Minissérie da Netflix narra a odisseia de Michael Jordan à frente dos Bulls (Fotos: Netflix/Reprodução) |
Wallace Graciano
Amigos leitores, agora que o hype passou, posso lhes confirmar categoricamente: “The Last Dance” é, sem dúvida, a maior série documental já feita no âmbito esportivo e uma das mais belas obras biográficas já produzidas. Mais do que simplesmente fazer uma retrospectiva sobre a última temporada de Michael Jordan no Chicago Bulls, “Arremesso Final”, como foi traduzido no Brasil pela Netflix, oferece uma reflexão sobre o porquê jogador e time entraram para o panteão da história do basquete. Tudo porque a minissérie deixa de lado o arquétipo do herói perfeito e busca humanizá-los.
Durante seus 10 episódios, vimos Jordan, Scottie Pippen, Dennis Rodman e companhia duelarem contra os mais diversos rivais, seja dentro ou fora de quadra. Para além da bola quicando, o documentário traz à tona tudo o que envolveu os seis títulos conquistados pelos Bulls, mostrando os bastidores da equipe e todo o lado psicológico que envolveu o time.
Ao revelar essa faceta dos heróis de Chicago da década de 1990, “Arremesso Final” desfaz o mito do herói tão comum em construções biográficas. Nela, Jordan é perfeitamente retratado como alguém temperamental, que tem compulsão pelo sucesso e ataca seus companheiros por isso. Indo e voltando na linha do tempo, traz os bastidores e dificuldades que o jogador enfrentou para se tornar o maior mito do esporte norte-americano.
Os bastidores, por sinal, são um ponto à parte. Paralelamente em meio ao período que a NBA consolidava-se e expandia seus mercados ao redor do mundo, crescia os mecanismos de registro visual. Assim, a série é recheada de imagens daquele time dos sonhos, mostrando a dificuldade na qual o técnico Phil Jackson teve para guiá-los ao hexacampeonato.
Outro ponto interessante é colocar Jordan, aos 57 anos, em confronto com seus antigos desafetos das décadas de 1980 e 1990, ou mesmo contra a diretoria dos Bulls, que não permitiu que ele e seus companheiros buscassem o hepta.
Não obstante, para aliviar um pouco a narrativa do lado obsessivo de Jordan e seus companheiros, a série traz de forma paralela o impacto dos Bulls e da NBA na década de 1990, citando até mesmo o mítico tênis Air Jordan e como moldou o comportamento de uma geração.
Se você ainda não viu “The Last Dance”, desmarque seus compromissos e acesse à Netflix tão logo possa. Se não gosta do esporte, siga o mesmo caminho. Afinal, a série não narra apenas uma odisseia esportiva vitoriosa. Traz a humanização dos mitos que moldaram uma geração e o porquê foram a melhor propaganda que o basquete pôde ter.
Ficha técnica
Diretor: Jason Hehir
Produção: Netflix
Número de episódios: 10
Duração de cada episódio: 51 minutos
Gêneros: Documentário / Esporte
Classificação: 16 anos
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