09 abril 2016

"Voando Alto" é exemplo de persistência de um jovem cujo sonho era ser atleta

Filme conta a história de Eddie The Eagle o mais famoso saltador de esqui da história britânica (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Hugh Jackman e Taron Egerton (de "Kingsman - Serviço Secreto" - 2015) formam uma boa dupla no filme "Voando Alto" ("Eddie The Eagle") que conta a história real do jovem Eddie "The Eagle" Edwards, cujo sonho desde a infância era participar dos Jogos Olímpicos. Para ele, não era necessário ganhar uma medalha, apenas provar que tinha capacidade para estar na competição.

A condução do filme com a participação de Jackman lembra o papel feito por ele em "Gigantes de Aço" (2011). De treinador de robô fracassado ele vive agora Bronson Peary, o campeão de salto sobre esqui que foi tirado do circuito por problemas de disciplina. Taron Egerton está excelente no papel e chega a aparecer mais que Hugh Jackman em algumas cenas.

Em "Voando Alto", o novato Eddie Edwards, desde criança sonha em ser atletas olímpico, mas devido a problemas de saúde e uma visão que o obriga a usar óculos "fundo de garrafa", não consegue se encaixar em nenhuma categoria. Para piorar só pode contar com o apoio da mãe pois o pai e radicalmente contra suas tentativas.

Até que um dia decide que quer fazer salto de esqui e integrar a equipe olímpica britânica nos jogos de inverno no Canadá. Em sua destemida trajetória ele conhece Bronson, que vai ajudá-lo a participar do Jogos Olímpicos de Inverno de Calgary, no Canadá, em 1988. Essa mesma competição contou com outra equipe diferente - a de jamaicanos que disputou a categoria bobsled, que deu origem ao filme "Jamaica Abaixo de Zero" (1993). 

Entre idas e vindas, descrédito do pai, os impedimentos do comitê britânico que o considerava incapaz física e mentalmente para os esportes, Edward, que ficou conhecido como "Eddie, a Águia" vai vencendo cada obstáculo até sua prova final, que põe em risco sua própria vida. "Eddie The Eagle" se tornou o mais famoso saltador de esqui da história britânica.

Mais uma história de superação e de pequenos heróis do dia-a-dia, muitas vezes esquecidos após seus feitos. Fotografia explora pouco a região das pistas de esqui. A narrativa é simples, sem nenhuma surpresa, sobre um jovem simples e seu sonho. Participação especial de Christopher Walker como um ex-treinador de salto com esqui. 

Vale como distração. "Voando Alto" pode ser conferido nas salas 6 do BH Shopping (sessão de 15 horas), 1 do Cineart Cidade (14 horas e 18h40 - versão dublada) e 3 do Net Cineart Ponteio (15h20).



Ficha técnica:
Direção: Dexter Fletcher
Produção: Marv Films
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h45
Gêneros: Comédia Dramática / Biografia
Países: EUA/ Reino Unido/ Alemanha
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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Em "Onde o Mar Descansa" a expressão corporal e a poesia substituem os diálogos



Mirtes Helena Scalioni


Houve quem dissesse que "Onde o Mar Descansa" ("Sea Without Shore") é hipnotizante. Pode ser. Mas é preciso dizer, Mas é preciso dizer, antes de tudo, que se trata de um filme de arte na acepção da palavra, no sentido mais genuíno que essa expressão possa ter. Ou seja: é um longa metragem para poucos. Até porque foge de tudo o que convencionalmente se considera como filme, no qual uma história é contada com imagens, situações, diálogos.

Houve também quem considerasse "Onde o Mar Descansa" como "um filme de dança". Pode ser. Afinal, foi dirigido pela dupla André Semenza e Fernanda Lippi, criadores da Zikzira Teatro Físico e da Maverick Motion e diretores também do primeiro longa de dança de que se tem notícia, "As Cinzas de Deus", de 2003. Como se não bastasse isso - ele cineasta suíço, ela bailarina brasileira - o filme é todo coreografado e não possui diálogos. O que se ouve são trechos de música instrumental e ruídos.


A sinopse esclarece: "Onde o Mar Descansa" trata da interrupção brusca do relacionamento amoroso entre duas mulheres e do desespero e sentimento de perda que isso provoca na outra. Para completar o clima, o filme foi rodado na Suécia gelada, entre montanhas de gelo, vegetação seca e pouca luz. É dor que não acaba nunca. E mais: como não tem diálogos, o filme é todo entrecortado, quase narrado por uma voz feminina que derrama recortes de poemas de amor de autores como Katherine Philips, do século XVI, e de Renée Vivien e Algernon Charles, do final do século XIX. Haja erudição!

Resta falar do trabalho das atrizes/bailarinas Lívia Rangel, Fernanda Lippi e Anna Mesquita, que não deixam dúvidas de que é sim possível falar só com o corpo - por mais estranhamento que isso possa provocar nos espectadores, digamos, mais tradicionais. O filme está em exibição do Cine Belas Artes.





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