23 fevereiro 2017

“A Grande Muralha” empolga pelas batalhas épicas e grandiosidade

O visionário diretor Zhang Yimou mistura fantasia, belíssimos efeitos visuais e toques de encanto do roteiro (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Wallace Graciano


Ainda que não seja irrestritamente chinês, “A Grande Muralha” ("The Great Wall") causou frisson ao ser responsável pelo maior orçamento da história do cinema daquele país, com quase US$ 150 milhões gastados. E os mais de 100 minutos de filme conseguem justificar bem o investimento. Mérito do diretor Zhang Yimou, que conseguiu dar uma nova cara à história de uma das sete maravilhas da humanidade ao misturar fantasia, belíssimos efeitos visuais e toques de encanto ao roteiro.

A história, em si, já traz um bom atrativo. No lugar de simplesmente contar os escritos milenares da edificação, que foi construída para evitar a passagem de invasores humanos à China, “A Grande Muralha” traz um novo universo em que monstros tentam a cada 60 anos atacar a civilização oriental.


À procura de um místico pó preto, que prometia revolucionar as estratégias de guerra, Willian (Matt Damon, que despensa apresentações) e Tovar (Pedro Pascal, o Javier Peña de “Narcos”) acabam descobrindo a barreira e seus segredos. Assim, são forçados a ficar confinados no local pelos “Guerreiros sem Nome”.


Após uma série de ataques da horda de monstros, a recém-nomeada comandante Lin Mei (Jing Tian, de “Em Nome da Lei”) opta por contar com as habilidades de guerra dos seus prisioneiros, conseguindo conter momentaneamente a investida das criaturas.


Porém, é em meio a esse contexto que “A Grande Muralha” mostra sua força. Ainda que explore demasiadamente alguns estereótipos, a película apresenta ao expectador uma história dinâmica, cercada por efeitos visuais bem produzidos e percepção de estratégias militares aliadas às coreografias ao longo do combate, o que traz um toque de realidade à fantasia.

Outro ponto relevante do longa são os figurinos do exército, bem detalhados e intensos. A precisa mistura de cores de cada ala responsável por uma ação no combate consegue, ao mesmo tempo, apresentar as diferenças do batalhão e chamar a atenção para o duelo.

Está certo que já era de se esperar algo do tipo, uma vez que Zhang Yimou já havia encantado a todos com “O Clã das Adagas Voadoras”, que se destaca pelas belíssimas coreografias ao longo da história. Porém, o diretor conseguiu andar uma casa no tabuleiro ao fazê-lo em uma produção que tentará atingir um público mais acostumado com blockbusters. A certeza é que tem muitos predicados para tal.



Ficha técnica
Direção: Zhang Yimou
Produção: Atlas Entertainment / Legendary Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h44
Gêneros: Aventura / Histórico / Fantasia
País: EUA / China
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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22 fevereiro 2017

Verbinski falha em sua volta ao terror com o pouco empático "A Cura"

Com uma narrativa longa e personagens pouco convincentes, produção não consegue dar um epicentro à história (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)


Wallace Graciano


Quando se lembra que Gore Verbinski conseguiu fazer com que “O Chamado” ("The Ring") fosse tão assustador quanto o original japonês, “Ringu”, logo se imagina que “A Cura” ("A Cure For Wellness") marcaria o retorno triunfante do diretor norte-americano ao terror após 15 anos de hiato. Ledo engano. Nem mesmo a bagagem de outrora consegue salvá-lo nas mais de duas horas de tortura que o espectador terá de passar.

E não, não é nenhum exagero. Com uma narrativa longa, que não consegue dar um epicentro a história que mistura geneticismo, mercado financeiro e terror, “A Cura” faz com que Lockhart (vivido por Dane De Haan, o Harry Osbourn de “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”) seja um protagonista sem empatia. Não obstante, o Dr.Volmer, antagonista interpretado por Jason Isaacs (Lúcio Malfoy, de “Harry Potter”), sequer consegue ser convincente como tal, o que é uma característica do gênero.

A trama tem um início promissor. Logo de cara, Lockhart é apresentado como um promissor operador de mercado financeiro. Com um iminente escândalo batendo à porta, o protagonista é enviado para resgatar o CEO de sua empresa nos Alpes Suíços, que foi para lá em busca da “cura” para sua tensão cotidiana.

Ao chegar ao "spa de cura" e não conseguir persuadir o megaempresário de deixar a hidroterapia, Lockhart tenta deixar o local, mas sofre um grave acidente. Em virtude dos ferimentos, resolve entrar na terapia com uma água especial, uma vez que lhe são apresentados dados que colocariam sua saúde em xeque.

Nesse momento, a trama começa a se desenvolver como esperado. Com recursos técnicos convincentes, Verbinski desenvolve um cenário claustrofóbico, que é o ponto forte do longa. Porém, a narrativa arrastada e cheia e buracos não segue a mesma toada, deixando o filme maçante, com a sensação de que poderia ter um roteiro melhor trabalhado.

Em síntese, “A Cura” é um filme que trará boas memórias aos espectadores amantes do gênero pelas dezenas de referências ao longo das mais de duas horas (zzzz...). Porém, o mesmo ficará com a sensação de que nem as ligações foram suficientes para dar à produção o peso necessário para se tornar um cult futuramente.



Ficha técnica:
Direção: Gore Verbinski
Produção: 20th Century Fox / Regency / Blindwink
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h27
Gêneros: Suspense / Terror
Países: EUA / Alemanha
Classificação: 16 anos
Nota: 1,5 (0 a 5)

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