27 março 2016

Produção fraca de "Jovem Messias" é focada no jovem Jesus, com mensagem bíblica

Filme religioso  tem poucos recursos e explora apenas o lado religioso (Fotos Paris Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Ao contrário de "Ressurreição", também lançado para a Semana Santa, "O Jovem Messias" ("The Young Messiah") aborda a história de Jesus menino (interpretado pelo jovem ator mirim britânico Adam Greaves-Neal, de "Sherlock" - 2012), que vive com os pais Maria (Sara Lazzaro) e José (Vincent Walsh), tios e primos. Mas Jesus não é uma criança comum e sofre com os outros garotos da vizinhança de Alexandria, no Egito, onde vivia com a família.

Aos poucos ele começa a questionar os pais sobre seu poder de curar as pessoas, o que acaba trazendo problemas para o grupo que precisa fugir novamente. Eles seguem para Nazaré, de onde fugiram quando Jesus nasceu para impedir que fosse morto pelo rei Herodes. Os pais tentam de todas as formas de evitar que Jesus saiba quem ele realmente é a que veio ao mundo, mas a cada fato isso vai se tornando mais difícil.

A história mostra a peregrinação da família de José e os primeiros milagres de Jesus ainda menino que começam a se espalhar por Jerusalém e chegam aos ouvidos do filho de Herodes. A ordem é mandar matar este menino e o responsável por isso é o centurião Severus (interpretado pelo ótimo ator também britânico Sean Bean, de "Perdido em Marte" - 2015). Na caçada a Jesus, o centurião presencia os milagres da criança e começa a questionar sua fidelidade ao imperador. Assim como aconteceu com o tribuno Clavius, em "Ressurreição". 

Religioso, sem grandes recursos e sem muita preocupação com detalhes de época, "O Jovem Messias" é uma produção que não acrescenta e nem deixa marcas. Apenas uma narração de um período com abordagem religiosa e ideal para a catequese de crianças desta idade que queiram saber um pouco sobre a infância de Jesus. Exceto pelo ótimo trabalho de Sean Bean, que salva o filme cada vez que aparece. De resto, fatos criados fora das escrituras para justificarem a história.

Na versão dublada para o português, a escolha das vozes para Maria e José ficou para os atores Mel Lisboa e Sérgio Marone, que estão se especializando em filmes bíblicos após suas participações na produção da Record, "Os Dez Mandamentos" (2015). Esta inclusive foi a primeira vez de Marrone como dublador. "O Jovem Messias" está em cartaz em 17 salas de 14 shoppings de Belo Horizonte, Betim e Contagem, nas versões dubladas e legendadas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Cyrus Nowrasteh
Produção: 1492 Pictures / Ocean Blue Entertainment / Focus Features
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h51
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #ojovemmessias, #Jesus, #AdamGreaves-Neal, #SeanBean, #CyrusNowrasteh, #Jerusalem, #Nazaré, #Herodes, #VincentWalsh, #José, #SaraLazzaro, #Maria, #SergioMarone, #MelLisboa, #drama, #ParisFilmes, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

24 março 2016

"Batman vs Superman - A Origem da Justiça" tem muito marketing e ação mas história fica a dever

Filme apresenta os dois maiores super-heróis da DC Comics numa batalha arrasa-quarteirão (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Seguindo uma linha muito parecida com a dos filmes do Homem Morcego, "Transformers" e "Vingadores", "Batman vs Superman - A Origem da Justiça" ("Batman vs Superman: Dawn Of Justice") chega aos cinemas no estilo arrasa-quarteirão, tanto de destruição quanto de locais de exibição - 48 salas de 19 shoppings de Belo Horizonte, Betim e Contagem. E logo no início tiros, bombas, explosões, prédios desabando, ataque alienígena e a cena mais que exibida no comercial do Jeep Renegade dominam a tela do cinema. Por sinal, recomendo a versão IMAX que dá mais impacto.

E tudo isso só para apresentar Superman (novamente interpretado pelo bonito mas insosso Henry Cavill) e o mocinho Bruce Wayne (vivido pelo sempre belo e agora envelhecido Ben Affleck) antes de se conhecerem e se tornarem inimigos. A sequência de cenas é de uma destruição quase total da cidade de Metrópolis, relembrando a luta do Homem de Aço contra seu inimigo kryptoniano Zod.


Batman está mais sisudo, amargo e vingativo que em "O Cavaleiro das Trevas" e a sequência "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", ambos interpretados por Christian Bale. Affleck, apesar da carinha de "filho criado por vó", ficou bem com aparência de homem mais maduro e mostrando seu lado frio e impiedoso, que bate muuuuuuuuito nos inimigos. Ele escolheu ser um fora da lei em busca de Justiça e, com certeza, é o destaque do filme. Para descontar sua raiva do mundo escolheu Superman como alvo, a quem ele culpa por todo o estrago feito durante sua batalha contra Zod (Michael Shannon).

O Homem de Aço continua o bom moço, sempre presente para salvar as pessoas e, principalmente sua amada Lois Lane (Amy Adams, num papel fraco para seu potencial). Nem que para isso precise derrubar prédios e causar pânico geral. Henry Cavill não está muito diferente do personagem feito por ele no primeiro filme. Com a mesma cara inerte de "Homem de Aço" (2013) e "O Agente da U.N.C.L.E." (2015). Rindo ou fazendo sexo com Lois, a falta de expressão é a mesma. Muito bonito mas seu personagem só ganha força quando resolver deixar a versão Clark Kent mosca morta e partir "para o pau".  Mesmo assim, apesar dos superpoderes, ele é o que mais apanha no filme (e como apanha!).

Assim como Batman, ele também carrega seus fantasmas e a mágoa por ser acusado da destruição de sua cidade no passado. Duas figuras opostas, dois heróis com posturas diferentes mas com o mesmo objetivo - acabar com a criminalidade em suas cidades e salvar a raça humana. Em meio à luta contra o crime era certo que os dois se enfrentassem uma hora. E a batalha é eletrizante, sobram efeitos especiais e porrada. Uma luta entre o deus extraterrestre e o homem com sua armadura quase robótica que muda as características do personagem.

Enquanto eles brigam, o verdadeiro vilão - Lex Luthor (Jesse Eisenberg, de "American Ultra") - dá um chapéu em todo mundo e corre por fora, provocando caos e destruição por onde passa. Em "Batman vs Superman" ele é um vilão no estilo "motorzinho de dentista", que inferniza os heróis e faz o possível para acirrar o ódio entre eles. O ator adotou uma aparência diferente para o gênio do mal - falante demais, com roupas despojadas, mas que ficou aquém do que se esperava para o pior inimigo do Homem de Aço, que no passado foi interpretado por Gene Hackman em "Superman 1, 2 e 4". Apesar de caricaturado às vezes, ele dá conta do recado. Eisenberg é jovem demais, no entanto para o papel, uma vez que ele e Superman teriam a mesma idade terráquea.

Os fãs que me perdoem, mas a israelense Gal Gadot, apesar dos muitos elogios sobre sua escolha como Diane Prince/Mulher-Maravilha não me convenceu ainda. Uma morena muito bonita, com corpão que vai fazer a alegria do público masculino e que despontou na franquia "Velozes e Furiosos". Mas nem por isso ela tem o carisma e o brilho que a personagem exigia para a primeira aparição entre os super-heróis, antes do lançamento de seu filme, previsto para junho de 2017. Isso se não for comparada com a simpática atriz americana Lynda Carter, que fez o papel da heroína amazona no seriado de TV Mulher-Maravilha, entre 1976 e 1979.

No elenco estão ainda Diane Lane (Martha Kent, mãe e Clark), Laurence Fishburne (Perry White), Jeremy Irons (mordomo Alfred), Holly Hunter (senadora Finch) e uma aparição rápida de Kevin Costner, como Jonathan Kent, pai de Clark. "Batman vs Superman - A Origem da Justiça" é um ótimo filme para quem quer ver muita ação com super-heróis da DC Comics. E abre caminho para as próximas produções da Warner já em andamento, como Liga da Justiça - Parte 1, que trará outros integrantes do grupo citados neste filme como Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller).

Galeria de fotos


O filme tem de tudo um pouco - muita ação, excelentes efeitos especiais e pirotécnicos, drama, romance, pancadaria, tiros explosões e, claro, atitudes heroicas do início ao fim. E para colocar tudo em 2h32 de duração, o diretor Zack Snyder, quase um discípulo de Michael Bay, monta uma verdadeira colcha de retalhos, com muita ação para explicar a escassez de diálogos, cenas em excesso de sonhos e imagens do passado que se confundem com as do presente. Mas isso não é o suficiente para tirar o interesse. Vale a pena conferir. "Batman vs Superman" está em exibição nas versões dublada e legendada, em formatos 2D, 3D e IMAX.



Ficha técnica:
Direção: Zack Snyder
Produção: Warner Bros. Pictures / DC Entertainment / Syncopy / Dune Entertainment 
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h32
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

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19 março 2016

"Ressurreição" não é produção grandiosa, mas abordagem diferente agrada

"Ressurreição" traz uma visão diferente para um tema diversas vezes explorado pelo cinema (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Como em todos os anos, assim como no Natal e nas férias escolares, dois filmes vão estar nas telas de cinema nesta Semana Santa para o público que quiser conferir duas fases da vida de Jesus Cristo. O primeiro, "Ressurreição", já está em cartaz, e o segundo "O Jovem Messias", sobre os primeiros dez anos da vida do Salvador, estreia na próxima quinta-feira e falarei deles na semana que vem. Apesar de ser uma produção norte-americana, o elenco é quase todo formado por atores de outras nacionalidades, principalmente britânicos.

Sobre "Ressurreição" ("Risen"), o filme conta no papel principal com o ator britânico Joseph Fiennes ("Hércules") interpretando Clavius, tribuno de Pilatos e comandante das tropas romanas na Jerusalém ocupada. O enredo segue um rumo diferente de outras histórias sobre o mesmo tema contadas no cinema. Ela é mostrada pelo ponto de vista de Clavius, responsável pela crucificação de Yeshua (Jesus) e que precisará impedir um levante na região após boatos de que ele seria o Messias, Filho de Deus, e irá ressuscitar ao terceiro dia.

Cético quanto a milagres e salvadores, o tribuno segue sem questionar todas as ordens de Pôncio Pilatos e coloca vigilância em frente à tumba onde o corpo foi depositado. Mas após o terceiro dia o corpo desaparece e começa daí uma perseguição implacável aos seguidores de Jesus que o teriam escondido para proclamarem a ressurreição. O contato do soldado romano com aquele a quem mandou matar e a sua busca pela verdade vão mudar completamente sua vida.

Interpretando Jesus está o ator neozelandês Cliff Curtis ("Os Últimos Cavaleiros"), cuja semelhança com a imagem original é surpreendente e agrada bem. Já Maria Madalena é vivida pela espanhola Maria Botto ("Falando Grego") e os também britânicos Peter Firth ("Pearl Harbor") no papel de Pilatos, e Tom Felton (saga "Harry Potter"), como o centurião Lucius.

Nem mesmo os poucos recursos empregados, cenários, fotografia e o restante do elenco medianos tiram o valor da produção. "Ressurreição" cumpre bem a proposta e dá outra cara a esta passagem da Bíblia. Não é um filme totalmente religioso e cheio de mensagens dogmáticas como a versão de "Os Dez Mandamentos", da Record, e pode agradar ao público em geral. Um diferencial interessante é o fato de os nomes dos personagens estarem em seu idioma original, como é o caso de Jesus (no hebraico Yeshua).

"Ressurreição" vale a pena ser conferido, tanto pela época religiosa em que está sendo exibido quanto pela lição de fé que é passada ao mostrar um Jesus carismático, que conversa com seus apóstolos e seguidores. O filme pode ser conferido em 17 salas de shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.

Curiosidade

A história de "Ressurreição" lembra um pouco a do inesquecível clássico "O Manto Sagrado" ("The Robe", de 1953), da 20th Century Fox, dirigida por Henry Koster. Claro que sem a grandiosidade da produção passada. Integravam o elenco Richard Burton, como o tribuno Marcellus Gallio, e Victor Mature, como Demétrius, seu acompanhante. Neste filme, Marcellus é encarregado de crucificar Jesus e acaba ficando com o manto dele. Mas o entrega a Demétrius, que se torna um seguidor do Messias, enquanto o tribuno, após usar a vestimenta, passa a ter visões e a questionar sua fidelidade ao Império Romano. Para quem não viu e gosta do gênero, uma grande pedida.




Ficha técnica:
Direção e roteiro: Kevin Reynolds
Produção: Columbia Pictures /  LD Entertainment
Duração: 1h48
Distribuição: Sony Pictures
Gêneros: Drama / Bíblico
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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13 março 2016

"Convergente" não encerra saga "Divergente" e pode desagradar até fãs

"Convergente" começa a partir do final de "Insurgente" mantendo a maioria dos atores do grupo original (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


A adaptação do terceiro livro da série "Divergente", da escritora Veronica Roth, segue outras produções juvenis e será dividido em duas partes. Assim como "Jogos Vorazes", "Harry Potter" e "Crepúsculo", a primeira parte de "Convergente" ("The Divergent Series: Allegiant") está em cartaz nos cinemas sem anunciar que haverá uma continuação - "Convergente: Ascendente". Isso pode desagradar alguns fãs, mas para o espectador comum, não faz diferença.

A história começa a partir do final de "Insurgente", segundo filme da franquia e vai até um final sem indícios de que necessitava de uma segunda parte. Ou seja, se não tivesse não faria falta para aqueles que não acompanharam a obra literária. Seria mais um filme do gênero e poderia ter mantido o impacto esperado. Até o romance de Tris e Quatro conseguiu ficar mais insosso sob a direção de Robert Schwentke.

Os atores são quase os mesmos dos filmes anteriores, sem contar com a participação de Kate Winslet (Jeanine). Shailene Woodley (Tris) fez seu nome como a heroína da franquia (não tão destacada quanto Jennifer Lawrence com a franquia "Jogos Vorazes"), mantendo o destaque mesmo com um papel sem muita força. Na parte dos inexpressivos integrantes do grupo de revolucionários seguem o apenas muito gato Theo James (Quatro), o totalmente sem sal Ansel Elgort (Caleb), Miles Teller (Peter), Zoë Kravitz (Christina) e Maggie Q (Tori).

A novidade desta produção e da próxima está na participação de Jeff Daniels, como David, o chefão do outro lado do muro que dirige uma nova civilização. Enquanto que do lado de dentro, disputando o poder e desperdiçando talento, estão Naomi Watts (Evelyn) e Octavia Spencer (Johanna). Pouca história e poucos efeitos especiais fazem de "Convergente" - parte 1 o mais fraco da trilogia até o momento. Talvez a continuação e última (espero!) faça uma reviravolta e compense as demais, inclusive a primeira, ainda a melhor de todas.

No filme, Tris e seu grupo não se sentem bem com as punições aos antigos aliados de Janine e fogem da Chicago murada. Eles saem em busca de um novo mundo, deixando para trás a disputa pelo comando entre Johanna e Evelyn, mãe de Quatro. Ao chegarem do outro lado descobrem uma nova civilização comandada com mãos de ferro por David, um líder usando terno (como assim?) que seleciona os integrantes de seu mundo pela perfeição genética.

Para quem acompanhou a franquia "Divergente" até agora, vale continuar assistindo a saga cinematográfica e esperar o lançamento nos cinemas da segunda parte - "Ascendente", prevista para chegar ao Brasil em junho de 2017. "Convergente" está em 41 salas de cinema de 19 shoppings de Belo Horizonte, Betim e Contagem nas versões 2D e 3D, dublada e legendada.




Ficha técnica:
Direção: Robert Schwentke
Produção: Lionsgate / Red Wagon Entertainment / Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h01
Gêneros: Ficção Científica / Aventura / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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11 março 2016

"Deuses do Egito" lembra "Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo" com mais efeitos especiais

Luta de deuses e muita computação gráfica são os
destaques da produção (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Tem muita ação, magia, romance, poder, sedução e até um deus canastrão com pinta de Ali Babá. Para quem gosta de um filme praticamente quase todo feito em computação gráfica, "Deuses do Egito" ("Gods if Egypt") pode agradar bastante. A história é a de sempre, desta vez explorando a mitologia egípcia e seus deuses poderosos, uns bonzinhos e outros bem cruéis que convivem no reino com os pobres mortais.

A produção reúne atores de diversas nacionalidades: o filho do deus maior Osíris (o australiano Bryan Brown, de "Austrália"), Horus, é interpretado pelo ator dinamarquês Nikolas Coster-Waldau, de "Mulheres ao Ataque". Teoricamente ele é o mocinho, mas apanha muito, não passa de um covarde quando perde seus poderes e não inspira confiança no reino para ocupar o lugar do rei no futuro. Está mais para playboy do Egito Antigo, que toma todas e é o garanhão do pedaço. Ele é responsável por momentos bem engraçados que fazem a produção parecer mais uma comédia que um filme "épico".

Na disputa do elenco principal está o britânico Gerard Butler no papel de Set, irmão de Oziris e deus da escuridão e do deserto. Ele parece estar o tempo todo repetindo sua atuação em "300". Mas os australianos são maioria no time principal. Como o grande Geoffrey Rush ("A Menina que Roubava Livros") que faz o papel do deus Ra, pai de Oziris e Set e avô de Horus. Um desperdício de talento. E dos jovens Brenton Thwaites ("O Doador de Memórias"), que faz Bek, um ladrão de rua, e Courtney Eaton ("Mad Max: Estrada da Fúria"), como sua namorada Zaya.

No elenco multinacional há ainda a francesa Elodie Yung (deusa Hathor, namorada de Horus) e do também britânico Rufus Sewell (o arquiteto egípcio Urshu), um neo-zelandês e outras quatro atrizes australianas interpretando deusas do segundo escalão.

O destaque da produção fica para o uso "sem dó" de computação gráfica (GCI), que oferece cenas muita ação, com dragões cuspindo fogo, deuses gigantes para parecerem superiores aos humanos e lutas épicas entre divindades pelo poder.

Na história, Osíris é o deus que comanda o Egito com bondade e justiça. Quando resolve passar o trono para seu filho, o deus Horus, é morto pelo irmão Set que toma o poder, deixa Horus cego e transforma o povo em escravo. Sem seus poderes que vinha dos olhos, o deus dos Céus se torna um recluso. Mas a persistência de um casal de jovens apaixonados e o amor pela deusa Hathor vão fazer que este deus lute para recuperar o reino e o trono que era de seu pai.

Apesar de ter sido produzido em 2014, somente agora "Deuses do Egito" foi lançado no Brasil. Uma distração se o espectador estiver a procura de algo para assistir numa sessão da tarde sem grandes pretensões. Ele está em cartaz em 18 salas de 17 shoppings de BH, Betim e contagem, em versões dubladas e legendadas.



Ficha técnica:
Direção e produção: Alex Proyas
Produção: Thunder Road / Summit Entertainment / Mystery Clock Cinema
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h07
Gêneros: Aventura, Fantasia, Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #Deusesdoegito, #NikolasCoster-Waldau, #GerardButler, #GeoffreyRush, #AlexProyas, #aventura, #computaçãografica, #CGI, #ação, #fantasia, #Egitoantigo, #deuses, #Oziris, #Horus, #Set, #Ra, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

06 março 2016

"Zoolander 2" vale pela dupla Ben Stiller e Owen Wilson e o desfile de estrelas



"Zoolander 2" reúne personalidades do mundo pop star numa comédia confusa (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Justin Bieber assassinado? Estrelas de Hollywood e da música sendo mortos sem explicação? O que está acontecendo? Quem poderá ajudar a polícia a capturar este "pop star serial killer"?  Todas essas perguntas poderiam fazer parte do enredo de um bom filme policial. Mas é o enredo de "Zoolander 2", uma continuação que não tem a mesma graça do primeiro, que deu muito certo.

Apesar de a dupla de comediantes Ben Stiller e Owen Wilson funcionar como um relógio - um bom exemplo é "Zoolander" (2001) e a trilogia "Uma Noite no Museu", o segundo filme deixa a desejar. Além deles outros grandes nomes compõem o novo elenco, incluindo a bela Penélope Cruz, no papel de uma detetive ex-modelo de moda praia, e Will Ferrell, que volta como o vilão Mugatu. Novamente Stiller é o diretor e um dos produtores e roteiristas da produção, que não ficou barata pela quantidade de coadjuvantes.

Como se não bastasse o time principal, o elenco conta ainda com nomes conhecidos como Benedict Cumberbatch (um top model andrógino), Kristen Wiig (como Alexanya Atoz, que mais parece a Donatella Versace melhorada), Kiefer Sutherland, Billy Zane e uma dezena de atores, modelos e cantores.  Destaque para a participação do cantor Sting, que só vai aparecer a partir da metade do filme para esclarecer alguns mistérios das duas histórias.

Isso sem contar o desfile de personalidades do mundo da moda internacional, como os estilistas Valentino, Tommy Hilfiger, Marc Jacobs e Alexander Wang. Segundo as revistas de fofocas, alguns deles teriam implorado para fazer uma "ponta" em Zoolander 2" apenas para ganharem visibilidade nas redes sociais.

Mas afinal, o que tem de especial em Zoolander 2"? Nada, a não ser uma continuação da história do modelo muito, muito, muito bonito Derek Zoolander (Ben Stiller) e seu ex-inimigo Hansel (Owen Wilson). O filme começa com uma grande perseguição em Roma e a morte (pena que de mentira), do cantor Justin Bieber. Antes de morrer, ele posta no Instagram uma foto com o famoso "biquinho"  blue steel, marca registrada de Derek Zoolander.

Além dele, outros astros da música pop são assassinados e antes de morrerem fazem a mesma cara idiota. Somente Derek e Hansel poderão ajudar a bela detetive da Divisão de Crimes de Moda e ex-modelo de moda praia Valentina Valência (Penélope Cruz) a desvendar os crimes.

Zoolander vai aproveitar a oportunidade de voltar às passarelas, ao lado de Hansel, para retomar o contato com o filho Derek Júnior (Cyrus Arnold), agora adolescente, e que se torna o alvo de criminosos. A dupla aceita o convite de Alexanya Atoz (Kristen Wiig) dona da marca mais badalada da atualidade, para fazer um novo desfile. O que eles não sabem é que tudo não passa de um plano maquiavélico comandado por Mugatu (Will Ferrell), antigo inimigo da dupla.

Mas nem o marketing violento pelas passarelas e principais cidades do mundo da moda foi suficiente para fazer de "Zoolander 2" mais um sucesso sob a direção de Stiller.

O filme satiriza o estrelismo do mundo da moda, tira "sarro" com o exagero de exposição que vivem os personagens deste mundo, mas fica nisso. Muitas caras e bocas para pouco riso, que é o que se espera em uma comédia. Deixou a desejar.


O filme pode ser conferido em 12 salas de oito shoppings de BH, Betim e Contagem, em sessões dubladas e legendadas.

Ficha técnica
Direção, roteiro e produção: Ben Stiller
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h42
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,8 (0 a 5)

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04 março 2016

"A Bruxa" garante bons momentos de suspense, misturando misticismo e pouco sangue

Terror psicológico explora o medo do castigo divino e de forças do mal numa família de imigrantes ingleses (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma mistura de terror, suspense e misticismo ao extremo que deu certo e prende o espectador até o final. Este é o resultado de "A Bruxa" ("The Witch"), do diretor e roteirista estreante Robert Eggers, que soube conduzir muito bem a história, explorando a fé exagerada de uma família de imigrantes ingleses, sob a ótica e narração da filha mais velha. A narrativa passeia entre o temor dos personagens de serem castigados por Deus por qualquer ato contrário a sua religiosidade e a suspeita da existência de uma bruxa na floresta vizinha. A trama vai ganhando corpo até um desfecho de certa forma esperado a partir da metade do filme.

O que não elimina o suspense, presente dentro ou fora da casa. Todos os cinco integrantes da família podem ser os "culpados" de carregarem o mal em suas mentes e corpos. Até os animais da família passam a ser encarados como instrumentos do "coisa ruim". 

O diretor usou a seu favor uma ótima fotografia, explorando a pouca luminosidade de velas e fogueiras, além do ambiente escuro da floresta, que ajudam a dar o clima esperado para um bom filme de terror psicológico.

Apesar do gênero, "A Bruxa" tem pouco sangue - nada de corpos ou membros espalhados pelo cenário. Há sim, ataques malignos, mas nada que cause repulsa. A personagem da bruxa se manifesta de diferentes formas - da convencional velha enrugada a um animal doméstico, com o único objetivo de causar mal à família.

O destaque do filme fica para a jovem Anya Taylor Joy, que faz Thomasin, a misteriosa filha mais velha do casal William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie). A história é ambientada na Nova Inglaterra, no século XVII. O casal William e Katherine vive uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente. A família passa a morar num local isolado, ao lado de uma floresta.

Numa certa manhã, o bebê desaparece quando estava sob os cuidados de Thomasin. Surgem as suspeitas e os temores dos demais integrantes: teria sido devorado por um lobo ou sequestrado por uma bruxa? À medida que a família procura o recém-nascido, novos fatos vão mexendo com suas mentes, aumentando a desconfiança e o medo da existência de um ser sobrenatural entre eles.



Não espere cenas no estilo "Freddy Krueger". "A Bruxa" está mais para "Mama" e pode agradar os fãs do gênero terror psicológico. O filme está em cartaz nas salas 10, do BH Shopping (17h30 e 22h30), 4 (21h05) e 6 (20h30) do Itaú Power e 4 do Pampulha Mall (15h10, 17h10 e 21h15, todas as sessões na versão dublada).

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Robert Eggers
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h30
Gênero: Terror / Suspense
Países: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #Abruxa, #AnyaTaylorJoy, #RobertEggers, #suspense, #terror, #sobrenatural, #bruxa, #forçadomal, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

03 março 2016

Suspense fraco reúne os talentosos Anthony Hopkins e Colin Farrell

Anthony Hopkins é um vidente que ajuda o FBI a encontrar serial killers (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia e deveria ser um grande filme só pelo elenco estrelado. Mas o que aconteceu com "Presságio de um Crime" ("Solace") foi uma colagem de clichês interpretada por Anthony Hopkins e Colin Farrell. Um desperdício de talentos numa história policial que não vai deixar marcas e será esquecida facilmente.


O grande Hopkins, de "O Silêncio dos Inocentes" e "Hitchcock" interpreta um papel fraco e sem peso do vidente Dr. John Clancy, que ajuda o FBI a encontrar criminosos. Afastado depois da morte da filha, ele é novamente convocado pela polícia para tentar encontrar, com suas visões premonitórias, o serial killer Charles Ambrose, papel de Colin Farrell. 

Assassino cruel, ele mata as vítimas perfurando suas nucas, e consegue driblar todas as ações dos agentes Joe Merrywether (Jeffrey Dean Morgan, ("Watchmen - O Filme") e Katherine Cowles (Abbie Cornish, de "Sem Limites").

Falas comuns e cenas esperadas, pouco suspense e ação, apesar dos crimes bárbaros, "Presságio de um Crime" exigia um roteiro mais forte e consistente, digno dos dois principais atores. Mas o diretor brasileiro Afonso Poyart (de "2 Coelhos"), em sua primeira incursão no cinema hollywoodiano e segunda dirigindo um longa-metragem, deixou a desejar. Uma pena, não começou mal, escolheu um ótimo elenco. Faltou impacto e suspense.

Até mesmo os fãs de Hopkins e Farrell vão sentir a diferença desta produção para outras feitas por eles. Se o expectador não se preocupar com frases e cenas que parecem ter sido copiadas de outros filmes, vale a pena conferir "Pressagio de um Crime", que está em cartaz nas salas 3 dos shoppings Cidade (13h20), 2 do Contagem (14h30), 2 do Diamond Mall (13h20 e 18h50) e 5 do Paragem (18h40).



Ficha técnica:
Direção: Afonso Poyart
Produção: New Line Cinema
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h43
Gênero: Suspense / Policial
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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