante são os protagonistas desta comédia nacional de ação que se passa no Rio de Janeiro e Bahia (Fotos:  Divulgação)


Filipe Matheus


Ação, romance, drama, uma mistura de tensão com um toque de “Encontro Explosivo" à La Cameron Diaz e Tom Cruise. Apresento o filme "Não Tem Volta", dirigido por César Rodrigues ("Minha Mãe é Uma Peça 2" - 2016), que está em cartaz nos cinemas e vai deixar o público intrigado para entender os destinos dos protagonistas.

Rafael Infante (Henrique) e Manu Gavassi (Gabriela) assumem os papéis centrais na trama, revelando segredos e desencadeando uma grande aventura. Com um elenco incrível, o filme proporciona impacto, risos, e emoção, despertando o desejo de mais ação, um ponto que foi pouco explorado pela direção. 

A ausência de cenas emblemáticas e cheias de adrenalina faz o filme ficar morno e vago em alguns momentos. Faltou a cereja do bolo para ficar perfeito.


O filme conta a história de Henrique, um homem que, depois de perder um grande amor, acaba decidindo contratar uma empresa de matadores de aluguel para tirar sua própria vida e acabar com seu sofrimento. 

Depois de contratado, não há nenhuma maneira de voltar atrás com o serviço - além disso, ele não conhece a identidade do assassino. Porém, os planos de Henrique mudam subitamente quando Gabriela, uma antiga paixão, retorna à sua vida buscando reatar o relacionamento.


Mas nem só de pontos negativos vive essa comédia de ação. As paisagens do Rio de Janeiro e Bahia levam a cultura e a força do Brasil para as telonas. Além das belas nuances e atuações de estrelas da teledramaturgia, como Betty Gofman, Diogo Vilela, Roberto Bomtempo, entre outras.

Você até poderia querer "ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer", como a canção da Roberta Campos. Mas em "Não Tem Volta" encontrará uma experiência de adrenalina, medo, e ansiedade. Superando pequenas falhas ao alcançar a verdade, a força e a razão, o longa continua sendo genial. 


É importante ressaltar que a trama desperta a vontade de “quero mais”. Se fosse uma série, dava para maratonar facilmente. Ela é simples, real e está no cotidiano das pessoas. É o imaginário junto com a realidade. Faz a gente querer conhecer mais obras do diretor César Rodrigues. Para fazer uma análise fiel, temos que ver o todo. 

Mesmo com algumas falhas, o filme mantém-se fiel a sua proposta. Por isso, dou nota máxima. Então não perca tempo, porque vale muito a pena ver e compartilhar com os amigos esse sucesso. E não se esqueça: depois disso, "NÃO TEM VOLTA". Exceto pela hilária cena pós-crédito.


Ficha técnica:
Direção: César Rodrigues
Roteiro: Fernando Ceylão
Produção: Star Original Productions, Conspiração
Distribuição: Star Distribution Brasil
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: 16 anos
País: Brasil
Gêneros: comédia nacional, ação
Nota: 5 (0 a 5)

24 novembro 2023

"Napoleão" é o reencontro de guerra e sexo de Joaquin Phoenix e Ridley Scott

Cinema recebe versão reduzida, com muitas batalhas e obsessão do imperador por uma mulher e pelo poder (Fotos: Apple Studios)


Maristela Bretas


Depois do sucesso de "Gladiador" (2000), o diretor Ridley Scott e o ator Joaquin Phoenix voltam a se encontrar na grandiosa produção "Napoleão" ("Napoleon"), em cartaz nos cinemas com 2h38 de duração. O público, no entanto, pode se preparar para mais de 4 horas do longa completa que será disponibilizado no canal de streaming Apple TV+ . 

A história de Napoleão Bonaparte que coroou a si mesmo imperador da França já foi contada no passado no cinema, mas esta versão fica restrita às batalhas campais, que quebram as cenas de sexo entre Bonaparte e Josephine, o segundo amor da vida dele (depois da obsessão pelo poder). Mesmo assim, o filme é arrastado e fica cansativo em alguns momentos.


Joaquin Phoenix, como em outras produções, incorpora muito bem o personagem de Napoleão Bonaparte, um homem de apenas 1,68m de altura, que pensava o tempo todo em fazer sexo com a amante, mas transava como coelho e tinha certeza que não cometia erros.

Apesar da ótima interpretação do ator, o papel de Napoleão perde para outros vividos por ele, como em "Gladiador" e "Coringa" (2019). Mas deve lhe render várias indicações a prêmios, inclusive ao Oscar 2024.


O filme tem em Vanessa Kirby ("Missão: Impossível - Efeito Fallout" - 2018) seu maior trunfo, interpretando Josephine, amiga, amante, esposa e imperatriz durante o reinado de Napoleão. A atriz britânica está ótima e se destaca mais que Phoenix ao entregar uma mulher forte, dominadora, amante insaciável, que soube como controlar do marido desde que se conheceram e foi essencial na ascensão do general francês. Pode entrar na lista das possíveis candidatas a premiações.

Completam o elenco Rupert Everett ("O Lar das Crianças Peculiares" - 2016), Tahar Rahim (que trabalhou com Phoenix em "Maria Madalena" - 2018 e protagonizou "Samba" - 2015, com Omar Sy), Edouard Philipponnat, Matthew Needham e Youssef Kerkour.


O longa retrata a rápida carreira de Napoleão Bonaparte. De simples oficial de artilharia do exército francês, graças a sua capacidade como estrategista de guerra e às vitórias em conflitos pela Europa, chegou a imperador da França em 1804. Um militar cruel com os inimigos, arrogante e prepotente, mas fraco diante das duas mulheres mais importantes de sua vida - a mãe e Josephine. 

Mas foi sua obsessão pelo poder e sede de conquista da Europa que o dominaram, levando-o à gloria e à derrota, deixando até mesmo em segundo plano sua amada. 

Napoleão se comparava a outros grandes imperadores como Alexandre, o Grande, e César, de Roma. Até ser derrotado, deposto e terminar exilado na Ilha de Santa Helena.


A obra de Ridley Scott é bem conduzida, mas o corte de mais de uma hora da versão original aliviou para o espectador mas pode ter comprometido pontos importantes do filme. 

Personagens foram esquecidos ao longo da trama, como os filhos de Josephine antes do casamento com Napoleão, a segunda esposa (resultado de um acordo político para que ele tivesse um filho como herdeiro no trono).


Até mesmo as batalhas, um ponto forte do diretor, como ele mostrou bem em "Gradiador" (2000) e "Cruzada" (2005), poderiam ter sua grandiosidade mais bem exploradas. Mesmo assim, Scott não economizou no sangue e entregou um ótimo trabalho, especialmente no ataque no gelo e na Batalha de Waterloo, em julho de 1815, quando Bonaparte foi derrotado. 

"Napoleão" tem ainda como pontos positivos a reprodução quase fiel da história do imperador francês, o figurino impecável e a escolha das locações na Inglaterra. Vale à pena conferir o longa no cinema.


Ficha técnica:
Direção: Ridley Scott
Roteiro: David Scarpa
Produção: Scott Free Productions, Apple Original Films
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h38
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: histórico, guerra
Nota: 3,8 (0 a 5)

22 novembro 2023

“Culpa e Desejo” expõe, sem medo, a tensão entre moralismo e vida sexual das mulheres

Longa francês leva para a telona o tabu da relação entre uma advogada casada e seu jovem enteado (Fotos: Synapse Distribution)


Eduardo Jr.


É quase incestuoso. E é excitante. Talvez ao assistir “Culpa e Desejo” (“L’été Dernier”, 2023) vocês concordem comigo. O filme de Catherine Breillat, distribuído pela Synapse Distribution, estreia nas salas do país nesta quinta-feira (23), após integrar a programação do Festival Varilux de Cinema Frances. Nele, uma mulher casada se envolve com o enteado que chega para morar na residência do casal.  

A protagonista Anne, vivida por Léa Drucker (que está incrível no papel), é uma advogada que precisa se virar em um mundo onde os homens são simplesmente incapazes (acho que não é só ficção…). Ela lida com casos de abusos sexuais contra menores. E de cara o longa mostra que ela sabe bem como a sociedade se comporta quando se trata de culpabilizar a vítima. 


Mas ela mesma se torna alvo para julgamentos morais quando o marido Pierre (Olivier Rabourdin) anuncia que Théo (Samuel Kircher), filho dele de um relacionamento anterior, vai morar com eles, e os dois cedem ao tesão.  

Theo é a expressão do viço da juventude. Associa beleza e mistério. Anne vai, aos poucos, quebrando a rebeldia do jovem, enquanto se deixa levar pela tensão sexual que cresce entre os dois. A obra, filmada sem música, privilegia a sedução e até momentos de suspense - que chegam a extrapolar a tela, mexendo com as emoções do espectador. 

Mas nem sempre a construção do clima é acertada. Na cena em que Pierre se despe no quarto conversando com a esposa, a sedução é crescente, e nota-se um cuidado para não imprimir entre o casal um desleixo que justifique a infidelidade. Ponto positivo. 


No entanto, a câmera que prioriza as curvas da protagonista e posições que evocam um erotismo, faz questionar uma objetificação da mulher, uma possível intenção dela em provocar uma situação quase incestuosa. Ponto negativo.     

Léa Drucker se veste com o título do filme. Consegue expressar o desejo e a culpa. O desconforto e a alegria com a situação. E também o desespero de quem só quer a proximidade com o amante. 

Destaque para a cena em que ela telefona para o marido, que decide fazer uma viagem com o filho, e o quadro na parede do quarto é praticamente um alter ego da protagonista. 


Com a apreensão instalada no filme, fica para o espectador a impressão de que o pior vai acontecer - e também de que poderia acontecer mais rápido. Mas no geral, o filme agrada. Se o final é satisfatório, fica a cargo de cada um dar seu veredito. 

O fato é que o longa, baseado no filme dinamarquês “Rainha de Copas” (2019) e produzido por Saïd Ben Saïd (de “Bacurau”, 2019), concorreu ao prêmio principal da Palma de Ouro em Cannes este ano. Fala de amor. De culpa. De julgamento. De desejo. De vida real (aquela que muitos tentam esconder sob o tapete).   


Ficha Técnica:
Direção: Catherine Breillat
Produção: Saïd Ben Saïd
Distribuição: Synapse Distribution
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: 16 anos
País: França
Gênero: drama

21 novembro 2023

“Um Pai, Um Filho” aborda perdas e relações familiares dentro da cultura chinesa

Road movie que mistura drama e comédia é parte da programação de festival gratuito de cinema chinês (Fotos: Gabriela Vargas Mor/Divulgação)


Eduardo Jr.


Se você se pergunta o que esperar de um filme chinês, a resposta pode ser “emoção”, caso a obra escolhida seja “Um Pai, Um Filho” (“Like Father and Son” - 2023). O longa do cineasta Bai Zhiqiang chega ao Brasil como um dos títulos da 8ª Mostra de Cinema Chinês de São Paulo. 

A exposição, online e gratuita, é realizada pelo Instituto Confúcio, na Unesp - Universidade Estadual Paulista, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e está disponível na plataforma da Spcine Play: https://www.spcineplay.com.br 


Vencedor do Beijing International Film Festival na categoria “Excellent Product in Progress Award”, o longa mistura drama e comédia. Nele, Gouren (Hui Wangjun) toca a vida enquanto tenta sufocar o sofrimento da perda do filho. Até que seu caminho se cruza com o do endiabrado Mao Dou (Ba Zeze), que sonha reencontrar o pai. 


Neste road movie, Gouren viaja de caminhão por vilarejos, vendendo produtos e tirando fotografias. Uma de suas clientes fotografada é a avó de Mao Dou (Ma Guilan). 

Na apresentação das personagens fica implícito que ela esconde do neto o que realmente aconteceu ao pai do garoto, que idolatra a única foto que tem do homem que deveria criá-lo. 


A revolta e inadequação do menino parecem ser o combustível para que ele deixe o vilarejo o quanto antes para encontrar o pai. A solução está justamente em Gouren. 

O encontro dos dois rende momentos cômicos e tocantes. Junta-se a isso momentos em que a fotografia salta um pouco aos olhos do espectador.  


Embora o roteiro não traga originalidade, na reta final a história parece crescer e encontrar seu eixo. E aí o título da obra passa a fazer sentido, não se referindo estritamente aos protagonistas na tela. Um longa que arranca risos e lágrimas daqueles mais atentos aos aspectos românticos da obra. 


“Um Pai, Um Filho” integra a seleção de 12 obras do Festival, que mistura ficções e documentários, inéditos no país. Os títulos exibidos em cinemas de São Paulo entre 6 e 15 de outubro podem ser conferidos online. Após se cadastrar no site do Instituto Confúcio, o espectador recebe o acesso à programação. A mostra se encerra dia 30 de novembro.  


Ficha Técnica:
Direção: Bai Zhiqiang
Exibição: online e de graça, até 30/11, pelo site https://mostracinema.institutoconfucio.com.br
Duração: 1h37
Classificação: livre
País: China
Gêneros: drama, comédia

20 novembro 2023

"Primeiros Amores", a novidade da Netflix que vai abalar seu coração

Série polonesa de seis episódios trata de amadurecimento, romance e paixão pelo cinema (Fotos: Netflix)


Filipe Matheus


"O sonho sempre vem pra quem sonhar". Esse trecho da música "Lua de Cristal", da Xuxa, tem tudo a ver com a nova série "Primeiros Amores" ("Absolutni Debiutanci"), já disponível no catálogo da Netflix. A primeira temporada está repleta de descobertas e nos inspira a sonhar, amar e ser feliz.

A história conta sobre dois amigos, ambos apaixonados por filmes, e que juntos trabalham em um longa para entrarem na faculdade de Cinema. Lena (Martyna Byczkowska), uma jovem com espectro autista, e Niko (Bartlomiej Deklewa) têm uma amizade muito forte e bela, e desde criança vivem aventuras, sonhando com o mundo mágico da sétima arte. 


O verbo amar é tão poético, e nessa história de amor, ele não pode faltar. Por isso, Igor (Jan Salasinski) entra na trama, para tocar o coração de Niko e a mente de Lena. Abalados com tanta beleza, força e masculinidade do jovem. Juntos, eles vão criar uma história fenomenal e fazer dela uma linda obra. 

Igor é um jogador de basquete que ama o esporte, mas passará por momentos difíceis, mas ao conhecer ambos, verá que viver algo novo e mergulhar de cabeça na atuação vale à pena. Uma série que te deixa intrigado, não só pelos personagens, mas também pela beleza da Polônia, cidade que é retratada nos episódios. 


Lena, quer muito ter uma cena de sexo no filme, mas o personagem de Niko não concorda, além da ética e por respeito a Igor. Porque será que ele não quer viver essa arte de maneira completa? O que tem de errado em uma simples cena de sexo? 

Para saber mais, você terá que assistir e vivenciar as emoções dos personagens que no decorrer da história, vão aprender mais sobre o que é a vida e como é difícil decifrá-la. E olha que a palavra VIDA, tem apenas quatro letras! 


A série fala também de família e de como os laços são importantes na construção das pessoas. Não tem como viver uma experiência sem recorrer a eles, as histórias, os encontros e até mesmo os traumas. De forma rápida e perspicaz, a trama tem seis episódios que vão deixar você querendo mais, ou melhor, a segunda temporada. 

Como eu disse no começo, "Primeiros Amores" fala muito sobre sonhar, mas nem sempre esses sonhos vão se realizar. Assista e me diga o que achou, meu caro leitor. 


Ficha técnica:
Direção:
Kamila Tarabura
Distribuição e exibição: Netflix
Duração: 6 episódios/média de 45 minutos de duração cada
Classificação: 16 anos
País: Polônia
Gêneros: romance, série, drama

19 novembro 2023

"A Sombra de Caravaggio" revela o artista para além de suas telas

Gênio do século XVII, o pintor é protagonizado com maestria pelo ator italiano Riccardo Scamarcio (Fotos: Divulgação)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Em sua segunda semana de exibição, um dos filmes inéditos selecionados para o Festival de Cinema Italiano é "A Sombra de Caravaggio" ("L'Ombra di Caravaggio"), que pode ser conferido, de graça, até o dia 9 de dezembro no site oficial do evento - https://festivalcinemaitaliano.com/

Dirigido por Michele Placido, o filme aborda um período crucial na vida do renomado pintor, oferecendo uma perspectiva diferente, mais humana e rebelde. 

Ao ambientar-se em 1609, a obra retrata a inquietude de Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, e como suas obras desafiavam até mesmo a igreja católica, revelando sua genialidade.


Para além das polêmicas que cercavam o artista, o longa destaca não apenas a importância de suas pinturas, mas também a figura de Caravaggio como um "pai para os marginalizados". Ao retratar bandidos, prostitutas e ladrões de maneira sacra, ele provocou a ira da igreja, que passou a persegui-lo. 

Riccardo Scamarcio incorpora com maestria a intensidade do personagem, que tinha uma abordagem forte, debochada e que buscava justiça por meio de suas artes.

"Narciso",  pintura de Caravaggio

A personalidade galante de Caravaggio, sempre envolvido com várias mulheres, é bem interpretada, especialmente por Isabelle Huppert como Costanza Colona, esposa do pintor. Colona destaca-se por sua simplicidade, força e paixão pelo artista, mesmo quando a relação parecia destinada a desmoronar. 

Outras duas mulheres importantes na vida do pintor, Anna Bianchinni e Lena, demonstram tanto poder de sedução quanto disposição em defender o amante diante das tentativas da Igreja Católica de condená-lo à morte.


O filme também ressalta outro personagem importante que contrasta com o protagonista, proporcionando um duelo bem construído, especialmente em seu desfecho, revelando o legado deixado pelo pintor Michelangelo Merisi.

A direção de fotografia, sob a precisão de Michele D'Attansio, é uma obra à parte, explorando com precisão o estilo barroco para criar nuances de tons e sombras na tela. Chama atenção também a reprodução do figurino de época empregando tons mais neutros e frios, que acompanha a obra do pintor.

"Fausto", pintura de Caravaggio

No entanto, dois pontos negativos merecem menção. A passagem de tempo, que por vezes, torna-se confusa, já que as cenas cortadas não fornecem uma clara indicação da época. Isso deixa o espectador perdido, especialmente quando são introduzidos novos personagens.

Apesar destas ressalvas, "A Sombra de Caravaggio" é, sem dúvida, um filme que merece ser assistido para compreender mais profundamente essa figura controversa e crucial na história da arte.


Ficha técnica:
Direção: Michele Placido
Exibição: de graça no site https://festivalcinemaitaliano.com/
Duração: 2 horas
Classificação: 14 anos
País: Itália
Gênero: drama

16 novembro 2023

"Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e Serpentes" traça paralelos entre paixão, ambição e sobrevivência

Filme é dirigido por Francis Lawrence, o mesmo diretor dos outros quatro longas da franquia (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)


Larisssa Figueiredo


Um dos pontos mais fortes da franquia "Jogos Vorazes" é a forma como os personagens são construídos e aprofundados com complexidade, estreitando a linha de separação entre os mocinhos e vilões. Em "A Cantiga dos Pássaros e Serpentes" ("The Hunger Games – The Ballad of Songbirds and Snakes"), filme prequel da franquia que estreou nos cinemas, acompanhamos o tirânico presidente Snow aos 18 anos, atormentado pela pobreza e miséria na Panem pós-guerra, quando vê uma chance de mudar sua realidade se tornando o mentor de Lucy Gray Baird, o tributo feminino do Distrito 12.

 

O elenco do longa-metragem é composto por grandes nomes como Viola Davis (Dra. Gaul), Peter Dinklage (Reitor Highbottom) e Hunter Schafer (Tigris Snow), mas o destaque vai para Tom Blyth, que incorporou os dilemas e contradições do jovem Coriolanus Snow.  

Dar vida a um personagem complexo que foge aos arquétipos óbvios hollywoodianos é um desafio que foi executado com maestria pelo ator britânico. Snow, ainda que querendo salvar sua família da pobreza, já mostrava frieza, sinais de tirania e desejo de poder irrestrito e, mesmo assim, Blyth consegue trazer ternura, simpatia e até empatia para Snow do início ao fim do filme. 


Já a protagonista Lucy Gray Baird foi interpretada por Rachel Zegler, amplamente criticada pelos fãs da saga nas redes sociais quando a escolha foi divulgada. Lucy é uma personagem imprevisível, intensa, cheia de emoções, que representa um mártir na própria narrativa, esses aspectos parecem ter dificultado a imersão de Zegler na personagem. 

A atriz exagera nas “caretas” e não soa natural na pele de Lucy Gray nos momentos de maior tensão. Apesar disso, Rachel Zegler é dona de uma voz exuberante e entrega performances de alto nível nas cenas em que aparece cantando e tem uma química inegável com seu par, Tom Blyth. 


Por falar em música, mais uma vez a franquia evidenciou a preocupação em apresentar uma trilha sonora original de primeira qualidade, que ficou a cargo de James Newton Howard ("Operação Red Sparrow" -2018). 

Além da icônica contribuição de Rachel Zegler em “The Hanging Tree”, música escrita pela autora dos livros, Suzanne Collins, e também interpretada por Jennifer Lawrence (Katniss Everdeen) em "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1", “Can't Catch Me Now”, da cantora pop Olivia Rodrigo, ganhou destaque como composição original para o longa. 


O filme é dirigido por Francis Lawrence, o mesmo diretor dos outros quatro longas da franquia e tem produção executiva de Suzanne Collins. O roteiro começa dinâmico e envolvente, mas perde o ritmo do meio para o final, aspecto que é um desafio para diversas adaptações literárias. 

O longa é um dos mais brutais entre as produções de "Jogos Vorazes", com direito a mortes marcantes e muita violência, sem deixar de ser político e inteligente, escancarando as engrenagens da espetacularização por trás dos jogos. 


A montagem de "A Cantiga dos Pássaros e Serpentes" chama atenção pela riqueza de planos sequência bem elaborados que imergem o espectador para dentro do filme. A fotografia e os cenários, em sua maioria na Polônia, não deixam dúvidas para afirmar a qualidade estética do longa-metragem, cheio de referências visuais dos símbolos da franquia, como a árvore e os tordos.  

O filme prequel trouxe a completude que faltava ao universo de "Jogos Vorazes", proporcionando ainda mais profundidade à narrativa de Snow, um dos grandes protagonistas da franquia. 


Ficha técnica:
Direção: Francis Lawrence
Produção: Lionsgate, Color Force
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h38
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ficção, ação, aventura
Nota: 4 (0 a 5)

14 novembro 2023

"O Famoso Alfaiate" - Costurando presente, passado e futuro

Série turca está na terceira temporada, com recomeços, retrocessos e mudanças de planos (Fotos: Netflix)


Silvana Monteiro


Gatilhos sobre traumas infantis, saúde mental, pessoas com deficiência, violação de direitos fundamentais, direitos femininos e tradições. Esses são alguns temas abordados na série turca "O Famoso Alfaiate" ("Terzi"), da Netflix. A terceira temporada já está disponível e marca recomeços, retrocessos e mudanças de planos. 

Rana Mamatlıoğlu e Bekir Baran Sıtkı foram responsáveis pela adaptação do roteiro inspirado no terceiro livro da famosa escritora Gülseren Budayıcıoğlu, intitulado "Hayata Dön". A mente por trás da série é Onur Güvenatam, enquanto o experiente diretor Cem Karci assumiu a responsabilidade pelo projeto. 


Na história, Dimitri, que ganha vida por meio da interpretação do conhecido Salih Bademci, e Peyami Dokumati, interpretado pelo renomado ator Çağatay Ulusoy, da série o "Último Guardião", são dois amigos de infância que crescem com suas questões dolorosas, e se tornam sócios bem sucedidos. 

Peyami é um estilista silencioso, detalhista, seu trabalho funciona como termômetro para sua vida. Um homem de olhar triste que enfrenta conflitos em relação à condição de seu pai e à sua própria origem. Mas quem seria a mãe de Peyami? E por quais motivos seus avós o protegeram tanto? 

Entre o mundo da moda, da alta costura, das linhas, agulhas, tecidos e do segredo sobre algo que o envergonha e aterroriza, ele busca refúgio em pequenos detalhes que podem o ajudar a desvendar a própria história.


Enquanto isso, Dimitri é um cara explosivo, narcisista que se sente atormentado e que, não raras vezes, atormenta a vida de todos, incluindo seu amigo Peyami. No entanto, o diretor mantém essa conturbada amizade, como o pilar da história. Conexos, ambos seguirão seus traumas. 

De um lado, a solidão de Peyami, do outro o caos de Dimitri, até que uma bela jovem, vivida por Şifanur Gül, de "The Red Room", se transformará nos pontos fortes e fracos de ambas as famílias. Quem é essa mulher? Qual sua origem?  E como ela se relaciona com a história de Peyami? Por causa dela, qual será o destino da amizade de Peyami e Dimitri? 


São nesses mistérios e incertezas que o telespectador se mantém cativo e ansioso para descobrir as lacunas que surgem ao longo da história. 

Destaque para o embate entre Dimitri e Peyami, o desfecho da relação de Peyami com seus pais e a solução ao destino do genitor com seu passado e com seu lugar na história da família. 

Em algumas partes da narrativa há uma certa delonga e indicações desconexas que podem deixar o telespectador confuso, porém, apesar desses detalhes, "O Famoso Alfaiate" é uma série sentimentalmente explosiva, com discussões importantes, uma belíssima fotografia e uma arrojada trilha sonora que merecem sua atenção.


Ficha técnica:
Criação: Onur Güvenatam
Produção: OGM Pictures
Exibição: Netflix
Duração: 16 episódios - 3 temporadas
Classificação: 14 anos
País: Turquia
Gêneros: drama, romance

13 novembro 2023

Mostra Ecofalante de Cinema traz obras socioambientais para BH

12ª edição do evento ocorre no Cine Santa Tereza, com entrada gratuita para todas as sessões (Foto: Ricardo Laf/PBH)


Jean Piter Miranda


Pelo segundo ano consecutivo, Belo Horizonte recebe a Mostra Ecofalante de Cinema. O evento é considerado o mais importante do audiovisual da América do Sul dedicado às temáticas socioambientais. As obras serão exibidas entres os dias 16 e 23 de novembro, no Cine Santa Tereza. A entrada é gratuita para todas as sessões. A programação conta com 15 filmes, entre curtas e longas-metragens, premiados em festivais nacionais e internacionais. 

Na abertura, será apresentado o filme "Amazônia, a Nova Minamata?", último longa de Jorge Bodanzky. A produção aborda a luta do povo Munduruku contra o garimpo ilegal em seu território. A sessão será comentada pelos instrutores e alunos do curso de Documentário do Núcleo de Produção Digital/Escola Livre de Artes - NPD/ELA.

“A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge

Destaques da programação

Entre os destaques da mostra está a “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge. O documentário retrata a maior expedição das últimas décadas na Amazônia, realizada pela Funai e liderada pelo indigenista Bruno Pereira. A missão buscava estabelecer o primeiro contato com a etnia dos Korubos. 

Outra obra que fez sucesso é “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato. O documentário desfaz preconceitos em torno da figura de Exu, divindade presente em religiões de matriz africana. Também aborda a liberdade de culto e ao racismo sistêmico no Brasil.


Em "Escute, a Terra Foi Rasgada", os diretores Cassandra Mello e Fred Rahal Mauro, retratam uma aliança histórica entre três povos indígenas pela defesa de seus territórios, frente à destruição causada pelo garimpo.

“Vento na Fronteira”, de Laura Faerman e Marina Weis, acompanha a luta do povo Guarani-Kaiowá pelas suas terras, na região do Mato Grosso do Sul. “Mulheres na Conservação” aborda o protagonismo das mulheres na ciência. A obra é assinada pela jornalista Paulina Chamorro e pelo fotógrafo João Marcos Rosa.


Outro documentário de destaque é “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente (diretora de “Racionais MC's – Das Ruas de São Paulo pro Mundo”, 2022). A obra é sobre a trajetória de Ruth de Souza, pioneira entre as atrizes negras em palcos, televisão e cinema no Brasil. 

A programação conta com “I Heard it Through the Grapevine”, dirigido por Dick Fontaine. O documentário é estrelado por James Baldwin e acompanha uma viagem do escritor pelos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, faz um balanço das lutas pelos direitos civis das comunidades negras em seu país.


Em “O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas”, o tema é a profunda crise de desigualdade nos EUA. O documentário é dirigido por Abigail Disney e Kathleen Hughes.  

Entre os curtas de destaque estão “A Febre da Mata”, de Takumã Kuikuro, uma denúncia contra as queimadas na Amazônia; “Mãrihi – A Árvore do Sonho”, de Morzaniel Ɨramari, no qual as palavras de um xamã conduzem uma experiência onírica envolvendo poéticas e ensinamentos dos povos da floresta. 


“Um Tempo para Mim”, trata da transformação de uma jovem mbya guarani, que acontece no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua; “Levante pela Terra”, de Marcelo Cuhexê, registra o acampamento ocorrido em Brasília em 2021, na luta pela demarcação de terras indígenas. 

Para o público infanto-juvenil, a Mostra exibe “A Viagem do Príncipe”, animação dirigida por Jean-François Laguionie e Xavier Picard. O filme mostra as aventuras e os preconceitos enfrentados por um príncipe numa terra estrangeira de cultura e hábitos diferentes e que se construiu em oposição à natureza. 


Realização

A itinerância da Mostra Ecofalante de Cinema em Belo Horizonte é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.

O apoio institucional é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, da Embaixada da França no Brasil, do Programa Ecofalante Universidades e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. 

A programação completa da Mostra Ecofalante em Belo Horizonte pode ser acessada em ecofalante.org.br/programacao.


Confira os trailers dos outros filmes clicando aqui 

Serviço
Mostra Ecofalante de Cinema - Itinerância Belo Horizonte

Data: 16 a 23 de novembro
Local: Cine Santa Tereza - Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza - Belo Horizonte - MG - Telefone: (31) 3277-4699
Ingressos: Retirada de ingressos em sympla.com.br/cinesantatereza ou na bilheteria, 30 minutos antes da sessão
Informações: www.ecofalante.org.br