13 outubro 2014

"Annabelle", a boneca de "Invocação do Mal", ganha seu próprio filme de terror

Annabelle é uma boneca que já assusta pela cara (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Se você gostou de "Invocação do Mal", vai se lembrar e querer conferir a história de "Annabelle", a boneca macabra do filme, que fez tanto sucesso que ganhou sua própria produção. Na verdade, ela é uma versão de vestido de "Chuck, o Brinquedo Assassino", só que sem movimentos e a voz ameaçadora. 



Neste ponto, o horrendo bonequinho de macacão e camisa listrada, ganha disparado de sua nova concorrente no terror. Chuck correndo com a faca na mão é muito mais assustador em alguns momentos do que a boneca (e causa mais impacto em suas aparições).

Sem desmerecer Annabelle, que vai deixar muita gente sem sono ou ouvindo ruídos durante a noite, eu gostaria de saber por que escolheram uma boneca tão macabra para representar a verdadeira personagem. 

Esta, por sinal, vive trancada num museu dos horrores nos EUA pertencente a uma caçadora de fantasmas. A original (foto acima junto com a nova) é uma bonequinha de pano simpática, que qualquer menina iria querer ter em casa e jamais poderia imaginar que ela se tornaria um monstro, como aconteceu em 1970.


A Annabelle atual tem feições que metem medo até em adulto. Que mãe em juízo perfeito colocaria aquela coisa medonha num quarto de bebê ou de uma filha pequena como decoração. Quem inventou o personagem atual queria causar pânico, mas é muito sem noção.

A produção, que vai de carona no sucesso de seu antecessor, conta a história do casal Mia (Annabelle Wallis, que por uma infeliz coincidência tem o mesmo nome da boneca) e John (Ward Horton), que espera o primeiro filho. 

O ataque de membros de uma seita a casa deles e dos vizinhos e a chegada de uma boneca possuída por espíritos do mal para decorar o quarto do bebê, provocam uma série de fatos assustadores. E a vida de todos aqueles que têm contato com o brinquedo macabro, passa a correr risco.

Os principais atores vieram de séries de TV americana, a começar por Annabelle Wallis ("Pan Am") e Ward Horton (de "White Collor" e "CSI Miami"). Além de Alfre Woodward ("Grey's Anatomy"), Kerry O'Malley ("Boardwalk Empire") e Tony Amendola ("NCIS Los Angeles" e "Once Upon a Time").


"Annabelle" garante alguns bons sustos e pode agradar ao público que curte o gênero terror. Mas ainda acho  "Invocação do Mal", "Livrai-nos do Mal" e "Mama" melhores nas cenas de suspense. Mesmo assim, vale ser conferido.

Ficha técnica:
Direção: John R. Leonetti
Produção: New Line Cinema
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 1h38
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: "Annabelle"; Warner Bros Pictures; terror; suspense; Cinema no Escurinho

08 outubro 2014

"Trash - A Esperança Vem do Lixo", um drama envolvente contra a corrupção e o poder

Raphael, Gardo e Rato, amigos  na miséria, nas aventuras e na busca pela verdade (Fotos; Universal/Divulgação)


Maristela Bretas

O diretor Stephen Daldry acertou novamente na escolha do tema, dos atores e na condução da história. Responsável por sucessos como "Billy Elliott" e "O Leitor", ele chega arrasando com o filme "Trash - A Esperança Vem do Lixo" ("Trash"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros.



Além dos premiados atores brasileiros Wagner Moura e Selton Mello (ótimo como sempre, desta vez no papel do policial do mal), Nelson Xavier e Stepan Nercessian, o grande destaque fica para três adolescentes estreantes no cinema. 

Rickson Tevez (Raphael), Eduardo Luis (Gardo) e Gabriel Weinstein (Rato), todos de 15 anos, foram selecionados pelo diretor entre dezenas de jovens de comunidades cariocas (Rocinha, Cidade de Deus e Inhaúma, respectivamente ) e conduzem a história, nascida no lixão, de forma emocionante, que prende o espectador do início ao fim.

Rickson Tevez, Eduardo Luis e Gabriel Weinstein
Rodado totalmente no Rio de Janeiro, o filme conta a história dos três jovens - Raphael, Gardo e Rato -, que, após encontrarem uma carteira no lixão onde trabalham, passam a ser perseguidos por policiais corruptos e ameaçados de morte.

E eles se envolvem numa louca aventura pelas ruas da cidade, numa fuga constante da polícia e em busca da verdade sobre o que eles encontraram na carteira. 

Nem o medo ou a tortura são capazes de deter estes garotos, que aprenderam a sobreviver na miséria diária, mas não abandonam a amizade e comunidade onde vivem. Como eles mesmos dizem, "fazem isso porque é certo".

O elenco conta ainda com os atores internacionais Martin Sheen e Rooney Mara, como os voluntários estrangeiros que fazem trabalho humanitário e religioso com a comunidade carente do lixão. Um filmaço, imperdível.

O diretor Stephen Daldry e os atores Rooney Mara e Martin Sheen
Ficha técnica:
Direção: Stephen Daldry
Produção: O2 Filmes/PeaPie Films/Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h34
Gênero: Drama
País: Brasil/Reino Unido
Classificação: 14 anos
Nota: 5 (0 a 5)


Tags: Trash - A Esperança Vem do Lixo; Selton Mello; Wagner Moura; Martin Sheen; Rooney Mara; Stephen Daldry; Drama, Universal Pictures; Cinema no Escurinho

06 outubro 2014

Animação leva Dorothy de volta ao Reino de Oz em musical

Dorothy volta a Oz para ajudar seus amigos contra o vilão Bufão (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas

A famosa história do Mágico de Oz ganhou uma continuação e pode ser conferida a partir desta quinta-feira (09) com a estreia nos cinemas da animação musical "A Lenda de Oz" ("Legends of Oz: Dorothy's Return"). Desta vez, Dorothy terá de enfrentar outro inimigo, logo agora que acabou de voltar para sua casa em Kansas, depois da longa e animada aventura em Oz (sucesso no cinema de 1939, que teve Judy Garland como atriz principal).




Quando achava que tudo poderia ser acertado depois da passagem do grande tornado, a jovem e seus tios correm o risco de perder a fazenda. Para piorar, ela é chamada novamente por seus amigos - o Leão, o Espantalho e o Homem de Lata - para retornar ao reino encantado e enfrentar um vilão ainda mais perigoso - o Bufão e seus macacos voadores.

Dorothy, com seu fiel cãozinho Toto, voltam para Oz e descobre que o Bufão está sequestrando seus líderes e deixando um rastro de escuridão por todo lugar. 

E ela novamente é a única esperança dos moradores para acabar com o reinado do vilão colorido.

Na dublagem em português, o Bufão recebe a voz do ator Rodrigo Lombardi (que fez um ótimo trabalho), enquanto a atriz Manu Gavassi dá vida e voz à menina Dorothy.

Apesar de Dorothy ser a heroína, quem garante a diversão é o vilão com sua fantasia de bufão que ele não pode tirar, além dos atrapalhados macacos voadores. A criançada menor vai gostar.


Ficha técnica:
Direção: Dan St. Pierre, William Finn
Produção: Prana Studios
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h28
Gênero: Animação/Musical
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: A Lenda de Oz; Dorothy; Animação; Musical; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

04 outubro 2014

Estrelado por Ben Affleck, "Garota Exemplar", é o melhor suspense do ano até agora

Ben Affleck é o marido a procura da mulher desaparecida em "Garota Exemplar" (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas

Tenso na medida certa e, acima de tudo, fiel ao livro, "Garota Exemplar" ("Gone Girl") é um filme imperdível. Em cartaz nos cinemas, o suspense dirigido por David Fincher (de "A Rede Social" e "O Curioso Caso de Benjamin Button") prende o espectador do início ao fim, apesar da duração de quase 2h30. À espera do desfecho surpreendente, o tempo corre sem que você perceba, numa mistura envolvente de fatos.


Ben Affleck tem se mostrado cada vez melhor em seus papéis, mas neste ele se superou como o marido acusado de "desaparecer" com a mulher. Ele conseguiu dar a expressão certa, na hora certa, seja no sorriso sem graça na hora da foto séria ou a cara de quem não sabe o que está acontecendo no meio da investigação.

Rosamund Pike, que parece ser a "mocinha da vez de Hollywood", foi a escolhida para interpretar a esposa dedicada, sexy e perfeita. Ela segura o papel bem (talvez o melhor de sua carreira), mesclando momentos de paixão, medo e fúria. Mas Kate Winslet ainda seria uma melhor escolha.


"Garota Exemplar" conta a história do casal Nick e Amy Dunne, ambos escritores. Eles se conhecem, se apaixonam e se casam. Após perderem tudo, deixam Nova York e vão morar no Missouri. No dia do aniversário de cinco anos de casamento, Nick volta para casa e descobre que Amy havia desaparecido. Por ter sido uma escritora famosa de contos infantis, os moradores da cidade formam uma corrente de ajuda para tentar encontrá-la.

Mas as circunstâncias do desaparecimento acabam colocando Nick como o principal suspeito de ter matado a esposa e escondido o corpo. A trama é um grande jogo de mentiras e armações, que leva o espectador a tentar descobrir quem é o verdadeiro vilão.

Alternando momentos presentes com flashbacks, "Garota Exemplar" abusa de belas cenas, principalmente a do primeiro beijo sob uma chuva de açúcar. Destaque no elenco para Carrie Coon (da série "Leftlovers"), Tyler Perry ("A Sombra do Inimigo"), Neil Patrick Harris (da série "How I Met Your Mother"), Kim Dickens (da série "Lost") e Missi Pyle ("Percy Jackson e o Mar de Monstros").




A adaptação do livro homônimo de Gillian Flyin (também roteirista do filme) ficou perfeita, inteligente e dificilmente vai desagradar até quem conhece a obra literária. Um filme que merece disputar o Oscar.

Ficha técnica:
Direção: David Fincher
Produção: New Regency Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h29
Gênero: Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 5 (0 a 5)


Tags: Garota Exemplar; Ben Affleck; David Fincher, Rosamund Pike; suspense; Fox Film do Brasil; Cinema no Escurinho

01 outubro 2014

Fox divulga o último trailer de “Êxodo – Deuses e Reis”

 Christian Bale interpreta Moisés, que vai salvar seu povo do faraó (Foto: Fox Film do Brasil/Divulgação)

Do aclamado diretor Ridley Scott (Gladiador, Prometheus) chega aos cinemas a aventura épica ""Êxodo: Deuses e Reis"", uma história sobre a coragem de um homem para derrubar o líder de um império.




Usando efeitos 3D de imersão, Scott traz a batalha entre Moisés (Christian Bale), no momento em que ele ascende contra o faraó Ramsés (Joel Edgerton), levando 600 mil escravos a uma jornada monumental para escapar do Egito e das pragas que o aterrorizam.

No elenco estão ainda Sigourney Weaver, Ben Kingsley, John Turturro, Aaron Paul e Ben Mendelsohn. O filme está previsto para estrear nos cinemas brasileiros em 25 de dezembro.

Trailers da produção do filme

Figurinos



Locações



Tags: Êxodo-Deuses e Reis; épico; Fox Film do Brasil; Ridley Scott; Christian Bale; Joel Edgerton; Cinema no Escurinho

Apesar de óbvio, "Paraíso" tem lá suas delícias

Alfredo e Carmen formam um casal com um"algo mais" de simpatia (Fotos: Imovision/Diculgação)

Mirtes Helena Scalioni

Não se pode dizer que "Paraíso", produção mexicana em cartaz no Belas Artes (15h, 17h10 e 21h30), seja um filme ruim. Não é. Mas também não é bom. E poderia ser, por se tratar de um tema que afeta muita gente mundo afora: a obesidade, trazendo à tona o preconceito que as gordurinhas a mais carregam afetando, muitas vezes de forma impiedosa, quem está fora dos padrões.




Alfredo (Andrés Almeida) e Carmen (Daniela Rincón) formam um casal de gordinhos felizes. A simpatia do espectador em relação aos dois é imediata. Afinal, quem não gosta de ver um homem e uma mulher acima do peso vivendo felizes? É inevitável sorrir ao vê-los devorar delícias proibidas sem nenhuma culpa.


Impossível não se deliciar vendo-os dançar sem censura ou transar apaixonadamente sem a conotação de pastelão que a cena poderia ter. Os gordos também amam e isso pode ser belo e sensual - é o que parece ressaltar a diretora Mariana Chenillo no início do filme.

Carmen e Alfredo, que se chamam carinhosa e naturalmente de "gordo" e "gorda", vivem nos arredores da cidade do México. Ele é funcionário de um banco e ela trabalha com os pais numa espécie de escritório doméstico de contabilidade. 

E eles seriam felizes para sempre se ele não fosse transferido para a capital para subir na vida. Para lá vão os dois, inocentes, sem saber que a cultura tem pesos diferentes dependendo do lugar onde se vive.

É a partir de uma súbita necessidade de emagrecer para se adequar aos moldes da cidade grande que o relacionamento entre os dois pombinhos começa a azedar. É a partir daí que o filme vai ficando, aos poucos, óbvio demais. E a ideia, a princípio boa, se perde nos caminhos de uma comédia romântica como outra qualquer.

Tags: Paraíso; comédia; romance; Imovision; México; Mariana Chenillo; Andrés Almeida; Daniela Rincón; Cinema no Escurinho

"Os Boxtrolls", uma imperdível diversão para crianças e adultos

Os Boxtrolls são esquisitos, desengonçados mas encantam a todos (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Os estúdios Laika e Universal Pictures acertaram em cheio com a produção "Os Boxtrolls". A animação, dos mesmos autores de "Coraline e o Mundo Secreto" e "ParaNorman", agrada em tudo, do início ao fim, misturando stop-motion com desenho e computação gráfica. Mas acima de tudo, uma história que encanta, principalmente pelos desengonçados mas simpáticos monstrinhos - os Boxtrolls. Uma criação fantástica que merece ser vista a partir do dia 2 de outubro nos cinemas, também em versão 3D.




Vivendo nos esgotos da cidade de Pontequeijo, eles são vistos pela comunidade como perigosos, comedores de criancinhas. E o desaparecimento de um bebê só aumenta o medo destas estranhas criaturas que se vestem e escondem em caixas. 

Mas quando você visita seu mundo, se apaixona e fica do lado deles contra o malvado Arquibaldo Surrupião (na voz original de Ben Kingsley).

O que ninguém sabe é que estes seres criam a criança como um deles, com muito carinho, amor e música e dão a ele o nome de Ovo (voz de Isaac Hempstead Wright, de "Game of Thrones"). A vida debaixo da cidade é muito mais alegre e feliz. Eles vivem do lixo eletrônico dos humanos e montam todo tipo de geringonça.

Até que um dia, os amigos de Ovo começam a ser caçados pelo vilão e seu bando e o garoto precisa contar com a ajuda de Winnie (Elle Fanning, de "Malévola"), uma jovem da superfície, para salvá-los. 

Muita aventura, com uma bela história de amor, amizade e família, não importa qual seja ela. E a mensagem de que qualquer um pode mudar seu mundo para que ele se encaixe no que desejar.

O roteiro de "Os Boxtrolls" foi adaptado da série literária infantil "Here Be Monsters", do escritor de Alan Snow. E no final do filme, uma aula de como é feita uma produção em stop-motion. Nesta técnica, os animadores manipulam quadro a quadro todos os elementos em cena. Só para se ter uma ideia do trabalho, um filme contém 24 quadros por segundo.



Ficha técnica:
Direção: Graham Annable e Anthony Stacci
Produção: Laika Entertainment
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h37
Gênero: Animação/Aventura
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)

Tags: Os Boxtrolls; Laika; Universal Pictures; Elle Fainning; Isaac Hempstead Wright; Ben Kingsley; animação; fantasia; Cinema no Escurinho


30 setembro 2014

Versão francesa do clássico "A Bela e A Fera" exibe belos cenários e figurinos

Léa Seydoux e Vincent Cassel formam o par principal de "A Bela e a Fera" (Fotos: California Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

A clássica história do príncipe arrogante que foi enfeitiçado virou fera e precisa do amor verdadeiro de uma jovem a quem mantém presa para voltar ao normal ganhou uma versão francesa e mais adulta. A nova adaptação de "A Bela e a Fera" ("La Belle et La Bête"), tem como maiores destaques os cenários que lembram verdadeiras pinturas, o figurino e a bela fotografia.

Trailer oficial dublado por Paolla Oliveira




Sem fugir muito do enredo mostrado na animação Disney de 1991, a escolha de Vincent Cassel (de "Rio Eu Te Amo") como o príncipe/fera, não combina muito. Ele tem mais cara de vilão do que de mocinho. As cenas românticas são sem calor e emoção.

Ao contrário de Léa Seydoux, que interpreta Bela (de "Azul é a Cor Mais Quente"), que se garante no papel e tem mais presença que seu par romântico. A dublagem da personagem em português foi feita pela atriz Paolla Oliveira, que seguiu o exigido pelo texto original.

"A Bela e a Fera" é uma diversão sem muitas pretensões, apresenta ótimos figurinos e efeitos especiais - o ataque dos gigantes de pedra é o auge do filme e a diferença para o desenho. Sem esquecer os pequenos e simpáticos habitantes de olhos grandes que habitam o escuro castelo. Vale como uma sessão da tarde.

Ficha técnica:
Direção: Christophe Gans
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h54
Gênero: Fantasia/Romance
País: França/Alemanha
Classificação: 12 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

Tags: A Bela e A Fera; Vincent Cassel; Léa Seydoux; Paolla Oliveira; Christoph Gans; California Filmes; Cinema no Escurinho

28 setembro 2014

Candidato honesto? Nem em comédia nacional

Leandro Hassum é João Ernesto o candidato que passa imagem de homem correto, mas é totalmente corrupto (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Entrei no cinema com a disposição de gostar (novamente) de um filme com Leandro Hassum. Até mais da metade de "O Candidato Honesto", que estreia dia 2 de outubro, a produção da Camisa Listrada (a mesma do belo "O Menino do Espelho"), agradou e garantiu boas gargalhadas. Mas quando virou o jogo e a história veio com falso moralismo de político que vira honesto e quer denunciar a corrupção num país onde isso não existe, o enredo foi por água abaixo.




Não sei o que aconteceu com o diretor ou o roteirista, mas a linha "bate e assopra" tirou a graça do que estava indo muito bem, com Hassum fazendo seu papel escrachado como sempre, com suporte do pessoal do "Porta dos Fundos". Os diálogos entre o candidato e os assessores e com outros políticos e as tentativas de não mentir são muito divertidas.

Feito para as eleições , "O Candidato Honesto" levou seis semanas, de abril a maio deste ano. E deixa o expectador tentando adivinhar quem é o candidato e qual partido o personagem estaria representando (ou um pouco de cada).

Hassum é João Ernesto, candidato à Presidência da República que de honesto não tem nada. Em primeiro lugar nas pesquisas e com grande vantagem no segundo turno sobre seu adversário (do partido ecologicamente correto), o corrupto e mentiroso político vê sua vida virar de cabeça para baixo. Minutos antes de morrer, sua avó lança uma mandinga e, de uma hora para outra, ele não consegue mais contar nenhuma mentira.


Até aí estava indo tudo muito bem, e a comédia poderia ter sido encerrada dentro do que é hoje a cômica realidade da política brasileira - assada em forno a lenha com sabor de calabresa. Não seria surpresa para ninguém.

No entanto, o que aconteceu foi quase um comercial eleitoral de como ensinar o eleitor a votar com consciência. Com direito a close de candidato em debate na TV, discurso de político arrependido e até um romance insosso e sem propósito. Quase uma "prestação de serviço" para quem vai às urnas dia 5 de outubro. Coisa de sair do cinema antes do final.


Um pena, errou feio. Até Hassum e sua trupe perderam sentido. No elenco estão ainda Luiza Valderaro, como a jornalista nada convincente Amanda, Ellen Rocche, como a amante, Flávio Galvão e Victor Leal, como os assessores Maldonado e Marcelinho.




                                            Galeria de fotos

Ficha técnica:
Direção: Roberto Santucci
Produção: Camisa Listrada/Panorama Filmes
Distribuição: Paris Filmes/Downtown Filmes
Duração: 1h50
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

Tags: O Candidato Honesto; Camisa Listrada; Leandro Hassum; Porta dos Fundos; comédia; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

22 setembro 2014

"O Protetor" é um filme com a marca e a competência de Denzel Washington

Denzel Washington é um ex-agente que sai em defesa de pessoas indefesas (Fotos: Sony/Divulgação)


Maristela Bretas

Denzel Washington não é mais aquele mocinho bonito, que corria, batia, saltava muros e foi sonho de consumo de muitas mulheres. Mais velho e fazendo a linha aposentado solitário, ele estreia nesta quinta-feira "O Protetor" ("The Equalizer"), filme no qual também é um dos produtores.



Nem por isso ele perdeu o sorriso charmoso e a competência para fazer um ótimo filme de espionagem, com muita ação e violência, o ator mostra que ainda tem muito fôlego pela frente, sempre mantendo seu estilo cara de mocinho que não tem pena de bandido.


Depois de "Dose Dupla", de 2013, em que contracenou com Mark Wahlberg, ele volta mais tranquilo, mas não menos mortal. Tenta até ser "bonzinho" com seus inimigos, dando-lhes a chance de consertarem seus erros antes de pagarem por eles. 

Muito bem conduzido, "O Protetor" é baseado na série de TV "The Equalizer" que fez sucesso de 1985 a 1989, com o ator Edward Woodward. Denzel é também um dos produtores do filme.

Nesta nova versão, o personagem Robert McCall (Denzel Washington) é um homem misterioso, que leva uma vida literalmente cronometrada. 
Ele é um ex-policial que agora trabalha numa loja de materiais de construção, sem que as pessoas saibam de seu passado.

Ao conhecer uma jovem prostituta Teri (Chloë Grace Moretz, de "Se Eu Ficar") que se torna vítima da máfia russa que explora menores, ele deixa sua pacata vida para voltar aos tempos de agente das Forças Especiais. 


E ajudar aqueles que estão em perigo e passam por seu caminho. Entre os novos inimigos que vai formando, ele terá de enfrentar Teddy (Marton Csokas), um assassino contratado pelo chefão russo.

Uma das cenas que chama atenção pela forma como foi conduzida, apesar da violência, ganhou um trailer estendido de 4min30, com entrevistas do ator e do diretor: Robert Mc Call precisa enfrentar uma quadrilha de assassinos em 16 segundos.




Ficha técnica
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Columbia Pictures/Village Roadshow Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h11
Gênero: Ação/Policial
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)


Tags: O Protetor; Denzel Washington; Chloë Grace Moretz; espionagem; ação; policial; Sony Pictures; Cinema no Escurinho

21 setembro 2014

Na linha aventura juvenil, "Maze Runner - Correr ou Morrer" agrada a todas as idades

Grupo de jovens precisa sobreviver e tentar escapar de um gigantesco labirinto (Fotos: Fox Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Poderia ser apenas mais um filme de aventura futurista, voltado para adolescentes, como a série "Percy Jackson", "Divergente" ou "Jogos Vorazes". Ele inclusive é baseado no primeiro livro da série juvenil do escritor James Dashner.




Mas "Maze Runner - Correr ou Morrer", do diretor Wes Ball, vai além e apresenta uma trama que leva a muitos caminhos e um final inesperado, que faz a gente querer ler o segundo livro - "Prova de Fogo". Ou ver a sequência, prevista para estrear em setembro de 2015.

A história se passa dentro de uma fortaleza. Thomas (Dylan O’Brien) acorda sem memória, preso no interior de um gigantesco labirinto com um grupo de adolescentes também desmemoriados. 

Cada um tem uma função específica dentro da comunidade, chefiados por Alby (Aml Ameen). Mas um deles, Gally (Will Pouter), não aceita quando Thomas começa a exercer influência sobre os demais habitantes da colônia para que tentem fugir. 

Após um tempo, Thomas passa a ter estranhos sonhos sobre uma misteriosa organização conhecida como C.R.U.E.L. A chegada de Teresa (Kaya Scodelario), única mulher no grupo, aumenta as visões do jovem que vão ajudá-lo a encontrar uma forma de vencer as temíveis criaturas que habitam as saídas. E escapar do lugar, juntamente com seus amigos.


Como todo filme adaptado, ele segue o enredo principal, deixando de fora alguns detalhes que alguns leitores poderão reclamar. Mas nada que comprometa a ideia original. É garantia de boa diversão do início ao fim.

Ficha técnica:
Direção: Wes Ball
Distribuição: Fox Filmes
Duração: 1h54
Gênero: Aventura/Ficção
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)


Tags: Maze Runner - Correr ou Morrer; Wes Ball; Dylan O'Brien; aventura; Fox Filmes; Cinema no Escurinho

20 setembro 2014

Confira o trailer de "Trash - A Esperança vem do Lixo", que estreia em outubro



Confira o trailer de 'Trash - A Esperança Vem do Lixo", com a Rickson Tevez, Eduardo Luis, Gabriel Weinstein e a participação dos atores brasileiros Selton melo e Wagner Moura Direção de Stephen Daldry.



19 setembro 2014

Jogo destrava cena extra do terror "Livrai-nos do Mal"

Dirigido por Scott Derrickson, o filme é baseado em fatos reais (Foto: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Para aqueles que curtiram "Livrai-nos do Mal", a Sony Pictures está oferecendo a chance de liberar uma cena exclusiva do filme. Basta participar do jogo "O Labirinto do Mal", lançado para promover a produção que estreou nessa quinta feira nos cinemas de BH.

O jogador deverá coletar os quatro símbolos sagrados para disponibilizar a cena extra. Ficou curioso? Então comece a jogar clicando no link abaixo.

                                                       O LABIRINTO DO MAL


E para aqueles que ainda não assistiram ao filme "Livrai-nos do Mal", vale uma conferida na crítica do jornalista Wallace Graciano. Veja o trailer oficial:




Tags: Livrai-nos do Mal; O Labirinto do Mal; Sony Pictures; terror; jogo; cena exclusiva; Cinema no Escurinho

Filme "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" vai disputar indicação ao Oscar 2015

Por Fernanda Cruz - Agência Brasil

O filme brasileiro indicado para concorrer a melhor filme estrangeiro no Oscar de 2015 é "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (18) pela ministra da Cultura, Marta Suplicy na Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). 

Ao todo, 18 longas-metragens disputaram a indicação. Dos 20 filmes inscritos, dois ("Faroeste Caboclo" e "A Coleção Invisível") não puderam concorrer por terem estreado antes da data limite estipulada pela Academia.

O filme conta a história de Leonardo, um adolescente cego que precisa lidar com as limitações e a superproteção da mãe. A chegada de Gabriel, um novo aluno em sua escola, desperta sentimentos até então desconhecidos pelo personagem. 

Participam do elenco os atores Guilherme Lobo (no papel de Leonardo), Fabio Audi (como o amigo Gabriel), Tess Amorim, Lúcia Romano, Eucir de Souza, Selma Egrei, Lúcia Romano, Naruna Costa e Isabela Guasco.




A produtora do filme, Diana Almeida, considerou positivo que a temática seja levada às telas internacionais. “Espero que o filme possa ser visto por muito mais gente. Acho que só esse anúncio vai criar mais curiosidade em relação ao filme. Isso é muito positivo."

A academia norte-americana definirá em janeiro o nome do longa estrangeiro que concorrerá ao Oscar, marcado para fevereiro, em Los Angeles. No dia 7 de novembro, o filme brasileiro estreia nos Estados Unidos.


Os últimos filmes que representaram o Brasil na seleção aos indicados a melhor filme em língua estrangeira foram "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho (2014); "O Palhaço", de Selton Mello (2013); "Tropa de Elite 2: o Inimigo agora é o Outro", de José Padilha (2012); "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto (2011) e "Salve Geral", de Sérgio Rezende (2010).

Tags: Oscar 2015; filme brasileiro; melhor filme estrangeiro; longa-metragem; Daniel Ribeiro; premiação; Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

17 setembro 2014

"Livrai-nos do Mal" vai além dos habituais filmes de possessão


Wallace Graciano

Nos últimos anos, a indústria de filmes de suspense/terror ficou inerte.  Bastava procurar famosos demonologistas e adaptar suas histórias “reais” à telona para surtir bons resultados nas bilheterias. Essa fórmula rendeu críticas do público amante do gênero, uma vez que a criatividade ficou limitada. Além do roteiro que girava quase sempre em um caso de possessão com grandes reviravoltas, os diretores pareciam não se preocupar em dar toques diferenciado às cenas de impacto, o que pouco prendia a respiração dos expectadores.

Talvez por isso, passou quase desapercebida a notícia de que um recente caso de possessão demoníaca por ex-militares americanos lotados no Iraque seria adaptado ao cinema. Porém, apesar do script comum aos filmes de terror, “Livrai-nos do Mal”, filme que estreia nesta quinta-feira (18) nas telonas de todo o país, merece um destaque em meio à cena. Sua maior virtude está em prender o público e trazer aflição.

“Livrai-nos do Mal” conta a história de três militares norte-americanos que durante um combate no Iraque encontram estranhos escritos em uma parede. Mais tarde, essas grafias se revelaram um portal demoníaco. Após voltarem aos EUA, essas entidades malignas passam a agir e criar outros canais e se espalhar pela Terra do Tio Sam.

Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)
Eis que entra em cena o policial Ralph Sarchie (Eric Bana, o Nero de “Star Trek”). Com um senso incomum de prever tragédias ele e seu parceiro Butler (Joel McHale, o Conan da série “Conan”), passam a atender estranhos chamados pelo rádio.

Em meio às investigações sobre os fatos sobrenaturais, Sarchie começa a ter sua fé questionada. Nesse momento encontra o padre Mendonza (Édgar Ramírez, o Ares de "Fúria de Titãs"), um sacerdote que foge ao senso comum, pois entrou para o ministério para tentar combater seu vício em drogas e, para amenizá-lo, não largou o fumo e as bebidas alcoólicas.

Aos poucos, o pároco consegue convencer o agente da lei sobre o mal que lhe cerca, mostrando que tais acontecimentos são causados por mau agouros. Em uma de suas falas, ele consegue ditar o tom da história ao policial. "“Há dois tipos de mal neste mundo, agente Sarchie. O mal secundário, que os homens fazem. E o mal primário, que é algo totalmente diferente".

Mendonza e Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Sob a trilha de The Doors – aqui fica uma licença poética, já que a trama se desenrola através de “portais” – os dois passam a caçar a entidade maligna, uma vez que a família de Sarchie está em perigo. 

Todo esse roteiro, que é confuso sobre a perspectiva espiritual e irônico pelo lado moral, se desenvolve de forma envolvente graças ao contraste entre cenas e trilha sonora. O diretores souberam acalmar os ânimos de seus expectadores e depois atacá-los com cenas de impacto, que dão ao filme um tom marcante de suspense com toques sombrios.


Padre Mendonza durante ritual de exorcismo (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Ao contrário do que se esperava, “Livrai-nos do Mal” consegue prender o público com mais afinco que seus antecessores. Está longe de causar o impacto de obras como “O Exorcista”, mas se mostra uma boa pedida para fãs da sétima arte que tem uma pequena preferência pelo lado sombrio.

Ficha técnica:
Título original: Diliver Us From Evil (Livrai-nos do Mal)
Direção: Scott Derrickson
Distribuição: Columbia Tristar
Duração: 1h19
Gênero: Suspense/Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Confira o trailer legendado da trama



"Era uma vez em Nova York", um filme sem mocinhos e vilões

Joaquin Phoenix é o cafetão que explora a imigrante Marion Cotillard ( Fotos: Europa Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Escuro, lento, dramático, "Era uma vez em Nova York" não tem nada de carochinha. Pelo contrário, é quase trágico. A história da mocinha polonesa que, fugindo dos horrores da guerra, parte com sua irmã para a América já deve ter sido muitas vezes contada. 



Mas não da forma como conta desta vez o diretor James Gray, que não divide os personagens em mocinhos e bandidos. São todos humanos em busca de sobrevivência e alguma felicidade, todos capazes de pequenos - e grandes - deslizes, dependendo das circunstâncias e das pressões a que forem submetidos. 

Estamos em 1921, quando Ewa (Marion Cotillard, Oscar em 2007 por "Piaf") chega à América cheia de esperanças. Mas, já no controle da imigração, sua irmã Magda adoece e é confinada num sanatório. 

E quem aparece para salvar a imigrante solitária e perdida é Bruno, cafetão vivido brilhantemente por Joaquin Phoenix, que a acolhe mas explora, assim como faz com outras mulheres. Ele também é um judeu sobrevivente na América.

"Era uma vez em Nova York" não é um filme como outro qualquer, exatamente porque surpreende quando o esperado é a bipolaridade entre bons e maus. A certa altura da trama surge um primo do cafetão, o bonzinho e mutreteiro mágico Orlando (Jeremy Renner) que, a princípio, aparece para fazer o contraponto e encantar a mocinha. 

Sábios mesmo foram os tradutores do título original, "The Immigrant", que se recusaram a chamá-lo simplesmente de "A Imigrante". Em inglês, a palavra immigrant tanto pode ser masculina quanto feminina. E aí reside uma possível leitura do filme. 

Há quem diga que "Era uma vez em Nova York" é o filme do ano até agora e pode ser visto nas salas do Cineart Ponteio Lar Shopping e Usiminas Cinema Belas Artes.

Tags: Era Uma Vez em Nova York; mocinhos; vilões; Marion Cotillard; Joaquin Phoenix; Jeremy Renner; imigrante; drama; Cinema no Escurinho