15 março 2015

"Para Sempre Alice" é a consagração de Julianne Moore

Julianne Moore entrou fundo em seu personagem, passando por todas as fases da doença (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Ela está excelente, merecedora dos mais de 30 prêmios conquistados neste ano. De quem estou falando? Julianne Moore, a ganhadora do Oscar 2015 de Melhor Atriz pelo filme "Para Sempre Alice" ("Still Alice"), em cartaz nos cinemas e simplesmente imperdível. O filme é um soco do estômago de quem nunca pensou nesta doença que hoje atinge milhões de pessoas pelo mundo, principalmente os mais velhos - o Mal de Alzheimer. E que afeta tanto o paciente quanto aqueles que estão a sua volta.



E é esse ponto que a história de "Para Sempre Alice" explora - da descoberta da doença pela professora Alice Howland (Moore) ao estágio avançado, quando já não se lembra mais da própria família e tem dificuldade de seguir uma rotina básica, como fazer a higiene pessoal e se alimentar. Ela sofre com o avanço da doença que provoca a perda de suas funções intelectuais, impede que continue trabalhando e interfere na sua vida familiar e social.

Os primeiros sinais aparecem durante um congresso, quando a renomada professora de linguística esquece algumas palavras em sua apresentação. Uma consulta a um especialista confirma a cruel doença - rara para uma mulher de 50 anos - que vai afetar toda a família e principalmente seu casamento com John (Alec Baldwin). No entanto, o maior apoio vem de quem menos se espera: a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), que se aproxima da mãe.

Alec Baldwin não convence de forma alguma como o marido que até tenta entender a doença da mulher e ajudá-la, desde que isso não atrapalhe sua vida profissional. Ele continua o mesmo canastrão de quando era casado com Kim Basinger. Sua interpretação lembra Jack, personagem que ele interpretava na série de TV americana "30 Rock".

Já Kristen Stewart mostra que não é mais a Bella da saga "Crepúsculo" e garante boas cenas ao lado de Julianne. Sua interpretação já havia se destacado em outro drama - "Acima das Nuvens" -, quando contracenou com a excelente Juliette Binoche. Kate Bosworth está muito bem no papel da filha mais velha Anna, casada e estabilizada na vida, o oposto de Lydia, mas que não sabe como lidar com a doença da mãe e o risco dela ser hereditária.

Moore é a grande estrela e trabalhou duro no ano passado, em filmes ótimos, como este e "Mapas para as Estrelas" (em cartaz a partir do dia 19), e outros razoáveis, como "O Sétimo Filho". Além destes, está no elenco de "Altman, Um Cineasta Americano", "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1" e "Sem Escalas". E já com outros dois filmes engatilhados para estrearem neste ano - "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 2" e "Freeheld".

Baseado no romance homônimo de Lisa Genova, o mérito do sucesso de "Para Sempre Alice" fica por conta da vencedora do Oscar, que entrou fundo no personagem. No final, a impressão que se tem que a atriz está mesmo doente. Ponto para a maquiagem.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Richard Glatzer e Wash Westmoreland
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h39
Gênero: Drama
Países: EUA/França
Classificação: 12 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)



Tags: Para Sempre Alice; Julianne Moore; Kristen Stewart; Alec Baldwin; Kate Bosworth; drama; Oscar 2015; Melhor Atriz; Diamond Films; Cinema no Escurinho

14 março 2015

"O Sétimo Filho" é aventura juvenil que combina com sessão da tarde

 Jeff Bridges e Ben Barnes formam uma dupla de caçadores de criaturas do mal (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Aproveitando a onda de adaptações para o cinema de obras literárias infanto-juvenis, entrou em cartaz (também na versão 3D) o filme "O Sétimo Filho" ("The Seventh Son"). A proposta não é muito diferente de outras produções do gênero. Mas perde disparada para as sagas "Harry Potter" e a menos estrondosa mas também de sucesso "Percy Jackson", apesar de ter no elenco principal dois vencedores do Oscar - Julianne Moore e Jeff Bridges.


Com efeitos especiais sem muita grandiosidade mas que sustentam o enredo, dragões cuspindo fogo, bruxas com seus feitiços, a luta entre o bem e o mal e claro, romance, "O Sétimo Filho" foi anunciado como um dos bons lançamentos do início do ano. Mas poderia ter explorado melhor a história, os efeitos especiais e, principalmente, o talento de Bridges e Moore.


Ben Barnes, que faz o jovem aprendiz de caçador de monstros, repete em várias situações seu personagem de "As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada". Já Alicia Vikander (de "O Quinto Poder"), que faz o par romântico com ele, não passa de uma bruxa bonitinha mas de pouca expressão.

Tudo começa quando o único guerreiro remanescente de uma ordem mística, conhecido como Mestre Gregory (Bridges), precisa treinar um novo discípulo para ficar em seu lugar, protegendo as pessoas contra bruxas e criaturas do mal. 

Ele encontra em um pequeno vilarejo aquele que poderá ser seu sucessor, o sétimo filho do sétimo filho - Thomas Ward (Barnes). Juntos saem para caçar a mais poderosa das bruxas, a rainha da escuridão Mãe Malkin (Moore) e seu exército de monstros que ameaçam o reino.

Julianne Moore trabalhou muito no ano passado (seis filmes ao todo), mas este é o papel mais fraco que ela interpretou das três produções que estreiam neste mês - os dramas "Mapas Para as Estrelas" (em cartaz a partir do dia 26) e o excelente "Para Sempre Alice" (já nos cinemas). Ela até convence, mas na linha aventura, foi melhor em "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte I".

Já Jeff Bridges adotou a cara e os tiques de seu personagem de "R.I.P.D. - Agentes do Além" e não largou mais. Foi assim com "O Doador de Memórias" (muito bom) e agora repete em "O Sétimo Filho": cabeludo, falando para dentro com a boca cheia (parece que está mascando fumo o tempo todo), brigão, ranzinza e lutando ao lado do bem.


Baseado na série de livros “O Aprendiz”, de Joseph Delaney, o filme deve atrair o público deste tipo de literatura e aqueles que procuram por uma distração sem muitas pretensões.




Ficha técnica:
Direção: Sergey Bodrov
Produção: Legendary Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h42
Gêneros: Aventura/Fantasia
País: EUA/Reino Unido/Canadá/China
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: O Sétimo Filho; Jeff Bridges; Julianne Moore; Universal Pictures; Legendary Pictures; aventura; fantasia; Cinema no Escurinho