11 março 2015

Com a mesma cara de "bad boy", Will Smith volta às telas para dar um "Golpe Duplo"

Will Smith e Margot Robbie formam uma dupla de golpistas internacionais (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Tudo na vida pode se transformar num grande golpe, até o amor. Só depende de quem está aplicando e da vítima. Quem ensina a melhor forma é Will Smith em "Golpe Duplo" ("Focus"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH. Na trama ele interpreta Nicky, um mestre na arte de trapacear que desde cedo foi criado para aplicar golpes em vítimas que acham que podem tirar proveito de todas as situações. 

Até que durante uma de suas jogadas ele conhece Jess Barret (Margot Robbie), uma bela golpista novata. Como não poderia deixar de ser, os dois se envolvem no amor e no crime. Ele ensina a ela os truques do negócio, mas como neste meio, romance é carta fora do baralho, Nicky dispensa a amada sem dar qualquer explicação. 

Três anos mais tarde, eles se reencontram em Buenos Aires e descobrem que ainda estão apaixonados mas em lados opostos. Ele trabalha para o empresário argentino Garriga (Rodrigo Santoro), que mexe com corrida de carros e ela é a namorada do chefe.

Will Smith está muito bem - lembra um "bad boy" com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança - inclusive nas cenas românticas. Mas o papel caiu direitinho para ele. Margot Robbie também se saiu bem como a golpista apaixonada. Rodrigo Santoro está mais convincente que em papéis anteriores e não ficou para trás do restante do elenco principal.

A história é ágil, divertida e até com alguns momentos de suspense, principalmente quando Nicky e seu bando estão aplicando golpes milionários. Isso tudo numa cidade como Las Vegas, onde o jogo e a ilusão andam sempre juntos. E é justamente na forma como as jogadas são armadas e finalizadas que está o maior atrativo do filme. Vale a pena ser conferido.





Com roteiro e direção da dupla Glenn Ficarra e John Requa ("Amor a Toda Prova"), o filme conta ainda no elenco com nomes como Gerald McRaney, B.D. Wong e Adrian Martinez. Uma curiosidade: a produção de "Golpe Duplo" contratou Apollo Robbins, conhecido como “O Ladrão Cavalheiro”, para trabalhar como consultor, criando e coreografando truques inéditos.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Glenn Ficarra e John Requa
Produção: Di Novi Pictures e Zaftig Films
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h4
Gênero: Suspense / Romance
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: Golpe Duplo; Will Smith; Margot Robbie; Rodrigo Santoro; Warner Bros Pictures; suspense, romance; Cinema no Escurinho

10 março 2015

Com grande elenco, “Terceira Pessoa” é quebra-cabeça cheio de dramas

Leam Neeson muda o estilo "Busca Implacável" e faz o papel de um escritor apaixonado por Olivia Wilde (Fotos: Playarte/Divulgação)

Jean Piter


Três histórias distintas se desenrolam simultaneamente em três diferentes cidades pelo mundo. Aparentemente não há nenhuma ligação entre os personagens. Mas eles acabam se cruzando de forma inesperada e surpreendente. Filme estreia dia 12 nos cinemas.

Em um quarto de hotel em Paris, o escritor Michael (Liam Neeson) busca reencontrar a criatividade para finalizar seu novo livro. Ele passa os dias recebendo telefonemas de Elaine (Kim Basinger), a ex-mulher de um fim de casamento recente. Ao mesmo tempo, ele vive uma nova paixão, quase secreta, com a jovem e ambiciosa jornalista Anna (Olivia Wilde).

Em Nova Iorque, a ex-atriz Julia (Mila Kunis) está nos piores dias de sua vida. Sem o glamour de antes, ela vai trabalhar como camareira de um luxuoso hotel que costumava frequentar. Sem dinheiro e abalada psicologicamente, ela tenta reaver a guarda do filho por meio de uma batalha judicial. Ela conta com a ajuda da advogada Theresa (Maria Bello). Do outro lado está o ex-marido Rick (James Franco), um renomado artista plástico.

Enquanto isso, em Roma, o pilantra americano Scott (Adrien Brody) tenta dar mais um de seus golpes. Ele vive escutando, como remorso, antigas mensagens de voz em seu telefone. Seus planos mudam completamente quando ele conhece a bela Monika (Moran Atias) em um bar. Logo ele se envolve em um estranho caso de chantagem, dinheiro e mentiras para ajudar a moça a recuperar a filha dela. 




Complexidade

“Terceira Pessoa” é um filme de personagens e histórias complexas. Seu grande mérito é não ter mocinhos nem bandidos. Todo mundo é pecador. Isso dá uma face mais realista à trama. O elenco é ótimo, com atuações muito boas. Mas, há também uma série de clichês.


Paris - Michael é um escritor em crise. Premiado. Mas não consegue repetir a grandeza de seu primeiro livro. Uma ex-mulher que ainda nutre por ele algum sentimento. Um fim de casamento trágico. Uma amante mais jovem. Há muitas histórias assim por ai, não?

Roma - Um cafajeste que começa a entrar na linha ou tem atitudes nobres por conta uma mulher. Uma moça bonita e exótica que muda um homem. Pessoas normais contra a máfia...

Nova Iorque - Na outra ponta, a mãe que quer a guarda do filho, contra a vontade do pai. Uma pessoa que já teve dinheiro e fama passando por dias difíceis.

Esses clichês, entretanto, não tiram a brilho da obra. Famílias partidas, pais, filhos, amantes, ex-maridos, ex-mulheres, tragédias, trabalho, fama, glamour, trapaça, entre outros, são ingredientes que engrandecem a trama e deixam os clichês bem menores. As ligações entre as histórias têm um toque de genialidade e magia.


Elas dão um show!

Mila Kunis chama a atenção pela carga dramática empregada a sua personagem. Ela coloca uma tensão bem medida em suas falas, no seu olhar e em seus gestos. Talvez seja a melhor atuação de sua carreira, até aqui, marcada por papéis cômicos.

Olívia Wilde brilha! Do choro às loucuras por amor. A inconsequência calculada de uma mulher que, por vezes, parece ter uma crise adolescente. Que ama do jeito dela, na hora que quer, sem se importar muito com o sentimento dos outros. Que atuação!

Moran Atias é uma bela surpresa. Embora em um papel meio caricato, ela atua com uma naturalidade imensa. Kim Basinger e Maria Bello têm participações menores, mas não passam despercebidas.

A vez de Adrien Brody

Liam Neeson tem um papel maior na trama. Não decepciona, mas está longe de ser brilhante. Com o mesmo rosto e caracterização de seus últimos filmes, a maioria de ação, há um quê de canastragem em sua atuação. Por outro lado, em uma participação bem menor, James Franco faz o suficiente pra se distanciar de suas atuações cômicas.

Adrien Brody consegue ser amável e detestável ao mesmo tempo. Há uma simpatia tão grande em seu personagem que, certamente, faz todo mundo torcer pra que ele se dê bem no fim da história. Um anti-herói clássico. A melhor interpretação masculina do filme.

A fórmula do sucesso

“Terceira Pessoa” é dirigido pelo canadense Paul Haggis. Ele é o diretor e também assina o roteiro de “Crash – No Limite” (2004), vencedor de três Oscar: de Melhor Filme, Roteiro Original e Edição. Por sinal, também uma obra de personagens complexos e histórias cruzadas. Haggis também é roteirista de outras grandes produções dramáticas como “Um Beijo a Mais” (2006) e “Menina de Ouro” (2006).

Ficha técnica:
Direção: Paul Haggis
Produção: Corsan Productions / Hwy 61 Films / Lionsgate
Distribuição: Playarte Pictures
Duração: 2h17
Gênero: Drama, Romance
País: Reino Unido, EUA, Bélgica, Alemanha
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Terceira Pessoa; quebra-cabeças; Liam Neeson; Kim Basinger; Olivia Wilde; Mila Kunis; Mora Atis; Paul Haggis; drama; Playarte Pictures; Cinema no Escurinho