08 fevereiro 2015

Esqueça o casal morno e curta os efeitos especiais de "O Destino de Júpiter"

Falta química entre Mila Kunis e Channing Tatum no filme dirigido pelos irmãos Wachowski- Fotos: Warner Bros, Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Sob a direção dos irmãos Andy e Lana Wachowski, responsáveis pela trilogia "Matrix", está em cartaz mais uma produção cheia de ótimos efeitos especiais e dois rostos bonitos - "O Destino de Júpiter" ("Jupiter Ascending").  O filme chegou a ser anunciado para julho de 2014, mas a produtora resolver adiar seu lançamento para "fazer uns ajustes" nos efeitos especiais. E valeu a pena: os recursos empregados são de última geração.

Contando em seu elenco principal com Mila Kunis (de "Oz, Mágico e Poderoso") e Channing Tatum (de "Foxcatcher") o filme traz batalhas galácticas, disparos de laser, explosões, mutantes, exércitos de lagartos, robôs e extraterrestres do mal e uma disputa inescrupulosa entre irmãos pelo domínio do universo. 


E claro, não podiam faltar cenas constantes de resgate da bela mocinha pelo gato sarado. Com direito a romance entre o casal de rostinho bonito mas sem expressão.

O filme conta a história de Jupiter Jones (Mila Kunis), uma moça comum que ganha a vida fazendo faxina, sem saber que é descendente de uma linhagem que e próxima ocupante do posto de Rainha do Universo. Ameaçada por extraterrestres, ela á salva por Caine (Tatum), um ex-caçador militar geneticamente modificado que tem por missão protegê-la a todo custo e levá-la para assumir seu lugar no trono e salvar a população da Terra. Sai do cinema sem saber como ela se tornou uma herdeira tendo nascido na Terra e filha de pais terráqueos.




Dando um suporte ao elenco estão Sean Bean (da trilogia "O Senhor dos Anéis"), Eddie Redmayne (que arrasou no papel de Stephen Hawking, em "Teoria de Tudo", também em cartaz nos cinemas), Tuppence Middleton (que trabalhou com Sean Bean em "Cleanskin: Jogo de Interesses") e Douglas Booth ("Noé").


A ficção vale como distração em uma sessão da tarde, recheada de muita ação, efeitos especiais de primeira que garantem boas cenas de batalhas no espaço e sobre a cidade de Chicago, principalmente se a versão for em 3D.

Para quem gosta do gênero, o filme pode ser conferido nas salas Cineart dos shoppings Cidade (2D e 3D), Paragem, Itaú Power (2D e 3D), Via Shopping, Minas Shopping (2D e 3D), Shopping Contagem e Monte Carmo (Betim), além do Pampulha Mall e Big Shopping. A versão 3D pode ser conferida ainda nas salas Cineart dos shoppings Boulevard e Del Rey e nas salas Cinépolis 2,3 e 4 do Estação BH.


                                                                  GALERIA DE FOTOS


Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Andy e Lana Wachowski
Produção: Village Roadshow Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 2h07
Gênero: Ficção/ Ação/ Aventura
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: O Destino de Júpiter; Mila Kunis; Channing Tatum; Eddie Redmayne; Andy Wachowski; Lana Wachowski; ficção; aventura; ação; Warner Bros. Pictures; Cinema no Escurinho

“Corações de Ferro” é bem mais que um filme sobre a Segunda Guerra


Brad Pitt é o sargento durão que lidera um grupo de soldados nos ataques aos alemães (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Jean Piter


Quantos filmes você já viu sobre a Segunda Guerra Mundial? Em quantos deles os americanos são heróis? Por mais que as histórias se repitam, o tema parece inesgotável. E é fato: o gênero agrada, e muito, em todos os cantos do mundo. “Corações de Ferro” ("Fury" – 2014) não foge à regra. Não traz muita novidade, mas vale a pena ser visto.

O longa conta a história de cinco soldados do exército dos EUA que recebem a missão de atacar os nazistas em território alemão, no ano de 1945. O grupo é liderado pelo veterano de guerra, sargento Don "Wardaddy" Collier (Brad Pitt). Em seu grupo está o jovem recém-chegado Norman "Machine" Ellison (Logan Lerman). Mesmo em desvantagem numérica, e com poucas armas, eles não fogem das batalhas. E mandam bem!

Brad Pitt é um líder um tanto clichê; durão, mas de bom coração. Sábio e corajoso. Seu leal e obediente grupo também tem seus clichês. Chega a ser um tanto caricato. Michael Peña, como sempre, interpreta um norte-americano de ascendência latina, Trini "Gordo" Garcia. Jon Bernthal vive o truculento e ao mesmo tempo sentimental Grady "Coon-Ass" Travis.


Brad Pitt nem de longe lembra o tenente Aldo Raine que viveu em “Bastardos Inglórios” (2009). Ele consegue criar um personagem novo, firme e convincente. Méritos de um ator maduro e bom de serviço. Shia LaBeouf dá um loucura bem medida ao soldado religioso Boyd "Bible" Swan. Ele rouba a cena em muitos momentos.

Logan Lerman é certamente o grande destaque do filme na pele de Norman "Machine" Ellison. Um soldado que ingressou no exército para ser datilógrafo e acabou indo para o campo de batalha. Ele interpreta muito bem o militar medroso e inseguro que, aos poucos, vai encarnando o espírito da guerra.

Uma grata surpresa!

Um dos méritos de “Corações de Ferro” é apresentar ao mundo a bela e talentosa Alicia von Rittberg. Ela tem um papel pequeno, com poucas falas, mas com expressões que beiram a perfeição. A moça é bem mais que um rosto bonito.

Efeitos visuais

Diferente de outros filmes de guerra, “Corações de Ferro” traz explosões e tiros que parecem bem mais realistas. As balas cortando o ar com raios de luz lembram as cenas das guerras do Iraque e da Síria, vistas recentemente na TV.

Nem heróis, nem vilões

Os americanos matam ou são mortos. Os alemães pensam da mesma forma. No filme isso é quase visível. Está nas entrelinhas. Não há aquele velho antagonismo extremo do bem contra o mal, como nas outras produções. Há momentos de nobreza e de crueldade dos dois lados. Uma escolha acertada do diretor e dos produtores. Afinal, em uma guerra não há heróis nem vilões. Há apenas mortos e sobreviventes pra contar a história.




Ficha técnica:
Direção: David Ayer
Produção: Le Grisbi Productions / QED International / LStar Capital / Crave Films
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h14
Gênero: Guerra, Drama, Ação
País: EUA, Reino Unido, China
Classificação: 16 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)

Tags: Corações de Ferro; Fury; Brad Pitt; Shia LaBeouf; Columbia Pictures; Sony Pictures; Segunda Guerra Mundial; drama; ação; Cinema no Escurinho


06 fevereiro 2015

Matemática é arma de guerra em “O Jogo da Imitação”

Benedict Cumberbatch dá a carga de dramaticidade na medida certa em cada cena (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Jean Piter



As histórias da Segunda Guerra Mundial parecem ser mesmo inesgotáveis. E isso não é algo ruim. Não para o cinema, que todos os anos lança filmes sobre o tema. “O Jogo da Imitação” é mais uma dessas obras que chega ao Brasil. Ou melhor, não é só mais um, é um dos grandes lançamentos do ano.

O filme é baseado na biografia do matemático britânico Alan Turing (Benedict Cumberbatch). Durante a Segunda Guerra Mundial, ele se candidata a ajudar o serviço de inteligência da Inglaterra a decifrar o código indecifrável de mensagens dos nazistas: o Enigma. A máquina alemã transmitia mensagens criptografadas em uma época em que ainda não existiam os computadores.

Turing era um gênio no que fazia. Por outro lado, era um completo antissocial. Tinha dificuldades em se relacionar com outras pessoas e de conviver com sua homossexualidade reprimida, já que, na época, esse comportamento era considerado crime na Inglaterra.

Atuação notável

Benedict Cumberbatch interpreta Alan Turing de uma forma que impressiona e merece todos os elogios. Ele coloca a carga dramática na medida certa em cada cena. Em outros momentos, sua atuação é irritante de tão realista. Frases grosseiras e expressões frias o transformam em uma pessoa realmente problemática. Por vezes, lembra Russell Crowe em “Uma Mente Brilhante” (2002).



Montagem

A edição é outro ponto alto de “O Jogo da Imitação”. O filme intercala passado e presente com cenas reais da Segunda Guerra. Algumas partes mostram a adolescência de Alan Turing, nos tempos de escola, quando já se mostrava uma pessoa nada popular. Ele contava apenas com a amizade de um colega de classe enquanto todos os outros o submetiam a humilhações.

A linha principal do filme mostra o trabalho de pesquisa e as inúmeras tentativas de decifrar as mensagens nazistas. A fase conclusiva, pós-guerra, é sobre a investigação da polícia inglesa em relação à homossexualidade de Turing. A forma como essas fases são intercaladas, ao som da música de Alexandre Desplat, dão um ar dramático bem dosado à obra.

Keira Knightley interpreta Joan Clarke, uma colega de trabalho de Turing. Ela é mais que uma coadjuvante. É uma personagem que sustenta a bela atuação de Cumberbatch. Matthew Goode também chama a atenção como Hugh Alexander, membro da equipe que tenta decifrar o Enigma. E Mark Strong atua bem como o agente secreto Stewart Menzies.

Como acontece em quase todas as histórias heroicas do cinema, os diálogos são preenchidos por frases feitas e sermões motivacionais. Não são muitos, mas são desnecessários. Um ponto a menos que não tira a grandeza do filme, nem mesmo depõe contra o brilhantismo da interpretação de Cumberbatch.

Ficha técnica:
Direção: Morten Tyldum
Produção: Black Bear Pictures / Bristol Automotive
Distribuição: Diamond Films Brasil
Duração: 1h55
Gênero: Biografia, Drama, Guerra
País: EUA, Reino Unido
Classificação: 12 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)

Tags: O Jogo da Imitação; Benedict Cumberbatch; Keira Knightley; Alan Turing; Enigma; Segunda Guerra Mundial; Diamond Films; biografia; drama; Cinema no Escurinho

02 fevereiro 2015

“Birdman”: Extra, Extra! Herói aposentado tenta salvar sua carreira


Michael Keaton vive um conflito interno, com uma voz na cabeça que o perturba o tempo todo 
em "Birdman" (Fotos:Fox Film/Divulgação)

Jean Piter


O cinema dá fama e muito dinheiro aos atores. O teatro dá prestígio e reconhecimento como artista. Não é isso? Mas, no fim das contas, em um e no outro, o que cada um está buscando? Essa talvez seja a principal pergunta que move o novo longa-metragem do diretor Alejandro González Iñárritu: “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”.

O filme mostra Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator que fez fama mundial interpretando o super-herói Birdman. Ao recusar fazer um quarto filme da franquia, ele vê sua carreira entrar em decadência. Vinte anos depois do auge, ele tenta se firmar como artista, dirigindo e estrelando no teatro um texto consagrado, mais precisamente na Broadway. Mas, isso não será tarefa fácil. 

Iñárritu ficou conhecido pelos seus filmes da Trilogia do Caos: “Amores Brutos” (2000), “21 Gramas” (2003) e “Babel” (2006). As obras têm roteiros semelhantes: são como um quebra-cabeça, com histórias que parecem não ter ligação, mas que acabam se cruzando em cenas atemporais. 


Diferente disso, “Birdman” é feito em uma linha cronológica, filmada em plano sequência. A câmera segue os atores pelos corredores, escadas e camarins do teatro. Por vezes anda atrás do personagem, por outras na frente e em outros momentos retrata a visão deles. 

Uma bela montagem que dá um bom ritmo ao filme, ao mesmo tempo em que proporciona uma sensação intimista aos expectadores. Os diálogos são ácidos, sarcásticos e divertidos. Os personagens têm falas possíveis, sinceras, como de pessoas reais.




Um belo time

Os personagens são complexos, bem construídos e complementares. A sintonia é notável. Michael Keaton é uma real pilha de nervos em busca de alívio. Ele tem que administrar a peça, lidar com os atores vaidosos e ainda cuidar da filha viciada (Emma Stone). Tem ex-esposa, problemas financeiros e a atual namorada, Laura (Andrea Riseborough), que também atua na peça. E ainda um conflito interno, a voz na cabeça que o perturba o tempo todo.

Os coadjuvantes dão um show à parte. Edward Norton faz o ator Mike Shiner e brilha nas crises de estrelismo. Naomi Watts é drama e insegurança na pele de Lesley. Emma Stone rouba a cena com seu andar rebolado, o jeito jogado, o humor e suas explosões com frases sinceras demais.

Zach Galifianakis é o agente a beira de um ataque de nervos que tenta por a casa em ordem, fazendo malabarismo para contornar as vaidades e problemas do elenco e, principalmente do diretor.


Provocações

“Birdman” é cheio de provocações e não procura dar respostas. O filme mostra os bastidores de uma peça teatral, onde não há glamour. Os atores renomados também têm problemas. Muitos problemas. Todos querem fama, sucesso e reconhecimento artístico. Todos querem chegar lá, mas não sabem o que vão fazer depois. Eles vivem preocupados com as críticas dos jornais e das revistas. Mas as críticas merecem mesmo toda essa atenção? E as redes sociais na internet, qual a importância delas? É uma produção sobre os dias atuais, de vídeos virais e vidas sem rumo. Um filme que provoca, impressiona e encanta.


Oscar e Globo de Ouro

“Birdman” concorreu em sete categorias no Globo de Ouro e levou dois prêmios: Melhor Ator de Comédia ou Musical para Michael Keaton e Melhor Roteiro. No Oscar, o filme lidera no número de indicações, com nove, ao lado de “O Grande Hotel Budapeste” (2014), entre elas a de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante.

Na disputa pelo principal prêmio do Oscar, Melhor Filme, “Birdman” tem pela frente um concorrente de peso: “Boyhood - Da Infância a Juventude” (2014). O filme do diretor Richard Linklater foi gravado durante 12 anos, com os mesmos atores. Algo novo, uma proposta artística que impressionou e vem impressionando muita gente. Não por menos, o longa já conquistou mais de 70 prêmios em festivais e da crítica especializada, entre eles o Globo de Ouro de Melhor Filme.


Para os jurados do Oscar, ter “Birdman” e “Boyhood” na disputa pelo título de melhor filme de 2014 é algo que deve ser, no mínimo, inquietante. Por que não foram lançados em anos diferentes? Eles devem se perguntar. Por outro lado, para o público é algo fantástico poder ver dois filmes tão diferentes e tão incríveis na mesma época. Ganhe um ou ganhe o outro, o prêmio estará em boas mãos.

Ficha técnica:
Direção: Alejandro González Iñárritu
Produção: New Regency Pictures / R. et M. Productions / Grisbi Productions
Distribuição: Fox Film
Duração: 1h59
Gênero: Drama, Comédia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 5,0 (0 a 5)

Tags: Birdman; Michael Keaton; Edward Norton; Emma Stone; Naomi Watts; Alejandro González Iñárritu; Fox Film; drama; comédia; Oscar 2015; Globo de Ouro; Cinema no Escurinho

"Grandes Olhos", ótimos atores para uma história mal explorada

Amy Adams interpreta a pintora Margaret Keane, que precisou brigar na justiça para ser reconhecida por sua obra (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Um filme que reúne dois grandes atores como Christoph Waltz e Amy Adams poderia render mais em termos de atuação. Mas o que se vê em "Grandes Olhos" ("Big Eyes") é só a narração de uma grande fraude dos anos 50/60.

Waltz, que interpreta o pintor Walter Keane se esforça para tentar dar mais vida a seu personagem, mas passa uma imagem de canastrão, coisa que definitivamente ele não é. Já Adams, como Margaret Keane, passa o filme como mosca morta e depois de ser enganada em todos os sentidos vira o jogo mas continua sem sal. 


Faltou criatividade para contar a história, que por si só já garantiria um excelente roteiro. Poderia ter sido mais bem explorada, como aconteceu com "Invencível" e "Foxcatcher", também biografias lançadas recentemente no cinema.

No final dos anos 1950 e início dos 1960, Walter Keane, um pintor medíocre e inescrupuloso, de repente desponta no meio artístico com obras que exploram enigmáticas crianças de rua com grandes olhos tristes. Do nada ele passa a ter quadros em várias partes do mundo enquanto mantém oculta, quase trancada em casa a mulher Margaret (Adams).

Na verdade, ela é a grande artista, que aceita passivamente que os "louros" das obras - dinheiro e sucesso - fiquem para o marido controlador. Quando ela resolve cair na real, entrega para o mundo inteiro a fraude, e vai para nos tribunais para brigar por seus direitos.

O filme é uma narrativa com poucos momentos de impacto e sem explorar o lado psicológico dos personagens, principalmente da pintora. E quando ela resolve assumir seu trabalho, começa a correria para dar desfecho à história. 


A verdadeira Margaret Keane fez uma ponta no filme
"Grandes Olhos" é uma distração mediana e mal explorada nesta investida do diretor Tim Burton (que tem um passado de direção invejável em histórias fantásticas) no cinema sério. Funciona quase como uma homenagem dele à pintora Margaret Keane, de quem é fã e tem inúmeros quadros.

O filme pode ser conferido em versão legendada nas salas Cineart dos shoppings Paragem (14h30, 16h40, 18h50 e 21 horas) e Boulevard (16, 19 e 21h10), Belas Artes Cinema (16h30 e 21h30) e Cinemark Pátio Savassi (14h30, 17h15 e 20h15).





Ficha técnica:
Direção: Tim Burton
Distribuição: Paris Filmes 
Produção: Tim Burton Productions/The Weinstein Company
Duração: 1h46
Gênero: Biografia // Drama
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: Grandes Olhos; Christoph Waltz; Amy Adams; Tim Burton; Paris Filmes; biografia; drama; Cinema no Escurinho

29 janeiro 2015

Um bom filme para encerrar uma trilogia de sucesso nas bilheterias

"Busca Implacável 3" garantiu a Liam Nesson um salário de U$ 20 milhões (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma trilogia de sucesso na categoria de filmes de ação e suspense. Assim pode ser definida a franquia "Busca Implacável", que estreou nos cinemas o último filme. Com um orçamento de US$ 43 milhões (já faturou mais de US$ 160 milhões nos dois primeiros finais de semana nos cinemas pelo mundo), "Busca Implacável 3" ("Taken 3") deve estourar nas bilheterias. Como aconteceu com seus antecessores - o primeiro (2008) custou US$ 25 milhões e rendeu US$ 226 milhões, e o segundo (2012), orçado em U$ 45 milhões, faturou US$ 376 milhões.




E todos saem ganhando - que o diga Liam Nesson, que só aceitou voltar ao papel do ex-agente da CIA, Bryan Mills, na terceira produção por um "módico" salário de U$ 20 milhões, colocando-o na lista dos mais bem pagos de Hollywood.

Para quem gosta de muita ação, tiros, explosões e cenas de perseguição com uma câmera insana que não para (algumas vezes fica até difícil de acompanhar), vale a pena assistir. Dá para sacar de cara quem é o vilão, mas nem por isso o filme é ruim ou fica desinteressante.


Desta vez, o ex-agente quer se dedicar à família, levar uma vida pacata e ser um pai mais presente. Mas a morte da ex-esposa Lenore (Famke Janssen) e a acusação de ser o assassino o coloca na mira de um delegado linha dura (papel de Forest Whitaker), que faz uma verdadeira caçada para pegá-lo. Mills se junta a velhos amigos (alguns do primeiro filme) para proteger a filha Kim (Maggie Grace) e provar sua inocência.



Outros filmes da franquia

Como nos outros dois filmes, o roteiro é de Luc Besson e Robert Mark Kamen e, novamente, a direção fica a cargo de Olivier Megaton, que cuidou do segundo. Recomendo assistir aos anteriores (o segundo é o melhor deles), disponíveis em DVD e Blu-Ray.

No primeiro, dirigido por Pierre Morel, Liam Nesson virou meio mundo para encontrar sua filha que passeava com uma amiga em Paris e foi levada por traficantes de jovens para serem vendidas como prostitutas no mercado negro. Ajudado por “velhos amigos" da CIA, ele usa toda sua experiência e armamento para descobrir onde era o cativeiro, salvar a filha e pegar cada um dos sequestradores albaneses.




Em "Busca Implacável 2", as famílias dos mortos do primeiro filme querem vingança e vão fazer de tudo para encontrar e acabar com Mills e sua família. E o palco desta batalha será Istambul, na Turquia, onde ele está a trabalho, como segurança de empresários, e aproveita ao final para tirar férias com a filha e retomar a relação com a ex-mulher. Desta vez, ele e Lenore são os sequestrados e ele precisará contar com a ajuda de Kim para salvá-los. A partir daí, Liam Nesson passou a estrelar outras boas produções do gênero.




Ficha técnica:
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson e Robert Mark Kamen
Distribuição: Fox Films
Duração: 1h43
Gênero: Ação
País: França
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: Busca Implacável 3; Liam Nesson; Famke Janssen; Maggie Grace; Forest Whitaker; Olivier Megaton; Luc Besson; ação; Fox Films; Cinema no Escurinho


28 janeiro 2015

"A Entrevista" é uma comédia fraca ajudada por um marketing forte

Dave Skylark (James Franco) e seu produtor Aaron Rapoport (Seth Rogen) se envolvem na trama da CIA para matar o líder norte-coreano (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de todo um estardalhaço, com direito a hacker invadindo a Sony, ameaças de ataques aos EUA, adiamentos e confirmações de lançamento, estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas de BH a comédia "A Entrevista" ("The Interview"). Não é bem uma estreia, uma vez que o filme ganhou tanta propaganda que muitos já viram na Internet só pela curiosidade de saber o que ele tinha de tão especial que justificasse tanto barulho.

Na verdade nenhum, não passa de uma comédia boba, cheia de sacanagem com piadinhas para agradar adolescentes. Se for verdade que os norte-coreanos hackearam a produtora, eles devem estar muito desocupados, pois o filme não vale tanto trabalho. Toda a divulgação só serviu para atiçar o interesse e atrair o público.

Seth Rogen abraça o mundo e é diretor, roteirista, produtor executivo e ainda estrela ao lado de James Franco. O filme "A Entrevista" conta a história de Dave Skylark (James Franco) e seu produtor Aaron Rapoport (Rogen), que conduzem o programa de TV sobre celebridades "Skylark Tonight". Eles querem ganhar o respeito no meio jornalístico com entrevistas sérias, além das fofocas diárias.

Até que recebem um telefonema informando que o primeiro-ministro da Coreia do Norte, Kim Jong-un (interpretado por Randall Park) é um grande fã do programa e está disposto a recebê-los para uma entrevista exclusiva em seu palácio.  A CIA então aproveita para tramar um plano de matar o ditador usando os dois "palermas" durante a visita.

Entre trapalhadas, palavrões, insinuações sexuais, explosões, fugas e principalmente piadinhas sobre o ditador e seu regime comunista, o filme tem quase duas horas de duração, muito besteirol e algumas situações engraçadas. Se estiver procurando uma comédia inteligente, "A Entrevista" não é a melhor opção.





Ficha técnica:
Direção: Seth Rogen e Evan Goldberg
Produção: Columbia Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h52
Gênero: Comédia/Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)


Tags: A Entrevista; Seth Rogen; James Franco; Kim Jong-un; Coreia do Norte; Sony Pictures; comédia; ação; Cinema no Escurinho

26 janeiro 2015

Apesar de longo demais, "Foxcatcher" merece as cinco indicações para o Oscar

Filme narra a história do lutador Mark Schultz, sua relação com o multimilionário John du Pont e a morte do irmão (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Seria mais uma biografia de personagens famoso, desta vez do mundo dos esportes. No entanto, exceto pelo tempo de duração, "Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo" ("Foxcatcher") é um ótimo filme e o diretor e produtor Bennett Miller soube explorar bem o enredo que inclui atletas olímpicos, a busca insana pelo ouro, a loucura de um milionário (cujas tendências sexuais não ficam muito explícitas) e um crime chocante.

Steve Carell e o John du Pont na época do crime
Steve Carell é um dos destaques do longa-metragem, com uma atuação surpreendente e uma maquiagem que o deixou irreconhecível. A semelhança física com o verdadeiro John du Pont pode ser percebida em algumas cenas. 

Mas o destaque fica para a reprodução do comportamento bizarro do milionário, que amava pássaros e armas, estudado a fundo por Carell, o que lhe valeu a indicação ao Oscar 2015 na categoria de Melhor Ator.




Baseado em fatos reais, o filme conta a história do campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz (Channing Tatum) e de seu irmão e treinador David (Mark Ruffalo), que é também uma lenda no esporte. Um dia, Mark recebe um convite para visitar a mansão do milionário John du Pont (Steve Carell), que lhe oferece a chance de entrar em sua equipe particular - a Foxcatcher - e se preparar em seu centro de treinamento de ponta para os Jogos Olímpicos de 1988, em Seul.

Mark aceita a proposta, mas a vida de glamour, regada a bebida, drogas e submissão aos caprichos do excêntrico milionário, afastam cada vez mais o atleta do esporte. Somente seu irmão Dave poderia reverter essa situação.

Atraído pelo salário e as condições de vida oferecidas, Dave se muda com a família para uma casa na propriedade do milionário. Mas ao contrário do caçula, ele não se dobra as vontades de du Pont, levando essa relação a um final trágico, com Dave morto a tiros por seu patrocinador, a seis meses dos Jogos de Atlanta em 1996.

No elenco, apesar do papel pequeno, mas de presença sempre marcante, está também Vanessa Redgrave como a mãe de du Pont, que rejeita o filho e o esporte que ele adotou.

Boas cenas de lutas e ótima atuação também de Mark Ruffalo, que engordou 13 quilos para o papel e, assim como Channing Tatum, passou por um exaustivo treinamento de luta livre na preparação para o filme. Os dois atores contaram inclusive com a consultoria do próprio Mark Schultz.


Mas um ponto negativo é a duração - 2h14, com cenas longas que deixaram o filme cansativo. Muitas poderiam ter sido cortadas sem prejudicar o enredo e o recado seria dado da mesma forma. Esticou demais durante o filme para correr no final e resumir tudo nos letreiros. Mesmo assim, o filme vale todas as cinco indicações para o Oscar - além da de Carell, está na disputa de Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Maquiagem e Cabelo.

Curiosidades

Mark Schultz ao lado de Channing Tatum
Quatro meses após a morte do irmão, Mark Schultz ganhou um combate de UFC 9 no estilo vale-tudo. E anos mais tarde, o lutador escreveu a história do assassinato de Dave no livro "Foxcatcher: The True Story of My Brother's Murder, John du Pont's Madness, and the Quest for Olympic Gold" ("Foxcatcher: a verdadeira história da morte de meu irmão, da loucura de John du Pont e da busca pelo ouro olímpico").


Ficha técnica:
Direção: Bennett Miller
Produção: Annapurna Pictures/Likely Story
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h14
Gênero: Drama/Biografia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Foxcatcher - Uma história Que Chocou o Mundo; Steve Carell; Mark Ruffalo; Channing Tatum; Vanessa Redgrave; Bennett Miller; Mark Schultz; Dave Schultz; John du Pont; Sony Pictures; drama; biografia; Cinema no Escurinho

25 janeiro 2015

A grandeza de um "Minúsculo" mundo


"Minúsculos" é uma encantadora forma de mostrar o invisível e nem sempre tranquilo mundo dos insetos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia ser apenas mais uma animação sobre insetos, formiguinhas e joaninhas. Mas sem que haja necessidade de palavras, "Minúsculos - O Filme" ("Minuscule - La vallée des fourmis perdues") encanta e diverte. Se engana quem acha que é mais um filme na linha "Vida de Inseto".


Reunindo recursos gráficos e belas paisagens de montanhas e florestas francesas, o diretor extraiu uma história de coragem, amizade e confiança, envolvendo um filhote de joaninha (com direito a carapaça vermelha com bolinhas pretas e olhos grandes) e uma formiga também preta, com grandes antenas e olhos esbugalhados, bem mais divertidas que aquelas que a gente vê andando pelo jardim e nem liga.


Isolados eles são só mais alguns insetos, mas quando se juntam, a joaninha e a formiga com seu grupo podem viver grandes aventuras e enfrentar perigosos inimigos, cada um com seu estilo e um comportamento quase humano.

A história de "Minúsculos" (também em versão 3D) começa quando restos de um piquenique são abandonados na clareira de uma floresta e os invisíveis bichinhos passam a disputar cada migalha. E é nesse local que, ao tentar garantir sua parte na farra gastronômica, que joaninha conhece formiga e seu grupo. Nasce daí uma grande amizade.

Na dura e perigosa jornada de volta ao formigueiro, no entanto, elas terão de enfrentar colônias de formigas vermelhas rivais, obcecadas por um mesmo troféu: uma caixa de cubos de açúcar.

E este corajoso grupo terá agora de tentar salvar toda a colônia da invasão das terríveis guerreirasvermelhas. E a luta não deixa por menos, com direito a ataques semelhantes aos de filmes de cavaleiros medievaise explosões capazes de deixar "Os Mercenários" com inveja de tamanha organização. Coisa de formiga.

Após dois adiamentos - estava previsto para estrear em 13 de novembro, depois 25 de dezembro - finalmente "Minúsculos", dirigido por Thomas Szabo e Hélène Giraud, entrou em cartaz nesta quinta-feira (22) e merece ser visto por público de todas as idades. Encantador, com belas mensagens transmitidas por ações, sem a necessidade de palavras, apenas dos sons de nossos amiguinhos.

Ficha técnica:
Direção: Thomas Szabo e Hélène Giraud
Produção: Futurikon
Distribuição: Paris Films
Duração: 1h29
Gênero: Animação/Aventura/Família
País: França/ Bélgica
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)



Tags: Minúsculos; Paris Filmes; Thomas Szabo; Hélène Giraud; Animação, Família, joaninha; formigas pretas; formigas vermelhas; França; Bélgica; Cinema no Escurinho

22 janeiro 2015

Uma breve história de superação

Eddie Redmayne dá um show de atuação como Stephen Hawking em "A Teoria de Tudo" (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Não será surpresa se algumas pessoas disserem que "A Teoria de Tudo" se resume à vida particular e afetiva do astrofísico Stephen Hawking, em detrimento de sua gloriosa carreira profissional da qual só não faz parte - ainda - um Prêmio Nobel. Mas é exatamente na intimidade da família e dos amigos que se revela a personalidade excêntrica do cientista, cujas descobertas mudaram o que se pensava até então sobre a origem do universo, o tempo, os buracos negros.

Histórias de superação resultam, em sua maioria, em filmes óbvios ou chatos. Não é o caso desse drama que retrata a vida de Hawking desde o seu tempo de estudante brilhante em Cambridge até sua maturidade, já numa cadeira de rodas, sem conseguir andar, falar ou comer sem ajuda. 

Acometido por uma doença motora degenerativa (Esclerose Lateral Amiotrófica - ELA) ainda na faculdade, aos 21 anos, quando vivia o auge de sua paixão por Jane Wide (Felicity Jones), ele superou todas as expectativas médicas e viveu o suficiente para assistir, inclusive, à filmagem de algumas cenas.




Dois aspectos da direção de James Marsh dão à "A Teoria de Tudo" os méritos e elogios que o filme tem recebido. O primeiro, a escolha de Eddie Redmayne como Hawking, que dá um show de atuação, ao mostrar um homem doente, alquebrado e dependente mas extremamente bem-humorado e mordaz.

O cientista consegue se manter produtivo e chega a escrever seu grande best seller, "Uma Breve História do Tempo - do big bang aos buracos negros". O bom-humor do personagem é, aliás, a segunda grande sacada de Marsh na condução da trama. Mesmo se tratando de uma história essencialmente triste, o filme tem uma leveza capaz de, em muitos momentos, enternecer e fazer rir o espectador.

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21 janeiro 2015

"Whiplash": A busca pela perfeição musical pode ser um pesadelo

Miles Teller faz uma interpretação de tirar o fôlego como o baterista Andrew Neyman, (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Jean Piter


Realizar um sonho requer, geralmente, um sacrifício. E quando se trata de um grande sonho, o custo pode ser bem alto, ou até alto demais. Em “Whiplash – Em Busca da Perfeição”, Andrew Neyman (Miles Teller) busca se tornar o maior músico de sua geração. Ele, um jovem baterista, quer ser uma lenda da música americana.

A seu favor, o rapaz tem o fato de ser aluno do principal conservatório dos Estados Unidos. O problema para tornar ambição em realidade é um só: o truculento maestro Terence Fletcher (JK Simmons).

Andrew é solitário. Quando não está no conservatório, está estudando em casa, ou no ônibus. Vive sozinho, parece não ter amigos, só vive para a música. Vez por outra, vai ao cinema com o pai, e nada mais. Sua dedicação e seu talento o levam a ter a chance de integrar a orquestra principal do conservatório. Mas, o que parece ser um sonho rumo à realização é na verdade o início de uma tormenta.




Que dupla!

Miles Teller faz uma interpretação de tirar o fôlego. Ele dá vida a um personagem obcecado, que se sacrifica física e emocionalmente. Um cara que tem histórico de problemas familiares e que, no decorrer do filme, perde a noção de tempo, de espaço, de risco e até de dignidade. Ele se aproxima de Nicole, a mocinha do cinema, interpretada pela bela Melissa Benoist, da série "Glee".

Mas, o possível namoro que poderia colorir um pouco sua vida logo passa a ser visto como mais um problema. JK Simmons interpreta um maestro bipolar que faz qualquer coronel mal humorado parecer uma fada. Por vezes, ele tem conversas mansas com seus alunos, como a de um pai amoroso para com um bom filho. 

Em outros momentos, ele distribui agressões físicas e verbais, com gritos e humilhações. Ele se diverte com isso e acredita estar fazendo o correto para extrair o melhor de cada um. Mais do que isso, ele espera descobrir uma lenda da música em seu conservatório. Uma atuação pra fazer história!

Pra ver e ouvir

O filme se passa, em grande parte, em cenários fechados; teatros, estúdios, salas de ensaio, palcos, casas, bares, etc. A fotografia tem um ar um tanto sombrio, o que compõe bem com as cenas dramáticas de repetições exaustivas de ensaios. É uma pressão que assusta e dá um bom ritmo aos acontecimentos. Há música durante todo o filme. Música boa! E nessa equação, o expectador fica sem saber se torce para que Andrew realize seu sonho ou para que ele se liberte desse “canto da sereia”.

Oscar 2015

“Whiplash” foi o grande vencedor do festival de Sundance em 2014. A produção também recebeu cinco indicações ao Oscar 2015, entre elas a de Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante para JK Simmons. O filme está em cartaz, em versões legendadas, nas salas 4, do Cineart Ponteio Lar Shopping (13h50 e 18h20), e 3 do Cinemark Diamond Mall (18h50 e 21h20).

Ficha técnica:
Direção: Damien Chazelle
Produção: Blumhouse Productions / Bold Films / Right of Way Films
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h47
Gênero: Drama, Musical
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 5,0 (0 a 5)

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