26 maio 2015

Chris Evans é um mulherengo que não acredita no amor em “Deixa Rolar”

Escritor começa a mudar de vida quando conhece uma bela mulher (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Jean Piter


Um escritor e roteirista que escreve romances, mas que não acredita no amor. Esse é o personagem de Chris Evans na comédia romântica “Deixa Rolar”, com estreia prevista no Brasil para o próximo dia 11 de junho. Essa falta de fé nos relacionamentos afetivos tem um motivo bem óbvio: uma decepção. Entretanto, em vez de ficar distante das mulheres para evitar sofrimento, ele pega geral, sem se apegar. 

Mas essa situação muda quando ele conhece por acaso uma bela moça (Michelle Monaghan) em um evento de caridade. Rola uma afinidade, mas eles vão embora sem que um saiba ao menos o nome do outro. Até porque ela tem namorado (Loan Gruffudd), que é mais que um bom partido. 

É ai que começa a saga do rapaz para tentar reencontrar a mulher que, por um momento, colocou em dúvida suas certezas sobre o amor. 



Sem grandes novidades

Um cara mulherengo que começa a mudar de vida quando conhece uma mulher. Esse é só um dos clichês do filme. Uma amizade que vira um caso e depois vira paixão. Uma moça bonita, de personalidade forte e até mesmo um pouco indelicada, que mexe com a cabeça do rapaz. Um avô moderno que dá bons conselhos. A gente já viu coisa assim, não?

O que diferencia “Deixa Rolar” das outras comédias românticas é a tentativa de fugir dos clichês. Em vez de um amigo atrapalhado, caricato, que sempre tem um ombro para desabafo e dá bons conselhos, são quatros melhores amigos. Bem exóticos. Há também um pouco de fantasia. Evans se imagina em todas as histórias que ouve ou escreve.

Entrosamento

Chris Evans está com cabelo mais escuro e mais curto que em “Capitão América” e “Vingadores”. E com barba por fazer. Sem fazer pose de moço certinho, a gente até esquece que ele é o super-herói da Marvel. Mas a ligação é inevitável quando ele contracena com Anthony Mackie, o Falcão de “O Soldado Invernal”. Seria proposital?

Michelle Monaghan se ajusta bem a sua personagem. Consegue ser engraçada, ingênua e charmosa, ao mesmo tempo em que demonstra uma personalidade forte. Evans faz bem o tipo cafajeste bonitão, simpático e gente boa. Mas falta química para o casal.  Eles funcionam melhor quando estão separados. Não convencem muito como um par.

O filme não é ruim. Mas está longe de ser bom. Tem poucos momentos engraçados e não vai fazer ninguém chorar. É só entretenimento. É pra ver sem exigir muito.

Ficha técnica:
Direção: Justin Reardon
Produção: McG / Nicolas Chartier / Voltage Pictures
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h34
Gênero: Comédia, Romance
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: Deixa Rolar; Chris Evans; Michelle Monaghan; comédia; romance; Imagem Filmes; Cinema no Escurinho

22 maio 2015

Reticente e atrevido, "Entre Abelhas" é para fazer pensar

"Entre Abelhas" traz o comediante Fábio Porchat em ótima e surpreendente atuação dramática (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Se é comédia de muitas risadas o que você procura, não vá ao cinema para ver Fábio Porchat em "Entre Abelhas". Identificado - para alguns, até exageradamente - como tragicomédia, o filme, apesar de momentos hilários, é, digamos, mais profundo. E traz o comediante em ótima e surpreendente atuação dramática.

Ao contar a história de Bruno (Porchat), que ao se separar de Regina (Giovana Lancellotti), vai paulatinamente deixando de enxergar as pessoas à sua volta, talvez o filme queira esbarrar em assuntos mais sérios, como por exemplo a solidão das grandes cidades, o egocentrismo que impera nos tempos atuais ou ainda a superexposição das celebridades, que fazem malabarismos para serem vistas.

O elenco, quase todo formado por figurinhas carimbadas do Porta dos Fundos, pode, a princípio, levar o espectador para o lado óbvio do riso. Estão lá, além do diretor Ian SBF, Marcos Veras como o amigo Davi com quem Bruno divide seu drama; Luis Lobianco como o entregador de pizzas que serve de cobaia para que a mãe do protagonista faça testes da visão do filho e outros. 

Mas não se engane: não se trata de comédia. O público até ri, mas não é comédia. E o grande diferencial é: Irene Ravache, atriz dramática que faz a mãe, está impagável e, acredite, é responsável pelos momentos mais engraçados do filme. Mais um paradoxo.

Houve quem não gostasse do final. Raso? Nem tanto. Melhor dizer "reticente", o que contribui para que "Entre Abelhas" mereça ser visto. Interessante e atrevido.  O filme está em exibição na sessão de 20h30 da sala 8 do Cineart Shopping Contagem. Classificação: 14 anos



Tags: Entre Abelhas; Fabio Porchat; Porta dos Fundos; Irene Ravache; drama; comédia; Imagem Filmes; Cinema no Escurinho