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| Documentário acompanha os bastidores da Seleção Brasileira de futebol de cegos na preparação para os Jogos Paralímpicos de 2024 (Fotos: Bushatsky Filmes) |
Wallace Graciano
Se você é fã ou não do esporte bretão, sabe que qualquer narrativa feita sobre futebol deve fugir de mostrar o placar como cerne de sua construção. Afinal, mais do que a bola na rede, paramos nosso dia a dia para entender da gênese ao resultado.
E é isso que se percebe em "Futebol de Cegos: O Jogo Mais Difícil", dirigido por André Bushatsky, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O filme não apenas acompanha os bastidores da Seleção Brasileira de futebol de cegos na preparação para os Jogos Paralímpicos de 2024 em Paris, mas constrói uma narrativa de precisão cirúrgica, permitindo que a audiência, mesmo leiga na modalidade, seja imediatamente cativada por sua estrutura, seus desafios e, sobretudo, sua humanidade.
O documentário de André Bushatsky, que já está disponível no Globoplay e na SporTV, nos convida a imergir em uma sensibilidade rara ao equilibrar informação e emoção, independente de onde você está o acompanhando.
O filme se recusa terminantemente a reduzir seus protagonistas a ídolos distantes ou símbolos isolados de "superação", uma das palavras que este autor acha mais insuportáveis, já que todos são atletas e humanos, merecendo ser tratados como tal.
Em vez disso, ele mergulha nas dificuldades cotidianas, nos recomeços, nas lesões e nos treinos intensos nas quadras e em seus entornos, incluindo os especiais na praia em João Pessoa que pavimentaram o caminho do Brasil para se tornar uma referência mundial.
Para além, o rigor metodológico do documentário é outro ponto que o eleva. O filme não assume o conhecimento prévio do espectador. Ele se dedica a explicar o jogo, seus fundamentos, as especificidades sonoras (como a presença dos guias, o uso das balizas humanas e a importância quase coreográfica da escuta). A produção sabe que a curiosidade do público é alta.
"Futebol de Cegos: O Jogo Mais Difícil" é um filme que ensina sem ser didático demais, emociona sem ser apelativo e se torna envolvente porque entende que o coração do esporte reside nas pessoas que o tornam possível. É uma jornada que vale a pena ser assistida, como sugere o próprio diretor, porque "tem tudo, você vai se divertir."
É um documentário que, paradoxalmente, amplia a visão de quem assiste, mostrando que, quando se apaga a luz, o que permanece é aquilo que sempre deveria estar no centro do esporte: talento, esforço, emoção e uma profunda humanidade.
A seleção campeã
Para aqueles que não acompanham futebol, esta é seleção que já trouxe para casa cinco medalhas de ouro consecutivas (Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020):
Fábio Vasconcelos - Técnico
Ricardo Alves “Ricardinho” - Ala ofensivo
Raimundo Nonato - Ala ofensivo, pivô
Luan Lacerda - Goleiro
Jeferson Gonçalves “Jefinho” - atacante
Cássio Reis - Fixo, ala defensivo
Jardiel Vieira - Ala ofensivo
Jonatan Silva - Pivô
Maicon Júnior - Ala defensivo
Matheus Costa - Goleiro
Tiago “Paraná” da Silva - Ala defensivo
Ficha técnica:
Direção e roteiro: André BushatskyProdução: Bushatsky Filmes
Exibição: SportTV e Globoplay
Duração: 1h17
Classificação: livre
País: Brasil
Gêneros: documentário, esporte
Nota: 5 (0 a 5)
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