09 junho 2014

"Avanti popolo", filme para iniciados



A câmara fica parada , apenas os personagens se
movem  (Fotos: Vitrine Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Com direção de Michael Wahrmann, "Avanti popolo" não é exatamente fácil de se ver. É filme para poucos, causa estranheza desde o início, incomoda, é diferente. É lento e sujo como convém a uma história que trata de perdas e de solidão.

Separado da mulher, o jovem André, vivido por André Gatti, volta para a casa do pai (Carlos Reichenbach) mas a comunicação entre eles é quase inexistente. São praticamente apenas os dois na tela, em diálogos obscuros e, muitas vezes, de perguntas sem respostas. Lacônico, o pai teima em esperar a volta do outro filho, desaparecido na ditadura militar há mais de 30 anos.



Quase toda  a história se passa na sala da casa decrépita do pai. Como a câmara permanece parada num mesmo ponto, quem se move são os personagens que, muitas vezes, não se enquadram no ângulo e o que se vê são pessoas sem cabeça, pernas sem tronco, pedaços do corpo, como se fosse uma filmagem caseira.


Aliás, as cenas domésticas gravadas em Super 8mm pelo irmão desaparecido são encontradas por André na velha casa e se transformam numa tentativa de comunicação. Durante todo o filme, são entremeadas com a história, que se arrasta em tomadas diferentes e conversas nem sempre compreensíveis. Embora colecione prêmios, "Avanti popolo" é um filme para cinéfilos e iniciados.

A estreia acontece nesta quinta-feira (12), no Cineart Belas Artes Liberdade.

04 junho 2014

Prepare o lencinho, "a Culpa é das Estrelas"

Unidos pela doença, Gus e Hazel vivem um grande amor (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas

Tinha tudo para ser mais um filme de romance entre adolescentes e choradeira do início ao fim. E é. Mas "A Culpa é das Estrelas" ("The Fault In Our Stars") foi além disso e leva o espectador a curtir uma linda história de amor e viver cada momento com o casal Hazel e Gus, como se fosse o último.


O triste e, ao mesmo tempo envolvente filme, foi inspirado no fenômeno literário de John Green, lançado no Brasil pela Editora Intrínseca, que já vendeu mais de 1,25 milhão de cópias. 

A história é contada por de seus principais personagens, a jovem Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley), de 16 anos, que tem câncer nos pulmões e os dias contados.



  
Descrente de uma cura, ela começa a frequentar um grupo de apoio de pacientes com câncer, onde conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), o simplesmente "Gus". 

Nasce daí uma linda história de amor, recheada de humor ácido e vontade apenas de viver cada minuto que puderem passar juntos. 

Impossível evitar o choro, por isso aconselho levar o lencinho. Os diálogos são fortes, com as frases marcantes do livro e pegam a gente pelo coração. Além do amor entre os jovens, o filme explora também a relação de Hazel com os pais. 

Laura Dern dá a medida certa para o papel da mãe, que sofre junto com a filha a angústia da doença e, ao mesmo tempo, incentiva para que ela seja feliz e viva seu amor.

A dupla Shailene Woodley e Ansel Elgort volta a se encontrar, após "Divergente" (2013), onde viveram os papéis de irmãos. Para viver Hazel, a atriz precisou cortar os cabelos, que foram doados por ela para a organização Children With Hair Loss, de crianças que perderam o cabelo por causa do câncer.

Ótimo filme, que com certeza vai encantar a todas as idades, inclusive homens que não tiverem vergonha de se emocionar. Produzido pela Fox Film, “A Culpa é das Estrelas" estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH.

Ficha técnica:
Direção: Josh Boone
Produção: Temple Hill
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h15
Gênero: Drama/Romance
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: A Culpa é das Estrelas; Shailene Woodley; Ansel Elgort;, Fox Film; romance; drama; câncer; Hazel, Gus, Cinema no Escurinho