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10 dezembro 2025

Sete sucessos do Studio Ghibli voltam ao cinema de 11 a 17 de dezembro

(Fotos: Sato Company)
  
 

Da Redação


Após o sucesso da primeira parte do Ghibli Fest, de 18 de setembro a 1º de outubro deste ano, a Sato Company reprisa sete dos maiores sucessos do famoso estúdio japonês com roteiro e direção de Hayao Miyazaki, produzidos de 1984 a 2004. 

Os filmes serão exibidos do Cinemark Replay e acontece entre 11 e 17 de dezembro, no Cinemark BH Shopping. Um filme diferente a cada dia, sempre às 19 horas, em versões legendadas. 

"O Serviço de Entregas da Kiki"

A celebração se inicia com "Meu Amigo Totoro" (1988), onde duas irmãs se mudam para a zona rural do Japão e descobrem uma estranha criatura que as leva a viverem inúmeras aventuras. 

No segundo dia de evento (12/12), será a vez de "O Serviço de Entregas da Kiki" (1989), que mostra a luta da jovem bruxa por sua independência.

"A Viagem de Chihiro" (2001) será a estrela do dia 13 (sábado). No filme vencedor do Oscar de Melhor Animação, a jovem Chihiro entra no mundo dos espíritos para salvar seus pais. 

No domingo (14), "O Castelo Animado" (2004) ocupará as telonas para apresentar a odisseia de Sophia, que busca uma cura para sua maldição.

"A Viagem de Chihiro"

No dia 15 de dezembro, "Nausicaä do Vale do Vento" (1984) mostrará as tentativas da princesa Nausicaä de buscar pelo fim de uma guerra entre dois reinos, e evitar a destruição de uma floresta tóxica. 

Na terça-feira (16), a jovem princesa-peixinho Ponyo e seu amigo Sasuke irão conquistar as telas em "Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar" (2008).

Encerrando o Cinemark Replay, na quarta-feira (17/12), "Porco-Rosso: O Último Herói Romântico" (1992) irá trazer ao público as desventuras do piloto e caça piratas mais famoso do Mar Adriático.

"Porco-Rosso: O Último Herói Romântico"

Ghibli Fest - 2ª Parte

O Ghibli Fest - Parte 2, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2026, terá oito títulos, completando os 22 programados pela Sato Company para a retrospectiva dos longas do Studio Ghibli. São eles:

- Contos de Terramar (2006)
- O Castelo no Céu (1986)
- Princesa Mononoke (1997)
- O Reino dos Gatos (2002)
- O Mundo dos Pequeninos (2010)
- O Conto da Princesa Kaguya (2013)
- As Memórias de Marnie (2014)
- Túmulo dos Vagabundos (1998)


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Hayao Miyazaki
Produção: Studio Ghibli
Distribuição: Sato Company
Exibição: Cinemark BH Shopping
Duração: entre 1h30 e 2 horas
Classificação: livre
País: Japão
Gêneros: fantasia, romance, aventura

09 dezembro 2025

Delicado e poético, "Livros Restantes" é uma sincera homenagem à literatura

Denise Fraga em excelente desempenho entrega uma protagonista quase onipresente (Fotos: H2O Films)
 
 

Mirtes Helena Scalioni

 
Embora apresente algumas surpresas no decorrer da trama, não se pode dizer que "Livros Restantes" seja um filme carregado de reviravoltas e plot twists, assim como não se pode considerá-lo suspense pelo fato de, em algum momento, a ação levar o espectador a se perguntar: houve mesmo um crime? 

Mas, talvez por isso, o longa dirigido por Márcia Paraíso e que estreia nos cinemas brasileiros dia 11 de dezembro mereça ser visto. É, no mínimo, uma história peculiar e curiosa, com cenas filmadas no Brasil e em Portugal. 

Tendo Denise Fraga em excelente performance como protagonista quase onipresente, o filme começa de um jeito lento e morno, como costumam ser os dias e noites praianos. 


Afinal, estamos em Florianópolis, mais precisamente num recanto chamado Barra da Lagoa, onde a professora Ana Catarina está se despedindo da família e de amigos, pois está de partida para Portugal onde - presume-se - ela vai continuar seus estudos e, como faz questão de dizer, contar apenas consigo mesma.

Aos poucos, o público se familiariza com o jeito sensível de Aninha - como é conhecida por todos na ilha - e, embora cause algum estranhamento, não é assim tão grave, esquisito ou indelicado o que ela se propõe a fazer logo no início. 


Depois de esvaziar a casa, tirar móveis, objetos e animais domésticos, ela descobre que sobraram cinco livros na sua estante de madeira. Como estão autografados e com dedicatórias, a professora decide devolver cada um deles às pessoas que, em algum momento da vida, lhe deram os tais livros de presente.

Numa espécie de miolo do filme, enquanto o espectador vai sendo lentamente apresentado à família de Ana, alguns assuntos sempre considerados espinhosos chegam à tona. 


E o que emerge das conversas à mesa, entre camarões, moquecas e brindes, pode não agradar, ferir e machucar. São os chamados segredos de família, passíveis de ocorrer em todos os agrupamentos familiares, independente da nacionalidade deles.

Além de Denise Fraga e Augusto Madeira - que faz o ex-marido dela, Carlos Henrique -, os demais atores e atrizes são desconhecidos do grande público e tudo indica que a diretora foi buscá-los na região. 

Para citar os mais frequentes, estão lá Renato Turnes, Vanderleia Will, Manuela Campagna, Marcinho Gonzaga, Andrea Buzato, Paulo Vasilescu, Severo Cruz, Joana dos Santos, Adriano de Brito e Leandro Batz, variando entre familiares e amigos da protagonista. 


Outro ponto alto de "Livros Restantes" é a trilha sonora. Em sua maioria, são canções conhecidas que pontuam aqui e ali, embalando ora cenas de ternura e amizade, ora de crises e brigas. 

Mas o que chama a atenção é uma música cuja autoria é atribuída a Zininho e que aparece no filme em duas versões: às vezes como um samba, deliciosamente tocado e cantado nos momentos festivos; outras vezes em ritmo de fado, criando toda aquela atmosfera de tristeza e saudade. Genial. 

Por falar em Portugal, é preciso registrar que o livreiro que atende a protagonista numa livraria em Portugal é o maestro Antônio Vitorino de Almeida. 


A beleza do filme está exatamente nos reencontros que Ana Catarina programa e promove para devolver os livros que restaram em sua estante. 

Até porque, em alguns casos, o tempo acabou por distanciá-la de algumas dessas pessoas e algumas não fazem mais parte do seu círculo de amigos. Houve até quem se modificasse tanto a ponto de não ser mais a mesma pessoa de antes. 

Nesses encontros, nem sempre bem sucedidos, é que parece estar o grande motivo do longa de Márcia Paraíso: fazer uma ode ao livro, uma verdadeira louvação à literatura, E isso é feito de uma forma tão delicada e bonita que é como se o público estivesse diante de um poema.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Márcia Paraíso
Produção: Plural Filmes e coprodução Filmógrafo
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: 14 anos
Países: Brasil e Portugal
Gênero: drama

08 dezembro 2025

"3 Atos de Moisés", um doc para inspirar sonhos e tocar o impossível

Documentário, dirigido por Eduardo Boccaletti, reflete as fases mais importantes da vida do pianista de
Juiz de Fora (Fotos: L. Barreto)
 
 

Silvana Monteiro

 
Há documentários que se limitam a registrar fatos, outros que tentam emocionar, e alguns poucos que conseguem transformar uma biografia em experiência única. 

O documentário sobre Moisés Mattos, um músico que sai da Zona da Mata mineira para ganhar os palcos do mundo como pianista, pertence a essa categoria rara. 

A produção constrói sua narrativa em três momentos que dialogam entre si como movimentos de uma mesma peça musical, sempre fiel à ideia de que a arte pode atravessar barreiras que a sociedade insiste em erguer. Para quem escreve esta crítica, a música é a verdadeira linguagem universal. 


Torna-se então, muito mais poderosa ao ser a ponte de transformação e a realização de um homem cujas interseccionalidades, como a cor da pele, a origem e a orientação sexual, lhe conferem uma perspectiva ainda mais profunda.

O percurso de Moisés é filmado com a sobriedade de quem entende que nem todo início precisa de brilho para ter grandeza. O jovem que praticava em teclas imaginárias é mostrado sem exageros, e o filme encontra força justamente na simplicidade dos gestos cotidianos que antecedem o talento. 

Há um cuidado em revelar o artista antes da fama, sem pressa de coroá-lo e sem necessidade de dramatizar o que, por si só, já é dramático.

Ao longo do documentário, a música toma esse lugar como linguagem. O espectador acompanha o amadurecimento de Moisés em salas de estudo, recitais, processos seletivos e oportunidades que surgem quase sempre acompanhadas de novos desafios. 


A produção sugere, sem sublinhar demais, como a carreira artística no Brasil é atravessada por desigualdades que pedem não só habilidade, mas persistência, disciplina e uma confiança quase irracional no próprio destino. 

É nessa camada silenciosa que o filme encontra sua potência. É um enredo que pode levar o espectador à percepção de que a vida de um artista não se escreve apenas nos palcos, mas nos bastidores invisíveis e nas marcas que o moldam.

Quando Moisés retorna ao país, o filme abandona qualquer traço de triunfalismo. O reencontro com sua comunidade e com o passado não é tratado como redenção, mas como reconhecimento. Nesse contexto ele vê uma chance de enxergar, com distância, o preço e o alcance da própria vida. 


O desfecho tem a delicadeza de um gesto que fecha um ciclo sem apagar as cicatrizes que o compõem. Nada é espetacularizado; a emoção nasce do que permanece dito nas entrelinhas.

O documentário se destaca pela honestidade estética e pela recusa em transformar Moisés em símbolo fácil. Ele é retratado como o que sempre foi: um artista que avançou não porque o mundo se abriu para ele, mas porque ele insistiu em atravessá-lo. 

A obra, ao reunir seus três momentos, desenha também um retrato de um país com barreiras, sim, mas também com beleza e talento. “3 Atos de Moisés” é, no fim, um lembrete de que os sonhos não começam nos aplausos, mas no caminho que se faz até recebê-los. É uma obra linda, capaz de emocionar crianças, jovens, adultos e idosos.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Eduardo Boccaletti
Produção: É Pra Ontem Filmes, com as produtoras associadas Catiripapo Filmes e Tarannà Films
Distribuição: Pipa Pictures
Exibição: Cine Una Belas Artes
Duração: 1h13
Classificação: 10 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

06 dezembro 2025

"A Natureza das Coisas Invisíveis": a complexidade da existência humana pelo olhar de duas crianças

Longa aborda a importância de permitir que crianças participem das conversas sobre a finitude da vida
(Fotos: Vitrine Filmes)
 
 

Patrícia Cassese

 
Para usar uma expressão em voga no momento, há tantas camadas no longa-metragem "A Natureza das Coisas Invisíveis", em cartaz no Cine Una Belas Artes, que certamente o processo de decupagem na recepção do conteúdo vai acompanhar o público por um bom tempo após o fim da sessão. 

De pronto, é preciso dizer que trata-se de um filme que aborda um tema muito, muito intrincado: a finitude da vida. Não bastasse, o faz principalmente pelo olhar de duas crianças, ambas com dez anos de idade. São elas: Glória (Laura Brandão) e Sofia (Serena), ambas excelentes, espontâneas e visivelmente comprometidas e entregues. 

Mas, que fique claro, o primeiro longa-metragem de Rafaela Camelo trata a questão com toda a delicadeza possível nesse árido caminho, de modo que se algumas lágrimas teimarem em escorrer pelo rosto, provavelmente serão mais por outro tipo de emoção que a relacionada à tristeza.


A cena inicial desse que é descrito como um coming of age* nos leva a um banheiro de uma escola, com seus tradicionais rabiscos na parede. Discretamente, pela fresta de uma porta, uma garota - Glória - aguarda as demais saírem para, só então, sair da cabine. 

Já no frame seguinte, um indicativo de que o filme também transitará por outra esfera que não apenas a da realidade, do crível - mas é melhor não estragar a surpresa. Se frequentar a escola não faz o cotidiano de Glória ser diferente de boa parte das crianças do país, o outro turno do dia, sim. 

Isso pelo fato de sua mãe, a enfermeira Antônia (Larissa Mauro), não tendo com quem deixar a menina, acaba costumeiramente arrastando-a para o seu trabalho, em um hospital.

Uma das cenas mostra que a presença de Glória já é familiar aos pacientes, bastante idosos, que a recebem como um raio de sol que adentra a penumbra do cotidiano hospitalar. A menina também transita com naturalidade por outros ambientes da instituição, como um quarto de pertences "esquecidos" por lá. 


No entanto, a rotina daquele dia específico é quebrada com a chegada de outra criança, Sofia, que adentra o local praticamente sem fôlego, trazendo consigo a bisavó, Francisca (Aline Marta Maia), que sofreu uma queda em casa.

O acidente, na verdade, é uma intercorrência em meio a uma série de problemas que a idosa vem enfrentando nos últimos tempos, mediante o avanço da demência que a assola. Neste episódio, um ponto que chama atenção é o fato de, no momento da queda, Bisa estar em casa apenas com uma criança, sendo que seu estado demandaria, claro, a presença de um adulto. 

Eis que a mãe da menina, Simone (Camila Márdila, sempre excelente), entra em cena e ficamos sabendo que, assim como Antônia, ela também é uma mãe solo. A necessidade imperiosa de trabalhar a obriga a deixar a filha sozinha com sua avó - não por outro motivo, de cara demonstra receio de perder a guarda da criança por conta do acidente.

Além da coincidência da idade e da configuração familiar, as duas meninas também vêm de experiências marcantes. Glória é uma garota transplantada (recebeu um coração). 


Já Sofia, uma criança trans - e palmas para a diretora por tratar esse tema com extrema sensibilidade e naturalidade, sem transformá-lo em um ponto crucial da trama, que, na verdade, enverga, como já dito, pelos mistérios que rondam a nossa finitude. 

De todo modo, para interpretar Sofia, Rafaela Camelo fez questão de escolher uma atriz que tivesse lugar de fala, ou seja, uma criança trans - o que já é um avanço e tanto. 

Em meio a tantos pontos comuns, uma característica que diferencia as duas é justamente a visão da morte. Acostumada ao ambiente hospitalar, Sofia vê a partida dos pacientes com uma espécie de "tristeza conformada". 


Assim, mexer nos tais pertences esquecidos por lá, vestir roupas de quem partiu, é um ato que vê com extrema naturalidade, ao contrário de Sofia. Como a garota chegou ao hospital com a blusa manchada de sangue, Glória toma a iniciativa de mostrar a ela uma blusa de criança por lá disponível.  

O que para ela é uma solução óbvia, assusta a outra menina, que acredita em energias emanadas por aqueles que já partiram. Fato é que não só as duas estabelecem amizade, como as respectivas mães também. E, quando Bisa tem alta, Antônia se oferece para acompanhar sua recuperação no sítio para o qual a idosa será levada.

Não, não é meramente um gesto de altruísmo, posto que Simone nem teria como pagá-la. É que a enfermeira entende ser essa uma boa saída para a filha não passar o período fora da escola num ambiente no qual a luta pela vida é muitas vezes atravessada pela derrota. 

E é nesse ponto que o "A Natureza das Coisas Invisíveis" ganha uma espécie de ponto de virada, aliás, pontuada pela voz de Milton Nascimento, entoando "Fazenda". 


Assim, do ambiente hospitalar "frio" e asséptico, marcado por sondas, acessos e medidores, a exuberância da vida no campo irrompe. E o vento que balança as folhas é um indicativo emblemático. O verde ocupa a tela, bem como a fauna costumeira da vida campestre, como patinhos e outros animais. 

No material de divulgação do filme, a diretora diz que a divisão do longa em duas partes seria "uma metáfora estrutural". "Como se, naquele ponto, o filme da forma que vinha sendo apresentado tivesse que morrer para outro se formar”. 

Na casa propriamente dita, uma edificação singela como tantas dispersas interior afora, a fé marca forte presença por meio dos santos reunidos num altar, ao lado de figuras como a do Preto Velho, estampando o sincretismo religioso que pauta o país.


A presença das mulheres da redondeza exalta a importância da sororidade, bem como a cumplicidade orgânica que se estabelece entre elas, também típica do interior do Brasil - no caso, em Goiás. Na vivência do sítio, o aspecto sobrenatural se acentua, seja por meio das diversas práticas advindas de crenças populares quanto pelos ditames religiosos. 

Em uma das cenas, a expressão no rosto de Antônia deixa evidente seu ceticismo quando a alguns expedientes que por ali são culturalmente introjetados. No entanto, ela se deixa levar, seja por respeito ou pelo espírito de "pagar para ver". Ou por ambos. Afinal, que se arvoraria a, em situações difíceis, não tentar recorrer ao que se apresenta?

Ao fim e ao cabo, nos 90 minutos de percurso da empreitada, Rafaela Camelo mostra que sua estreia no formato longa se deu com o pé direito, para usar uma expressão também popular no país. 


Na beleza do intangível, no âmbito do imponderado, nas dúvidas que assolam o percurso do ser humano na Terra, e mesmo com uma pitada do fantástico, "A Natureza das Coisas Invisíveis" enreda o espectador com tal força que o acender das luzes da sala de cinema, após a cena final, ao som de Fernando Mendes, vai flagrar muita gente com os olhos marejados. Como dito no inicinho desse texto.

*Coming of age é o nome que se dá a filmes que acompanham a transição da infância para a adolescência, por vezes também para a vida adulta.

Curiosidade

- Estudos recentes indicam que no Brasil cerca de 1,3 milhão de crianças já enfrentaram a perda de pelo menos um dos pais ou de um morador do domicílio, o que reforça a magnitude desse impacto.

- Essas circunstâncias aumentam os riscos de ansiedade, depressão, dificuldades escolares e outros desfechos negativos de longo prazo. 


Ficha técnica:
Direção e Roteiro:
Rafaela Camelo
Produção: Moveo Films
Distribuição: Vitrine Filmes
Exibição: Cine Una Belas Artes
Duração: 1h30
Classificação: 12 anos
Países: Brasil e Chile
Gênero: drama

03 dezembro 2025

"Futebol de Cegos: O Jogo Mais Difícil" humaniza o esporte e traz luz às batalhas cotidianas

Documentário acompanha os bastidores da Seleção Brasileira de futebol de cegos na preparação para
os Jogos Paralímpicos de 2024 (Fotos: Bushatsky Filmes)
 
 

Wallace Graciano


Se você é fã ou não do esporte bretão, sabe que qualquer narrativa feita sobre futebol deve fugir de mostrar o placar como cerne de sua construção. Afinal, mais do que a bola na rede, paramos nosso dia a dia para entender da gênese ao resultado. 

E é isso que se percebe em "Futebol de Cegos: O Jogo Mais Difícil", dirigido por André Bushatsky, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O filme não apenas acompanha os bastidores da Seleção Brasileira de futebol de cegos na preparação para os Jogos Paralímpicos de 2024 em Paris, mas constrói uma narrativa de precisão cirúrgica, permitindo que a audiência, mesmo leiga na modalidade, seja imediatamente cativada por sua estrutura, seus desafios e, sobretudo, sua humanidade.


O documentário de André Bushatsky, que já está disponível no Globoplay e na SporTV, nos convida a imergir em uma sensibilidade rara ao equilibrar informação e emoção, independente de onde você está o acompanhando. 

O filme se recusa terminantemente a reduzir seus protagonistas a ídolos distantes ou símbolos isolados de "superação", uma das palavras que este autor acha mais insuportáveis, já que todos são atletas e humanos, merecendo ser tratados como tal. 


Em vez disso, ele mergulha nas dificuldades cotidianas, nos recomeços, nas lesões e nos treinos intensos nas quadras e em seus entornos, incluindo os especiais na praia em João Pessoa que pavimentaram o caminho do Brasil para se tornar uma referência mundial. 

Para além, o rigor metodológico do documentário é outro ponto que o eleva. O filme não assume o conhecimento prévio do espectador. Ele se dedica a explicar o jogo, seus fundamentos, as especificidades sonoras (como a presença dos guias, o uso das balizas humanas e a importância quase coreográfica da escuta). A produção sabe que a curiosidade do público é alta. 


"Futebol de Cegos: O Jogo Mais Difícil" é um filme que ensina sem ser didático demais, emociona sem ser apelativo e se torna envolvente porque entende que o coração do esporte reside nas pessoas que o tornam possível. É uma jornada que vale a pena ser assistida, como sugere o próprio diretor, porque "tem tudo, você vai se divertir."

É um documentário que, paradoxalmente, amplia a visão de quem assiste, mostrando que, quando se apaga a luz, o que permanece é aquilo que sempre deveria estar no centro do esporte: talento, esforço, emoção e uma profunda humanidade.


A seleção campeã

Para aqueles que não acompanham futebol, esta é seleção que já trouxe para casa cinco medalhas de ouro consecutivas (Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020):

Fábio Vasconcelos - Técnico
Ricardo Alves “Ricardinho” - Ala ofensivo
Raimundo Nonato - Ala ofensivo, pivô
Luan Lacerda - Goleiro
Jeferson Gonçalves “Jefinho” - atacante
Cássio Reis - Fixo, ala defensivo
Jardiel Vieira - Ala ofensivo
Jonatan Silva - Pivô
Maicon Júnior - Ala defensivo
Matheus Costa - Goleiro
Tiago “Paraná” da Silva - Ala defensivo


Ficha técnica:
Direção e roteiro: André Bushatsky
Produção: Bushatsky Filmes
Exibição: SportTV e Globoplay
Duração: 1h17
Classificação: livre
País: Brasil
Gêneros: documentário, esporte
Nota: 5 (0 a 5)

02 dezembro 2025

"Guerreiras do K-Pop": o novo fenômeno musical e mágico da Netflix

Mira, Rumi e Zoey formam um girl group de grande sucesso que nas horas vagas realiza missões
secretas como caçadoras de demônios (Fotos: Netflix)
 
 

Marcos Tadeu
Blog Jornalista de Cinema

 
A animação "Guerreiras do K-Pop" ("K-Pop Demon Hunters") chega à Netflix com a combinação exata para conquistar tanto crianças quanto adultos: muita música, artes marciais, humor e um universo visualmente vibrante. 

Dirigido por Maggie Kang e Chris Appelhans, o longa reúne um elenco de vozes diverso e talentoso, com nomes como Arden Cho/Rumi ("Teen Wolf"), Ji-young Yoo/Zoey ("Until Dawn" - 2025), May Hong/Mira ("Tales of the City" - 2019), Ahn Hyo-seop ("Pretendente Surpresa" - 2022), Yunjin Kim ("Lost" - 2004 a 2010), Lee Byung-hun ("Round 6" - 2021), Joel Kim Booster (série "Fortuna" - 2022 a 2025) e Ken Jeong ("Podres de Ricos" -2018) — resultado da parceria entre a Netflix e a Sony Pictures Animation.

A história acompanha Rumi, Mira e Zoey, integrantes do Huntrix, um girl group que lota arenas e arrasta multidões. Fora dos palcos, porém, as três levam uma vida bem mais intensa: são caçadoras de demônios. 


Quando a boy band Saja Boys começa a sugar a energia dos fãs, o trio precisa unir música, coreografias e magia para restaurar a barreira Hon Moon. O que começa como uma típica rivalidade entre ídolos rapidamente vira uma batalha maior — e bem mais perigosa — contra forças sombrias.

A trilha sonora é um dos pontos mais fortes da produção. Músicas como “Golden”, “Soda Pop”, “Letal” e “Free” conduzem a narrativa e se tornaram hits imediatos, tanto na versão original quanto nas dublagens. É a prova de que o filme acerta em cheio na mistura entre K-pop, pop global e storytelling.

O roteiro de Danya Jimenez e Hannah McMechan entrega uma aventura leve e bem-humorada. Ainda assim, falta um pouco mais de profundidade no desenvolvimento de Mira e Zoey, que às vezes acabam ofuscadas por Rumi — claramente o centro emocional do trio.


A dublagem é outro destaque. As falas de Rumi, Mira e Zoey ficam a cargo de Arden Cho, May Hong e Ji-young Yoo, enquanto EJAE, Audrey Nuna e REI AMI comandam os vocais. O single “Takedown” ganha ainda mais impacto com a participação de Jeongyeon, Jihyo e Chaeyoung, do TWICE.

Do outro lado da disputa, os Saja Boys têm Ahn Hyo-seop dando voz a Jinu e Andrew Choi nos vocais, com Alan Lee, Joel Kim Booster, SungWon Cho e Danny Chung completando o time. As partes cantadas ficam por conta de Kevin Woo (ex-U-KISS), SamUIL Lee e Neckwav.

Visualmente, o filme é um espetáculo. A animação aposta em 3D combinado com detalhes 2D inspirados em animes, reforçando a estética estilizada que domina todo o universo das personagens. A direção de arte de Mingjue Helen Chen é caprichada e cria um mundo mágico coerente e cheio de identidade. 


A fotografia de Gary H. Lee utiliza tons de rosa e azul para reforçar a divisão entre os grupos e dar personalidade às cenas. Já a montagem de Nathan Schauf mantém o ritmo ágil, ajudando a explicar de forma clara toda a mitologia que sustenta as guerreiras.

O impacto da produção ultrapassou as telas: o álbum oficial alcançou 23 mil unidades vendidas entre formatos físicos e digitais, além de outras 103 mil equivalentes de streaming — ultrapassando 141 milhões de reproduções. 

É um desempenho impressionante para uma trilha de animação fora do circuito Disney, que reforça o quanto o filme atingiu públicos diferentes. As referências a BTS, Blackpink, TWICE e EXO funcionam como um agrado direto aos fãs do gênero, mas não roubam a cena. 


A narrativa se sustenta mesmo para quem não acompanha K-pop, o que torna o longa acessível e divertido para qualquer espectador. Com todo esse conjunto — visual, música, humor e carisma —, "Guerreiras do K-Pop" já aparece como forte candidato na temporada de premiações, especialmente nas categorias técnicas e musicais.

A canção "Golden" é uma aposta da Netflix para o Oscar 2026 na categoria de Melhor Canção Original. A produção sul-coreana também entra na disputa por uma vaga de Melhor Longa-Metragem de Animação. Sessões especiais com plateias cantando junto mostram que o filme extrapolou a tela e virou experiência coletiva.

No fim, é uma produção que entende bem seu público e entrega exatamente o que promete: um espetáculo vibrante, cheio de energia, com músicas grudentas e personagens que têm tudo para conquistar uma geração inteira. 


Ficha técnica:
Direção: Chris Appelhans e Maggie Kang
Roteiro: Danya Jimenez e Hannah McMechan
Produção: Sony Pictures Animation
Distribuição: Netflix
Exibição: Netflix Brasil
Duração: 1h36
Classificação: 10 anos
Países: Coreia do Sul, EUA
Gêneros: animação, musical

30 novembro 2025

"O Natal dos Silva" se equilibra entre dores, ajustes de contas e afetos

Série da produtora mineira Filmes de Plástico traz uma família com nuances às quais diversos espectadores
vão se identificar (Fotos: Denise dos Santos)
  
 

Patrícia Cassese

  
Para o bem ou para o mal, a tradição de juntar família e agregados em torno de uma mesa farta é o momento mais simbólico da comemoração do Natal no Brasil. 

Impreterivelmente, o ritual é acompanhado de uma oração - afinal, trata-se de uma data de cunho religioso -, feita preferencialmente com anfitriões e convidados de mãos dadas. 

O encontro também prevê a entrega de presentes (cujo destinatário foi definido em sorteio prévio, o célebre "amigo oculto"), precedida por uma breve descrição do sujeito, de modo a mobilizar os entes a tentar adivinhar quem vai abrir o pacote. A foto para eternizar a celebração entra em cena como o arremate perfeito. 


No hemisfério adulto, porém, é notório que nem todos os que comparecem a tais eventos estão, de fato, se sentindo à vontade para estar no mesmo ambiente com um ou outro parente. 

Sim, atire a primeira pedra aqueles que não têm, no seio de suas famílias, conflitos (velados ou explicitados) que fazem com que os sorrisos e abraços dados na noite que marca o nascimento de Jesus na tradição cristão não sejam por vezes contaminados por um mal-estar.

Em "O Natal dos Silva" não é diferente. É a primeira série da festejada (e com toda razão) produtora Filmes de Plástico (sim, você sabe, de Contagem, responsável por "Marte Um" - 2022), cujo primeiro capítulo já está disponível no Canal Brasil (Globoplay, plano Premium). 

A produção traz uma família com nuances às quais diversos espectadores vão se identificar, independentemente da realidade ao entorno de cada um. 


A direção dos episódios - cinco, ao todo - é assinada por Gabriel Martins, Maurilio Martins e André Novais Oliveira, que também assina o roteiro ao lado de Gabriel. A ação se desenovela em um Natal atípico na família Silva. 

Isso porque é a primeira comemoração da data sem a presença da matriarca Zelina, esteio principal daquele agrupamento de pessoas reunido na casa onde ela morava com a filha, Bel, interpretada magistralmente (zero surpresa) por Rejane Faria. 

Integrante do QuatrolosCinco, Rejane esteve em filmes como "Marte Um", em séries como "Segunda Chamada" e em novelas como "Vale Tudo", além de compor o elenco de "Três Graças". Vale dizer que, de pronto, a personagem Bel impacta pelo palavreado cru, sem filtros e sem freios. 

No decorrer da trama, o espectador entende tratar-se de uma armadura que ela ergueu em torno de si para se proteger das agruras da vida, que, a essa altura, já lhe deixaram marcas profundas.


Mas é mesmo em tom hostil que, logo no inicinho, Bel recebe o filho, Luciano (Robert Frank, simplesmente perfeito, em tom mais que acertado) que chega para o festejo com a nova namorada, Lin (Aisha Brunno, do necessário "Tudo O Que Você Podia Ser"), uma mulher trans - atenção: essa especificação se faz necessária neste texto apenas por ser motivo de impacto para alguns dos membros da família Silva. 

Pouco a pouco, outros membros também batem a campainha e, com a chegada deles, a temperatura começa a subir de modo irrefreável. Não tarda para que mágoas e rusgas perfurem a epiderme da cordialidade num fluxo crescente e violento, envolvendo notadamente os filhos de Dona Zelina - tanto os de sangue quanto Jezinho (Ítalo Laureano), que foi para os Estados Unidos atrás do sonho de ser ator. 


Da mesma forma, dois dos netos - justamente os filhos de Bel, ou seja, o já citado Luciano e Banda Larga (Leonardo de Jesus), além de Lucimara (Raquel Pedras, ótima), viúva de Pedro, filho de Zelina morto em um acidente cujo responsável é um dos irmãos. 

No curso dos capítulos, percebe-se que as feridas do passado estão longe de ter cicatrizado, e as discussões se sucedem, provocadas desde por motivos de pouca monta - como o fato de Bel estar, naquela noite, trajando um vestido que era da mãe, o que irrita sobremaneira a irmã, Lúcia (Carlandréia Ribeiro, magnífica, também sem nenhuma surpresa), até aquele que é grande ponto nevrálgico da série, o tal X da questão: a eventual venda da casa. 


A alternativa, pontue-se, é pleiteada pela maioria dos presentes, que vê, nesse expediente, a grande (e talvez única) oportunidade de passar a régua nos problemas financeiros do momento e, a partir daquele ponto, respirar aliviada e seguir em frente. 

Ocorre que a mera possibilidade de se desfazer da casa em que morava com a mãe faz com que Bel ative todos os seus ferrões, posto que enxerga a hipótese como um ato de extrema traição à memória da família.
Assim como passa a aventar o destino de tudo o que ali, naquele endereço, marcou a narrativa do clã, caso do pé de manga no quintal, que, no curso dos anos, serviu inclusive de árvore de Natal dos Silva.


Evidentemente (pelo preconceito vigente no país), a espiral da raiva suga, para seu epicentro, a figura de Lin, que, com espantoso equilíbrio, encara o veneno destilado em piadas ou mesmo de modo explícito, ferino - ainda que, claro, seu emocional não passe ileso.

Com todas essas iscas, impossível não ficar preso ao enredo. E que bom. Porque, neste percurso, os espectadores são brindados com tanto, mas tanto, que fica até difícil salientar um aspecto em particular. 

Obviamente, não dá para não falar do elenco ma-ra-vi-lho-so. Além dos elogios já distribuídos no curso desse texto (a Rejane Farias, Robert Frank, Carlandreia Ribeiro, Raquel Pedras e Aisha Brunno, que sem dúvida deram seu suor e capricharam na construção dos respectivos personagens, todos cheios de camadas, portanto, de composição perceptivelmente árdua).


Extensivos aos outros também citados (Leonardo de Jesus e Ítalo Laureano) há que se falar do talento absurdo e da presença magnética de Carlos Francisco. O ator atualmente também pode ser visto em "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, como o sogro do personagem vivido por Wagner Moura. 

E tem ainda Renato Novaes e Roberto Novais Oliveira, presenças que enriquecem as produções da Filmes de Plástico. Não daria também para não citar o encantamento provocado pela presença da atriz mirim Azula Santana, que mostra a que veio em uma fala fofa da sua personagem, Lara. 

Ponto também para a abertura, em tom retrô, pontuada de itens icônicos do período natalino (luzinhas, cartões, presentes etc), bem como para a presença, nos episódios, de nomes queridos da cena belo-horizontina, como Adilson Marcelino. 

Ah, sim! Claro, a narrativa traz alguns "alívios cômicos", mas muito bem equilibrados na trama que, vamos frisar, se afilia de modo precípuo ao gênero drama.


Ficha técnica:
Criador: Gabriel Martins
Direção: Gabriel Martins, Maurilio Martins e André Novais Oliveira
Produção: Filmes de Plástico e Canal Brasil
Distribuição: Canal Brasil
Duração: média de 40 minutos
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gêneros: drama, família, série
Exibição: Canal Brasil - episódios novos as quintas, às 21h30, no Canal Brasil
Reprises: sextas, 22h30; sábados, 23h; domingos, 19h; e quartas, 20h30
Maratona especial no dia 25 de dezembro, a partir das 19h (com os quatro primeiros episódios e a estreia do quinto)
Dia 27/12 - às 20h30
Dia 28/12 - às 16h30
Dia 02/01/2026 - às 23h
Exibição de um episódio por semana no Globoplay  Plano Premium


18 setembro 2025

"A Grande Viagem da Sua Vida" - uma jornada mágica ao passado para mudar o futuro

Colin Farrell e Margot Robbie são os protagonistas desta comédia dramática sobre solidão e desafios nos relacionamentos (Fotos: Sony Pictures)
 
 

Maristela Bretas

 
Colin Farrell com seu olhar de menino carente. Margot Robbie com seu sorriso aberto e contagiante. Como não se apaixonar e torcer por esse casal? Mesmo quando os fantasmas do passado de ambos ameaçam colocar tudo a perder. Essa é a história de "A Grande Viagem da Sua Vida" ("A Big Bold Beautiful Journey"), em cartaz nos cinemas.

O diretor sul-coreano Kogonada conduz a trama com delicadeza e sensibilidade, equilibrando romance e poesia para falar de amor, sem deixar de lado uma energia vibrante, sustentada pela química dos protagonistas.


Embora o tema não seja original, a direção de Kogonada, o roteiro bem amarrado de Seth Reiss e as atuações carismáticas de Farrell e Robbie garantem uma experiência envolvente e boa diversão.

Farrell interpreta David, um solteirão bonito e charmoso, mas de pouca conversa que não consegue se acertar com ninguém. Até conhecer Sarah, personagem vivida por Margot Robbie, que também tem problema com relacionamentos amorosos duradouros. 


Os dois são apresentados em uma festa de casamento de amigos em comum e não imaginam a reviravolta que o "destino" armou para ambos. Ao aceitarem fazer juntos a "grande viagem" de suas vidas, David e Sarah embarcam numa aventura fantástica e imprevisível. 

Perdidos entre memórias e escolhas, eles têm pendências do passado que os fazem ter medo do presente e acreditar num futuro com alguém. Para seguirem em frente terão de abrir velhas portas e revisitar lembranças, boas e dolorosas, que os fará repensar em tudo o que já passaram até o presente. E, quem sabe, ganhar uma oportunidade de mudar seus futuros. 


"A Grande Viagem de sua Vida" também conta com uma dupla premiada e muito especial no elenco: Kevin Kline e Phoebe Waller-Bridge formam um casal estranho e engraçado, responsável pelos momentos mais cômicos e que vai fazer toda a diferença na narrativa.

Essa viagem pelo tempo fica ainda mais encantadora com os cenários deslumbrantes, que vão de um pôr-do-sol arrebatador a estradas que cortam vales e campos floridos. Um espetáculo visual de muita cor e suavidade que intensifica o clima romântico, sem falar na lua especial criada sob medida.


Para completar, o diretor escolheu uma emocionante trilha sonora para embalar cada passo da jornada e contar essa história de amor quase impossível.

Mas será que tantas mágoas e desencontros do passado vão permitir que Sarah e David fiquem juntos? Só assistindo e torcendo por eles para descobrir. Sem esquecer o lencinho, porque cai muito cisco nos olhos.


Ficha técnica
Direção: Kogonada
Roteiro: Seth Reiss
Produção: Columbia Pictures, Original Films, Imperative Entertainment, 30West
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h19
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: drama, romance