23 junho 2015

"O Homem Que Elas Amavam Demais" vale mais pela bela presença de Catherine Deneuve

Filme aborda o rumoroso caso de desaparecimento de uma jovem na década de 70 (Fotos: Europa Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


De cara, pelo título, o espectador desavisado pode pensar que se trata de um romance. Não é bem assim. Pelo menos da forma como convencionalmente se conhece um romance. Paixão há, e ardente, mas a maneira como é mostrada não chega a contagiar. Na verdade, "O Homem Que Elas Amavam Demais" começa como uma produção leve, passa pela área de intriga e negócios, ameaça - sem convencer - esbarrar no suspense e acaba como um filme de tribunal baseado em fatos reais.

Talvez por um problema de roteiro, a película dirigida por André Téchiné fica no meio do caminho ao tentar contar um rumoroso caso que aconteceu efetivamente na Riviera Francesa nos anos 70, no auge dos cassinos. Renée Le Roux (Catherine Deneuve) é dona de uma casa de jogos de luxo que vai mal das finanças e é assessorada nos negócios por seu braço direito, o advogado Maurice Agnelet (Guillaume Canet). O filme começa com a chegada à França da filha de Renée, Agnes (Adèle Haenel), recém-divorciada que, claro, se envolve com o advogado.

Até onde dá para entender, o filme tenta insinuar que Maurice Agnelet é inescrupuloso e sedutor. Mas nada disso fica muito claro, talvez por se tratar de uma história verídica. O Maurice de Guillaume Canet não tem nada de sedutor, embora seja mostrado como mulherengo que, quase de repente, enlouquece de paixão a jovem Agnes.

A esta altura da trama, o espectador começa a ter dúvidas sobre a personalidade do advogado, mas a atuação de Canet é discreta além da conta. Nem mesmo quando Agnes trai a própria mãe nos negócios orquestrada por ele, nem quando tenta o suicídio e, por fim, quando desaparece sem deixar vestígios, nem mesmo assim o filme esquenta.

Ignorantes - e/ou distantes - do caso verídico acontecido há décadas na França, a maioria dos espectadores brasileiros dificilmente vai se envolver. Restam o prazer de rever Catherine Deneuve, que se mantém linda e elegante, e a oportunidade de tomar conhecimento que, nos anos de 1970, houve sim uma guerra de cassinos no Sul da França com direito à participação de mafiosos italianos e do sumiço de uma jovem cujo caso se arrasta até hoje nos tribunais.

O título do filme em francês é "L'Homme qu'on aimait trop", que em tradução literal, significa "O homem que se amava". Talvez fosse esse o melhor nome.



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20 junho 2015

"Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza" dá nova vida à saga de Goku

Akira Toriyama trouxe de volta um dos mais impactantes vilões da série: o imperador galáctico Freeza (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)

Wallace Graciano


Quando saiu a notícia de que a Goku e seus amigos voltariam à telona em “Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses (2013)”, muitos fãs da série já apontavam a película como mais um “caça-níquel”. Felizmente, o resultado foi positivo e deu novas cores para a saga.

Obviamente, a Toei Animation não perderia a oportunidade de criar uma continuação. E ela veio. Para delírio dos fãs, Akira Toriyama resolveu trazer de volta um dos mais (para não falar “o mais”) impactantes vilões da série: o imperador galáctico Freeza.

“Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza", que está em cartaz nas principais salas de cinema do país, se passa como um prólogo de “A Batalha dos Deuses”, entre a morte de Majin Boo e o início da saga GT.

Após um breve período de paz, os remanescentes do exército galáctico comandado por Freeza tomam como rumo a Terra para ressuscitar seu antigo líder com as esferas do dragão. E conseguem com a ajuda do imperador Pilaf.

Após voltar à vida, o antagonista coloca um único objetivo em sua mente: vingar-se de Goku. Para tal, o vilão se isola em um intenso treinamento para conseguir expandir seus poderes e rivalizar com o Saiyajin. O que ele não contava é que Goku e Vejeta faziam o mesmo, sob o comando de Whis, que lhes aponta seus erros durante a luta.



Sem saber da localização de seu carrasco, Freeza chega à Terra e é informado que ele não se encontrava ali. Sádico como de costume, ele tenta destruir o planeta, mas é impedido por boa parte dos personagens da saga, incluindo o Mestre Kame (!), que entra na batalha à espera dos Saiyajins, os únicos capazes de rivalizar com o imperador galáctico.

Após finalmente retornar à Terra ao lado de Vegeta, Goku entra em combate com Freeza. Neste ponto, a película tem seu ápice com as transformações dos protagonistas em "Deus Super Saiyajin" e “Freeza Dourado”, respectivamente. É desnecessário falar que a batalha fica de tirar o fôlego.

“Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza” certamente trará sorrisos aos fãs, pois conseguiu trazer um novo roteiro sem deixar de lado as cenas de ação peculiares à série e a dublagem original brasileira (um pequeno cuidado que faz uma grande diferença).



O que o destoa "O Renascimento de Freeza" de “Batalha dos Deuses” e das outras 13 películas não é a nova transformação do herói da história. Mas, sim, o cuidado em como conduzir o principal vilão de toda a saga.

Ficha técnica:
Direção: Tadayoshi Yamamuro
Roteiro: Akira Toriyama
Duração: 1h33min
Animação: Akira Toriyama, Tadayoshi Yamamuro
Idioma: Dublado em Português
Distribuição: Fox Film do Brasil
País: Japão
Gêneros: Anime/Ação/Aventura
Vozes em Português: Wendel Bezerra, Alfredo Rollo, Carlos Campanile, Vagner Fagundes, Fabio Lucindo, Luiz Antônio Lobue
Nota: 4,5 (0 a 5)

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