13 novembro 2014

Entre o voo e o ninho

Juliette Binoche é uma correspondente de guerra que enfrenta o drama de viver longe da família (Fotos Europa Filmes/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni

É sempre temerário decretar, mas pode-se arriscar: dificilmente "Mil vezes boa noite" seria o que é se fosse outra a protagonista. Poucas atrizes, além de Juliette Binoche, conseguiriam imprimir no rosto e no corpo a dubiedade que a história requer. Até o final do filme, o espectador não sabe para que lado vai optar a personagem Rebecca, fotógrafa correspondente de guerra que é pressionada pela família a abandonar os perigos da carreira e retornar ao lar.


Dramas entre a profissão e a vida familiar são comuns, principalmente entre as mulheres, normalmente carregadas de culpa. E aí reside outro diferencial do filme, dirigido por Erik Poppe: desta vez, não é ela que cuida das filhas e da casa. 

É o marido, vivido por Nikolaj Coster-Waldau. Ele que, junto com as duas meninas do casal, pressiona a mulher a fazer a escolha. Uma curiosidade: o diretor foi fotógrafo de guerra antes de se tornar cineasta, o que dá à história o peso da veracidade das autobiografias.

Outras dúvidas fazem de "Mil Vezes Boa Noite" um filme instigante e profundo: por que diabos Rebecca tem tanta dificuldade em abandonar a carreira? O que a move? O vício da adrenalina ou a luta pela causa, como às vezes ela deixa escapar no seu discurso? Qual o papel ético da mídia? O que diferencia a denúncia da espetacularização da violência? 


Sem maniqueísmos ou verdades estabelecidas, é como se essa produção norueguesa, irlandesa e sueca colocasse o espectador permanentemente entre dois lados, cada qual com sua riqueza de argumentos. Tanto que a trama, com suas idas e vindas como um pêndulo, não permite nunca que vaze a intenção do final.

"Mil Vezes Boa Noite" está em cartaz no Cine Belas Artes (14 horas e 21h40) e no Net Cineart Ponteio (13h40 e 18h40).





Tags: Mil Vezes Boa Noite; Juliette Binoche; Nikolaj Coster-Waldau; Europa Filmes; drama; guerra; profissão; vida familiar;

Enquanto não chega o próximo James Bond, vale conferir "November Man - Um Espião Nunca Morre"


Pierce Brosnan é o ex-agente da CIA, Peter Devereaux, chamado para mais uma missão (fotos: Playarte Pictures/Divulgação)
 
 Maristela Bretas

Pierce Brosnan não se esqueceu do estilo agente secreto a serviço da Rainha e volta com sua permissão para matar, agora atuando para o outro lado. Para aqueles que curtem um filme de espionagem, "November Man - Um espião nunca morre" ("November Man"), pode agradar por suas cenas de perseguição, tiroteios e acordos escusos, bem na linha Bond, James Bond.




Aproveitando bem sua experiência como 007 (interpretou o papel em cinco filmes da franquia), Brosnan desta vez é Peter Devereaux, um espião da CIA que é responsável pelo treinamento do novato David Mason (Luke Bracey). Uma lição malsucedida, em Montenegro, no ano de 2008, faz com que ele se afaste da espionagem e crie uma nova vida na Suíça.


Cinco anos depois, Peter é procurado por seu antigo chefe, John Hanley (Bill Smitrovich), para resgatar na Rússia uma velha amiga, a agente Lucy (Tara Jevrosimovic). 

Ela trabalha infiltrada, espionando o general Arkady Federov (Lazar Ristovski), recém-eleito presidente do país. Ao chegar ao país, descobre que sua amiga tem informações que ameaçam muitos poderosos. 

Ele também terá de enfrentar seu antigo pupilo Mason e proteger uma testemunha-chave, Alice Fournier (Olga Kurylenko) , que poderá mudar toda a história. 

A atriz contracenou com Daniel Craig em "Quantum of Solace", 22º filme da franquia "007". "November Man" é baseado no livro "There Are No Spies", de Bill Granger, que também participou do roteiro do longa.


Ficha técnica:
Direção: Toger Donaldson
Distribuição: Playarte Pictures
Duração: 1h48
Gênero: Ação/Espionagem
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)


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