22 setembro 2016

"Sete Homens e um Destino" é faroeste politicamente correto

Com Denzel Washington no papel principal, filme é remake de um clássico do western (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Em 1960, o faroeste "Sete Homens e um Destino" ("The Magnificent Seven") marcou época por contar em seu elenco com nomes como o de Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, Eli Wallach, Robert Vaughn e James Coburn. Cinquenta e seis anos depois chega às telas de cinema um remake politicamente correto, com direito a mistura de raças. 

No time principal estão nomes bem conhecidos do público - Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke e Vincent D'Onofrio como quatro dos sete pistoleiros. Para completar o grupo heterogênio, que vai sendo formado ao longo do filme participam o sul-coreano Byung-Hun Lee (como Billy Rocks), Martin Sensmeier (como o índio) e Manuel Garcia-Rulfo, o mexicano. Sem esquecer do vilão sem escrúpulos, interpretado por Peter Sarsgaard e a mocinha, papel de Haley Bennett (que parece a sósia da Jennifer Lawrence).

O filme é bem dirigido, tem princípio meio e fim, com ótimos tiroteios (para quem gosta do gênero western) e atuações convincentes, inclusive a de Pratt (como Josh Farraday) que insiste em ser o cara que não perde o hábito de fazer piada de tudo.

Denzel é sempre bom, mesmo quando faz cara de mau. Ele é Sam Chisolm, um caçador de recompensa negro, que se veste todo de preto, com direito a colete e arma invertida no coldre. E por um curto período vai virar o bom samaritano que aceita a proposta da viúva Emma Cullen (Bennett) para livrar a cidade dela do domínio do dono das minas de ouro Bartholomew Bogue (Sarsgaard).

D'Onofrio também está muito bem como o irlandês Jack Horne, que bebe todas e reza antes de cada desafio. Bem acima do peso, usando barba e mais rouco que nunca ele está quase irreconhecível.

A fotografia, graças aos recursos técnicos atuais, também é um ponto que favorece a produção, mas poderia ser mais bem explorada. Por se tratar de uma refilmagem, como aconteceu com o 1960, que por sua vez foi um remake do japonês "Os Sete Samurais", de Akira Kurosawa (1954), impossível não fazer comparações. Mesmo com o elenco do novo filme cumprindo bem seu papel, ainda perde para seu antecessor.


Para cumprir o trabalho de "limpeza" da cidade, Sam Chisolm vai recrutando ao longo do caminho os pistoleiros que irão ajudá-lo, alguns com a cabeça a prêmio. A variação étnica do grupo que vai se formando é o grande diferencial da nova produção e foi uma boa aposta do diretor Antoine Fuqua. Para completar, nada como o tema da trilha sonora original composta por Elmer Bernstein e adaptada por James Horner.

O "Sete Homens e um Destino" é um bom faroeste e vale ser visto (tanto este quanto o de 1960). O filme entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas de BH, Betim e Contagem, em versões dublada e legendada.



Ficha técnica:
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Columbia Pictures / MGM / Escape Artists /
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h13
Gêneros: Faroeste / Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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21 setembro 2016

"Bruxa de Blair" causa mais ansiedade que medo

"Bruxa de Blair" é quase uma refilmagem de produção de terror que fez sucesso em 1999 (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Sob a direção de Adam Wingard (“Você é o Próximo” e “O ABC da Morte”), “Bruxa de Blair” ("Blair Witch") traz às telas uma sequência do filme “A Bruxa de Blair” ("The Blair Witch Project"), de 1999. O longa retoma o formato found footage ("filmagem encontrada") em que são utilizados vídeos e filmes feitos pelos participantes da ação (no caso, o pessoal que estava caçando a bruxa). Isso inclui correria, cenas tremidas e desfocadas e o que foi recuperado das câmeras que estavam com os participantes durante o fato.

E é este estilo que foi retomado em "Bruxa de Blair", de forma a fazer o espectador vivenciar uma experiência de terror que funcionou no passado. O que não quer dizer que funcionaria tão bem no presente. Ao contrário do primeiro longa, este agora não faz a gente tomar susto ou pular na cadeira. Ele provoca uma ansiedade tremendamente grande, de fazer a gente sentir falta de ar em alguns momentos.

Mas não tem susto? Claro que tem. Mas se no primeiro longa a montagem de um filme em cima de imagens recuperadas das câmeras dos jovens desaparecidos fez um sucesso estrondoso e criou um divisor de águas nos filmes de terror, não posso dizer o mesmo da produção atual. Ela é boa, mas não me tirou da cadeira. Se antes os recursos técnicos eram escassos, neste sobra tecnologia, com uso de microcâmeras com GPS e até um drone.

A entidade continua assustadora, mesmo sem quase aparecer. Os atores são desconhecidos, apesar de convencerem nos momentos em que são atacados, sempre em um ambiente sombrio e escuro, sem mostrar sangue.  Durante todo o tempo, as cenas induzem ao medo, sem mostrar o que acontece com cada um do grupo. Apenas gritos e marcas em paredes e na mata. Isso pode funcionar com quem se assusta facilmente.

Inevitável não comparar as duas produções. "Bruxa de Blair" não é um filme ruim, mas cansa um pouco a constante troca de imagens entre as câmeras dos estudantes. Para mim, a cena mais angustiante foi a do buraco. Não vou falar mais para não dar spoiler. Saí do cinema com falta de ar. Se o objetivo do diretor era causar mal-estar ele conseguiu comigo. Mas não provocou medo.

No filme, quatro estudantes universitários se aventuram na floresta de Black Hills para desvendar os mistérios que cercam o desaparecimento de Heather, irmã de James (James Allen McCune), que muitos acreditam estar ligado à lenda da Bruxa de Blair. Ele está acompanhado da amiga Lisa (Callie Hernandez), que vai fazer um documentário para a escola, do amigo de infância Peter (Brandon Scott) e da namorada dele, Ashley (Corbin Reid). 

Eles conhecem uma dupla de moradores - Lane (Wes Robinson) e Taila (Valorie Curry) que se oferece para guia-los na floresta. Mas ao anoitecer, o grupo é surpreendido por uma presença ameaçadora e, lentamente, os jovens começam a perceber que a lenda é real e muito mais sinistra do que imaginaram. 

O filme está em cartaz em cinemas de shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.



Ficha técnica:  
Direção: Adam Wingard
Produção: Lionsgate
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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