Obra do renomado Mamoru Oshii completa 40 anos e foi remasterizada em 4K (Fotos: Sato Company)
Jean Piter Miranda
Considerado por muitos um clássico da animação japonesa, “Angel’s Egg” (1985) chega aos cinemas brasileiros. A obra que completa 40 anos foi remasterizada em 4K.
A história se passa em um mundo pós-apocalíptico onde uma menina solitária protege um ovo gigante. Entretanto, as coisas mudam quando surge um homem enigmático que busca cumprir uma missão.
A animação tem pouco mais de 70 minutos. Um tempo que parece muito maior já que a história é bem lenta. A cidade onde a história se passa é escura e melancólica. Há água por todos os lados e a chuva se faz presente em quase todas as cenas.
São pouco diálogos e muito silêncio. Nos primeiros 20 minutos, só há sons ambientes enquanto a menina anda de um lado para o outro carregando o ovo.
Os primeiros diálogos só ocorrem quando surge um homem misterioso, que chega em uma espécie de tanque de guerra. Ele carrega consigo algo que parece uma cruz e, ao mesmo tempo, também se assemelha a uma espada. A partir disso, faz companhia para a menina durante o restante da história.
Os dois seguem andando pela cidade, passando por construções que são, no mínimo, enigmáticas. Eles se deparam com fósseis, esqueletos de criaturas que habitavam o local.
Um dos pontos altos da animação são as reflexões propostas pelo homem. Ele fala de fé, de deus, da criação, sobre o que é real ou não, em uma narrativa que passa pela lenda da arca de Noé.
Há outros personagens na história, como os pescadores que correm atrás de sombras de peixes gigantes. São zumbis? São fantasmas? Uma nave arredondada que parece um grande olho. São muitas informações que surgem lentamente entre poucos diálogos e nenhuma explicação.
"Angel’s Egg" é uma obra filosófica, para contemplar e refletir. Por isso é para poucos. Agrada quase ninguém e vai agradar menos ainda nos dias atuais, onde tudo é muito acelerado.
Em tempos de Reels, micro-vídeos, feed que desliza de segundo em segundo, é difícil ver um filme que se arrasta em silêncio e não entrega respostas prontas.
A obra é do renomado Mamoru Oshii, mesmo autor de “Ghost in the Shell” (1995). É uma boa pedida para quem gosta de animes, mangás, e de toda a cultura japonesa. Uma experiência audiovisual de beleza singular que há 40 anos foi lançada em VHS e que agora poderá ser vista na tela grande.
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Mamoru Oshii Conceitos visuais: Yoshitaka Amano Distribuição: Sato Company Exibição: Cineart Cidade - sessão 18h35 Duração: 1h11 Classificação: 10 anos País: Japão (1985 - remasterizado) Gêneros: fantasia, animação
Ghibli Fest será dividido em duas partes: em setembro deste ano e no primeiro semestre de 2026 (Fotos: Sato Company)
Da Redação
Em uma celebração dupla, a Sato Company, reconhecida pela distribuição de filmes asiáticos no Brasil, comemora seus 40 anos de história trazendo aos cinemas brasileiros uma retrospectiva inédita dos longas do Estúdio Ghibli.
Há quatro décadas, a excelência na animação do estúdio japonês encanta gerações com histórias atemporais, personagens cativantes e uma profunda conexão com a cultura asiática.
O Ghibli Fest terá 22 títulos no total e será dividido em duas partes. A primeira com exibição em várias salas de BH, de 18 de setembro a 1º de outubro.
"A Viagem de Chihiro"
Serão 14 filmes que marcaram gerações, com histórias profundas, emocionantes e visualmente encantadoras, dentre eles, dois indicados e um vencedor do Oscar. A segunda parte terá oito títulos, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2026.
Essa é uma chance única de vivenciar grandes clássicos da animação mundial na tela grande, com toda a beleza e profundidade que só o cinema pode proporcionar. A seleção promete encantar gerações de fãs e conquistar novos públicos com narrativas poéticas e temas universais.
"Meu Amigo Totoro"
Prepare-se para reviver (ou descobrir) a magia de um dos estúdios mais amados da história da animação mundial. Entre os títulos selecionados para a Parte 1 da Mostra, estão obras que definiram a identidade do estúdio e se tornaram referências mundiais na animação.
“A Viagem de Chihiro” (2001), vencedor do Oscar de Melhor Animação e sucesso internacional, conta a jornada da jovem Chihiro por um mundo mágico repleto de deuses, espíritos e desafios que refletem o crescimento pessoal. Dirigido pelo mestre Hayao Miyazaki, o filme foi selecionado recentemente como o 9º Melhor Filme do Século XXI pela New York Times.
"O Castelo Animado"
Já “Meu Amigo Totoro” (1988) apresenta as irmãs Satsuki e Mei e sua amizade com o espírito da floresta Totoro, em uma celebração da infância e da natureza que se tornou símbolo da produtora.
“O Castelo Animado” (2004) envolve o público em uma fantasia romântica onde uma jovem amaldiçoada encontra refúgio no castelo ambulante de um excêntrico mago, em uma obra que combina imaginação e crítica à guerra.
A programação também inclui “Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar” (2008), inspirado no conto da Pequena Sereia e que mistura magia, infância e ecologia. Além de “O Serviço de Entregas da Kiki” (1989), um delicado retrato do amadurecimento de uma jovem bruxa em busca de independência.
"Porco Rosso: O Último Herói Romântico"
O aventureiro “Porco Rosso: O Último Herói Romântico” (1992) leva o espectador à Itália entre guerras, onde um piloto amaldiçoado com aparência de porco vive aventuras aéreas carregadas de lirismo.
Outro título aclamado é “Vidas ao Vento” (2013), inspirado na vida do engenheiro Jirô Horikoshi, que reflete sobre sonhos, amor e sacrifícios em meio ao Japão em transformação.
As preocupações ambientais do estúdio aparecem desde cedo, como em “Nausicaä do Vale do Vento” (1984), obra visionária que influenciou a fundação do Ghibli e narra a luta de uma princesa pela harmonia entre humanidade e natureza.
"Nausicaä do Vale do Vento"
O romance juvenil também tem espaço em “Sussurros do Coração” (1995), que acompanha a estudante Shizuku em uma história de amadurecimento e autodescoberta.
Já “Pom Poko: A Grande Batalha dos Guaxinins” (1994) traz uma sátira ecológica, enquanto “Meus Vizinhos, os Yamadas” (1999) diverte com seu traço estilizado e retrato bem-humorado da vida familiar japonesa.
Com um olhar mais maduro e intimista, “Memórias de Ontem” (1991) alterna presente e passado para refletir sobre infância e escolhas adultas. Produzido originalmente para a TV, “Eu Posso Ouvir o Oceano” (1993) traz uma visão realista sobre juventude, amizade e primeiros amores.
"Sussurros do Coração"
E encerrando a seleção da primeira parte, “Da Colina Kokuriko” (2011) apresenta um romance ambientado no Japão dos anos 1960, onde um grupo de estudantes luta para preservar sua escola em meio às transformações sociais do pós-guerra.
O Ghibli Fest - Parte 1 oferece ao público brasileiro a chance rara de vivenciar esses clássicos na tela grande, com toda a beleza que só o cinema pode proporcionar. É uma verdadeira celebração da arte, da imaginação e da emoção — marcas registradas do Estúdio Ghibli ao longo de quatro décadas.
“Da Colina Kokuriko”
Confira a lista completa dos filmes da primeira parte:
- "A Viagem de Chihiro" - 2001 (DUB/LEG) - Vencedor do Oscar - classificação: livre
Para o Ghibli Fest - Parte 2, que estreia no primeiro semestre do próximo ano, serão oito títulos:
- Contos de Terramar (2006)
- O Castelo no Céu (1986)
- Princesa Mononoke (1997)
- O Reino dos Gatos (2002)
- O Mundo dos Pequeninos (2010)
- O Conto da Princesa Kaguya (2013)
- As Memórias de Marnie (2014)
- Túmulo dos Vagabundos (1998)
Ficha técnica
Ghibli Fest Programação: Parte 1 - 14 títulos - de 18 de setembro a 1º de outubro de 2025 Parte 2 - 8 títulos - estreia no primeiro semestre de 2026) Produção: Estúdio Ghibli Distribuição: Sato Company Exibição: salas Cineart Cidade, Cinemark BH Shopping, Centro Cultural Unimed-BH Minas e Cine Una Belas Artes Classificação: variável Gêneros: animação, fantasia, aventura
Dirigido e roteirizado por Isaiah Saxon, está em cartaz no cinema o filme "A Lenda de Ochi" ("The Legend of Ochi"), produzido pelo estúdio A24, que conta com um elenco formado por Helena Zengel, Willem Dafoe, Emily Watson e Finn Wolfhard.
Conhecemos Yuri (Helena Zengel), uma jovem que desafia os medos de sua vila ao ajudar o filhote de um Ochi, uma criatura mística que aterroriza a região. Ao atravessar a floresta, ela descobre um mundo mágico e aprende sobre coragem, empatia e conexão com a natureza.
O ponto mais forte do filme está na rivalidade entre humanos e os Ochi. Segundo a lenda, eles são criaturas demoníacas, caçadoras, piores que lobos. Tudo muda quando Yuri, a única menina da vila, encontra um Ochi bebê e assume o risco de cuidar dele e levá-lo para casa.
É interessante como a protagonista e a criaturinha aprendem a se comunicar e desenvolvem uma linguagem própria. Ambos precisam dessa noção de pertencimento: mesmo morando com o pai, Yuri não se sente parte da família e sofre com a ausência da mãe, enquanto o pequeno Ochi sente falta da sua família como um todo.
O antagonismo surge em Maxim (Dafoe), o pai, que, vestido com roupas de soldados antigos — armadura, escudo e faca —, faz de tudo para manter vivo dentro de casa o ódio pela criatura. Ele escolhe sempre a intolerância e impõe sua autoridade quase como um militar. A violência e o silêncio são suas formas de controle, e fica evidente que Yuri é maltratada por ele.
Tecnicamente, o longa é um deleite visual. A fotografia de Evan Prosofsky valoriza as paisagens, as criaturas, o universo fantástico e um ar meio vintage que ajuda a contar a história. A trilha sonora de David Longstreth reforça o tom intimista e sombrio do lugar, mas com uma camada emocional afetiva.
A montagem de Paul Rogers é lenta, gradual, sem pressa e eficaz em seu ritmo. Aos poucos, ele revela quem são os personagens e, principalmente, mostra suas transformações. A evolução deles acontece por meio das ações.
Aqui, o diretor está mais interessado em fazer um cinema independente e experimental do que em aprofundar a história tradicional.
É impossível assistir ao filme sem lembrar de criaturas encantadoras que sempre aparecem para ensinar algo, como os Gremlins, os Goonies, Stitch e, especialmente, E.T. (há cenas que chegam quase a ser uma cópia do sucesso de Steven Spielberg).
Há também um forte conflito geracional, e essas figuras mágicas ajudam os personagens humanos a enxergar novos caminhos.
Talvez o maior ponto fraco do filme seja a falta de aprofundamento no passado de Maxim. O que o transformou nesse homem autoritário? Como era sua vida familiar antes de se tornar essa figura armada e amargurada? São perguntas que ficam em aberto.
A "Lenda de Ochi" é uma fábula sobre ligação entre espécies distintas, contada de forma contundente, direta ao ponto. O filme diverte e faz pensar sobre quem escolhemos como família e qual lugar ocupamos no mundo.
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Isaiah Saxon Produção: Estúdio A24 Distribuição: Paris Filmes Exibição: Cinemark Diamond Mall Duração: 1h36 Classificação: 12 anos País: EUA Gêneros: aventura, fantasia
Milla Jovovich e Dave Bautista são os protagonistas deste novo filme pós-apocalíptico dirigido por Paul W. S. Anderson (Fotos: Diamond Filmes)
Maristela Bretas
O diretor Paul W.S. Anderson claramente tentou fundir a ação frenética de "Resident Evil" com o cenário pós-apocalíptico de "Mad Max" para criar "Nas Terras Perdidas" ("In The Lost Lands"). Infelizmente, o resultado é um filme confuso, sustentado por um roteiro fraco, com diálogos superficiais, quase esquecível.
Nem mesmo os efeitos visuais, que deveriam ser um dos pilares de uma produção de ação e fantasia, que em muitos momentos lembra um faroeste, conseguem salvar a obra. Mais uma vez Anderson coloca sua esposa Milla Jovovich como protagonista, dividindo a tela com Dave Bautista, mas a química entre eles é zero.
Jovovich permanece presa ao estilo que a consagrou na franquia "Resident Evil", entregando uma atuação sem profundidade, focada em combates contra ameaças sobrenaturais.
Sua personagem, assim como em trabalhos anteriores, comunica-se predominantemente através da ação, carecendo de desenvolvimento verbal - usa no máximo dez palavras em cada frase.
Bautista não fica longe. Embora seu físico seja imponente para o papel de caçador, ele é melhor como lutador do que numa interpretação dramática, seguindo a trajetória de outros atletas que tentam a carreira no cinema.
Alguns conseguiram encontrar seu nicho, o que ainda não aconteceu com Bautista. Ele acertou um pouco na comicidade na franquia "Guardiões da Galáxia".
Na história, a bruxa Gray Alys, interpretada por Milla, viaja para as Terras Perdidas em busca de um poder mágico que deverá passar para a rainha (Amara Okereke) que permitirá que ela se transforme em um lobisomem. Gray encontra em seu caminho o caçador Boyce (Bautista) que vai guiá-la até o reino das criaturas sombrias.
O problema maior da história é que ela é toda fragmentada. O filme falha em estabelecer adequadamente seus personagens e o contexto em que se inserem.
A origem da bruxa, o passado do caçador e a natureza do lobisomem permanecem envoltos em mistério, deixando o espectador desorientado quanto às motivações e ao significado da jornada.
Adaptado de um conto de 1992 de George R.R. Martin, autor da aclamada série "Game of Thrones", o longa pode até fazer sentido para os fãs do escritor, mas para o público geral, a condução da trama é pouco convidativa.
As sequências de lutas, apesar de cumprirem minimamente seu propósito, sofrem com efeitos visuais que ficam aquém das expectativas, mesmo com alguns bons cenários.
"Nas Terras Perdidas" se revela uma experiência cinematográfica difícil de ser assistida até o final, que também é bem insatisfatório. Mas poderá agradar aos admiradores do conto original e fãs dos atores. Eu não recomendo.
Ficha técnica:
Direção: Paul W.S. Anderson Produção: Constantin Productions Distribuição: Diamond Films Exibição: nos cinemas Duração: 1h41 Classificação: 16 anos País: EUA Gêneros: ação, aventura, fantasia
Rachel Zegler e Gal Gadot dividem o protagonismo do novo live-action da Disney dirigido por Mark Webb (Fotos: Walt Disney Pictures)
Maristela Bretas
Os irmãos Grimm, autores da famosa obra "Branca de Neve e os Sete Anões" não devem estar nada satisfeitos em seus túmulos com a nova produção da Disney, "Branca de Neve" ("Disney's Snow White"), que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas.
Não bastassem as muitas polêmicas nas redes sociais (uma delas até envolvendo o filho do diretor, que não gostou do filme), a produção deverá deixar muito espectador que acompanhou o desenho na infância, como eu, decepcionado com este novo live-action.
Apesar de ter classificação livre, o longa é um musical, com algumas belas canções, mas cansativo e até chato em certos momentos, o que não deve prender a atenção das crianças.
Para elas, o atrativo serão os bichinhos animados que vivem na floresta encantada. Eles são fofos e carismáticos, têm vida no olhar e movimentos, ao contrário do que houve com os animais de "O Rei Leão" (2019).
Desta vez o estúdio acertou, o cervo, os coelhinhos, os passarinhos e o simpático ouriço valem o filme. Outro ponto que agrada, o visual com cores vivas e alegres, contrastando com o reino tomado pelas sombras após a Rainha Má assumir o poder. Muitas cenas são reproduções bem próximas do desenho.
Desenho" Branca de Neve e os Sete Anões", de 1937 (Walt Disney Pictures)
A produção também recupera algumas canções de "Branca de Neve e os Sete Anões", de 1937, como "Heigh Ho" (conhecida em português como "Eu Vou"), que marcou gerações e foi a primeira animação da Disney. Esta é uma versão com poucos recursos, mas com encanto, que vale muito a pena conferir. Está disponível no Disney+.
Para quem não conhece a história, Branca de Neve era uma princesa que tinha uma vida feliz, até perder seus pais e virar uma escrava de sua madrasta má que tenta matá-la por inveja de sua beleza. Na floresta onde se esconde, conhece novos amigos que vão ajudá-la a recuperar o reino.
Mas parou por aí. Falei em polêmicas e uma delas é sobre a comparação da beleza de Branca de Neve, interpretada pela colombiana Rachel Zegler ("Amor, Sublime Amor" - 2021), com a da Rainha Má, papel de Gal Gadot ("Mulher Maravilha" - 2017).
A explicação do "Espelho, Espelho Meu" é tão míope quanto ele e só funcionou para os produtores. Gadot é muito mais bonita, mas não convence cantando.
Já Zegler não tem uma beleza tão grande, mas vai ganhando a simpatia do público a partir do meio da animação e está mais à vontade cantando muito bem e entregando boa interpretação. Além de formar um par romântico simpático com o ladrão e rebelde Jonathan (Andrew Burnap).
Por trás da história de fantasia, há uma abordagem, às vezes sutil, outras nem tanto, dos sentimentos e traumas dos personagens. Branca de Neve vive o dilema de não conseguir se tornar a líder que seu pai, o rei, disse que ela seria um dia. Mas tem coragem e bom coração, briga por seus direitos e pelo reino e não depende de um príncipe no cavalo branco para salvá-la.
A Rainha Má, por sua vez, é caricata, histérica e dependente de um espelho mágico (Patrick Page) para se sentir eternamente bela e poderosa. A empatia da personagem é zero, salva apenas pela interpretação de Gadot, mas até nisso perdeu para sua antecessora que foi mais marcante.
Sem falar nos sete anões, cada um com seu dilema, especialmente Dunga (Andrew Barth Feldman). Mas todos são bem simpáticos, até mesmo o rabugento Zangado (Martin Klebba).
Além deles temos Dengoso (Tituss Burgess), Atchim (Jason Kravits), Mestre (Jeremy Swift), Feliz (George Salazar) e Soneca (Andy Grotelueschen). Mais uma polêmica, uma vez que todos foram criados por computação gráfica, no lugar de usar pessoas com nanismo.
Para quem já esteve nos parques da Disney, uma das cenas com os Sete Anões é a reprodução do brinquedo Seven Dwarfs Mine Train, no Magic Kingdom, em Orlando, que é ótimo. Agora é conferir nos cinemas e contar pra gente o que achou do novo "Branca de Neve".
Ficha técnica:
Direção: Marc Webb Produção: Walt Disney Pictures Distribuição: Disney Pictures Exibição: nos cinemas Duração: 1h49 Classificação: Livre País: EUA Gêneros: fantasia, musical, aventura
O blog Cinema no Escurinho preparou sua tradicional lista com os cinco melhores e os cinco não recomendados que foram assistidos por alguns de seus colaboradores no ano de 2024. Neste primeiro post, vamos mostrar quais foram nossos preferidos. E deixar para divulgar na próxima postagem o que não indicamos.
A lista dos longas que mais agradaram entre os exibidos no ano de 2024 ficou equilibrada. O brasileiro "Ainda Estou Aqui", pré-selecionado para entrar na disputa pelo Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, obteve o maior número de votos.
"Robô Selvagem" - DreamWorks Animation
Na sequência estão a linda animação “Robô Selvagem" e o polêmico "Guerra Civil", com Wagner Moura e Kirsten Dunst. As duas listas respeitam a ordem de escolha do colaborador. Clicando nos links de alguns filmes é possível saber mais sobre eles e ler as críticas da equipe do blog.
A categoria em que foram incluídos alguns títulos pode agradar ou não vocês, seguidores do blog. Comentem aqui o que acharam de nossas escolhas, lembrando que não serão aceitas ofensas pessoais ou palavrões.
Longa tem roteiro simples e bem conduzido, que remete a um mundo de fantasia (Fotos: Paramount Pictures)
Maristela Bretas
Se a intenção do diretor, roteirista e produtor John Krasinski era fazer com que uma história simples levasse às lágrimas apenas explorando as emoções e a imaginação, ele conseguiu bem demais. Impossível não tirar o lencinho da bolsa e ficar imune ao longa "Amigos Imaginários" ("If"), em cartaz nos cinemas.
O filme demora para entrar no mundo da fantasia dos personagens que um dia ocuparam a vida de milhões de crianças. Mas a partir do momento que surge o mais fofo deles - Blue (que é roxo), não tem como não se envolver com a história.
Krasinski também tem importante papel no longa, como o pai da adolescente Bea (Cailey Fleming). Ele e a esposa criaram a filha mostrando que a fantasia e a imaginação são importantes na vida, especialmente nos momentos difíceis.
Tudo começa quando a jovem precisa se mudar para a casa da avó (a veterana atriz Fiona Shaw) onde passou a infância com os pais. Após a morte da mãe e a doença do pai, Bea se sente deslocada e é incentivada pelo pai a reencontrar sua criatividade.
Sem perceber o que estava acontecendo, ela começa a ver e interagir com os "migs", que só podem ser vistos por quem abre seu coração para as lembranças e emoções do passado. O encontro com Cal, que tem a aparência humana, vai mudar sua vida e a de todos à sua volta.
Ryan Reynolds está muito bem no papel de Cal, um cara que guarda mágoas do passado, mas que tenta ajudar os migs a reencontrarem seus amigos. O ator deixa de lado a ironia de "Deadpool" para apresentar um personagem que tenta recuperar a alegria de um dia ter sido amado por alguém. A presença de Bea faz com que ele deixe de ser o adulto antipático e mal-humorado para voltar a ficar de bem com a vida.
Destaque para Cailey Fleming, que entrega uma Bea abalada com a perda da mãe e a doença do pai. Mas que reencontra a felicidade ao ajudar os novos amigos diferentões. A jovem atriz (que interpretou a personagem Rey quando menina em "Star Wars: A Ascenção Skywalker" - 2019) se sai muito bem e vai conquistando o público ao longo da trama.
Mas as estrelas da produção são realmente os "Amigos Imaginários". Cada um, com sua história, só quer voltar a ser feliz junto com suas crianças, que agora cresceram e não se lembram mais deles.
As personalidades são as mais diversas, reproduzindo o que cada uma de suas crianças sentia na época - alegres, faladoras, tímidas, medrosas, ousadas, histéricas, atrapalhadas, mas, acima de tudo, confiantes em seus migs.
O filme é colorido, vibrante, especialmente por causa dos personagens do mundo da fantasia. Enquanto os migs com suas trapalhadas encantam as crianças na plateia, é a pureza das boas lembranças do passado e os reencontros com seus antigos amigos que fazem os adultos se emocionarem e as lágrimas brotarem nos olhos.
Na versão dublada, a voz de Blue é do ator Murilo Benício, enquanto a boneca bailarina Blossom é dublada por Giovanna Antonelli. Até o filho do casal, Pietro, tem participação dando voz ao amigo Fantasma.
Na legendada, grandes nomes do cinema emprestam suas vozes aos "Amigos Imaginários": Emily Blunt (Unicórnio); Matt Damon (Sully); Steve Carell (o fofíssimo e engraçado Blue); Phoebe Waller-Bridge (a boneca Blossom), além de Brad Pitt, Bradley Cooper, George Clooney, Awkwafina, Sam Rockwell, Maya Rudolph, e muitos outros.
A trilha sonora ganhou a batuta de Michael Giacchino, responsável por sucessos como as franquias "Jurassic World" (2015 a 2022), "Homem-Aranha" (2017 a 2021), "Planeta dos Macacos" (2014 a 2017), "Star Trek" (2009 e 2016), "Missão Impossível" (2006 a 2011), além de animações como "Divertida Mente" (2015), "Ratatouille" (2007) e "Viva - A Vida é Uma Festa"(2017) e dezenas de trilhas de outras obras cinematográficas.
Fica um alerta: após todos os créditos há uma homenagem especial ao ator Louis Gossett Jr., que faleceu em março deste ano, e fez a voz do sábio urso de pelúcia Lewis.
Não perca a oportunidade de se emocionar e até lembrar de seu Amigo Imaginário da infância. Ah, não se esqueça de levar um lencinho. E se alguém descobrir quem foi a criança de Lewis, me conte, por favor.
Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: John Krasinski Produção e Distribuição: Paramount Pictures Exibição: nos cinemas Duração: 1h44 Classificação: Livre País: EUA Gêneros: família, fantasia, comédia, aventura
Elencos dos dois primeiros filmes e da produção de 2021 estão juntos novamente, lutando contra um perigoso vilão que quer congelar o planeta (Fotos: CTMG)
Maristela Bretas
Atenção fãs da franquia, estreia nesta quinta-feira nos cinemas o longa "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" ("Ghostbusters: Frozen Empire"), uma sequência de "Ghostbusters: Mais Além" (2021) que pode agradar.
Ele explora novamente a nostalgia, trazendo referências em cenas e diálogos ao início da franquia, além da união dos novos caça-fantasmas com os originais, como aconteceu há três anos.
Gil Kenan, roteirista do filme anterior, assume a direção no lugar de Jason Reitman – que continua no roteiro ao lado de Kenan. A dupla faz uma homenagem ao pai de Jason, Ivan Reitman, que dirigiu os dois primeiros filmes - "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Os Caça-Fantasmas 2" (1989).
O roteiro dessas duas produções foi escrito por Dan Aykroyd e o ator/diretor/roteirista Harold Ramis (falecido em 2014), que também interpretou o professor Egon Spengler e foi homenageado em 2021.
Em "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo", Callie (Carrie Coon), e seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace) agora vivem com o professor Gary Grooberson (Paul Rudd) e se tornaram Caça-Fantasmas.
Eles assumem a responsabilidade que um dia foi do pai de Callie, o professor Spengler, e seus amigos. A família retorna para o antigo quartel de bombeiros em Nova York, onde funcionava a sede do grupo original.
A descoberta de um artefato antigo liberta uma entidade maligna que ameaça congelar todo o planeta. Para enfrentar o novo vilão, "Ghostbusters - Apocalipse do Gelo" traz novamente os caça-fantasmas que iniciaram a franquia.
Peter Venkman (Bill Murray), Ray Stantz (Dan Aykroyd) e o agora empresário e financiador dos Caça-Fantasmas, Winston Zeddemore (Ernie Hudson), se juntam aos novos caçadores.
Eles ainda vão poder contar com a participação da antiga secretária do grupo, Janine Melnitz (Annie Potts) e do prefeito Walter Peck (papel de William Atherton).
A produção tem várias referências aos filmes originais, a começar pela participação de Geleia, o fantasma verde gosmento. Mas a repaginada de CGI que deram nele não ficou tão simpática e engraçada quanto o primeiro.
Também estão de volta as perversas e divertidas miniaturas do Homem de Marshmallow Stay Puft, que aproveitam para mostrar que ainda podem aprontar bastante.
Os diálogos da "velha turma" são pura nostalgia. Quem assistiu aos filmes de 1984 e 1989 vai entender as menções que eles fazem às situações engraçadas e de perigo que viveram no passado. A impressão que dá é de que, mais um pouco, entravam em cena Sigourney Weaver e Rick Moranis.
De "Ghostbusters: Mais Além" estão de volta também Logan Kim, como Podcast, e Celeste O´Connor, como Lucky Domingo. O elenco ganha o ótimo reforço de Kumail Nanjiani, que faz o papel do comerciante picareta de objetos antigos, Nadeem Razmaadi, e será peça importante na trama.
Ao contrário do filme anterior, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" é mais descontraído e retoma o estilo de comédia, graças especialmente à turma antiga, que ganha uma participação maior.
O destaque da vez fica para a personagem Phoebe, que precisa resolver sua relação com o padrasto e ainda provar que é capaz, com seus 15 anos, de ser uma caça-fantasmas e vencer as forças do mal.
Um ponto negativo é a cena da batalha, que poderia ter sido melhor explorada, especialmente por reunir os dois grupos e colocá-los frente a frente com Garraka e seu exército de fantasmas.
Durou pouco tempo, poderia ser uma batalha grandiosa, mas pecou em efeitos especiais, atrapalhando a participação do vilão do gelo, que tinha tudo para ser o novo Gozer da franquia.
Mesmo assim, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" vale a pena assistir nos cinemas e curtir, mais uma vez essa turma junta enfrentando os piores e também os mais divertidos fantasmas. E o diretor já deixou a brecha para um terceiro filme. Alerta: tem cena curta pós-crédito.
Ficha técnica:
Direção: Gil Kenan Roteiro: Gil Kenan e Jason Reitman Produção e distribuição: Sony Pictures Exibição: nos cinemas Duração: 1h56 Classificação: 12 anos País: EUA Gêneros: ação, aventura, fantasia, comédia