17 abril 2017

"Velozes e Furiosos 8" retoma fórmula com cenas absurdas e diálogos engraçados

Perseguições e efeitos visuais fazem da nova produção uma dos melhores da franquia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Reunir a "família Velozes", acrescentar velhos e novos inimigos e por fim trair todos eles por causa de uma bela e misteriosa mulher. Tudo isso recheado de muita velocidade, carros possantes e brutos, lutas e explosões (até nucleares) colocaram "Velozes e Furiosos 8" ("The Fate of the Furious") quebrar o recorde de bilheteria mundial e se tornar a maior estreia de toda a história do cinema na sua primeira semana, ultrapassando a cifra de US$ 530 milhões.

E não é para menos. Depois de um sétimo episódio de muita tristeza e incertezas após a morte de Paul Walker em um grave acidente de carro durante as filmagens, a franquia precisava se reencontrar. E os produtores Vin Diesel, Neal H. Moritz e o também roteirista Chris Morgan, aliados ao compositor de sempre, Brian Tyler conseguiram isso. Buscaram as origens do grupo para criar uma produção com muita ação e efeitos visuais de encher os olhos dos fãs. E fazer dela uma das melhores até agora produzidas.

O resultado ultrapassa todas as versões anteriores e chega a surpreender de tão exageradas que são algumas cenas de perseguições e ataques. E desta vez, o bom moço Dominic Toretto (Vin Diesel) se torna um fora da lei. Um ponto que está atraindo a curiosidade daqueles que ainda não viram os trailers divulgados na mídia. A culpada é uma bela mulher, a cyberterrorista Cipher (Charlize Theron), que chega já atrapalhando a lua de mel do moço com Letty (Michelle Rodriguez), sua companheira de equipe.

O estilo de "Velozes e Furiosos 8" não muda. Pelo contrário, melhora. Quem for ao cinema esperando ver mais homenagens póstumas como foi o filme anterior, não vai encontrar. É só tiro, porrada e bomba. E para que isso dê certo, nada como reunir novamente três caras "parrudos" que sempre gostaram de uma boa briga - Vin Diesel, Dwayne Johnson (Luke Hobbs) e Jason Statham (Deckard Shaw, de "Velozes e Furiosos 7"). Só eles já são garantia de boa diversão neste quesito. Sem contar as trocas de ameaças e piadinhas entre Hobbs e Shaw.

A antiga equipe de Dom também está de volta - além de Letty, participam do filme Roman (Tyrese Gibson, sempre muito engraçado), Tej Parker (Ludacris) e Ramsey (Nathalie Emmanuel), além de Kurt Russel como o Sr. Ninguém. As novidades no oitavo filme ficam por conta das participações Charlize Theron (muito bem no papel da poderosa vilã), Scott Eastwood e as rápidas aparições de Helen Mirren e Luke Evans.

Desta vez, Dom Toretto está em lua de mel com Letty em Havana, quando é abordado por Cipher que o obriga a trair sua mulher e amigos. A cyberterrorista quer a participação de Dom no roubo de armas nucleares e o chantageia ameaçando sua família. Ela está na mira do Sr. Ninguém, que convoca Hobbs e a velha equipe de corrida de Dom para capturá-lo e para chegar à poderosa vilã. Para isso, eles terão de trabalhar também com velhos inimigos e confiar na força da família.

Com um bom elenco de músculos e talento ficava difícil não conquistar o público, que também volta ao cinema curioso para saber como a franquia seguiria em frente sem um dos principais protagonistas. E conseguiu. Mesmo exagerando bastante, a ponto de mostrar o ataque a um submarino nuclear, carros raqueados despencando de um prédio ou esportivos andando na neve sem derrapar. Mas de "Velozes e Furiosos 8" pode-se esperar desde situações absurdas e divertidas a grandes "pegas" e personagens carismáticos que sempre reforçam a importância da família. Vale muito a pena conferir, o público não vai se decepcionar.



Ficha técnica:
Direção: F. Gary Gray
Produção: Original Films / One Race Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h16
Gêneros: Ação / Suspense
Países: EUA / Reino Unido / França / Canadá / Samoa
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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13 abril 2017

"Bones" vai deixar saudades

A equipe do Instituto Jeffersonian se despede na 12ª temporada após 246 capítulos (Fotos: Fox Studios/Divulgação) 


Maristela Bretas


Adoro seriados de TV, principalmente os de super-herói e policiais, mas não sou de escrever sobre eles. Deixo isso para meus amigos blogueiros que acompanham com mais frequência o que vai nas emissoras a cabo e Netflix. Mas "Bones" foi uma série dos Estúdios Fox que me agradou desde o primeiro capítulo em 2005 e formou uma legião de fãs, como eu, até seu encerramento na 12ª temporada. 

Mostrou um bom trabalho dos roteiristas na conclusão da história do casal principal - a renomada antropologista forense Dra. Temperance Brennan, também chamada de Bones, interpretada por Emily Deschanel, e o agente do FBI Seeley Booth, vivido pelo ator David Boreanaz. Ao longo dos 246 episódios eles passaram de antagonistas a parceiros inseparáveis de trabalho, bons amigos, amantes, marido e mulher e pais de duas lindas crianças. Uma química perfeita.

Tudo isso sem que perdessem suas características iniciais ou deixassem a série ficar desinteressante. Bones uma mulher direta, sem crenças, que não expressava seus sentimentos, mas ao mesmo tempo fiel e amiga, e uma profissional reconhecida no mundo inteiro. Booth um cara que gosta de todo mundo, boa praça, ex-atirador de elite, amante do basebol e da cerveja e católico fervoroso. Ou seja, totalmente opostos. E os dois dividiam o tempo solucionando crimes complicados com a ajuda dos demais colegas e de alta tecnologia.

"Bones" sofreu também com alguns períodos de crise, baixa audiência e greve de roteiristas, além de gestações no elenco que provocaram hiatos maiores que outras séries, inclusive da própria Fox. Deschanel e Boreanaz assumiram temporadas atrás a produção e coprodução do seriado, juntamente com Ian Toynton e outros e tocaram a história deste simpático e apaixonante casal por 11 anos.

Se já não bastasse o carisma de Bones e Booth, ao longo do tempo o restante do elenco ganhou destaque e se tornou tão essencial quanto os protagonistas, como uma família, deixando a série cada vez melhor de se ver semanalmente. Michaela Conlin (a fotógrafa e especialista em tecnologia Angela Montenegro), T. J Thyne, (o entomologista, botânico e mineralogista Jack Hodgins, também marido de Angela), Tamara Taylor (como a Dra. Cam Saroyan, diretora do Instituto Jeffersonian, onde tudo acontece).

Tem também a turma que entrou, saiu, morreu, fez participações, esporádicas, mas que deixou sua marca. É o caso de Francis Daley, o adorável Dr. Lance Sweets, psicólogo do FBI e parceiro de Booth. Além dele, passaram por "Bones", figuras conhecidas de Hollywood, como a cantora Cindy Lauper, no papel de uma vidente, e o ator Ryan O´Neal, que viveu  Max Keenan, pai de Brennan. Destaque também para John Boyd, que fez o novo parceiro de Booth no FBI, James Audrey, e Patricia Belcher, a promotora de Justiça, Caroline.

Além do elenco fixo, a cada episódio a equipe contava com estagiários de antropologia e autópsia que iam se revezando. E eles também ganharam suas histórias. Afinal, "Bones" acabou se tornando uma grande família, dentro e fora do set de filmagens. Temas como sustentabilidade, direitos humanos e civis, guerras, deficiência física, adoção, família, lealdade, união foram abordados nas histórias e adotados pelos atores em suas vidas.

Na vida real, Emily Deschanel engravidou duas vezes, situação reproduzida na relação de Bones e Booth. O mesmo ocorreu com Michaela Collin e Carla Gallo (a estagiária Daisy), que também engravidaram no seriado. Isso provocou alguns adiamentos maiores na volta ou no decorrer de temporadas. Mas ajudou a aguçar o interesse dos fãs que torciam pelos personagens e seus intérpretes.

Mas uma hora essa aventura romântica familiar iria acabar. E roteiristas, produtores e o diretor e criador da série Hart Hanson conseguiram concluir o trabalho de uma forma muito bacana, com tudo o que tem direito. O final não deixou a peteca cair e precisou ser dividido em duas partes para envolver ainda mais o espectador - casamento, explosões, velhos amigos e inimigos, homenagens e, principalmente, boas memórias. "Bones" não terminou, deixou apenas uma sensação de "a gente se vê em breve". 

Bones, Booth, Angela, Hodgins, Cam, Audrey e toda a equipe do Jeffersonian fizeram muita gente perder boas noites de sono (como eu), mas que valeram demais a pena.



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