02 fevereiro 2017

"Até o Último Homem", um ótimo drama de guerra com excelentes efeitos visuais

Produção dirigida por Mel Gibson concorre a seis Oscars, inclusive o de Melhor Filme (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


A dupla Mel Gibson e Andrew Garfield funcionou como um relógio suíço e entrega ao público um excelente drama de guerra baseado na biografia de um herói norte-americano. "Até o Último Homem" ("Hacksaw Ridge") é tenso, dramático, com efeitos visuais invejáveis nas batalhas, o que lhe garantiu as indicações ao Oscar 2017 para Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Diretor. A produção ainda disputa outros dois importantes prêmios técnicos: de Melhor Edição, de Edição de Som e de Mixagem de Som.

Baseado na história real do herói da Segunda Guerra Mundial, o pacifista Desmond Doss (Garfield, de "O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2"), que não pegou em armas e conseguiu salvar 75 de seus companheiros de pelotão na Batalha de Okinawa, no Japão.

Por este ato, Doss foi o primeiro soldado Opositor Consciente da história dos EUA a receber a medalha de Honra do Congresso. Mas para chegar a isso foi perseguido por seus comandantes, desprezado e até espancado por colegas por defender seu direito de ser um pacifista e estar na guerra como um médico, apenas para salvar vidas, não para tirá-las.

Andrew Garfield está excelente no papel, deu a dramaticidade necessária nas cenas de salvamento no campo de batalha e nos momentos em que era desprezado por todos. O ator desperta simpatia imediata também quando contracena com Teresa Palmer, que interpreta sua namorada Dorothy Schutte. Ela, no entanto fica um pouco apagada, mas há uma boa sintonia do casal.


O soldado bom cristão conta ainda com uma boa tropa no elenco, com alguns nomes conhecidos: Sam Worthington ("Evereste"), como o Capitão Glover, Luke Bracey ("Caçadores de Emoção - Além do Limite"), como Smitty Ryker, seu maior opositor no batalhão, e Hugo Weaving (das sagas "O Senhor dos Anéis" e "Hobbit"), como o pai de Doss. 


Um ponto negativo foi a escolha de Vince Vaughn como o sargentão do pelotão que inferniza o soldado. A impressão que dá é de que ele vai soltar uma piada a qualquer momento, no estilo "Os Estagiários".

"Até o Último Homem" chega a provocar arrepios nas cenas de batalhas, tamanho realismo dos efeitos visuais, sem espaço para imagens leves - muitos corpos, mutilações, tiros e explosões, como se espera de uma guerra sangrenta. Imperdível e merece ganhar pelo menos um dos prêmios a que está concorrendo.



Ficha técnica:
Direção: Mel Gibson
Produção: Pandemonium e Permut Presentations
Distribuição: Diamond Films
Duração: 2h20
Gêneros: Drama / Guerra / Ação / Biografia
Países: EUA / Austrália
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

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30 janeiro 2017

"Quatro Vidas de Um Cachorro" é filme "fofinho" de chorar em sessão da tarde


Nem toda a polêmica e ameaças de boicotes afastaram o público da produção para família sobre cachorro, amizade e lealdade (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Não adiantou toda a discussão e ameaças de boicote ao filme "Quatro Vidas de Um Cachorro". Em seu primeiro final de semana após a estreia, somente nos Estados Unidos a produção dirigida por Lasse Hallström (o mesmo de outro filme de chorar sobre cachorro - "Sempre ao Seu Lado", de 2009) que custou US$ 22 milhões arrecadou US$ 18,4 milhões.

Envolvido numa polêmica mundial de maus tratos a um dos cães participantes que dominou as redes sociais e a mídia, "Quatro Vidas de Um Cachorro" ("A Dogs's Purpose") não passa de um filme "fofinho", daqueles que você assiste numa sessão da tarde com pipoca no colo, as crianças em volta e sem vergonha de chorar.


Não fosse um vídeo (com sinais de ter sido editado) divulgado num programa de TV americano poucos dias antes da estreia mostrando um dos integrantes da equipe de produção "forçando" um pastor alemão assustado se recusando a entrar numa piscina com correnteza, ninguém jamais saberia o que, em princípio, teria ocorrido.

Protestos de entidades protetoras dos animais e ameaças de boicote, pelo visto, não afetaram tanto assim a exibição e no país de origem ele já está quase se pagando. E a produção é bacana, indicada para famílias e narrado simplesmente pelo cachorro, cujo primeiro nome é Bailey. Dá até para imaginar o que nossos animais pensam quando estão ao nosso lado.

Isso porque ele conta suas quatro reencarnações, sem nunca entender qual o sentido de sua vida, por que retorna em outras raças, às vezes outro sexo e nunca para seu primeiro dono, Ethan, a quem mais amou (interpretado quando menino por Bryce Gheisar e, quando adolescente por K.J. Apa, ambos muito bem em seus papéis). Quando adulto, o papel ficou a cargo de Dennis Quaid, hoje não tão carismático quanto no passado, mas ainda sabe se entender com os bichos.

Além de Ethan, Bailey passa por outros bons e maus donos e vive grandes aventuras ao longo dos anos. A parte polêmica do filme está na reencarnação como um cão policial. Não vou contar para não dar spoiler, mas a cena não é tudo isso que pregaram e nada que um efeito digital não resolvesse.

Para aqueles que gostam de cães, como eu, "Quatro Vidas de Um Cachorro" emociona, diverte, é fofinho, principalmente quando mostra nosso amigo canino filhotinho, e é envolvente. A maior parte do tempo tenta mostrar a amizade e a lealdade de um cão por seu dono.

Pode incomodar para alguns a falação de Bailey o tempo todo, questionando tudo - a brincadeira com o dono, suas namoradas, a comida e até sua família que ele chama de matilha. Mas cachorro é isso mesmo, conversa latindo. No caso do filme, falando. E a voz de todos eles - Bailey, Tino, Ellie e Buddy - é de Josh Gad, que tem em seu currículo como dublador nada menos que Olaf, o boneco de neve de "Frozen: Uma Aventura Congelante".

Uma produção leve, que vale a pena ver para abrir a torneira do choro e se apaixonar por nosso adorável herói canino.



Ficha técnica:
Direção:  Lasse Hallström
Produção:  Amblin Entertainment / Walden Media
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2 horas
Gêneros: Família / Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3 (0 a 5)

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