25 abril 2024

"Rivais" coloca Zendaya num sensual e frenético triângulo amoroso

Trama ainda conta com as ótimas atuações de Josh O'Connor e Mike Faist dividindo a cama e as quadras com a atriz (Fotos: Metro-Goldwyn-Mayer Pictures)


Maristela Bretas


Domínio, arrogância, paixão, ambição, fraqueza. Tudo isso reunido em um triângulo amoroso que começa na adolescência e vai se repetir 13 anos depois. 

O pano de fundo são as quadras de tênis e entre um saque e outro, a trama vai mostrando cada vez mais o perfil de seus protagonistas. Este é "Rivais" ("Challengers"), filme dirigido por Luca Gadagnino que tem em Zendaya como seu maior trunfo e estreia nesta quinta-feira (25).

Ela é a vitoriosa tenista Tashi Duncan que, no auge do sucesso nas quadras, é obrigada a deixar de competir após uma lesão e se torna treinadora. 


Mas nem mesmo o acidente é capaz de amenizar a ambição da jovem, que tem como suas principais vítimas os jovens amigos e promissores tenistas Patrick (Josh O'Connor, da série "The Crown" - 2020) e Art (Mike Faist, de "Amor, Sublime Amor" - 2021), dupla conhecida como Fogo e Gelo. 

A jovem faz gato e sapato dos dois, usando o desejo de ambos por ela para instigar uma disputa constante, que alimenta seu ego. Anos depois, casada com Art, que não vive uma boa fase nas competições, Tashi inscreve o marido numa competição mais fraca para tentar fazer com que recupere a confiança e volte a ser um campeão. 


Mas na mesma disputa estará presente seu maior rival, o ex-amigo Patrick, agora um atleta derrotado e falido que vive de favores. Os três vão ficar frente a frente novamente e, como no passado, Tashi voltará a ser o maior prêmio.

Esse joguinho de sedução e controle da tenista sobre os rapazes predomina por todo o filme. E é na interpretação de Zendaya que está o grande destaque. Ela dá show, mostrando grande maturidade para papéis dramáticos. 

Muito bonita e exibindo uma forma física invejável, a estrela de "Duna - Parte 2" (2024) oferece cenas bem sensuais com seus dois "meninos de estimação" e domina, não só a dupla, mas as cenas que protagoniza.


Josh O'Connor e Mike Faist também estão ótimos em seus papéis, com diálogos que foram mudando ao longo dos anos, mas que ainda mostram um vínculo forte entre eles que nem Tashi consegue quebrar por completo. 

Os dois personagens também amadurecem e buscam outros propósitos e ambições na vida, mas a todo o momento são forçados pela ambiciosa tenista a voltarem para o mundo que ela planejou de vitórias e glórias, mas que não é mais da dupla. A química entre os três funciona muito bem.


A fotografia é outro destaque de "Rivais", com efeitos bem trabalhados, especialmente durante as partidas. O espectador tem visão de vários ângulos, do alto e do fundo da quadra, do olhar do atleta e até mesmo da bola ao ser sacada ou percorrendo de um competidor a outro.

Entre os pontos que me incomodaram em "Rivais" estão algumas cenas bem lentas de diálogos entre os personagens principais e a repetição de uma música frenética que deveria remeter para uma situação agitada ou de mudança, mas que acaba em nada.


Apenas um detalhe que não desmerece a ótima trilha sonora, que tem a música "Pecado" (do álbum Fina Estampa, de 1994) lindamente interpretada por ninguém menos que Caetano Veloso. Além de composições de Trent Reznor e Atticus Ross, responsáveis por sucessos como o da animação "Soul" (2020), da Pixar.

"Rivais" é um longa que vale a pena conferir pela tensão constante provocada pelo triângulo amoroso, a sensualidade, a manipulação e os momentos de fúria e êxtase de uma derrota ou de uma vitória. Mas, especialmente pelo final surpreendente. Um dos ótimos lançamentos do ano.


Ficha técnica
Direção: Luca Gadagnino
Roteiro: Justin Kuritzkes
Produção: Pascal Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer Pictures, Frenesy Film
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h11
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: esporte, romance, drama

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