31 outubro 2020

Connery, Sean Connery! Morre o melhor e mais charmoso agente secreto do cinema

O ator em "007 Contra Goldfinger", ao lado do sempre elegante Aston Martin DB5, marca registrada do personagem (Divulgação)


Maristela Bretas


Ele marcou uma época e será lembrado, principalmente, como o primeiro James Bond do cinema. O espetacular Sean Connery morreu na madrugada deste sábado, aos 90 anos, em sua casa nas Bahamas. A família informou apenas que ele não estava bem nos últimos tempos e faleceu enquanto dormia.

James Bond faz parte da minha educação cinematográfica e foi Sean Connery o maior, o melhor e o mais charmoso de todos os intérpretes quem me apresentou, com muito estilo, ao mundo da espionagem. Não foram poucas as sessões da tarde, deitada no sofá da casa de minha mãe e depois da minha casa, vendo e revendo os sucessos deste grande ator. Que provou não ser somente um espião com licença para matar, que dirigia o elegante Aston Martin DB5 e usava a pistola semiautomática Walther PPK.


No cinema não foi diferente, especialmente em filmes como "Caçada ao Outubro Vermelho" (1990), "O Nome da Rosa" (1986) e "A Rocha" (1996). Isso sem falar na parceria com Harrison Ford (outro ator que adoro) no ótimo "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), quando ele interpretou o professor Henry Jones, pai do herói. Só mesmo Steven Spielberg para formar esta dupla inesquecível. 

O maior e melhor agente 007 do cinema começou sua trajetória vivendo o personagem em 1962, fazendo "007 contra o Satânico Dr. No". Connery interpretou o agente secreto em outras seis produções, todas bem marcantes: "Moscou contra 007" (1963), "007 Contra Goldfinger" (1964), "007 Contra a Chantagem Atômica" (1965), "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (1967), "007 - Os Diamantes São Eternos" (1971) e "007 - Nunca Mais Outra Vez" (1983).

Apesar de ter se tornado o mais conhecido James Bond das gerações de 60 a 90, Sean Connery também brindou o público com outros grandes papéis, que lhe garantiram mais de 30 premiações em diversos festivais e o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu personagem Jim Malone, um dos detetives de "Os Intocáveis" (1987), filme que dividiu o elenco com Kevin Costner, Andy Garcia e Robert De Niro.


Outras produções de sucesso marcaram a carreira do escocês Sean Connery, condecorado Sir pela Rainha Elizabeth em 2000. Merecem destaque "Marnie, Confissões de uma Ladra" (1964), "A Colina dos Homens Perdidos" (1965), "Assassinato no Expresso Oriente" (1974), "O Homem Que Queria Ser Rei" (1975), "O Vento e o Leão" (1975), "Highlander: O Guerreiro Imortal" (1986), "Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões" (1991) - também com Kevin Costner - , "Armadilha" (1999) - produzido por ele, "A Liga Extraordinária” (2003) e tantos outros.

Alguns de seus grandes sucessos podem ser conferidos no #Telecine, #Netflix, #AmazonPrime, #ClaroVídeo e #YouTubeFilmes. Sean Connery foi um ícone e deixa um legado importante para o cinema mundial. A franquia 007 perde seu maior símbolo, que abriu as portas para tantos outros atores que interpretaram o personagem criado por Ian Fleming. E que após 58 anos ainda se apresentam com classe e força a cada filme como “Bond, James Bond”.



Tags: #seanconnery, #007, #jamesbond, #seanconneyrip, #osintocaveis, #Indianajoneseaultimacruzada, #iconedocinema, #espionagem, @cinemanoescurinho

28 outubro 2020

Salas da Rede Cineart retomam exibições dia 31 de outubro

 Programação inclui filmes para todas as idades (Fotos: Divulgação)


 

Da Redação

A Rede Cineart retoma as atividades dia 31 de outubro (sábado), nos cinemas de Belo Horizonte – Boulevard Shopping, Shopping Cidade, Ponteio Lar Shopping, Shopping Del Rey, Minas Shopping, Shopping Paragem, Via Shopping; Contagem – Shopping Contagem e Itaú Power Shopping. A compra antecipada de ingressos e a consulta de horários podem ser feitas pelo site ou pelo aplicativo Cineart.

Segundo a direção da empresa, para garantir a segurança do público e dos colaboradores, estão sendo seguidos todos os protocolos recomendados pelos órgãos responsáveis, como obrigatoriedade de uso de máscaras; marcação de distanciamento social nas filas para autoatendimento, bomboniére e acesso às salas; disponibilização de álcool em gel e higienização controlada do ar condicionado.
 

 
O distanciamento eletrônico entre os assentos será feito pelo próprio sistema, automatizado para barrar a compra de assentos próximos, permitindo que apenas quatro pessoas de mesmo núcleo de convivência sentem-se juntas. Entre as sessões haverá um espaçamento para limpeza e higienização das salas, que terão redução de 50% de ocupação.

A programação de abertura contará com filmes para todas as idades. Na relação infantojuvenil estão as produções "É Doce"; "Scooby! O Filme"; “Os Novos Mutantes" e "Como Cães e Gatos". Para adultos, a esperada superprodução do diretor Christopher Nolan, "Tenet", além de "A Ilha da Fantasia", "A Maldição do Espelho", "O Roubo do Século" e "Tel Aviv em Chamas".

 Confira abaixo a sinopse e o trailer dos filmes:


"É Doce!" (PlayArte)
Enquanto Kipp possui o dom de confeccionar belos móveis e Buck o de fazer velas incomparáveis, Elfie é uma gnomo super atrapalhada que busca um ofício em que seja perfeita. Decidida a aprender novidades no mundo humano, ela e os amigos conhecem Theo, um confeiteiro que está quase perdendo sua loja. Eles unirão forças para salvar o estabelecimento e tornar Elfie em uma grande confeiteira.
 


"Scooby! O Filme" (Warner Animation)
Esta é a história de origem dos famosos personagens da série animada da Hanna Barbera. Salsicha e Scooby têm uma conexão instantânea envolvendo comida em seu primeiro encontro, e logo se unem aos jovens detetives Fred, Velma e Daphne para formar a Mistério S/A. Após resolverem centenas de casos, o grupo deverá impedir o "apocãolipse", que virá quando o fantasma do cão Cerberus for liberado no mundo.
 


"Os Novos Mutantes" (20th Century Fox)
Cinco jovens mutantes (Maisie Williams, Blu Hunt, Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton e Henry Zaga) descobrem o alcance de seus poderes e lidam com traumas do passado. No entanto, eles são mantidos presos contra a vontade em uma instituição controlada pela Dr. Cecilia Reyes (Alice Braga), que deseja contralar as habilidades do grupo. 
 

"Como Cães e Gatos" (Warner Bros. Pìctures)
Sem o conhecimento dos humanos, os cachorros combatem os gatos há centenas de ano para evitar que eles dominem os homens. Porém, quando um gato chamado Sr. Tinkles (Sean Hayes) inicia um plano que irá acabar com a população de cães que protege os humanos, uma equipe de agentes caninos e um leal filhote chamado Lou (Tobey Maguire) decidem proteger a humanidade.


 
"Tenet" (Warner Bros. Pictures)
Um agente da CIA conhecido como O Protagonista (John David Washington) é recrutado por uma organização misteriosa, chamada Tenet, para participar de uma missão de escala global. Eles precisam impedir que Andrei Sator (Kenneth Branagh), um renegado oligarca russo com meios de se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial. Com uma arma que permite o tempo correr ao contrário, O Protagonista tentará impedir que os planos de Sator se concretizem.
 



"A Ilha da Fantasia" (Sony Pictures)
Alguns turistas conhecem uma ilha paradisíaca no meio do Oceano Pacífico que oferece aos seus viajantes a possibilidade de realizar seus sonhos e viver aventuras que parecem impossíveis em qualquer outro lugar. Porém, como avisa o anfitrião da ilha, Sr. Roarke (Michael Pena), realizar seus desejos pode não acontecer da maneira esperada.



"A Maldição do Espelho" (Paris Filmes)
Uma fã começa a falar orgulhosamente com uma famosa atriz de como já esteve com ela no passado, tendo até mesmo lhe dado um beijo. Porém logo a fã cai morta, em virtude de ter bebido um drink envenenado. Como este copo era para a estrela de cinema, a suspeita é que alguém desejava matá-la. A polícia investiga se uma ferrenha inimiga pode ser a culpada.





"O Roubo do Século" (Warner Bros. Pictures)
O filme acompanha o grupo de atiradores do Grupo Falcon, numa sexta-feira, 13 de janeiro de 2006, realizando o que é considerado um dos assaltos a bancos mais famosos e inteligentes da história da Argentina na agência do Banco Río, em Acassuso.



"Tel Aviv em Chamas" (Pandora Filmes)
Um jovem palestino ambicioso e sonhador chamado Salam (Kais Nashif) torna-se um escritor de novela de maneira ocasional, após um encontro casual com um soldado de Israel. Sua carreira criativa começa a crescer cada vez mais, até que os patrocinadores do programa exigem que ele acabe de maneira inesperada.
 


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24 outubro 2020

"A Verdadeira História de Ned Kelly": uma narração instigante combinada com boas interpretações

George MacKay entrega uma boa interpretação do fora da lei mais famoso da Austrália no século XIX (Fotos: A2 Filmes/Divulgação0

Maristela Bretas

 

Tenso, instigante e com locações que completam todo o clima que o enredo de "A Verdadeira História de Ned Kelly" ("True History Of Kelly Gang") exigia. Inspirado no romance best-seller de Peter Carey, “A História do Bando de Kelly”, o filme é narrado pelo próprio Ned Kelly (muito bem interpretado por George MacKay, de "1917") que, por meio de cartas endereçadas ao filho, resolve contar a sua versão do mito criado em torno de seu nome que o colocou como o mais famoso fora da lei ("bushranger") da história da Austrália. 
 

 

Descendente de irlandeses, filho de um pai expulso do país e levado pelos ingleses para a colônia britânica de Victoria, o jovem Ned, de 12 anos (papel de Orlando Schwerdt), viveu a infância e adolescência tendo que assumir o lugar de "homem da casa" após o pai ser preso. Dominado pela mãe Ellie Kelly (Essie Davis), numa relação que beira o incesto, ele é obrigado a conviver com a constante troca de parceiros dela por dinheiro.


 
Do sargento O'Neill (Charlie Hunnam) ao ladrão de cavalos e procurado pela polícia Harry Power (Russell Crowe), para quem ele é vendido pela mãe para que amadureça como homem, Ned vai passando da infância para a adolescência vivendo uma realidade distorcida e cada vez mais violenta. Poucas coisas fizeram com que ele se sentisse humano. Uma delas é o filho recém-nascido, para quem ele escreve cartas, contando como foi sua trajetória, nem sempre violenta e de crimes, de forma que ele saiba quem foi realmente. 

 
Diferente dos demais bandidos da década de 1870 (quando se passa a história), o bando de rebeldes recrutados por Ned Kelly ficou conhecido por usar vestidos em seus crimes. Mas o chefe do grupo foi além e criou uma armadura de ferro para o peito e a cabeça com apenas espaço para os olhos, capaz de defendê-los das balas da polícia. E foi assim que escreveu sua história, como lhe ensinou Harry Power: "Sempre se certifique de que você é o autor de sua própria história, porque os ingleses sempre pegam e estragam tudo".
 

 
Com narração mais lenta em várias partes, o diretor Justin Kurzel apresenta um Ned Kelly que gera dúvida no público - afinal ele foi um cruel fora da lei ou uma vítima do preconceito contra os irlandeses levados para a Austrália que acabou se tornando o bandido da lenda? Difícil dizer quem é do bem e quem é do mal. Polícia e bandidos se comportavam de maneira semelhante. Uma cena que choca é a do policial Fitzpatrick (papel de Nicholas Hoult) ameaçando um bebê com um revólver.
 

 

Além do elenco que entrega boas interpretações, "A Verdadeira História de Ned Kelly" ainda conta com ótimas locações que ajudam a criar um clima sombrio, especialmente na floresta de Meulborne Gaol e a neve do inverno australiano em Marysville, além da State Library, Wangarratta, Dandengong Ranges, Glenrowan e uma bela e antiga fazenda chamada Mintaro. Também a trilha sonora cumpre seu papel e ajuda a compor essa nova versão da história de Ned Kelly.

 

A volta dos cinemas

 

Em cartaz de algumas cidades brasileiras que retomaram suas exibições, "A Verdadeira História de Ned Kelly" poderá ser conferido a partir do dia 31 de outubro em Belo Horizonte, quando as salas de cinema serão reabertas. Segundo o Sindicato das Empresas Exibidoras de Minas Gerais (Seecine-MG), todas as medidas de segurança sanitária serão tomadas e o funcionamento será de 50% da capacidade.

 


Ficha técnica
Direção:
Justin Kurzel
Roteiro: Shaun Grant
Distribuição: A2 Filmes
Duração: 2h05
Países: Austrália / França / Reino Unido
Gêneros: Drama / Ação
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

 

Tags: #AVerdadeiraHistóriaDeNedKelly, #NedKelly, #A2Filmes, #RusselCrowe, #GeorgeMacKay, #EssieDavis, #NicholasHoult, #CharlieHunnam, #ação, #drama, #CinemaNoEscurinho



18 outubro 2020

"Teste de Paternidade" - ninguém deve abandonar seus sonhos

 

Alex e Ceci precisam decidir se querem o crescimento profissional ou mais um membro na família (Fotos: Netflix)


Maristela Bretas



Maternidade ou sucesso profissional? Escolha difícil na maioria das vezes que é abordada com simpatia na produção mexicana "Teste de Paternidade" ("Ahí Te Encargo"). Maurício Ochman, interpretando Alex, e Esmeralda Pimentel, como Ceci, têm uma boa química e entregam uma comédia agradável e atual, em exibição na Netflix, que trata de um dilema enfrentado por muitas mulheres pelo mundo.

Conquistando cada vez mais seus espaços no mercado de trabalho, muitas têm adiado a maternidade ou até mesmo excluído esta opção de suas vidas em troca de crescimento profissional. E mesmo com tantas executivas ocupando cargos no alto escalão de grandes empresas, o mercado ainda tem uma postura machista. 

Não são poucos os casos em que uma profissional mais capacitada deixa de ser selecionada para dar lugar a um homem sob a alegação de que "um dia aquela candidata vai querer ser mãe e no primeiro sinal ela vai trocar a empresa pela família". Ou pior - "a mulher nasceu para ser mãe, não para administrar uma empresa". 



O diretor Salvador Espinosa explora bem isso nos diálogos desde o início do filme, Da boca de Alex, um publicitário que tenta ser um cara de cabeça aberta e apoia Ceci em quase tudo, saem "pérolas" como "por que casamos se não era para ter um filho?". 

Na empresa, Ceci é a mais indicada para um cargo elevado, mas um concorrente tenta eliminá-la da disputa com o chefão usando alegações como "Acha que ela consegue, o marido vai deixar? Porque qualquer dia desses, ela aparece com uma barriga grande e vai faltar ao trabalho. Não deixaria tudo nas mãos de uma mulher, elas são emotivas".


E é o crescimento profissional que leva Ceci a adiar por prazo indeterminado a maternidade. Um filho está totalmente fora de seus planos. Ao contrário de Alex, que quer ser pai e passa a exigir da esposa uma gravidez "prá ontem". O casal, que até então tinha um relacionamento quase perfeito, começa a enfrentar problemas de entendimento entre o que cada um considera ser a sua realização de um sonho. As cobranças aumentam e o afastamento entre eles também.


Até que o pequeno Alan entra na vida do casal. Melhor dizendo, na vida de Alex, que tenta impor de todas as formas o garoto como a solução para todos os problemas e a formação da família ideal nos moldes que ele deseja. Ele é deixado em suas mãos pela mãe, uma jovem que precisa ficar fora por três dias. E agora, como contar para Ceci e fazê-la aceitar a criança? As peripécias para esconder Alan da esposa e no trabalho são as mais divertidas.


"Teste de Paternidade", mesmo sendo um filme com cara de sessão da tarde, sem grandes pretensões, aborda também gravidez precoce, o relacionamento de casais com filhos que gostariam de ter uma pausa para se curtirem, solteiras que optaram por não casar e pessoas cujo destino não permitiu terem herdeiros. 

O filme exige poucas locações, o elenco é pequeno, mas bem entrosado que entrega divertidos diálogos, especialmente a dupla principal e Rafa, amigo de Alex, um solteirão que só quer saber de encontros por aplicativo. Vale como distração.


Ficha técnica:
Direção: Salvador Espinosa
Exibição: Netflix
Duração: 1h51
Classificação: 12 anos
País: México
Gêneros: Comédia / Romance
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #TesteDePaternidade, #Netflix, #machismo, #SalvadorEspinosa, #maternidade, #MaurícioOchman, #EsmeraldaPimentel, #comediamexicana, #CinemaNoEscurinho

11 outubro 2020

"Bacurau" confirma favoritismo e conquista Melhor Longa de Ficção do GP do Cinema Brasileiro 2020

Montagem sobre fotos de divulgação


Maristela Bretas



"Bacurau", dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, foi o grande vencedor do 19º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020, conquistando os troféus Grande Otelo de Melhor Longa-Metragem de Ficção e outros cinco premiações. A produção estava com 15 indicações, o maior número da premiação. 

O segundo lugar foi para "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz, com cinco estatuetas, seguido por "Simonal", de Leonardo Domingues, em terceiro, que levou quatro. "Hebe - A Estrela do Brasil" e "Cine Holliúdy - A Chibata Sideral", conquistaram dois prêmios.

O anúncio dos vencedores foi feito pela Academia Brasileira de Cinema na noite desse domingo. Por questões de segurança devido à pandemia de covid-19, a transmissão foi online, feita pela primeira vez pela TV Cultura. 

O troféu de Melhor Filme Brasileiro escolhido por Voto Popular foi entregue a "Eu Sou Mais Eu", de Pedro Amorim. O sul-coreano "Parasita", dirigido por Bong-Joon-ho, juntou à sua coleção de prêmios (entre eles o Oscar de 2020), a estatueta de Melhor Longa Metragem Internacional.

"Eu Sou Mais Eu" (Foto Catarina Souza)

A jornalista Adriana Couto, apresentadora do programa Metrópolis da TV Cultura, e a diretora, atriz e apresentadora Marina Person, anunciaram os vencedores e homenageados da noite. Elas lembraram as perdas deste ano na Cultura brasileira, entre eles, os compositores Aldir Blanc e Moraes Moreira, a roteirista Fernanda Young, os atores e atrizes Flávio Migliaccio, Cecil Thiré e Hilda Rabelo, o cineasta José Mojica Marins (o Zé do Caixão), os diretores Jorge Fernando e Maurício Sherman, o escritor Rubem Fonseca e muitos outros.


Quinze longas brasileiros foram indicados a finalistas de ficção (drama e comédia) e documentário. Longas e curtas metragens, além de produções internacionais premiadas em 2019 participaram da disputa em 32 categorias, com um grande destaque: a de Melhor Curta-Metragem Ficção, que contou somente com a participação de mulheres diretoras.


Francis Hime e Joyce Moreno, também online, fizeram uma homenagem com a canção "Cinema Brasil", composta por Hime em 2007, que foi ilustrada com a exibição de grandes produções nacionais. O encerramento do GP do Cinema Brasileiro 2020 foi dos músicos Pedro Luís e Teresa Cristina, apresentando um medley das canções “Quando o Carnaval Chegar”, “Vai Trabalhar, Vagabundo” e “Bye Bye Brasil”, todas de Chico Buarque.

 

Veja a lista dos vencedores:

 

Melhor Longa-Metragem Ficção: "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Produção: Emilie Natacha Lesclaux por Cinemascópio Produções Cinematográficas e Artísticas. A produtora afirmou que ficou muito feliz com o trabalho e que o filme representa o Brasil na sua força e na sua diversidade.

"Bacurau" (Crédito: Vitrine Filmes)

Melhor Direção - Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por "Bacurau". Para o diretor Kleber Mendonça Filho trata-se de um filme sobre histórias, cultura e Brasil e que espera ver o cinema nacional sendo respeitado como cultura do país.


Melhor Ator: houve empate 

Silvero Pereira, como Lunga, por "Bacurau" - “Foi uma transformação gigantesca na minha vida como artista e pessoal. Tenho origem pobre estudei em escola pública e hoje vejo meu nome ao lado de artistas que admiro. Me sinto muito honrado de ser artista”.

Fabrício Boliveira, como Simonal, por "Simonal" -“Só tenho a agradecer pela aposta, de veteranos que estiveram de mãos dadas comigo”.

 
Silvero Pereira, em "Bacurau" (Vitrine Filmes)

Melhor Atriz: Andrea Beltrão como Hebe Camargo, por "Hebe – A Estrela doBrasil". Andrea Beltrão - "Nós estamos aqui falando da nossa cultura, da nossa alma, com a nossa língua. Agradeço a todas as indicações que Hebe recebeu".


Melhor Longa-Metragem Comédia: "Cine Holliúdy – A Chibata Sideral", de Halder Gomes. Produção: Mayra Lucas por Glaz Entretenimento e Halder Gomes ATC Entretenimento

Melhor atriz Coadjuvante: Fernanda Montenegro, como Eurídice, por "A Vida Invisível"

Melhor Ator Coadjuvante: Chico Diaz, como Véi Gois, por "Cine Holliúdy – AChibata Sideral"


Chico Diaz, em "Cine Holliúdy - A Chibata Sideral" (Divulgação)

Melhor Série Ficção TV Paga/ OTT: "Sintonia "– 1ª Temporada (Netflix). Direção Geral: Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga. Diretores: Kondzilla e Johnny Araújo. Produtora Brasileira Independente: Los Bragas

Melhor Série de TV Aberta: "Cine Holliúdy" – 1ª Temporada (Globo). Direção Geral: Patrícia Pedrosa. Diretores: Halder Gomes e Renata Porto D’ave. Produtora Brasileira Independente: Glaz Entretenimento. Patrícia Pedrosa contou que foi muito importante falar sobre as raízes, a cultura e o povo de forma tão divertida.

Melhor Série Animação TV Paga/ OTT: "Turma Da Mônica Jovem" – 1ª Temporada (Cartoon Network). Direção Geral: Mauricio de Sousa e Roger Keesse. Diretor: Marcelo de Moura. Produtora Brasileira Independente: Mauricio de Sousa Produções.

Melhor Longa-Metragem Infantil: "Turma Da Mônica – Laços", de Daniel Rezende. Produção: Bianca Villar, Fernando Fraiha, Karen Castanho por Biônica Filmes, Charles Miranda, Cassio Pardini por Quintal Digital, Cao Quintas por Latina Estudio, Marcio Fraccaroli por Paris Entretenimento e Daniel Rezende, que agradeceu, dizendo que viu crianças saindo felizes do cinema após verem uma grande produção nacional.


"Turma da Mônica - Laços" (Biônica Filmes)

Melhor Série Documentário Tv Paga/OTT: "Quebrando O Tabu" – 2ª Temporada (GNT). Direção Geral: Katia Lund e Guilherme Melles. Diretor: Pio Figueiroa. Produtora Brasileira Independente: Spray Filmes.


Melhor Direção de Arte: Rodrigo Martirena, por "A Vida Invisível

Melhor Efeito Visual: Mikaël Tanguy e Thierry Delobel, por "Bacurau"


Melhor Figurino: Marina Franco, por "A Vida Invisível". Para a figurinista, ter colaborado no filme foi um grande desafio e a realização de um sonho profissional.


"A Vida Invisível" (Crédito: Bruno Machado)

Melhor Direção de Fotografia: Hélène Louvart, por ''A Vida Invisível"


Melhor Curta-Metragem Animação: "Ressurreição", de Otto Guerra

Melhor Curta-Metragem Documentário: "Viva Alfredinho!", de Roberto Berliner


"Viva Alfredinho!" (Crédito: TV Zero)

Melhor Curta-Metragem Ficção: "Sem Asas", de Renata Martins


Melhor Roteiro Adaptado: Murilo Hauser, Karen Aïnouz e Inés Bortagaray – baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha – por "A Vida Invisível". Murilo Hauser: “Foi um processo incrível e uma honra fazer parte desta turma incrível que dedica a vida pela luta de nossa arte”.

Melhor Roteiro Original: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por "Bacurau". O corroteirista Juliano Dornelles afirmou que "o cinema brasileiro está num momento incrível, porque está sendo feito cada vez melhor".


Melhor Maquiagem: Simone Batata, por "Hebe – A Estrela do Brasil"

"Hebe - A Estrela do Brasil" (Divulgação)

Melhor Montagem Documentário: Karen Harley, por "Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar"

Melhor Montagem Ficção: Eduardo Serrano, por "Bacurau"

Melhor Som: Marcel Costa, Alessandro Laroca, Eduardo Virmond, Armando Torres Jr., Abc e Renan Deodato, por "Simonal". Para o técnico de som Marcel Costa foi um prazer fazer o som desta produção por ser um universo muito rico e também de grande responsabilidade para entregar um trabalho à altura de um nome como Wilson Simonal.


Melhor Trilha Sonora: Wilson Simoninha e Max De Castro, por "Simonal"

"Simonal" (Crédito: Globo Filmes)


Melhor Primeira Direção de Longa-Metragem: Leonardo Domingues, por "Simonal" - "Foi incrível contar a história de Wilson Simonal. Fazer filme com liberdade é poder contar histórias como esta. Viva o Cinema Brasileiro!"


Melhor Longa-Metragem Animação: "Tito E Os Pássaros", de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Produção: Gustavo Steinberg por Bits Filmes. Segundo ele, a animação já circulou por mais de 80 festivais, ganhou grandes prêmios e agora este é quase o fechamento de um ciclo.

Melhor Longa-Metragem Documentário: "Estou Me Guardando Para Quando O Carnaval Chegar", de Marcelo Gomes. Produção: João Vieira Jr. e Nara Aragão por Carnaval Filmes e Marcelo Gomes e Ernesto Soto por Misti Filmes. Marcelo Gomes: "Tivemos muitas alegrais e muitas tristezas. alegrias porque aprendemos muito com o poder de resistência dessas pessoas e tristeza com a política trabalhista do atual governo. A pergunta que fica é: trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar?”

Melhor Longa-Metragem Ibero-Americano: "A Odisseia dos Tontos" (La Odisea de lós Giles) - Argentina e Espanha) / Ficção / Direção: Sebastián Borensztein. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros. Pictures


"A Odisseia dos Tontos" (Crédito: Alfa Filmes)

Melhor Longa-Metragem Internacional: "Parasita" (Parasite) - Coreia do Sul / Ficção / Direção: Bong-Joon-ho. Distribuidor Brasileiro: Pandora Filmes


Melhor Filme Brasileiro escolhido por Voto Popular: "Eu Sou mais Eu", de Pedro Amorim. Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini e Gustavo Munhoz por Damasco Filmes


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07 outubro 2020

"Enola Holmes" - um grande jogo de enigmas recheado de aventura e suspense policial

Millie Bobby Brown é a protagonista com sangue investigativo e capacidade de decifrar enigmas (Fotos: Alex Bailey / Legendary Pictures)


 Maristela Bretas

 

Poderia ser apenas um filme sobre a irmã caçula do mais famoso detetive britânico, mas "Enola Holmes", uma das estreias da Netflix, entrega uma aventura que prende do início ao fim. Graças, especialmente, à interpretação da talentosa Millie Bobby Brown como a protagonista capaz de driblar ate mesmo a astúcia de Sherlock.

 

Millie também é uma das produtoras do filme. Mas se tornou conhecida do público por seu papel como Eleven, a jovem misteriosa com poderes especiais da série de sucesso "Stranger Things" (2016 a 2019), da mesma plataforma de streaming. Ela mostra que foi amadurecendo a cada temporada da série até ganhar sua própria produção, fazendo inclusive a narração da trama. E se saiu muito bem.

 


O filme é baseado no livro "Enola Holmes: O caso do marquês desaparecido", o primeiro da coleção infantojuvenil de Nancy Springer. A autora escreveu mais cinco obras com histórias da jovem investigadora (de 2006 a 2010). E se depender do interesse do público, "Enola Holmes" pode também se transformar numa série.

 

Enola ("Alone" ao contrário) é uma jovem de 16 anos (na obra ela tem 14) educada sozinha pela mãe (vivida por Helena Bonham Carter), uma mulher libertária, culta, muito além de seu tempo, que ensina à filha artes, ciência, lutas, esportes e, especialmente, como decifrar enigmas. A história se passa na Inglaterra em pleno século XVIII, quando as mulheres queriam o direito de votar.



Sem explicações, a mãe desaparece e deixa Enola sob a responsabilidade dos irmãos mais velhos - Sherlock (papel do belo Superman, Henry Cavill) e Mycroft (interpretado por Sam Claflin, de "Como Eu Era Antes de Você" - 2016). Este último, nomeado tutor da jovem, não quer a responsabilidade e pretende colocá-la num internato para formação de moças da sociedade. Apesar de sua astúcia e experiência, Sherlock não consegue acompanhar o raciocínio e a destreza da irmã caçula para desvendar enigmas e se orgulha da inteligência dela.


Cavill, mais lindo do que nunca, entrega boa atuação como o famoso investigador e é o irmão compreensivo, mas distante. Seu personagem fica apagado perto do de Millie Bobby, que domina as cenas. Ele também está aquém do Sherlock vivido por Benedict Cumberbatch na série de TV (2010) e das versões para o cinema de Robert Downey Jr. (2009, 2011 e um terceiro filme previsto para o final de 2021). Ironicamente, os "Vingadores" venceram novamente a "Liga da Justiça".



É o sangue investigativo dos Holmes que vai fazer Enola buscar respostas para o sumiço da mãe e tentar encontrá-la. Pelo caminho, muitas aventuras e um adolescente que praticamente cai sobre ela - lorde Tewkesbury, marquês de Basilwether (papel de Louis Partridge). Ele está fugindo de sua família, mas passa a ser perseguido por um assassino. 

 

O casal que se forma é simpático, tem uma boa química e agrada ao público, mas é Millie quem comanda toda a ação e aventura ao tentar ajudar o novo amigo a se esconder. Este se torna o primeiro caso de investigação de Enola, que precisa descobrir por que estão tentando matá-lo. 

 

 

"Enola Holmes" oferece belas locações e figurinos fiéis à Inglaterra da era vitoriana, no Reino Unido. Para completar, uma ótima trilha sonora, sob a batuta de Daniel Pemberton. Entre os sucessos estão "Celebrity Skin", da banda Hole, formada somente por mulheres, que também foi tocada em "Capitã Marvel". E a música-tema "Enola Holmes (Wild Child)".

 

Nessas idas e vindas, muita aventura, romance no ar, charadas e jogo de palavras que definem toda a trama, bem no estilo de Sherlock Holmes. Só que agora, comandada por uma jovem muito astuta que pode ser uma concorrente à altura. Millie Bobby Brown é a grande estrela do filme, mostra poder, segurança e representa bem uma jovem mulher independente, que sabe o rumo que dará a sua vida. Vale muito a pena conferir seu novo sucesso.

 


Ficha técnica:
Direção:
Harry Bradbeer
Exibição: Netflix
Duração: 2h03
Produção: Legendary Pictures /`PCMA Productions
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Policial / Aventura/ Suspense

 

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