19 junho 2017

"Tudo e Todas as Coisas" é distração romântica para adolescentes

Amandla Stenberg e Nick Robinson são os protagonistas desta moderna história de amor (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


O que você faria se sofresse de uma doença rara, vivesse numa redoma de vidro, tivesse uma mãe superprotetora e do lado de fora de sua janela surgisse o amor de sua vida, sem que pudesse tocá-lo. Pois este é o tema de "Tudo e Todas as Coisas" ("Everything, Everything"), baseado no best-seller escrito por Nicola Yoon e dirigido por Stella Meghie.

O filme tem uma história típica de romance de adolescente, com dois atores jovens, conhecidos de outras produções - Amandla Stenberg (“Jogos Vorazes”), como Maddy, e Nick Robinson (“Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros”), como Olly. O elenco conta ainda com Anika Noni Rose (“Dreamgirls: Em Busca de um Sonho”), como a mãe de Maddy, e Ana de la Reguera (“Sun Belt Express”), a enfermeira que cuida da jovem desde pequena.

Maddy tem uma doença rara - ela sofre de Síndrome da Imunodeficiência Combinada e seu corpo não é capaz de combater vírus e bactérias do mundo exterior. Além do drama da jovem, o filme aborda também a paranoia da mãe dela, que por medo de perdê-la cria a adolescente numa redoma de vidro. Uma prisão de alto luxo. E é da janela de seu quarto que ela vê chegar à casa ao lado seu vizinho Olly, um rapaz com pinta de rebelde. O interesse de um pelo outro é imediato.


A jovem está desesperada para experimentar o desejado e estimulante mundo além das paredes de seu quarto – e a promessa de seu primeiro amor. Os olhares trocados apenas pelo vidro das janelas e as conversas pelo Whatsapp criam um profundo laço entre ela e Olly. E os dois vão fazer o possível para ficarem juntos, ignorando a doença e todas as pessoas que tentarem afastá-los.

Um enredo sem nada de especial, seguindo o estilo da autora de relacionamentos interraciais, mas "Tudo e Todas as Coisas" agradou ao público jovem presente à sessão. Principalmente aqueles que leram o livro, cujo final é diferente da versão cinematográfica, segundo eles. Mas o casal principal deu conta do recado. Gostei mais da atuação de Amandla Stenberg. Achei Nick Robinson um pouco devagar para um jovem apaixonado que faria tudo pela amada. Mas vale a sessão como distração.



Ficha técnica:
Direção: Stella Meghie
Produção: Alloy Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h37
Gêneros: Drama / Romance
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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15 junho 2017

"Colossal" nos monstros e nas bebedeiras, mas pecou no roteiro

Anne Hathaway e seu monstro são as estrelas desta cômica ficção científica (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Paula Milagres e Maristela Bretas


O diretor Nacho Vigalondo abraçou "Colossal" do início ao fim, sendo o criador da ideia original, roteirista e produtor executivo. Mas conseguiu apenas fazer um filme que ironiza monstros do tipo "Godzilla" e robôs gigantescos como os de filmes japoneses que destroem cidades inteiras, no estilo "Power Rangers". E só se a intenção era explorar os medos e as raivas do ser humano que o transformam em algo incontrolável, a ideia passou só de raspão no roteiro. E pior, não soube aproveitar o talento de uma grande atriz.

Anne Hathaway e Jason Sudeikis conseguem salvar parcialmente o filme com suas atuações como Glória, a jovem sem rumo que adora um álcool e ele como seu amigo de infância. Mas ela se apavora quando percebe que suas bebedeiras libertam seu monstro interno, o mesmo acontecendo com o personagem dele, Oscar.


Glória é uma jovem que está sem emprego. Passa a maior parte do tempo ocupando sua cabeça com bebidas e noitadas, o que atrapalha também em seu relacionamento com Tim (Dan Stevens), que acaba se separando dela. Sem dinheiro, namorado e procurando mudanças, ela volta a sua terra natal, onde reencontra Oscar. E logo no primeiro dia instalada na cidade, fica sabendo do ataque de um monstro a Seul, na Coreia do Sul.

O ataque acontece às 8h05 da manhã. Ela se assusta com o fenômeno, semelhante ao ocorrido há 25 anos quando era criança. Vendo o telejornal, ela percebe que o monstro repete certas manias suas, como por exemplo, coçar a cabeça. Oscar e seus amigos Garth (Tim Blake Nelson) e Joel (Austin Stowell) se surpreendem com o fato e começam a ajudar a desvendar o mistério.


Ela tenta, de todas as formas, deter o ser gigantesco que continua atacando todos os dias a cidade sul-coreana, sempre no mesmo horário, coincidentemente quando ela está em uma pracinha de sua pacata cidade. Para piorar um robô nas mesmas proporções entra na história, porém sem controle, trazendo sérias consequências.

Se a intenção era discutir o monstro que cada um de nós carrega, o diretor perdeu o fio da meada apesar da originalidade da forma como tentou explorar o tema. Há momentos que o filme está mais para uma comédia, de final previsto mas interessante. Na trilha musical uma curiosidade: o tema de abertura da série de TV "The Flash", do canal Warner.



Ficha técnica:
Direção: Nacho Vigalondo
Produção: Brightlight Pictures
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h30
Gêneros: Ficção científica / Ação /Comédia
Países: Espanha / Canadá
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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